5 Dias - Capítulo 2 - Segundos

Força Pontal foi imposta pelo governo mundial como forma de reverter suas perdas e manter o controle da população. Tinha como objetivo fiscalizar cada civil e ensiná-lo a ser um bom recruta. Muitos países não aderiram a esse sistema como Rússia, Ucrânia, China, Japão... Eles reivindicavam outra maneira de controlar a população.

Entre meio dessa guerra entre os países Pontais e os Não-Pontais, surgiu a Força Frontal, implantada pela união dos países contrários ao novo regime. Esta Força se caracteriza por se infiltrar em outros sistemas sem serem reconhecidos. Eram exímios espiões, treinados desde pequenos para isso. O mesmo ocorria com os Etinentes: eles tinham sua educação em base de que todos poderiam ser suspeitos de planejar um golpe, também possuíam coordenação motora excelente; nunca se sentiam atingidos e nem encurralados. Eles foram feitos para serem fiéis até a morte pela Força Pontal e seu país.

Lifans se distribuíram pelos vários cantos do mundo, em proporções desconhecidas pela Força Pontal. Milena era uma dela. Ela havia se infiltrado junto de Jenna. Sua missão era interceder nas linhas de frente como Etinente major, porém viu-se em um romance com o Etinente Comandante Claude Frantz. Era a chance de ela subir na força inimiga.


Antonella mexia nas barras de ferro, medindo o quanto precisaria de seu arsenal para sair o mais rápido dali. Ela retirou seus brincos e o abriu, deixando cair dois pacotes pequenos de um pó cinza. Isabelle foi a primeira a se aproximar. Todas elas sabiam que substância era aquela: Termotite, usada nas guerras anteriores para lanças toneladas ao ar em uma velocidade enorme. Era praticamente uma bomba.

Ela pegou um grampo de seu cabelo e passou na parede ao lado da termotite grudada chiclete na barra. Em pouco tempo as brasas alcançaram os pacotes e começaram a queimar. A explosão foi pequena, porém seria notável ao sistema de monitoramento. Antonella chutou a barra, que se retorceu para fora Todas saíram apressadas.

Milena sabia que ele a estava vigiando. Ele sempre fizera isso. O interesse por ela era mais do que mísero desejo, Claude queria matá-la.

Ela lembrou-se do dia em que se entregou a ele, na cabana. Não havia medido as conseqüências de se deitar com ele, apenas seguiu o que sentia e deixou-se fazer, pela primeira vez em sua vida, o que seu corpo queria. Milena não sabia explicar o que sentiu quando eles se amaram, apenas sabia que era algo extraordinariamente intenso. Claude não aparentava ser quem sempre fora; era um homem como qualquer outro.

Estas lembranças faziam a cabeça dela rodar. Sempre fora racional, mas deixou-se levar pelo desejo de querê-lo. Tinha de continuar a lutar contra o que sentia por ele. Claude nunca a perdoaria por ser uma Lifan.

Elas chegaram ao arsenal, porém Claude já se encontrava ali, sentado em uma cadeira com seus
capangas ao lado. Por um segundo Milena o vislumbrou como um rei e seu exército. Era exatamente assim que ele se fazia parecer aos outros.

- Ora ora. Eu deveria ter suspeitado que espiãs como vocês não deixariam todas suas armas à mostra.

Ele fez um gesto com a mão e Spencer, um homem alto, mas não ameaçador na aparência, com seus olhos azuis. Ele aproximava-se de Jenna, que levantou os punhos, pronta para lutar corpo a corpo com ele. Spencer riu e agarrou-a, prendendo os braços dela.

- Solta ela Claude – Milena pronunciou-se. – Jenna, Antonella e Isabele... – ela suspirou fundo – Preciso terminar umas coisas com Claude.
Ele a observou e sorriu.

- Nem morta eu saio daqui! – exclamou Jenna, presa entre os braços de Spencer. – Ele vai te matar.

- Que me mate. A vida e minha.

Ela sabia o que estava fazendo. Aquele era o arsenal Tinha uma via direto para a sala de controle. Era só preciso ela o distrair tempo o suficiente e conseguiria chegar lá e reprogramar tudo.

Antonella puxou Isabele para junto dela e para surpresas de todos, Spencer soltou Jenna e a empurrou até as duas.

Elas saíram. Logo após Spencer e os outros capangas saíram pela outra porta. Claude aproximou-se de Milena e segurou queixo dela.

- Não pouparei sua vida e nem de suas amigas. Só estou lhe dando esse tempo para o meu joguinho.

O sorriso dele era arrepiante. Milena segurou a vontade de virar o rosto e ignorá-lo.

- Quero apenas uma coisa – ela afastou-se dele e virou de costas, andando. Ela começava a abrir os botões de seu uniforme – Ainda lembro do seu corpo sob o meu – ela deixou o terno cair no chão.

Claude a observava, examinando cada detalhe dela. Ele andou até ela e enlaçou a cintura dela.

- Sua sensualidade não me atinge, Milena.

Ela sabia que ele não cairia em um truque tão velho.

- Eu estava me despedindo de você...

Ele segurou a nuca dela, fazendo-a observar dentro de seus olhos.

- Foi muita ousadia sua ficar tão próxima de mim – ele aproximou-se do pescoço dela e depositou seus lábios na pele dela. Ela arrepiou-se e passou seus braços ao redor do pescoço dele.

Claude puxou-a para mais perto e a levantou, deitando-a logo em seguida sobre a mesa.


Antonella procurava uma forma de chegar á sala de controle. Ela havia estudo a planta daquele lugar milhares de vezes e sabia de cor, mas sua mente vagava em direção à Milena que estava sozinha com Claude. Tinha certeza que a amiga sabia o que fazia, mas tinha suas dúvidas quanto a Claude.

Ela se via entre duas opções, salvar a vida de Milena ou continuar com o plano que formara. Não queria dividir ninguém com o plano, pois sabia que era arriscado. Primeiro precisava de um duto de ventilação e dali levaria suas amigas para fora da base e depois iria pra sala de controle.

“O que será que Milena está fazendo?”, pensou Antonella, enquanto se aproximava de um duto de ventilação.

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