Morning After Dark

“Querida Elise,

Sinto muito pela demora de lhe enviar uma carta, mas posso explicar o porquê. A vida aqui em cima é complicada, nunca sobra tempo para escrever, estamos sempre pesquisando, presos nos laboratórios. Soube que a guerra explodiu na Terra, mas será possível que uma simples substancia que nós aqui somos obrigados a estudar vale o preço de tantas vidas humanas? Será que a ambição do homem é tão gigantesca que até mesmo os inocentes têm que ser punidos por tanta ganância de nossa parte?

Talvez saibamos as respostas para essas perguntas, entretanto, nos recusamos a enxergá-las.

Com amor;

Sua irmã mais nova, Clarice”

Ao terminar de ler a carta, a bela jovem de vinte e um anos suspirou. Elise Delacour nunca entendera a irmã que abandonará a vida comum na terra para se juntar aos pesquisadores. Ela sabia muito bem que Clarice era uma das mentes mais brilhantes de sua era, então era óbvio que não tivesse dom para o conflito armado. Sua irmã seria uma heroína e ela, seria o mal e ganância que havia matado tantos inocentes.

-Lady Elise?-Alguém chamou na porta e por reflexo, se virou fazendo os cabelos longos e castanhos esvoaçarem. Era um garoto em torno de seus dezenove anos. – O conselho vai se reunir, e exigem sua presença. - A jovem mulher simplesmente assentiu, não deixando transparecer a irritação pelo péssimo Frances do garoto.
Mas eram tempos de guerra. Ela não tinha tempo para se importar com o sotaque dos outros.

Caminhou pelos corredores brancos, lembrando de sua infância. Elise era feliz, até que tudo aconteceu. Há doze anos, um meteoro foi descoberto numa escavação. Os pesquisadores responsáveis o levaram para um laboratório de alta segurança na Sibéria, Rússia. Parecia ser apenas mais um meteoro, então foi exposto no Museu de História Natural de Londres.

Pouco tempos depois, uma epidemia assolou a Inglaterra e foi se espalhando pelo mundo. Nos EUA foi descoberto que o meteoro continha um vírus mortal que havia permanecido adormecido por eras. Os pais de Elise morreram em consequencia da doença e as irmãs foram separadas. A mais velha foi enviada a uma base militar nos Alpes, onde treinou e se tornou uma das melhores agentes. Logo ganhou poder e fama se tornando uma comandante do Exército. Clarice fora enviada a Antártida, onde se tornou uma brilhante cientista.

O clima era tenso no mundo, então um grupo foi enviado a Marte, para além de cria uma nova colônia humana, pesquisarem a cura. Marte havia passado por intensas transformações graças à tecnologia humana e estava quase pronta para receber vida. E Clarice estava lá, como cientista chefe. Elise sentia orgulho da irmã.

Entrou na sala e viu a mesa redonda onde os oito generais se sentavam. Ela não era um general, mas como comandante das forças especiais, a Delacour tinha além de uma privilegiada posição e poder. Puxou uma cadeira e sentou-se.

-Então, porque a reunião de emergência do conselho? –Perguntou com seu inglês perfeito. Os olhos azuis brilhavam um pouco, contrastando com a pele alva.
O homem sentado ao exato oposto de Elise começou, numa voz séria e grave.

-Primeiro Delacour, nós queremos que saiba que essa decisão não foi nossa e faríamos o possível para impedi-la. – O homem era alto, possuí cabelos loiros longos, pele branca, olhos castanhos. Era alto e musculoso e claramente tinha mais do que trinta anos.

-Então pare de fazer rodeios Alexander, e fale logo o que tem para falar. - Respondeu Elise e ao ver e indignação do general alemão deu um leve sorriso de lado.

Um homem á duas cadeiras do alemão deu uma gargalhada. Cabelos castanhos lisos, profundos olhos azuis.

-É por isso que ela é minha melhor oficial Alex. -Disse ao outro General. – Da Princesa de Gelo, não era de se esperar outras resposta. -Comentou olhando para a sua subordinada.

-E de sua boca vejo que não sai nada que presta Louie. –Retrucou Elise com sua típica frieza. -Agora, vamos realmente começar essa reunião?

O general sentado duas cadeiras depois de Elise pegarreou.

-Obrigada comandante, ninguém mais estava suportando as falas sem graça do Louie.- o general francês soltou um indignado “hey!”, mas que foi totalmente ignorado pelo homem que falava.- A questão é que os líderes mundiais... Eles... - O general americano engoliu em seco, mas não foi ele que terminou de falar.

