Someone I need...
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Kio'
lucasper
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Miyahe
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Someone I need...
Meu presente(Miyahe) para Katsura foi uma fic *--* tá bem grande, porque eu queria que fosse bem grande '-'. Não é dividida em capítulos, porque eu acho que eles tiram um pouco a essência do texto e achei interessante por tudo de uma vez só.
OBS: Tem 10 pgs.
OBS²: A linguagem aqui usada na narração não é a da época, pois o texto é narrado em terceira pessoa(um observador qualquer dos tempos atuais).
OBS³: Recomendo à quem estiver lendo ouvir músicas românticas, como The only exception(Paramore) e Like the beginning(T-ARA)
OBS²+²: Por algum motivo, na pré-visualização, os parágrafos não estão saindo Ç.Ç como eu não sei mudar isso, vou deixar assim, mas saiba que eu pus o espaço dos parágrafos, ok? :3~
Bom, antes de começar a fic, eu gostaria de dizer umas besteirinhas pra ele *---*...
Nossa, Kat, faz pouco tempo que a gente se conhece, eu até te arrastei pra cá -q, mas saiba que eu te dou o maior valor do mundo...saiba que você é muito importante pra mim, assim como no título do tópico, eu realmente preciso de você. Sem você, eu não aguentaria tudo pelo o que estou passando, por essas coisas todas que estão acontecendo na minha vida. Eu me sinto tão à vontade com você, é como se quando eu ficasse perto de você, tudo sumisse...a agonia, o medo, a decepção, as lágrimas reprimidas....eu queria te dizer tudo isso à muito tempo, mas eu não iria conseguir de jeito nenhum, por isso eu estou escrevendo isso, completamente corada...
Você é aquele que me deixa em paz, que me faz sorrir quando tudo está ruim, quando o que eu mais quero é ficar sozinha, isolada e chorar até sumir...você é meu porto-seguro, aquele que deixa minha alma aquecida com um carinho tão cheio de graça e esperança que nem mesmo eu consigo acreditar....eu sei que você acha que não é tudo isso, porque eu te conheço bem xD e você sabe que a minha resposta vai ser que você é tudo isso sim, pra mim....e sempre será...
Eu gosto muito de você, nunca me deixe, nunca desapareça da minha vida, pois você já é essencial nela <3
Portanto, meu presente à você.
#FATO: Esses personagens aí não parecem muito comigo ou com você fisicamente, justamente por isso que eu os criei u_u. Queria que as características da personalidade dominassem na fic, e não o físico.#
Amor eterno
A noite não era mais tão acolhedora. A sensação de paz que vinha com ela sumira, como um pó espalhado pelo chão. Se fragmentou até desaparecer, deixando a garota que corria sem proteção. As estrelas não mais a iluminavam. A barra de seu longo vestido estava imunda, totalmente coberta de lama.
O vestido da garota de cabelos castanhos-avelã era revestido de fios de cor dourada. Os tecidos utilizados para confeccioná-lo vinheram do Egito. Era de um tom esverdeado, como a esmeralda mais brilhante. Seus detalhes foram minuciosamente calculados. Sua manga era longa e cobria seu ombro totalmente, simbolizando que pertencia a realeza. Toda a mulher que estivesse com o ombro coberto por vestes pertencia à nobreza por direito e não era permitido a camponesa alguma fazer o mesmo. Se fizesse, estaria sujeita a ser decapitada. Seu vestido possuía um bordado com ricas rendas de cor púrpura, a qual era tão rara quanto a Pedra Filosofal para os alquimistas. Além disso, este iria até a altura de sua clavícula, deixando apenas seu pescoço à mostra.
A garota corria. Seus pés já protestavam havia horas, mas ela não podia parar. Estava lutando pela sobrevivência. Seu reino havia sido atacado. Os dois servos que vinheram consigo haviam sido mortos por inimigos pelo caminho. Junto à eles foram seus cavalos. Também foi o cavalo branco da garota, a qual só possuía agora um negro cavalo que carregava comida, roupas e uma coroa. Dentro de seu vestido, carregava uma bolsa de moedas e uma mísera adaga. Nunca havia aprendido a arte de lutar, mesmo tendo aprendido tantas artes em sua vida.
A mandaram fugir assim que souberam do ataque, para que pelo menos um dos membros da Família Real sobrevivesse, para que futuramente o povo a colocasse no trono. Era a Princesa de Artenal, o Reino que idolatrava a Deusa Atena, Deusa da Guerra e da sabedoria. Era a filha mais velha de Apier, Rei de Artenal, e, portanto, a herdeira legítima ao trono, pois não possuía um irmão.
A gélida ventania castigava seu rosto, mas brincava com seus longos cabelos e vestes. Sua sapatilha estava suja, assim como suas esperanças. O cheiro ao ar não era nada agradável. Parecia que vários ogros se melaram de lama e passaram por alí, após um mês sem tomar banho.
A garota sofria. Ela tentava não pensar sobre sua família morrendo. Tentava não pensar que nunca mais a veria. Tentava não pensar no desastre que ocorria. Quanto à seus servos, os únicos que gostaria de salvar eram suas criadas Sephora e Adamantina, além de seu fiel Katsura. Era um rapaz que gostava de acompanhá-la pelo jardim, admirando as belas e exóticas flores, ao mesmo tempo que amava estar próximo da Princesa, o que ela não sabia. Era uma pena o Jardim ser destruído.
Numa distração, tropeçou numa pedra e caiu no chão, com os joelhos e cotovelos apoiando a aterrissagem. A garota, de olhos de uma coração violeta como a mais polida ametista, o que era a prova de que era da Família Real, estava deprimida. Ela tinha vontade de chorar, mas não iria. Iria ser forte, apesar de não acreditar nisso. Levantou-se do chão, com o vestido já bem sujo e gasto, assim como seus próprios cotovelos, agora machucados. Ouviu algo atrás de si. Começou a correr em desespero, tentando olhar para trás. Um soldado inimigo a havia visto. Sua adrenalina estava no auge, um perigo à vista. Qualquer movimento em falso, qualquer falha causaria sua morte e também de seu reino, o qual daria tudo em troca. Pensou rápido. Era muito inteligente, desde pequena. Tinha uma vantagem à seu favor, apesar de não saber como lutar, observou que o soldado tinha sua perna bastante machucada, portanto, seus movimentos estavam mais limitados, mas ainda assim possuía espada e armadura.
A garota observou que o pescoço do soldado estava exposto. Seria onde atacaria. Era o único lugar onde não havia armadura alguma, além do cotovelo. Começou, então, a deixar a razão fluir, enquanto abusava da adrenalina de sua velocidade e seus cabelos ao vento, apesar do frio. Lembrou que havia uma árvore maior um pouco mais à frente, onde escreveu seu nome nela, quando pequena. Iria dar a volta nesta e cravar a adaga no pescoço dele. Se ele fosse atrás dela, pela árvore, jogaria a adaga em sua direção ao fim da volta, calculando quanto tempo levou para dá-la e, portanto, quando ele iria terminá-la, para que fizesse o ângulo exato em seu lançamento. Seria sua única chance. Se ele desse a volta ao contrário, lançaria a adaga, distraindo-o jogando-lhe um tecido, o qual pegou do negro cavalo e o pôs dentro de seu vestido, antes de sair do castelo, para que lhe desse força. Não adiantaria subir no cavalo e ir embora, pois ele voltaria e contaria ao seu líder que ela passara por ali.
Então, foi até a árvore. Seus pés a matavam de dor, mas não ligava. Nem ligava que seria a primeira vez que matava alguém. Se matasse. Era tudo para o seu reino, sempre. Até sua vida por ele, como desde criança aprendeu. Deu a volta rapidamente, aumentando sua velocidade e, logo, sua adrenalina aumentou. O soldado tentou procurá-la, mas não deu a volta na árvore. Quando a garota terminou a volta, ele estava de costas para ela. Ela sacou sua adaga silenciosamente e cravou-a no pescoço do soldado, sem hesitar. Puxou-a novamente para fora do corpo dele, com um nojo interior ao ver o sangue dele em sua adaga. Enquanto ele caía e berrava de dor, uma flecha o atingiu. Seria um arqueiro aliado ou inimigo? Ela é quem não iria ficar para descobrir. O arqueiro talvez o quisesse matar para matar a Princesa com suas próprias mãos e ganhar mérito. Ela não teria vantagem ou chance alguma com um arqueiro. O jeito era ir correndo pelas árvores, principalmente atrás dos troncos. Mas mesmo assim seria complicado, devido ao preparo físico, destreza, mira e maior área de ataque deste. Ela, então, correu ao seu cavalo, jogou algumas coisas deste ao chão e o montou. Quando iria partir pelas árvores, ouviu um grito:
- Miyahe! – Reconheceria aquela voz em qualquer lugar ou hora. O som dela em seus ouvidos era como se a Noite voltasse a ser acolhedora, voltasse a ter paz e as estrelas voltassem a lhe iluminar. Parou o cavalo, que, protestando, virou-se contra a sua vontade. A garota ficou à frente do seu servo preferido. O rapaz usava uma túnica azul-escura, lembrando a cor da pedra turquesa, cor que valorizava muito. Esta lhe caía muito bem.
Usava botas escuras e possuía um símbolo em seu pescoço, algo que lembrava uma flor em volta de uma estrela, como uma tatuagem de cor vermelho escarlate. Era o símbolo do brasão da Família Real. A tatuagem indicava que ele era um servo e pertencia a ela.
Katsura sorriu. Aquele simples sorriso provocou um mar de emoções na Princesa. Desejou silenciosamente que um Príncipe, um dia, a fizesse sentir-se assim. Mas de preferência, muito melhor. Seu servo tinha uma pele muito bonita, de cor de oliva. Seu queixo, assim como suas sobrancelhas, era rígido, em contraste com suas maçãs do rosto, as quais ficavam com uma cor rosada com muita facilidade. Seu nariz era um tanto grande para os padrões de beleza da época, mas nada que prejudicasse a beleza em seu rosto.
Seus olhos eram um tanto puxados para as extremidades de seu rosto, mas era tão pouco que apenas um bom observador perceberia. Possuía espinhas e marcas do seu estresse diário, assim como um pequeno sinal de cor escura em sua bochecha direita. Sua testa era meio coberta por seu cabelo de cachos negros como a Escuridão. Já seus olhos eram de um tom de castanho médio: Nem escuro, nem claro. Talvez o mais puro castanho que a herdeira do trono tenha visto. Por fim, seus lábios avermelhados e convidativos exibiam dentes de um tom branco como as nuvens. Seu corpo era bem trabalhado. Era alto, possuía ombros largos, o que sempre chamou a atenção da garota, por mais que ela negasse.
Ele aproximou-se dela. Seu cavalo de cor de madeira estava um pouco mais atrás, preso a uma árvore qualquer. Seu coração sentia-se turbinado de emoções quando via a criatura que mais amava: A única com quem nunca se casaria. Ele sabia disso mais do que ninguém. Seus batimentos cardíacos aceleravam assim como o suor que escorria de suas costas. Estava mais preocupado com ela do que com ninguém mais. Mas não podia transparecer isto. Não podia porque sabia que ela estava sofrendo. Dava pra ver em seus profundos olhos violeta o que não demonstrava: O medo, o horror, as lágrimas que reprimia a muito tempo. Ambos sabiam disso. Mas nenhum dos dois iria tocar no assunto.
O rapaz correu rapidamente ao seu encontro enquanto ela se dirigia lentamente a ele, guiando cuidadosamente seu cavalo. Ele chegou até ela e expirou o ar que guardava com alívio ao ver que ela não possuía machucados graves. Por ela, ele enfrentaria um exército. Sua vida já a pertencia. Treinava todos os dias com várias armas para aprender a protegê-la. E o todo o sacrifício agora daria resultado, assim ele esperava. Ajudou-a descer do cavalo, segurando gentilmente sua mão. Esse simples toque fez a pele de ambos formigar.
Os olhos dela, antes em desespero, recuperaram seu brilho com a chegada do rapaz. Ela o abraçou, sem mesmo hesitar ou pensar duas vezes. O calor de seus corpos sendo comprimidos um ao outro os dava um enorme prazer e também aquecia o fogo de suas almas. Após um longo período de silêncio, apenas quebrado com os barulhos de animais da floresta e da respiração de ambos, ele a afastou para olhá-la nos olhos e a contou algo que queria dizer-lhe fazia muito tempo:
- Senti vossa falta. – Balbuciou, gaguejando. Ele queria dizer algo mais, mas não podia. Ele era muito tímido. Principalmente na companhia daquela que amava. Quando pôde olhar em seus olhos, viu violentas lágrimas ameaçarem rolar por seu rosto e, após meio segundo, começaram a brotar de seus olhos. Ele enxugou-as com o polegar direito, enquanto fazia uma prece silenciosa para que tomasse todo o sofrimento dela para si.
- Katsura....tu fostes tudo o que me restou. – Ela tentou inspirar o ar que lhe faltava. Ele a admirava tanto. Por sacrificar sua família, sua casa, sua vida por seu reino. Por ser tão intelectual e dominar tantas áreas do conhecimento. Por sua gentileza e simplicidade, mesmo tendo tanto luxo. Por sua estonteante beleza que o fazia ficar sem palavras.
- Tu deves me ajudar a fugir e garantir a prosperidade da Família Real e de meu reino. – Ela disse, sem nenhuma sombra de dúvida sobre seu rosto. Apenas decepção, tristeza e fadiga a afetavam. O rapaz curvou-se, numa referência a ela. Ele sabia que ela odiava isso, mas era apenas para provocá-la, para que ela esquecesse um pouco a sua dor.
- Farei o que minha senhora determinar – Usou o termo para se referir a ela por duas razões: Uma porque o usava para tratar de sua mãe, a Rainha, o que a herdeira logo percebeu, surpreendendo-se. Mas não falou nada quanto a isso, muito menos quanto à referência. Afinal, ali não era hora nem lugar para isto. A segunda razão era devido ao trovadorismo, predominante na época, o qual tratava a amada como mia senhor(minha senhora). Como ela iria se tornar Rainha brevemente e pela pureza que carregava em seu coração, não chegou a perceber o segundo motivo.
A garota de longos cabelos de cor de avelã deu um meio sorriso. Como, mesmo naquela situação, conseguia dar um meio sorriso? Apenas Katsura fazia isso, só poderia ser. Era a aura ao seu redor, talvez. Ele derreteu todas as suas defesas com o sorriso dela. Ela era a única que o conseguia deixar tão vulnerável por um minúsculo intervalo de tempo. Para despistar o rosto já quente e rosado, o rapaz passou a mão sobre seus cabelos. Tal ato fez a Princesa sentir seu rosto aquecer e soube que este estava corando. Aproveitou, então, para pegar suas coisas do chão e levá-las de volta ao cavalo. O rapaz, por sua vez, fez um sinal de que já voltaria e foi ao encontro de seu cavalo, o desprendendo da árvore e o levando ao encontro da moça. Lá, sem nem mesmo perguntar, o rapaz pegou parte de suas coisas e as pôs em seu cavalo, dividindo-as para que ela pudesse cavalgar.
- Pronto, agora vós podeis cavalgar. – Ela agradeceu com um gesto delicado e ele a ajudou a subir no cavalo, com bastante cautela.
- E tu? – Ela perguntou – Irás andando? – A herdeira estava preocupada. Ele disse-a tranquilamente:
- Não vos preocupais comigo. – Ele a confortou. Ela não mais argumentou. Estava segura com ele. Tudo iria dar certo. Tudo terminaria bem. A sensação de alívio a confortou. Queria ser forte, mas não conseguia mais. O cansaço era visível em seu rosto, marcado por uma marca de cor lilás escuro abaixo de seus redondos olhos de tonalidade violeta. Encostou sua cabeça em seu cavalo, descansando sobre ele. Tentava não fechar os olhos. Tentava grudá-los próximo à suas sobrancelhas para que ficassem bem abertos. Mas não conseguia. Mesmo com um pouco do seu medo de se perder ali naquela terrível floresta, a qual transmitia estranhos barulhos, mas em sua maioria, de animais ou vegetais, de ficar sozinha naquele escuro ou pior: Ser morta e perder seu reino para sempre. A maioria da sensação de medo foi-se, mesmo uma pequena quantidade permanecendo. Lentamente, a garota deixou-se levar por seu sono e, quando menos percebia, passou a dormir num sono profundo.
O rapaz de pele de tonalidade da mais exuberante oliva observava se havia algum perigo à frente, sabendo que a garota de pele clara e olhos violetas que o acompanhava adormecera.
O que ele sentia por ela era algo além da servidão e da admiração. Disso, ele tinha certeza. Seu corpo enrijecia só de sentir o doce perfume dela ou de tocar-lhe alguma parte do corpo. Era algo que ele ainda desconhecia: O amor. Desejava tê-la em seus braços. Desejava possuí-la para sempre. Desejava criar sua família com ela. Mas não poderia, nunca. Uma Princesa nunca se casava com um camponês. Essa era a mais dolorosa verdade. Ela nunca o amaria como ele a amava. Ela nunca o desejaria como ele a desejava. Era como uma flecha em seu pobre coração ao pensar nisso. Uma flecha ríspida e completamente intolerante. Ela seria confeccionada com um metal precioso e aço novo. Seria o último apelo da misericórdia.
Por isso, fingia. Fingia que não a amava, fingia que não a desejava. Só para poder vê-la. E como queria dizer-lhe tudo o que sentia. Mas também era muito tímido para tal ato.
Conheciam-se desde os oito anos, quando ele começou a auxiliar sua mãe na Cozinha Real. A Princesa, na época com seis anos, se perdeu e acabou chegando lá.
Aos seus olhos, ela parecia uma Deusa de olhos de cor violeta. Era muito bela, talvez a mais bela do reino. Era baixa, mas nada que a impedisse de fazer algo. Sua pele era pálida, tão pálida que parecia estar doente. Seus olhos eram bastante redondos e chamavam muita atenção. Suas feições do rosto eram super delicadas e ele tinha medo que, se a tocasse, ela sumiria. Era meiga e acolhedora como a Lua e possuía cabelos curtos, de uma tonalidade da cor de avelã. Seus lábios, na época, eram finos e rosados, assim como suas maçãs do rosto, rechonchudas, ficavam quando estava envergonhada.
Seu nariz era bem afilado e seu queixo, bem definido. No dia da cozinha, quando se falaram pela primeira vez, ela, dócil como o mel, aproximou-se cuidadosamente dele, após ter avisado a uma das criadas que queria que preparassem sua cama para que pudesse dormir. Ela, então, o saudou:
- Tu. – Ele, muito tímido, tinha medo até mesmo de falar com ela, portanto, escondeu-se atrás do saiote de sua mãe. Ela, sem nenhuma resposta, o perguntou, com uma voz que mais pareciam sinos em sua cabeça. – Meu nome é Miyahe e o teu? – Ela sorriu. Ele sentiu o rosto esquentar quando viu aquele sorriso.
- Katsura. – Ele hesitou antes de falar. Ela se aproximou mais ainda e lhe deu um abraço, usando um vestido pêssego de seda e bordados de tom verde-esmeralda. Depois, disse-o:
- Espero que nossa amizade dure para sempre. – E sorriu. Nunca mais ele esqueceu daquelas palavras. É por causa daquilo que finge tanto. É por causa daquelas palavras que tanto deseja protegê-la. É por causa do seu amor que convenceu seu pai, o Conselheiro do Rei, à pedir ao Rei que só permita o casamento dela aos 15 anos. Claro que ele não aceitou de imediato, porém, com os argumentos religiosos e racionais do seu Conselheiro, o Rei acatou a medida, com a condição de que se um membro de uma Família Real rica estivesse interessado nela, ela casaria. Porém, naquela época, muitos reinos estavam falindo. Para a sorte de Katsura, Miyahe não arranjou noivo algum. Era um alívio. Se perguntava, às vezes, se foi a coisa certa à fazer, mas não ligava. Não mais.
Se perguntava se ela lembrava daquela época. Afinal, passaram-se oito anos. Muito tempo. Imerso em pensamentos, voltou à realidade, com um ar de tristeza.
Ainda andou muito, o bastante para que ficasse sonolento, mas não o bastante para parar de andar ou de proteger a Princesa. Até que avistou, bem ao longe, uma aldeia. Esta seria ótima para o conforto da Princesa e todos a ajudariam em sua chegada, sendo a Família Real muito valorizada.