O Russo retomou a fala logo depois.

-Decidiram que a humanidade deverá ser aniquilada. Eles irão fugir e bombas irão destruir o mundo e junto a eles, esse maldito vírus. -Disse Dmitri Karpov.

A Princesa de Gelo arregalou os olhos, se levantou e bateu as mãos na mesa.

-Milhões de inocentes mortos e eles iram escapar? –Ela disse, sua voz possuía um pesado tom de ódio. - Esses malditos vão abandonar tudo pelo que lutamos?-Elise disse ainda horrorizada.- Que tipo de líderes eles são?

Louie suspirou e falou logo após sua comandante.

-Mas o que podemos fazer? Não somos ninguém para desafiá-los... - O general tentou acalmar a jovem de vinte e um anos.

-MENTIRA!-Gritou a garota e todos olharam para ela horrorizados. – Somos o exército! Podemos sim dizer não!-Fez uma pausa para a afirmação. - Vocês é que são covardes e incapazes de se revoltar! Eu não vou cooperar com essa missão!-Terminou e saiu da sala, sem nem sequer olhar para trás.

Os generais suspiraram.

-É uma pena que, temos ordem para matá-la. -Disse Alexander.


Elise estava sentada na sua sala, de olhos fechados e com a mão direita na face, sem saber direito o que fazer. Ela sempre havia cumprido suas missões e ordens com perfeições, mas aquilo que eles queriam era demais.

Ouviu alguém entrar sem fôlego na sala e seu semblante se tornou um pouco irritado. Era o mesmo menino com o francês podre que a havia chamado para a reunião.

-Jonathan. O que faz aqui?-A frieza era clara em seu tom de voz, o garoto tremeu.

-Lady Delacour... Fuja!-Jonathan ajoelhou-se aos seus pés, chorava e suplicava. -Eles iram matá-la... Eles tinham ordens que se você se negasse a cooperar matá-la. -Terminou com a voz fraca e trêmula. A morena se levantou e olhou para ele, obviamente chocada.

-Acalme-se Jon!-Sua voz foi um tanto autoritária. - Obrigada... Mas para onde posso fugir? Nenhum lugar é seguro.

O jovem de dezenove anos olhou para a comandante e disse quase num murmúrio.

- Lembra-se de Robert Sterling?-Jon perguntou a mulher à sua frente.

-O desertor? Sim, me lembro, por quê?- Perguntou Elise, sem entender.

-Ele havia descoberto o massacre e fugiu. Robert me disse que quando você descobrisse, lhe entregasse isso. -Então, Jonathan lhe estendeu um envelope de papel, Elise abriu e leu a carta.

“Delacour,

Sei que pode ser fria e gélida, mas também sei que possuí um coração. Quando receber a carta a verdade estará dita, e você poderá pensar com clareza.

Após sair do exército, me juntei a uma pequena resistência. Eles eram liderados por nosso grupo em Marte que sabe da verdade sobre o que o exercito pretendem, planejamos uma missão de fuga para quando o plano fosse revelado. Preferíamos partir logo, mas Clarice nos convenceu de que você era útil, então esperaremos você.

Vamos lá Princesa de Gelo, se você ficar você morre de todo jeito e se for conosco poderá rever sua irmã.

Existe ainda dúvida depois disso, Elise?”

A dona dos olhos azuis se levantou da cadeira.

-Leve-me até Robert Sterling, Jonathan. E é para já mesmo. – Jon se levantou e saiu andando, com a Princesa em seu encalço.


O quartel general da resistência era longe da Cidade Central, o quartel general do exercito que se levantava onde um dia fora a cidade de Nova York. Era escondido por uma passagem subterrânea e ao ver aquele lugar, Elise ficou estupefata. Era extremamente organizado e dotado de tecnologia. À medida que adentravam o corredor largo e cheio de salas, as pessoas olhavam para ela e comentavam.

Usava uma calça jeans escura, blusa branca e uma jaqueta de malha colada aos braços banca, fora botas negras. Jon a levou para uma sala onde um homem de vinte e cinco anos com cabelos vermelhos e olhos azulados estava sentado em uma cadeira e deu um leve sorriso ao ver a comandante.

-Robert. –A Delacour lembrou-se da face.

-Sim, minha cara Elise. –O homem respondeu numa voz calma. -Jon, você foi muito útil, mas preciso conversar com ela a sós. – Jonathan apenas balançou a cabeça e saiu da sala. - Eu fico feliz que tenha vindo, e tenho certeza que Clarice também ficará.