O jovem rapaz ouviu um barulho pela floresta. Um som novo, não era como o que ele ouvia antes: Animais e plantas vivendo em seu hábitat natural. Parecia um barulho de alguém pisando num galho ou graveto. Ele logo sacou sua espada.
A herdeira acordou. Também ouviu o barulho e, assim como seu servo, se armou. Puxou a adaga de sua perna e preparou também seu pedaço de tecido, agora próximo ao seu seio, para servir de alguma distração, caso tivesse que partir para uma luta corpo a corpo.
Da mata, saíram dois cavaleiros inimigos. Um o seu servo pegou, o outro tentou passar por ele, mas não conseguiu. Katsura travava uma batalha mortal com sua espada. Sabia que tinha muitas chances de morrer, mas a salvaria. Com certeza a protegeria. Até sua completa morte. A lâmina de sua espada dançava contra as dos seus inimigos e contra o próprio vento. O barulho de metal sendo desafiado lhe era familiar. O lembrava dos ferreiros próximos à sua casa. A adrenalina era bem vinda e também havia sido muito procurada. Ele ansiava pelo gosto da vitória. Ou da morte. Não sabia muito bem qual dos dois o esperavam.
Sua sorte é que era mais hábil com a espada e mais ágil que ambos os cavaleiros, os quais estavam de armadura. Esta era muito bonita e reluzia no Luar. Agradeceu mentalmente por seus treinos a noite, o que lhe proporcionou uma melhor visão e audição para sentir e prever os golpes dos inimigos. Seu sonho impossível de virar cavaleiro e casar-se com a Princesa nunca seria sonhado outra vez, se morresse. Sua espada ameaçava voar e sentia que estava perto de perder e levar algum golpe. Deixou-se levar por um momento, em busca de ver, apenas mais uma vez, o rosto dela, mesmo que este demonstrasse espanto e medo. Seu preço foi alto: Um bom corte na perna. Um líquido passou a escorrer desta. Era vermelho como a escarlate. Era muito convidativo pela sua coloração e começou a sentir o cheiro de ferro no ar, talvez vindo desta substância. A dor era insuportável, o incomodava mais que tudo, mas tentou esquecê-la. Gritou:
- Miyahe, fuja! – A Princesa, antes paralisada pelo medo, agora percebia a situação. Não iria obedecer a ordens de um servo, mesmo sendo de Katsura e sabendo que era a coisa correta a fazer. Desceu do cavalo, após perder a atenção de seu servo, e desferiu, com agilidade e furtivamente, um golpe com a adaga no pescoço e um dos cavaleiros. Katsura foi surpreendido, mas nada disse. Talvez a dor junto da adrenalina o tenha calado. O outro cavaleiro tentou alcançar a garota, mas assim que desviou sua atenção à ela, Katsura o decapitou, sentindo o peso de sua espada e a tensão por todo o seu corpo. Foi quando a jovem herdeira avistou seu ferimento e rapidamente correu em sua direção, preocupada. Ele sorriu. Ela o perguntou, com a mesma voz de sinos de sempre, tentando reprimir um suspiro de horror.
- Tu estás bem? – Ela se reprimiu mentalmente. Que pergunta mais ridícula, pensou. Ela se abaixou para ver melhor o ferimento, mas ele a impediu.
- Não. Há uma aldeia ali na frente. Vamos. Vós montais e eu ando. – Ele falou, com tanta simplicidade e autoridade em sua voz que ela se surpreendeu.
- Não. – Foi a primeira vez que negava algo a ele e seus olhos de surpresa a acertaram-lhe em cheio. Sentiu sua alma ferida, que nunca seria carregada por aquele vento frio, como eram levados suas vestes e seus cabelos. Após um longo silêncio, falou-lhe:
- Tu vais montando. E não quero ouvir teus protestos. – Com um ar de aborrecimento e reprimidos seus protestos, subiu no cavalo negro que a Princesa antes montava, com muita dificuldade.
Ela, por sua vez, subiu no cavalo dele, pois este era mais alto e, sendo ela menor, ocupou menos espaço no cavalo, mesmo este carregado de coisas suas. O caminho para a aldeia não foi muito longo, mas para ela pareceu infinito: O vento frio brincava com seus longos cabelos castanhos e suas vestes, além das folhas das árvores próximas e com a túnica e cabelos do seu servo preferido. A preocupação com este lhe fritava o cérebro e soube que, depois disso, deveria fingir ser uma camponesa. Mas como, se seus olhos a deduravam? Ela acharia um jeito. Com certeza. Nem que tivesse que aprender bruxaria, algo que tinha medo e sempre condenou, principalmente por ser tão religiosa. Mas, tudo pelo seu reino. O silêncio estava matando-a. Aprendeu a lidar com isso aos poucos, até chegarem à aldeia.
Lá, todos ficaram surpresos. A garota sorria ao ver a hospitalidade e generosidade de seu povo. Gritos avisando que a Princesa chegou e saudações foram feitas. Sorrisos nas jovens crianças e olhares profundos nos adultos. As casas eram feitas de palha e madeira, enquanto a capela era constituída de uma construção mais forte e resistente. Havia vendedores ambulantes e sapateiros na rua, gritando e chamando as pessoas para comprar seus produtos. O barulho de metal sendo batido pelos ferreiros era confortante. Várias palhas espalhadas pelo chão, cavalos presos próximo às casas, bares fechados e outros locais.
Até que aquela aldeia não era tão pequena assim. Foi em direção a um local que hospedava as pessoas por um determinado preço. Tinha esquecido, por um mísero momento, da dor e dos gemidos de sofrimento provenientes do seu leal servo. Repreendeu-se e foi rapidamente em direção ao dono do estabelecimento, com um sorriso angelical.
- Tu és o anfitrião deste local? – Perguntou-o, após sair de cima do cavalo.
- Sim, sou. – Ele era alto. Possuía olhos de cor negra como a Noite e cabelos claros, da cor de palha.
- Gostaria de hospedar a mim e a meu servo em teu estabelecimento. – Ela sorriu, o persuadindo. – Também gostaria de um curandeiro.
- Seria uma honra hospedar e auxiliar Vossa Alteza. – Ele fez um gesto de agradecimento e então outro em direção a uma criada, de cabelos negros acinzentados. Ela era nova, Miyahe observou. Daria no máximo doze anos à ela. Seu rosto era sombrio, como se tivessem feito coisas horríveis com ela. A garota não possuía vitalidade alguma em seus olhos negros como o desconhecido. Sua pele era de uma tonalidade mais escura que oliva, mas não chegava à madeira intensa. – Arranje um curandeiro, rápido, tua imprestável. – Com as mãos trêmulas, ela rapidamente saiu.
Então, o anfitrião sorridente os levou ao quarto deles, cuidadosamente.
- Perdoe-me não ter algo melhor para Vossa Alteza. – Ele se desculpou. – Infelizmente, estamos com muitos viajantes. Se soubesse antecipadamente da chegada de Vossa Alteza em nossa humilde vila...
- Não te preocupes. – Ela o assegurou. – Será que tu terias outro cômodo igual? – Ela lhe perguntou, educadamente. Katsura estava ao seu lado. Mancava quando andava e a dor o consumia. A sua sorte é que o corte não havia sido tão profundo e agora já sangrava bem menos. Mesmo assim, a dor continuava ali, firme como uma construção. Ainda bem que era bem resistente. O anfitrião disse-a, tristemente:
- Infelizmente, temos apenas este quarto vago. Não vos preocupais. Se vós quereis, vosso servo dorme fora. Porém, penso que ele é leal o bastante para não tentar nada com Vossa Alteza, visto que a perna dele está bem ferida. – Ele, então, entrou no quarto. Arrumou algumas coisas. A Princesa e seu servo entraram em seguida, cada um sentando num amontoado de feno ali presente. – Vossos cavalos estão bem presos lá fora, não vos preocupais. Mandarei alguém os ficar observando. – Ele se dirigiu à porta do quarto. – Tenha uma boa estadia, Vossa Alteza.
- Meus claros agradecimentos, anfitrião. – Ela sorriu e ele fechou a porta. Quando ficaram sozinhos, Miyahe suspirou. Tentava esconder seu ar de preocupação, mas era quase impossível não transparecê-lo. Foi até o rapaz, que aturava a dor de olhos fechados. Ele sentiu o movimento e a inquietação dela, além do doce toque em sua perna. Tentou abrir seus olhos, trêmulos, lentamente e viu o belo rosto de sua amada, tomado de preocupação.
- O curandeiro está a caminho. – Seus olhos estavam marejados, como se estivesse reprimindo as lágrimas. Sua voz de sinos estava trêmula, assim como seu desespero. – Não morra. – Ela sussurrou e abaixou a cabeça. – Perdoe-me. – Lutava bravamente contra as lágrimas.
- Perdoar? – Ele forçou-se para que pudesse falar e riu logo em seguida, para que ela se sentisse melhor. Um falso senso de humor. – Não há o que perdoar, Vossa Alteza. Mas sim agradecer-lhe por ter chamado um curandeiro. Não irei morrer. – Ele tentou sorrir.
- Não fale, não diga mais uma palavra! – Ela aumentou o seu tom de voz. Então, o curandeiro bateu à porta. Ela levantou-se num pulo, observando o frio quarto. Pelo menos, haviam velas ali e o amontoado de feno seria sua cama. Estranho para alguém que vivia no luxo. Sua postura endireitou-se, assim como seu próprio controle
- Entre. – Sua voz de sinos estabeleceu-se outra vez. O medo e a preocupação sumiram de seu rosto e a calma voltou outra vez. O curandeiro entrou, assim como a garota sombria, que carregava as coisas da herdeira.
- Vossa Alteza. – Ele a saudou.
- Minhas sinceras desculpas por incomodar-te, mas tenho uma urgência aqui, caro curandeiro. – Ela o observou de forma suplicante. Este, antes hipnotizado pela sua beleza, foi em direção ao rapaz e começou a pegar panos úmidos e misturas de diferentes ervas. Miyahe virou-se na direção deles. Seu alívio era imenso. Quando olhou novamente para a porta, a garota já havia saído. Saiu do quarto, à procura dela. Não sabia muito bem o que diria, mas não iria ficar no seu quarto enquanto o curandeiro o curava, já que desejava que tudo saísse bem. Olhares curiosos e ansiosos somente atrapalhariam. Ela acabou nos fundos do local, passando por vários corredores, após ouvir barulhos, como se alguém estivesse batendo ou maltratando outra pessoa. Conseguiu ouvir melhor, mas não se atreveu a ver. Já poderia imaginar tudo muito bem.