Elise deu um sorriso sarcástico.

-Eu não gosto da idéia fugir só para sobreviver invés de enfrentar aqueles malditos, mas acho que Clarice é mais importante do que um bando de covardes. –Respondeu a Princesa de Gelo, impassível.

-Você realmente merece o título de Princesa de Gelo. - A jovem rodopiou os olhos e Robert riu. – Enfim, partiremos amanhã na hora da alvorada a viajem deve durar... -O líder da resistência foi cortado antes de terminar.

-Dois dias e quarenta minutos, na velocidade normal. Por favor, Robert, não queria me ensinar distancias astronômicas. – O Sterling riu, ela exatamente como ele imaginava. -Mas, e se eles descobrirem e nos seguirem? Os militares têm o controle dos escudos de energia que protegem Marte, não admitiram uma nave não registrada. – Continuou calmamente, ignorando a risada.

-Naturalmente, mas lá em cima os subordinados de sua irmã construíram um super computador, e irão tomar o controle dos escudos. Clarice é realmente brilhante, você sabe.

Elise não conseguiu não sorrir com o comentário.

-E porque partimos amanhã?-Indagou a Delacour.

-Porque será um dia antes do extermínio. Não temos como impedir o genocídio, mas podemos impedir que os generais e os líderes cheguem a seu destino. Posso contar com sua ajuda, Elise?-Robert estendeu a mão para a garota.

A Princesa de Gelo sorriu de lado e apertou a mão de Rob e comentou:

-Tudo para mandar aqueles covardes para o inferno.


O espaço era lindo. Pensou Elise contemplando as estrelas com nunca antes havia feito. Ela se sentia extremamente feliz e satisfeita. A fuga foi perfeita, já era tarde demais quando os membros do exército notaram um foguete estranho que não constava nos registros, Marte havia se revoltado e tomado o controle.

Reconheceu a voz que falou no alto falante como a de Jonathan e sorriu por saber que ele estava bem. Avisava que faltava apenas meia hora para adentrarem na atmosfera de Marte. Notou que alguém se sentou ao seu lado.

-Falta pouco agora, Elise.-Robert disse em francês.-Espero que esteja animada.- Acabou de falar e se levantou, voltando para sua poltrona. A ex-comandante deu uma leve risada e fechou os olhos, acabando por adormecer.

Acordou com alguém a balançando e se assustou, até se deparar com a face de uma jovem que também fazia parte da resistência.

-Lady Delacour... Nós chegamos!-Disse sorrindo para a francesa. Elise assentiu, tirou o sinto e se levantou. Pegou sua pequena bolsa preta e saiu da nave.

Marte não era mais vermelho. O céu era azul e a pequena cidade lhe lembrava as que se encontravam ao redor da Cidade Central.

Quando saiu do portão de embarque, seus olhos se encontraram com outros azuis. Elise sorriu e caminhou até a pessoa de quem havia sido separada há tanto tempo.

E quando a abraçou, ficou triste pelas pessoas no mundo que estavam perdendo a família, que sofreriam nas chamas da guerra, mas então se lembrou de algo que a tranquilizou:
O caos não era só o fim. Também era o começo, o renascimento após a destruição, era uma nova esperança que nascia depois da escuridão.


Poxa, deu tempo de escrever a Fic! Nem acredito que consegui. Não era bem minha idéia original, mas eu até gostei, espero que tenha ficado Sci-Fi suficiente. Sério, a idéia original acontecia ANTES do massacre, mas assim ficou melhor. Enfim, algumas coisas não ficaram claras, mas acho que deve ter ficado bom u_u’
Espero que gostem <3

Sim a droga do título é o nome d euam música u__u'

Eu adorei a fic!
Achei envolvente e a Elise é puro poder uhauhauha
Deu curiosidade de saber o que aconteceria na terra. Todos morrem? E essa fic abre uma brecha para boas continuações. <3

Demorei pra ler, mas li. Adorei. Fico imaginando o que aconteceu depois.

Kyo~ Obrigada <3. Elise é puro poder mesmo, hhohohoho. O que aconteceu bem, isso eu deixei em aberto, é a imaginação d ecada um que dvee decidir XD

Ma~ Obrigada *--*

Nossa, ficou mesmo muito boa. Gostei pra caramba do enredo, dava um mangá e tanto viu? <3333

Muito boa mesmo, eu amei *-----*