- Tua vagabunda. – Era a voz do dono do local, que havia sido tão gentil com ela. Ouviu um barulho, como um tapa. – Para quê fostes dizer à minha mulher aquilo? – Outro tapa. – Deixas de ser burra, tua bruxa. – A jovem herdeira ouviu mais um chute e um tapa. Depois, a garota gemeu. – Só porque gosto de brincar contigo, não quer dizer que amo-te. - Deu-lhe uma pancada maior e o cheiro de sangue andou sobre o ar. Ela chorou, mas bem silenciosamente. Depois, disse, ousada e atrevida:
- É claro que tu me amas. Está escrito na tua cara. Tu mesmo me disseste, enquanto estávamos... – Ele a interrompeu.
- Calada. Tu podes morrer de amor por mim, mas podes escrever: Serei o último que te amarei, tua bruxa. – Miyahe ouviu mais passos. Apressou-se e saiu dali, perturbada. Se fazia perguntas, como: O que era aquilo? Por quê? Como? Ela tentou apagar tudo aquilo de sua mente, mas era muito perturbador. Ficou um tempo em um dos corredores refletindo, até que parou. O pânico sumiu e a vontade de ver Katsura aumentou. Seu vestido já estava bem desgastado, assim como seu próprio corpo. Quando chegou no quarto, o curandeiro já havia partido e seu servo estava sentado. Ele sorriu ao vê-la.
- Em cinco dias, isso some. – Disse-lhe. – O curandeiro disse-me que em cinco dias tira o curativo e que o pior some. – Ele sorriu. Ela se aproximou, e, com alívio, tocou-lhe o rosto. O laço inquebrável que eles possuíam acendeu-se fortemente. A mão dela formigava de prazer, apenas por aquele toque. Ele sentiu seu rosto esquentar e a corar lentamente. As batidas dos corações daquele quarto estavam cada vez mais aceleradas. Seus olhos estavam se penetrando e a herdeira lembrou-se de uma vez, à muitos anos atrás, quando estavam passeando no belo Jardim Real.
- Tenho uma surpresa para vós – Ele sorriu, com manha de criança. Ela, curiosa, o seguiu até encontrar uma pequena roseira que deu fruto a uma bela rosa, de cor vermelho-escarlate. Ele a arrancou e, com cuidado, a pôs delicadamente em cima da orelha de sua Princesa.
- Não queria vos contar, mas amo-vos. Amo-te porque sois a mais bela das rosas, a mais inteligente, a mais dócil, a mais gentil e a mais delicada delas. – Ela ficou sem palavras. Sorte sua que seu tio, o barão, o chamou. Ficou com uma sensação de desconforto perto daquele servo, mas mesmo assim, guardou e cuidou da rosa por muito tempo. Aos poucos, fingiu esquecer sobre o assunto e tornou-se amiga dele novamente. Mas, na verdade, nunca esqueceu.
Ele, com as mãos trêmulas, também tocou-lhe o rosto. Aquele quarto era muito simples, mas iria ser especial para ambos. O sangue do rapaz efervescia. Ele a desejava. Desejava tê-la somente para si. Era seu desejo mais obscuro fugir com ela. Casar-se com ela. Ter filhos com ela. Mas ela nunca aceitaria e o odiaria por penar que ela seria capaz de abandonar seu reino. Seu perfume o deixava atordoado. Sua pele exposta, de seu pescoço, o excitava. Tudo nela era perfeito para ele. Tudo era delicado, sensível...refinado. Ele a queria tanto. Tanto que seu coração não parava de martelar fortemente. Até mesmo ouvir sua respiração era bom. Olhar para seus olhos. Tão belos e profundos. O toque entre eles era tão perigoso. O afetava tanto. Ele faria tudo por ela. Enfrentaria o mais forte cavaleiro por ela. Segurou uma das mãos da amada, tão macias quanto plumas e sentiu uma enorme vontade de abraçá-la. Tê-la em seus braços.
A Princesa estava confusa. Seu coração batia fortemente. Estava suando mais que o normal, mesmo o ambiente estando tão frio. Não conseguia tirar os olhos do seu servo. Seu melhor amigo. Aquele que sabia que podia contar. Sensações com as quais nunca conviveu vinham à tona. Desejava mergulhar em seus olhos, beijar seus lábios, tocar seu corpo...eram coisas inadmissíveis para uma garota da realeza sentir num criado. Se perguntava o que estava acontecendo com ela e por quê tinha desejo de sussurrar promessas de amor no ouvido do seu servo?
Ficaram ali, calados, degustando do que apenas um toque os proporcionava. Lutavam para falar algo, mas não conseguiam. Ele, então, não agüentando mais aquilo, aquela atração, fez-lhe um carinho no rosto e roçou seus lábios nos dela, o que a fez tremer todo o seu corpo. Ela não hesitou. Nem o repreendeu. A nova sensação era muito prazerosa. O desejo que ambos possuíam era inquebrável. Em breve, ele a beijou. Sentiu seu gosto em sua boca. Era tão bom quanto hortelã. O beijo durou bastante tempo para ambos. Quando afastaram suas bocas, um olhou em direção ao outro, profundamente.
- Amo-te. – Ele falou, declarando-se. – Amo-te desde que éramos menores e vós me disseis que nossa amizade duraria para sempre. Amo-te desde que plantou tua imagem em mim. Amo-te desde quando te dei a rosa mais bela do jardim, de um vermelho-escarlate, a qual sempre cuidei. Provei-te que vós sois a única que faz meu coração acender em chamas. A única que verdadeiramente amei. A única que desejo proteger até após a minha morte. A única que daria minha vida em troca. A que sinto falta nos dias frios. A que aquece minha alma até mesmo no bruto inverno. A única. A única por quem me apaixonei. – Então, ele fez um carinho nos cabelos da garota. Ela mostrava uma face surpresa, mas de felicidade.
- Sempre te admirei tanto... – Uma lágrima rolou por seu delicado rosto. – Admirei tua coragem, tua bravura, tua honra, tua gentileza, teu carinho... – Ele a interrompeu.
- E eu vossa delicadeza, vossa doçura, vossa inteligência, vossa beleza, vosso poder... – Ela o interrompeu, desta vez.
- Desde que te observava treinar da minha janela, nas solitárias tardes do inverno sem fim...não sabia o que era isto que jorrava de meu peito. – Ela tocou, gentilmente, a região de seu tórax, num simples gesto. – Não compreendia ou não queria compreender. Dizia que era só admiração, por tu ser meu servo favorito. – Outra lágrima brotou de seus olhos. – Um doce engano. – Sorriu. – Terei que me camuflar, portanto, me tornar uma camponesa e viver contigo. Faremos, até mesmo, bruxaria para mudar a cor dos meus olhos. – Pegou sua adaga, presa ao lado de sua perna e escondida pelo vestido. Ele pôde ver a textura e o formato dela perfeitamente. Ela pressionou a adaga em seu cabelo e o cortou, deixando-o bem mais curto, caído sobre seus ombros. Cortou, depois, seu vestido gentilmente, deixando seus ombros à mostra, juntamente a um pequeno decote, apenas um pouco abaixo da clavícula. Ainda assim, seus seios não estavam à mostra. Ela era pura demais para tal ato. Guardou a adaga novamente e, ele, admirado, tocou gentilmente seus ombros. Ela corou.
- Eu te amo, Katsura. – Ela disse, ainda quente, apesar do frio que fazia no quarto.
- Eu te amo, Miyahe. – Ele a declarou, corando um pouco, mas dessa vez com a maior coragem possível. Mais uma última vez, beijaram-se, enquanto a aldeia estava sendo atacada e incendiada pelo inimigo.
OBS: Tem 10 pgs.
OBS²: A linguagem aqui usada na narração não é a da época, pois o texto é narrado em terceira pessoa(um observador qualquer dos tempos atuais).
OBS³: Recomendo à quem estiver lendo ouvir músicas românticas, como The only exception(Paramore) e Like the beginning(T-ARA)
OBS²+²: Por algum motivo, na pré-visualização, os parágrafos não estão saindo Ç.Ç como eu não sei mudar isso, vou deixar assim, mas saiba que eu pus o espaço dos parágrafos, ok? :3~
Bom, antes de começar a fic, eu gostaria de dizer umas besteirinhas pra ele *---*...
Nossa, Kat, faz pouco tempo que a gente se conhece, eu até te arrastei pra cá -q, mas saiba que eu te dou o maior valor do mundo...saiba que você é muito importante pra mim, assim como no título do tópico, eu realmente preciso de você. Sem você, eu não aguentaria tudo pelo o que estou passando, por essas coisas todas que estão acontecendo na minha vida. Eu me sinto tão à vontade com você, é como se quando eu ficasse perto de você, tudo sumisse...a agonia, o medo, a decepção, as lágrimas reprimidas....eu queria te dizer tudo isso à muito tempo, mas eu não iria conseguir de jeito nenhum, por isso eu estou escrevendo isso, completamente corada...
Você é aquele que me deixa em paz, que me faz sorrir quando tudo está ruim, quando o que eu mais quero é ficar sozinha, isolada e chorar até sumir...você é meu porto-seguro, aquele que deixa minha alma aquecida com um carinho tão cheio de graça e esperança que nem mesmo eu consigo acreditar....eu sei que você acha que não é tudo isso, porque eu te conheço bem xD e você sabe que a minha resposta vai ser que você é tudo isso sim, pra mim....e sempre será...
Eu gosto muito de você, nunca me deixe, nunca desapareça da minha vida, pois você já é essencial nela <3
Portanto, meu presente à você.
#FATO: Esses personagens aí não parecem muito comigo ou com você fisicamente, justamente por isso que eu os criei u_u. Queria que as características da personalidade dominassem na fic, e não o físico.#
Amor eterno
A noite não era mais tão acolhedora. A sensação de paz que vinha com ela sumira, como um pó espalhado pelo chão. Se fragmentou até desaparecer, deixando a garota que corria sem proteção. As estrelas não mais a iluminavam. A barra de seu longo vestido estava imunda, totalmente coberta de lama.
O vestido da garota de cabelos castanhos-avelã era revestido de fios de cor dourada. Os tecidos utilizados para confeccioná-lo vinheram do Egito. Era de um tom esverdeado, como a esmeralda mais brilhante. Seus detalhes foram minuciosamente calculados. Sua manga era longa e cobria seu ombro totalmente, simbolizando que pertencia a realeza. Toda a mulher que estivesse com o ombro coberto por vestes pertencia à nobreza por direito e não era permitido a camponesa alguma fazer o mesmo. Se fizesse, estaria sujeita a ser decapitada. Seu vestido possuía um bordado com ricas rendas de cor púrpura, a qual era tão rara quanto a Pedra Filosofal para os alquimistas. Além disso, este iria até a altura de sua clavícula, deixando apenas seu pescoço à mostra.
A garota corria. Seus pés já protestavam havia horas, mas ela não podia parar. Estava lutando pela sobrevivência. Seu reino havia sido atacado. Os dois servos que vinheram consigo haviam sido mortos por inimigos pelo caminho. Junto à eles foram seus cavalos. Também foi o cavalo branco da garota, a qual só possuía agora um negro cavalo que carregava comida, roupas e uma coroa. Dentro de seu vestido, carregava uma bolsa de moedas e uma mísera adaga. Nunca havia aprendido a arte de lutar, mesmo tendo aprendido tantas artes em sua vida.
A mandaram fugir assim que souberam do ataque, para que pelo menos um dos membros da Família Real sobrevivesse, para que futuramente o povo a colocasse no trono. Era a Princesa de Artenal, o Reino que idolatrava a Deusa Atena, Deusa da Guerra e da sabedoria. Era a filha mais velha de Apier, Rei de Artenal, e, portanto, a herdeira legítima ao trono, pois não possuía um irmão.
A gélida ventania castigava seu rosto, mas brincava com seus longos cabelos e vestes. Sua sapatilha estava suja, assim como suas esperanças. O cheiro ao ar não era nada agradável. Parecia que vários ogros se melaram de lama e passaram por alí, após um mês sem tomar banho.
A garota sofria. Ela tentava não pensar sobre sua família morrendo. Tentava não pensar que nunca mais a veria. Tentava não pensar no desastre que ocorria. Quanto à seus servos, os únicos que gostaria de salvar eram suas criadas Sephora e Adamantina, além de seu fiel Katsura. Era um rapaz que gostava de acompanhá-la pelo jardim, admirando as belas e exóticas flores, ao mesmo tempo que amava estar próximo da Princesa, o que ela não sabia. Era uma pena o Jardim ser destruído.
Numa distração, tropeçou numa pedra e caiu no chão, com os joelhos e cotovelos apoiando a aterrissagem. A garota, de olhos de uma coração violeta como a mais polida ametista, o que era a prova de que era da Família Real, estava deprimida. Ela tinha vontade de chorar, mas não iria. Iria ser forte, apesar de não acreditar nisso. Levantou-se do chão, com o vestido já bem sujo e gasto, assim como seus próprios cotovelos, agora machucados. Ouviu algo atrás de si. Começou a correr em desespero, tentando olhar para trás. Um soldado inimigo a havia visto. Sua adrenalina estava no auge, um perigo à vista. Qualquer movimento em falso, qualquer falha causaria sua morte e também de seu reino, o qual daria tudo em troca. Pensou rápido. Era muito inteligente, desde pequena. Tinha uma vantagem à seu favor, apesar de não saber como lutar, observou que o soldado tinha sua perna bastante machucada, portanto, seus movimentos estavam mais limitados, mas ainda assim possuía espada e armadura.
A garota observou que o pescoço do soldado estava exposto. Seria onde atacaria. Era o único lugar onde não havia armadura alguma, além do cotovelo. Começou, então, a deixar a razão fluir, enquanto abusava da adrenalina de sua velocidade e seus cabelos ao vento, apesar do frio. Lembrou que havia uma árvore maior um pouco mais à frente, onde escreveu seu nome nela, quando pequena. Iria dar a volta nesta e cravar a adaga no pescoço dele. Se ele fosse atrás dela, pela árvore, jogaria a adaga em sua direção ao fim da volta, calculando quanto tempo levou para dá-la e, portanto, quando ele iria terminá-la, para que fizesse o ângulo exato em seu lançamento. Seria sua única chance. Se ele desse a volta ao contrário, lançaria a adaga, distraindo-o jogando-lhe um tecido, o qual pegou do negro cavalo e o pôs dentro de seu vestido, antes de sair do castelo, para que lhe desse força. Não adiantaria subir no cavalo e ir embora, pois ele voltaria e contaria ao seu líder que ela passara por ali.
Então, foi até a árvore. Seus pés a matavam de dor, mas não ligava. Nem ligava que seria a primeira vez que matava alguém. Se matasse. Era tudo para o seu reino, sempre. Até sua vida por ele, como desde criança aprendeu. Deu a volta rapidamente, aumentando sua velocidade e, logo, sua adrenalina aumentou. O soldado tentou procurá-la, mas não deu a volta na árvore. Quando a garota terminou a volta, ele estava de costas para ela. Ela sacou sua adaga silenciosamente e cravou-a no pescoço do soldado, sem hesitar. Puxou-a novamente para fora do corpo dele, com um nojo interior ao ver o sangue dele em sua adaga. Enquanto ele caía e berrava de dor, uma flecha o atingiu. Seria um arqueiro aliado ou inimigo? Ela é quem não iria ficar para descobrir. O arqueiro talvez o quisesse matar para matar a Princesa com suas próprias mãos e ganhar mérito. Ela não teria vantagem ou chance alguma com um arqueiro. O jeito era ir correndo pelas árvores, principalmente atrás dos troncos. Mas mesmo assim seria complicado, devido ao preparo físico, destreza, mira e maior área de ataque deste. Ela, então, correu ao seu cavalo, jogou algumas coisas deste ao chão e o montou. Quando iria partir pelas árvores, ouviu um grito:
- Miyahe! – Reconheceria aquela voz em qualquer lugar ou hora. O som dela em seus ouvidos era como se a Noite voltasse a ser acolhedora, voltasse a ter paz e as estrelas voltassem a lhe iluminar. Parou o cavalo, que, protestando, virou-se contra a sua vontade. A garota ficou à frente do seu servo preferido. O rapaz usava uma túnica azul-escura, lembrando a cor da pedra turquesa, cor que valorizava muito. Esta lhe caía muito bem.
Usava botas escuras e possuía um símbolo em seu pescoço, algo que lembrava uma flor em volta de uma estrela, como uma tatuagem de cor vermelho escarlate. Era o símbolo do brasão da Família Real. A tatuagem indicava que ele era um servo e pertencia a ela.
Katsura sorriu. Aquele simples sorriso provocou um mar de emoções na Princesa. Desejou silenciosamente que um Príncipe, um dia, a fizesse sentir-se assim. Mas de preferência, muito melhor. Seu servo tinha uma pele muito bonita, de cor de oliva. Seu queixo, assim como suas sobrancelhas, era rígido, em contraste com suas maçãs do rosto, as quais ficavam com uma cor rosada com muita facilidade. Seu nariz era um tanto grande para os padrões de beleza da época, mas nada que prejudicasse a beleza em seu rosto.
Seus olhos eram um tanto puxados para as extremidades de seu rosto, mas era tão pouco que apenas um bom observador perceberia. Possuía espinhas e marcas do seu estresse diário, assim como um pequeno sinal de cor escura em sua bochecha direita. Sua testa era meio coberta por seu cabelo de cachos negros como a Escuridão. Já seus olhos eram de um tom de castanho médio: Nem escuro, nem claro. Talvez o mais puro castanho que a herdeira do trono tenha visto. Por fim, seus lábios avermelhados e convidativos exibiam dentes de um tom branco como as nuvens. Seu corpo era bem trabalhado. Era alto, possuía ombros largos, o que sempre chamou a atenção da garota, por mais que ela negasse.
Ele aproximou-se dela. Seu cavalo de cor de madeira estava um pouco mais atrás, preso a uma árvore qualquer. Seu coração sentia-se turbinado de emoções quando via a criatura que mais amava: A única com quem nunca se casaria. Ele sabia disso mais do que ninguém. Seus batimentos cardíacos aceleravam assim como o suor que escorria de suas costas. Estava mais preocupado com ela do que com ninguém mais. Mas não podia transparecer isto. Não podia porque sabia que ela estava sofrendo. Dava pra ver em seus profundos olhos violeta o que não demonstrava: O medo, o horror, as lágrimas que reprimia a muito tempo. Ambos sabiam disso. Mas nenhum dos dois iria tocar no assunto.
O rapaz correu rapidamente ao seu encontro enquanto ela se dirigia lentamente a ele, guiando cuidadosamente seu cavalo. Ele chegou até ela e expirou o ar que guardava com alívio ao ver que ela não possuía machucados graves. Por ela, ele enfrentaria um exército. Sua vida já a pertencia. Treinava todos os dias com várias armas para aprender a protegê-la. E o todo o sacrifício agora daria resultado, assim ele esperava. Ajudou-a descer do cavalo, segurando gentilmente sua mão. Esse simples toque fez a pele de ambos formigar.
Os olhos dela, antes em desespero, recuperaram seu brilho com a chegada do rapaz. Ela o abraçou, sem mesmo hesitar ou pensar duas vezes. O calor de seus corpos sendo comprimidos um ao outro os dava um enorme prazer e também aquecia o fogo de suas almas. Após um longo período de silêncio, apenas quebrado com os barulhos de animais da floresta e da respiração de ambos, ele a afastou para olhá-la nos olhos e a contou algo que queria dizer-lhe fazia muito tempo:
- Senti vossa falta. – Balbuciou, gaguejando. Ele queria dizer algo mais, mas não podia. Ele era muito tímido. Principalmente na companhia daquela que amava. Quando pôde olhar em seus olhos, viu violentas lágrimas ameaçarem rolar por seu rosto e, após meio segundo, começaram a brotar de seus olhos. Ele enxugou-as com o polegar direito, enquanto fazia uma prece silenciosa para que tomasse todo o sofrimento dela para si.
- Katsura....tu fostes tudo o que me restou. – Ela tentou inspirar o ar que lhe faltava. Ele a admirava tanto. Por sacrificar sua família, sua casa, sua vida por seu reino. Por ser tão intelectual e dominar tantas áreas do conhecimento. Por sua gentileza e simplicidade, mesmo tendo tanto luxo. Por sua estonteante beleza que o fazia ficar sem palavras.
- Tu deves me ajudar a fugir e garantir a prosperidade da Família Real e de meu reino. – Ela disse, sem nenhuma sombra de dúvida sobre seu rosto. Apenas decepção, tristeza e fadiga a afetavam. O rapaz curvou-se, numa referência a ela. Ele sabia que ela odiava isso, mas era apenas para provocá-la, para que ela esquecesse um pouco a sua dor.
- Farei o que minha senhora determinar – Usou o termo para se referir a ela por duas razões: Uma porque o usava para tratar de sua mãe, a Rainha, o que a herdeira logo percebeu, surpreendendo-se. Mas não falou nada quanto a isso, muito menos quanto à referência. Afinal, ali não era hora nem lugar para isto. A segunda razão era devido ao trovadorismo, predominante na época, o qual tratava a amada como mia senhor(minha senhora). Como ela iria se tornar Rainha brevemente e pela pureza que carregava em seu coração, não chegou a perceber o segundo motivo.
A garota de longos cabelos de cor de avelã deu um meio sorriso. Como, mesmo naquela situação, conseguia dar um meio sorriso? Apenas Katsura fazia isso, só poderia ser. Era a aura ao seu redor, talvez. Ele derreteu todas as suas defesas com o sorriso dela. Ela era a única que o conseguia deixar tão vulnerável por um minúsculo intervalo de tempo. Para despistar o rosto já quente e rosado, o rapaz passou a mão sobre seus cabelos. Tal ato fez a Princesa sentir seu rosto aquecer e soube que este estava corando. Aproveitou, então, para pegar suas coisas do chão e levá-las de volta ao cavalo. O rapaz, por sua vez, fez um sinal de que já voltaria e foi ao encontro de seu cavalo, o desprendendo da árvore e o levando ao encontro da moça. Lá, sem nem mesmo perguntar, o rapaz pegou parte de suas coisas e as pôs em seu cavalo, dividindo-as para que ela pudesse cavalgar.
- Pronto, agora vós podeis cavalgar. – Ela agradeceu com um gesto delicado e ele a ajudou a subir no cavalo, com bastante cautela.
- E tu? – Ela perguntou – Irás andando? – A herdeira estava preocupada. Ele disse-a tranquilamente:
- Não vos preocupais comigo. – Ele a confortou. Ela não mais argumentou. Estava segura com ele. Tudo iria dar certo. Tudo terminaria bem. A sensação de alívio a confortou. Queria ser forte, mas não conseguia mais. O cansaço era visível em seu rosto, marcado por uma marca de cor lilás escuro abaixo de seus redondos olhos de tonalidade violeta. Encostou sua cabeça em seu cavalo, descansando sobre ele. Tentava não fechar os olhos. Tentava grudá-los próximo à suas sobrancelhas para que ficassem bem abertos. Mas não conseguia. Mesmo com um pouco do seu medo de se perder ali naquela terrível floresta, a qual transmitia estranhos barulhos, mas em sua maioria, de animais ou vegetais, de ficar sozinha naquele escuro ou pior: Ser morta e perder seu reino para sempre. A maioria da sensação de medo foi-se, mesmo uma pequena quantidade permanecendo. Lentamente, a garota deixou-se levar por seu sono e, quando menos percebia, passou a dormir num sono profundo.
O rapaz de pele de tonalidade da mais exuberante oliva observava se havia algum perigo à frente, sabendo que a garota de pele clara e olhos violetas que o acompanhava adormecera.
O que ele sentia por ela era algo além da servidão e da admiração. Disso, ele tinha certeza. Seu corpo enrijecia só de sentir o doce perfume dela ou de tocar-lhe alguma parte do corpo. Era algo que ele ainda desconhecia: O amor. Desejava tê-la em seus braços. Desejava possuí-la para sempre. Desejava criar sua família com ela. Mas não poderia, nunca. Uma Princesa nunca se casava com um camponês. Essa era a mais dolorosa verdade. Ela nunca o amaria como ele a amava. Ela nunca o desejaria como ele a desejava. Era como uma flecha em seu pobre coração ao pensar nisso. Uma flecha ríspida e completamente intolerante. Ela seria confeccionada com um metal precioso e aço novo. Seria o último apelo da misericórdia.
Por isso, fingia. Fingia que não a amava, fingia que não a desejava. Só para poder vê-la. E como queria dizer-lhe tudo o que sentia. Mas também era muito tímido para tal ato.
Conheciam-se desde os oito anos, quando ele começou a auxiliar sua mãe na Cozinha Real. A Princesa, na época com seis anos, se perdeu e acabou chegando lá.
Aos seus olhos, ela parecia uma Deusa de olhos de cor violeta. Era muito bela, talvez a mais bela do reino. Era baixa, mas nada que a impedisse de fazer algo. Sua pele era pálida, tão pálida que parecia estar doente. Seus olhos eram bastante redondos e chamavam muita atenção. Suas feições do rosto eram super delicadas e ele tinha medo que, se a tocasse, ela sumiria. Era meiga e acolhedora como a Lua e possuía cabelos curtos, de uma tonalidade da cor de avelã. Seus lábios, na época, eram finos e rosados, assim como suas maçãs do rosto, rechonchudas, ficavam quando estava envergonhada.
Seu nariz era bem afilado e seu queixo, bem definido. No dia da cozinha, quando se falaram pela primeira vez, ela, dócil como o mel, aproximou-se cuidadosamente dele, após ter avisado a uma das criadas que queria que preparassem sua cama para que pudesse dormir. Ela, então, o saudou:
- Tu. – Ele, muito tímido, tinha medo até mesmo de falar com ela, portanto, escondeu-se atrás do saiote de sua mãe. Ela, sem nenhuma resposta, o perguntou, com uma voz que mais pareciam sinos em sua cabeça. – Meu nome é Miyahe e o teu? – Ela sorriu. Ele sentiu o rosto esquentar quando viu aquele sorriso.
- Katsura. – Ele hesitou antes de falar. Ela se aproximou mais ainda e lhe deu um abraço, usando um vestido pêssego de seda e bordados de tom verde-esmeralda. Depois, disse-o:
- Espero que nossa amizade dure para sempre. – E sorriu. Nunca mais ele esqueceu daquelas palavras. É por causa daquilo que finge tanto. É por causa daquelas palavras que tanto deseja protegê-la. É por causa do seu amor que convenceu seu pai, o Conselheiro do Rei, à pedir ao Rei que só permita o casamento dela aos 15 anos. Claro que ele não aceitou de imediato, porém, com os argumentos religiosos e racionais do seu Conselheiro, o Rei acatou a medida, com a condição de que se um membro de uma Família Real rica estivesse interessado nela, ela casaria. Porém, naquela época, muitos reinos estavam falindo. Para a sorte de Katsura, Miyahe não arranjou noivo algum. Era um alívio. Se perguntava, às vezes, se foi a coisa certa à fazer, mas não ligava. Não mais.
Se perguntava se ela lembrava daquela época. Afinal, passaram-se oito anos. Muito tempo. Imerso em pensamentos, voltou à realidade, com um ar de tristeza.
Ainda andou muito, o bastante para que ficasse sonolento, mas não o bastante para parar de andar ou de proteger a Princesa. Até que avistou, bem ao longe, uma aldeia. Esta seria ótima para o conforto da Princesa e todos a ajudariam em sua chegada, sendo a Família Real muito valorizada.
O jovem rapaz ouviu um barulho pela floresta. Um som novo, não era como o que ele ouvia antes: Animais e plantas vivendo em seu hábitat natural. Parecia um barulho de alguém pisando num galho ou graveto. Ele logo sacou sua espada.
A herdeira acordou. Também ouviu o barulho e, assim como seu servo, se armou. Puxou a adaga de sua perna e preparou também seu pedaço de tecido, agora próximo ao seu seio, para servir de alguma distração, caso tivesse que partir para uma luta corpo a corpo.
Da mata, saíram dois cavaleiros inimigos. Um o seu servo pegou, o outro tentou passar por ele, mas não conseguiu. Katsura travava uma batalha mortal com sua espada. Sabia que tinha muitas chances de morrer, mas a salvaria. Com certeza a protegeria. Até sua completa morte. A lâmina de sua espada dançava contra as dos seus inimigos e contra o próprio vento. O barulho de metal sendo desafiado lhe era familiar. O lembrava dos ferreiros próximos à sua casa. A adrenalina era bem vinda e também havia sido muito procurada. Ele ansiava pelo gosto da vitória. Ou da morte. Não sabia muito bem qual dos dois o esperavam.
Sua sorte é que era mais hábil com a espada e mais ágil que ambos os cavaleiros, os quais estavam de armadura. Esta era muito bonita e reluzia no Luar. Agradeceu mentalmente por seus treinos a noite, o que lhe proporcionou uma melhor visão e audição para sentir e prever os golpes dos inimigos. Seu sonho impossível de virar cavaleiro e casar-se com a Princesa nunca seria sonhado outra vez, se morresse. Sua espada ameaçava voar e sentia que estava perto de perder e levar algum golpe. Deixou-se levar por um momento, em busca de ver, apenas mais uma vez, o rosto dela, mesmo que este demonstrasse espanto e medo. Seu preço foi alto: Um bom corte na perna. Um líquido passou a escorrer desta. Era vermelho como a escarlate. Era muito convidativo pela sua coloração e começou a sentir o cheiro de ferro no ar, talvez vindo desta substância. A dor era insuportável, o incomodava mais que tudo, mas tentou esquecê-la. Gritou:
- Miyahe, fuja! – A Princesa, antes paralisada pelo medo, agora percebia a situação. Não iria obedecer a ordens de um servo, mesmo sendo de Katsura e sabendo que era a coisa correta a fazer. Desceu do cavalo, após perder a atenção de seu servo, e desferiu, com agilidade e furtivamente, um golpe com a adaga no pescoço e um dos cavaleiros. Katsura foi surpreendido, mas nada disse. Talvez a dor junto da adrenalina o tenha calado. O outro cavaleiro tentou alcançar a garota, mas assim que desviou sua atenção à ela, Katsura o decapitou, sentindo o peso de sua espada e a tensão por todo o seu corpo. Foi quando a jovem herdeira avistou seu ferimento e rapidamente correu em sua direção, preocupada. Ele sorriu. Ela o perguntou, com a mesma voz de sinos de sempre, tentando reprimir um suspiro de horror.
- Tu estás bem? – Ela se reprimiu mentalmente. Que pergunta mais ridícula, pensou. Ela se abaixou para ver melhor o ferimento, mas ele a impediu.
- Não. Há uma aldeia ali na frente. Vamos. Vós montais e eu ando. – Ele falou, com tanta simplicidade e autoridade em sua voz que ela se surpreendeu.
- Não. – Foi a primeira vez que negava algo a ele e seus olhos de surpresa a acertaram-lhe em cheio. Sentiu sua alma ferida, que nunca seria carregada por aquele vento frio, como eram levados suas vestes e seus cabelos. Após um longo silêncio, falou-lhe:
- Tu vais montando. E não quero ouvir teus protestos. – Com um ar de aborrecimento e reprimidos seus protestos, subiu no cavalo negro que a Princesa antes montava, com muita dificuldade.
Ela, por sua vez, subiu no cavalo dele, pois este era mais alto e, sendo ela menor, ocupou menos espaço no cavalo, mesmo este carregado de coisas suas. O caminho para a aldeia não foi muito longo, mas para ela pareceu infinito: O vento frio brincava com seus longos cabelos castanhos e suas vestes, além das folhas das árvores próximas e com a túnica e cabelos do seu servo preferido. A preocupação com este lhe fritava o cérebro e soube que, depois disso, deveria fingir ser uma camponesa. Mas como, se seus olhos a deduravam? Ela acharia um jeito. Com certeza. Nem que tivesse que aprender bruxaria, algo que tinha medo e sempre condenou, principalmente por ser tão religiosa. Mas, tudo pelo seu reino. O silêncio estava matando-a. Aprendeu a lidar com isso aos poucos, até chegarem à aldeia.
Lá, todos ficaram surpresos. A garota sorria ao ver a hospitalidade e generosidade de seu povo. Gritos avisando que a Princesa chegou e saudações foram feitas. Sorrisos nas jovens crianças e olhares profundos nos adultos. As casas eram feitas de palha e madeira, enquanto a capela era constituída de uma construção mais forte e resistente. Havia vendedores ambulantes e sapateiros na rua, gritando e chamando as pessoas para comprar seus produtos. O barulho de metal sendo batido pelos ferreiros era confortante. Várias palhas espalhadas pelo chão, cavalos presos próximo às casas, bares fechados e outros locais.
Até que aquela aldeia não era tão pequena assim. Foi em direção a um local que hospedava as pessoas por um determinado preço. Tinha esquecido, por um mísero momento, da dor e dos gemidos de sofrimento provenientes do seu leal servo. Repreendeu-se e foi rapidamente em direção ao dono do estabelecimento, com um sorriso angelical.
- Tu és o anfitrião deste local? – Perguntou-o, após sair de cima do cavalo.
- Sim, sou. – Ele era alto. Possuía olhos de cor negra como a Noite e cabelos claros, da cor de palha.
- Gostaria de hospedar a mim e a meu servo em teu estabelecimento. – Ela sorriu, o persuadindo. – Também gostaria de um curandeiro.
- Seria uma honra hospedar e auxiliar Vossa Alteza. – Ele fez um gesto de agradecimento e então outro em direção a uma criada, de cabelos negros acinzentados. Ela era nova, Miyahe observou. Daria no máximo doze anos à ela. Seu rosto era sombrio, como se tivessem feito coisas horríveis com ela. A garota não possuía vitalidade alguma em seus olhos negros como o desconhecido. Sua pele era de uma tonalidade mais escura que oliva, mas não chegava à madeira intensa. – Arranje um curandeiro, rápido, tua imprestável. – Com as mãos trêmulas, ela rapidamente saiu.
Então, o anfitrião sorridente os levou ao quarto deles, cuidadosamente.
- Perdoe-me não ter algo melhor para Vossa Alteza. – Ele se desculpou. – Infelizmente, estamos com muitos viajantes. Se soubesse antecipadamente da chegada de Vossa Alteza em nossa humilde vila...
- Não te preocupes. – Ela o assegurou. – Será que tu terias outro cômodo igual? – Ela lhe perguntou, educadamente. Katsura estava ao seu lado. Mancava quando andava e a dor o consumia. A sua sorte é que o corte não havia sido tão profundo e agora já sangrava bem menos. Mesmo assim, a dor continuava ali, firme como uma construção. Ainda bem que era bem resistente. O anfitrião disse-a, tristemente:
- Infelizmente, temos apenas este quarto vago. Não vos preocupais. Se vós quereis, vosso servo dorme fora. Porém, penso que ele é leal o bastante para não tentar nada com Vossa Alteza, visto que a perna dele está bem ferida. – Ele, então, entrou no quarto. Arrumou algumas coisas. A Princesa e seu servo entraram em seguida, cada um sentando num amontoado de feno ali presente. – Vossos cavalos estão bem presos lá fora, não vos preocupais. Mandarei alguém os ficar observando. – Ele se dirigiu à porta do quarto. – Tenha uma boa estadia, Vossa Alteza.
- Meus claros agradecimentos, anfitrião. – Ela sorriu e ele fechou a porta. Quando ficaram sozinhos, Miyahe suspirou. Tentava esconder seu ar de preocupação, mas era quase impossível não transparecê-lo. Foi até o rapaz, que aturava a dor de olhos fechados. Ele sentiu o movimento e a inquietação dela, além do doce toque em sua perna. Tentou abrir seus olhos, trêmulos, lentamente e viu o belo rosto de sua amada, tomado de preocupação.
- O curandeiro está a caminho. – Seus olhos estavam marejados, como se estivesse reprimindo as lágrimas. Sua voz de sinos estava trêmula, assim como seu desespero. – Não morra. – Ela sussurrou e abaixou a cabeça. – Perdoe-me. – Lutava bravamente contra as lágrimas.
- Perdoar? – Ele forçou-se para que pudesse falar e riu logo em seguida, para que ela se sentisse melhor. Um falso senso de humor. – Não há o que perdoar, Vossa Alteza. Mas sim agradecer-lhe por ter chamado um curandeiro. Não irei morrer. – Ele tentou sorrir.
- Não fale, não diga mais uma palavra! – Ela aumentou o seu tom de voz. Então, o curandeiro bateu à porta. Ela levantou-se num pulo, observando o frio quarto. Pelo menos, haviam velas ali e o amontoado de feno seria sua cama. Estranho para alguém que vivia no luxo. Sua postura endireitou-se, assim como seu próprio controle
- Entre. – Sua voz de sinos estabeleceu-se outra vez. O medo e a preocupação sumiram de seu rosto e a calma voltou outra vez. O curandeiro entrou, assim como a garota sombria, que carregava as coisas da herdeira.
- Vossa Alteza. – Ele a saudou.
- Minhas sinceras desculpas por incomodar-te, mas tenho uma urgência aqui, caro curandeiro. – Ela o observou de forma suplicante. Este, antes hipnotizado pela sua beleza, foi em direção ao rapaz e começou a pegar panos úmidos e misturas de diferentes ervas. Miyahe virou-se na direção deles. Seu alívio era imenso. Quando olhou novamente para a porta, a garota já havia saído. Saiu do quarto, à procura dela. Não sabia muito bem o que diria, mas não iria ficar no seu quarto enquanto o curandeiro o curava, já que desejava que tudo saísse bem. Olhares curiosos e ansiosos somente atrapalhariam. Ela acabou nos fundos do local, passando por vários corredores, após ouvir barulhos, como se alguém estivesse batendo ou maltratando outra pessoa. Conseguiu ouvir melhor, mas não se atreveu a ver. Já poderia imaginar tudo muito bem.
- Tua vagabunda. – Era a voz do dono do local, que havia sido tão gentil com ela. Ouviu um barulho, como um tapa. – Para quê fostes dizer à minha mulher aquilo? – Outro tapa. – Deixas de ser burra, tua bruxa. – A jovem herdeira ouviu mais um chute e um tapa. Depois, a garota gemeu. – Só porque gosto de brincar contigo, não quer dizer que amo-te. - Deu-lhe uma pancada maior e o cheiro de sangue andou sobre o ar. Ela chorou, mas bem silenciosamente. Depois, disse, ousada e atrevida:
- É claro que tu me amas. Está escrito na tua cara. Tu mesmo me disseste, enquanto estávamos... – Ele a interrompeu.
- Calada. Tu podes morrer de amor por mim, mas podes escrever: Serei o último que te amarei, tua bruxa. – Miyahe ouviu mais passos. Apressou-se e saiu dali, perturbada. Se fazia perguntas, como: O que era aquilo? Por quê? Como? Ela tentou apagar tudo aquilo de sua mente, mas era muito perturbador. Ficou um tempo em um dos corredores refletindo, até que parou. O pânico sumiu e a vontade de ver Katsura aumentou. Seu vestido já estava bem desgastado, assim como seu próprio corpo. Quando chegou no quarto, o curandeiro já havia partido e seu servo estava sentado. Ele sorriu ao vê-la.
- Em cinco dias, isso some. – Disse-lhe. – O curandeiro disse-me que em cinco dias tira o curativo e que o pior some. – Ele sorriu. Ela se aproximou, e, com alívio, tocou-lhe o rosto. O laço inquebrável que eles possuíam acendeu-se fortemente. A mão dela formigava de prazer, apenas por aquele toque. Ele sentiu seu rosto esquentar e a corar lentamente. As batidas dos corações daquele quarto estavam cada vez mais aceleradas. Seus olhos estavam se penetrando e a herdeira lembrou-se de uma vez, à muitos anos atrás, quando estavam passeando no belo Jardim Real.
- Tenho uma surpresa para vós – Ele sorriu, com manha de criança. Ela, curiosa, o seguiu até encontrar uma pequena roseira que deu fruto a uma bela rosa, de cor vermelho-escarlate. Ele a arrancou e, com cuidado, a pôs delicadamente em cima da orelha de sua Princesa.
- Não queria vos contar, mas amo-vos. Amo-te porque sois a mais bela das rosas, a mais inteligente, a mais dócil, a mais gentil e a mais delicada delas. – Ela ficou sem palavras. Sorte sua que seu tio, o barão, o chamou. Ficou com uma sensação de desconforto perto daquele servo, mas mesmo assim, guardou e cuidou da rosa por muito tempo. Aos poucos, fingiu esquecer sobre o assunto e tornou-se amiga dele novamente. Mas, na verdade, nunca esqueceu.
Ele, com as mãos trêmulas, também tocou-lhe o rosto. Aquele quarto era muito simples, mas iria ser especial para ambos. O sangue do rapaz efervescia. Ele a desejava. Desejava tê-la somente para si. Era seu desejo mais obscuro fugir com ela. Casar-se com ela. Ter filhos com ela. Mas ela nunca aceitaria e o odiaria por penar que ela seria capaz de abandonar seu reino. Seu perfume o deixava atordoado. Sua pele exposta, de seu pescoço, o excitava. Tudo nela era perfeito para ele. Tudo era delicado, sensível...refinado. Ele a queria tanto. Tanto que seu coração não parava de martelar fortemente. Até mesmo ouvir sua respiração era bom. Olhar para seus olhos. Tão belos e profundos. O toque entre eles era tão perigoso. O afetava tanto. Ele faria tudo por ela. Enfrentaria o mais forte cavaleiro por ela. Segurou uma das mãos da amada, tão macias quanto plumas e sentiu uma enorme vontade de abraçá-la. Tê-la em seus braços.
A Princesa estava confusa. Seu coração batia fortemente. Estava suando mais que o normal, mesmo o ambiente estando tão frio. Não conseguia tirar os olhos do seu servo. Seu melhor amigo. Aquele que sabia que podia contar. Sensações com as quais nunca conviveu vinham à tona. Desejava mergulhar em seus olhos, beijar seus lábios, tocar seu corpo...eram coisas inadmissíveis para uma garota da realeza sentir num criado. Se perguntava o que estava acontecendo com ela e por quê tinha desejo de sussurrar promessas de amor no ouvido do seu servo?
Ficaram ali, calados, degustando do que apenas um toque os proporcionava. Lutavam para falar algo, mas não conseguiam. Ele, então, não agüentando mais aquilo, aquela atração, fez-lhe um carinho no rosto e roçou seus lábios nos dela, o que a fez tremer todo o seu corpo. Ela não hesitou. Nem o repreendeu. A nova sensação era muito prazerosa. O desejo que ambos possuíam era inquebrável. Em breve, ele a beijou. Sentiu seu gosto em sua boca. Era tão bom quanto hortelã. O beijo durou bastante tempo para ambos. Quando afastaram suas bocas, um olhou em direção ao outro, profundamente.
- Amo-te. – Ele falou, declarando-se. – Amo-te desde que éramos menores e vós me disseis que nossa amizade duraria para sempre. Amo-te desde que plantou tua imagem em mim. Amo-te desde quando te dei a rosa mais bela do jardim, de um vermelho-escarlate, a qual sempre cuidei. Provei-te que vós sois a única que faz meu coração acender em chamas. A única que verdadeiramente amei. A única que desejo proteger até após a minha morte. A única que daria minha vida em troca. A que sinto falta nos dias frios. A que aquece minha alma até mesmo no bruto inverno. A única. A única por quem me apaixonei. – Então, ele fez um carinho nos cabelos da garota. Ela mostrava uma face surpresa, mas de felicidade.
- Sempre te admirei tanto... – Uma lágrima rolou por seu delicado rosto. – Admirei tua coragem, tua bravura, tua honra, tua gentileza, teu carinho... – Ele a interrompeu.
- E eu vossa delicadeza, vossa doçura, vossa inteligência, vossa beleza, vosso poder... – Ela o interrompeu, desta vez.
- Desde que te observava treinar da minha janela, nas solitárias tardes do inverno sem fim...não sabia o que era isto que jorrava de meu peito. – Ela tocou, gentilmente, a região de seu tórax, num simples gesto. – Não compreendia ou não queria compreender. Dizia que era só admiração, por tu ser meu servo favorito. – Outra lágrima brotou de seus olhos. – Um doce engano. – Sorriu. – Terei que me camuflar, portanto, me tornar uma camponesa e viver contigo. Faremos, até mesmo, bruxaria para mudar a cor dos meus olhos. – Pegou sua adaga, presa ao lado de sua perna e escondida pelo vestido. Ele pôde ver a textura e o formato dela perfeitamente. Ela pressionou a adaga em seu cabelo e o cortou, deixando-o bem mais curto, caído sobre seus ombros. Cortou, depois, seu vestido gentilmente, deixando seus ombros à mostra, juntamente a um pequeno decote, apenas um pouco abaixo da clavícula. Ainda assim, seus seios não estavam à mostra. Ela era pura demais para tal ato. Guardou a adaga novamente e, ele, admirado, tocou gentilmente seus ombros. Ela corou.
- Eu te amo, Katsura. – Ela disse, ainda quente, apesar do frio que fazia no quarto.
- Eu te amo, Miyahe. – Ele a declarou, corando um pouco, mas dessa vez com a maior coragem possível. Mais uma última vez, beijaram-se, enquanto a aldeia estava sendo atacada e incendiada pelo inimigo.
Miyahe- Autist Bastard
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Re: Someone I need...
Ownn que lindo *-* estou tão emocionado aqui que nem consigo digitar direito, você me deixa sem palavras assim minha bakawaii XD
Somos a melhor dupla, tenho certeza que ja ganhamos -ounão
O melhor de tudo isso é saber que você realmente gosta de mim assim como eu te amo, esse concurso foi a melhor coisa que aconteceu pra mim, acho q sem ele seria dificil mesmo você se expressar assim para mim, então deixo meus agradecimento aqui:
Madhouse, pela iniciativa de começar esse concurso, Miyahe, que é com certeza a garota nmais incrível da face da terra(serei apedrejado pelo outros machos-q) e ao tiozinho da pastelaria da esquina da minha casa, que faz o melhor pastel da região \o/
Miy,mesmo que a gente nao ganhe em primeiro lugar, quero que saiba q ja recebi meu prêmio, que foi conhecer a pessoa maravilhosa que você é, você se tornou o elemento essencial da imnha vida, não vivo mais sem você, te amo :3
Somos a melhor dupla, tenho certeza que ja ganhamos -ounão
O melhor de tudo isso é saber que você realmente gosta de mim assim como eu te amo, esse concurso foi a melhor coisa que aconteceu pra mim, acho q sem ele seria dificil mesmo você se expressar assim para mim, então deixo meus agradecimento aqui:
Madhouse, pela iniciativa de começar esse concurso, Miyahe, que é com certeza a garota nmais incrível da face da terra(serei apedrejado pelo outros machos-q) e ao tiozinho da pastelaria da esquina da minha casa, que faz o melhor pastel da região \o/
Miy,mesmo que a gente nao ganhe em primeiro lugar, quero que saiba q ja recebi meu prêmio, que foi conhecer a pessoa maravilhosa que você é, você se tornou o elemento essencial da imnha vida, não vivo mais sem você, te amo :3
sayonaraminna- Demented Stranger
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Re: Someone I need...
q fic mais kawaii
merece continuaçao concertesa
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lucasper- Demented Stranger
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Re: Someone I need...
Nossa que fic ótima
A fic ficou grande, mas deu uma ótima homenagem ^^
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Kio'- Neurotic Killer
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Re: Someone I need...
Owwwwn, Kat *---*, obrigada <3'
Não vivo sem você também, seu trouxa :3
Seria mesmo difícil eu me expressar assim 8D q
#Eu vou aprender a fazer pastéis melhores, quem me ensina? 8D' q
/Ciuminho do tio do pastel q
Nyaw, obrigada por elogiarem minha fic *---* yeeey *0* achei que ninguém ia ler porque é muito grande ._.
Não vivo sem você também, seu trouxa :3
Seria mesmo difícil eu me expressar assim 8D q
#Eu vou aprender a fazer pastéis melhores, quem me ensina? 8D' q
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Miyahe- Autist Bastard
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Re: Someone I need...
Puxa... A fic é comprida sim, mas eu gostei muito. A parte romântica no final foi perfeita, teve um clima tão bom e expressou tão bem o sentimento existente entre os dois... Apesar de alguns errinhos e de repetições nas referências a eles (como dos olhos violeta) eu me senti envolvida pela história e pela maneira como as coisas se desenvolveram. Muito linda, parabéns *-*
Mizuki- Hysterical Twins
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Re: Someone I need...
Nyaaaw, obrigada Mizuki *------------*
Errinhos ou errões /fato uhasduhasdhuas
até porque eu digitei correndo ontem pra poder entregar (crente que a data era até ontem)
E obrigada de novo, que bom que você se envolveu com a fic *00*, me sinto super feliz com isso, principalmente pelas pessoas terem lido :3~
Errinhos ou errões /fato uhasduhasdhuas
até porque eu digitei correndo ontem pra poder entregar (crente que a data era até ontem)
E obrigada de novo, que bom que você se envolveu com a fic *00*, me sinto super feliz com isso, principalmente pelas pessoas terem lido :3~
Miyahe- Autist Bastard
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Re: Someone I need...
karambaaa.......to emocionada!!!!!
Usagi chan- Psychotic Villainess
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Re: Someone I need...
Yey, obrigada de novo *----*
Se vocês morrasem aqui, cada um ia ganhar um abraço de urso e as cópias de todos os contos que eu fiz pra lerem QQQQ
Geralmente, eu vivo fazendo mas ninguém lê, sempre fica guardado T__T
Por isso amo quando as pessoas lêem *-* e podem criticar à vontade, o quanto quiserem também *-* mas também, se quiser elogiar né *0* q
Se vocês morrasem aqui, cada um ia ganhar um abraço de urso e as cópias de todos os contos que eu fiz pra lerem QQQQ
Geralmente, eu vivo fazendo mas ninguém lê, sempre fica guardado T__T
Por isso amo quando as pessoas lêem *-* e podem criticar à vontade, o quanto quiserem também *-* mas também, se quiser elogiar né *0* q
Miyahe- Autist Bastard
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Re: Someone I need...
Yaaay, obrigada *000*
Eu sei que é enorme, mas acho que se eu fosse reduzir o tamanho, tiraria um pouco da fic em si :/
Fico tão feliz que tenha lido *0*
Eu sei que é enorme, mas acho que se eu fosse reduzir o tamanho, tiraria um pouco da fic em si :/
Fico tão feliz que tenha lido *0*
Miyahe- Autist Bastard
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Re: Someone I need...
*---* Fic tão perfeita
Fire-chi- Sanguinary Maid
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Re: Someone I need...
Yeeey, obrigada *00*
Que bom que pôde ler *--*
Que bom que pôde ler *--*
Miyahe- Autist Bastard
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