Tristes Memórias de um Fantasma
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Tristes Memórias de um Fantasma
Titulo: Tristes Memórias de um Fantasma
“Não faça esse ritual ou o fantasma irá aparecer.”
E então, aqui estou eu. Talvez seja a maior loucura que já fiz em minha vida. Sou Tachibana Sora, tenho 16 anos e estudo em um colégio particular com fama de ser assombrado. Não tenho muitos amigos e muitas vezes zombam de mim por causa do meu nome e minha aparência. Tenho cabelos loiros e olhos azuis e isso faz com que eu pareça uma garota.
Interessei-me pelo sobrenatural faz uns dois anos, quando ouvi que um prédio perto da minha casa era assombrado. Resolvi investigar e descobri que era só um mendigo bêbado que toda noite ia lá e começava a gritar com seus pesadelos alucinados. Desde então, desmascaro casos com supostos seres sobrenaturais. E esse é um deles.
Dizem que um aluno do terceiro ano cometeu suicídio, jogando-se da sacada do prédio da escola. O mais estranho, era que ele não tinha nenhum motivo aparente pra isso, já que era ótimo aluno, bonito e grande esportista. Ninguém se lembra mais do nome dele, mas parecem guardar o ritual pra trazer seu espírito de volta por gerações.
Bem, aqui estão: um espaço cercado de velas vermelhas, com sal formando um círculo onde o suposto fantasma deve aparecer. Só preciso dizer as palavras certas.
- Venit, spiritus non requiem – proclamei, em alto e bom tom.
Esperei. E esperei. Mas nada aconteceu. Suspirei e anotei no meu caderno de casos solucionados: “Falso! Nem sequer barulhos aconteceram ou coisas do gênero, como diziam as estórias”. Já estava levantando e indo embora, quando avistei uma espécie de vulto. Virei-me em direção a ele, mas já não estava lá. Voltei à cabeça na direção do circulo do ritual e levei um susto.
Um garoto. Na verdade, parecia mais velho do que eu. Talvez alguém do terceiro ano. Seus cabelos eram negros, tão escuros que a própria noite teria inveja. Os olhos eram acinzentados como metal e tão duros quanto. Era bem alto e tinha uma expressão irritada no rosto. Ele deu um passo à frente e chutou o círculo de sal.
- O que diabos esta fazendo aqui? – perguntou, me encarando – Gosta de atrapalhar o descanso dos outros?
- Não... Desculpe-me... – murmurei, enquanto meu coração palpitava.
- Está invocando o diabo? Não tem cara de satanista – ele deu um meio sorriso.
Meu coração acelerou ao ver aquele sorriso – Não... Não... – gaguejei – Estou apenas investigando estórias...
- O fantasma da escola? – dessa vez, ele gargalhou – Que curioso... Nunca tinha visto um investigador paranormal antes. E mais curioso ainda, ele parecer-se como uma garota.
Ai está. Chegamos ao ponto que todos chegam. Só mais um pra poder me encher assim... Mas, esse era diferente. Realmente me incomodou.
- Não gosto que falem isso de mim – disse, cerrando os dentes.
- Ah é? – ele veio em minha direção, sorrindo – Olha como to me importando – e segurou meu rosto com a mão direita, olhando-me nos olhos – É tão feminino que podia sofrer estupro por engano.
Afastei-me bruscamente do toque de sua mão. Era quente e suave. Ocorreu-me se o resto do corpo dele não era assim. Balancei a cabeça, tentando acordar deste estranho devaneio.
- Sei me defender! – disse, mais alto do que deveria e comecei a andar pra trás, tomando distancia.
Ele sorriu, aproximando-se – Gostei de você – e prensou-me contra a parede – Como se chama?
- Tachibana Sora... – murmurei, evitando olhá-lo no olho.
Isso pareceu diverti-lo. Então, ele fez algo que me surpreendeu. Levantou meu rosto e desceu o dele em minha direção, fazendo seus lábios tocarem o meu levemente. O cara misterioso estava me beijando! E pior, eu nunca tinha beijado antes na minha vida!
Quando ele afastou-se, perdi o equilíbrio e ia cair, mas os seus braços firmes me seguraram. Ao perceber que eu não cairia mais, ele virou-se de costas e saiu andando. Parou a alguns metros e disse:
- Você é engraçado! – e gargalhou – A propósito, sou Nagano Seiki – acenou e sumiu pelos corredores.
No outro dia, decidi procurar Seiki. Ele me provocara e precisaria escutar umas boas. Andei por todas as salas de terceiro ano, mas não o encontrei em nenhuma. Foi quando decidi perguntar pra uma professora.
- Com licença, onde é a sala de Nagano Seiki?
Ela olhou-me de cima a baixo, como se estivesse louco – Nagano Seiki? Não há nenhum aluno com esse nome aqui – e saiu andando, incrédula.
Mas, não podia. Eu conhecera um Nagano Seiki... Ou seria apenas um delírio?
Corri para a sala onde ocorrera o encontro. Mas ele também não estava lá. Sentei-me encostado numa parede, com a cabeça entre os joelhos. Teria ficado louco? Foi quando notei uma presença e levantei a cabeça rapidamente. Ele estava lá, sorrindo.
- Procurando por mim? – perguntou, mas não me esperou responder – Não vai me achar tão fácil assim. Eu preciso querer que me ache.
- Você... – e então, eu sabia – É o fantasma...
Isso fez com que ele ficasse sério.
- Sou – deu um meio sorriso – Um suicida maldito. Estou preso a esse mundo agora.
- Por que... Fez isso? – perguntei incrédulo.
- Porque eu sou gay – estava sério novamente – E minha família era homofóbica.
Não pensei duas vezes. Eu o beijei. Aquele triste fantasma, preso ao mundo pela ignorância alheia. Eu o amava... Foi quando decidi que ajudaria ele a livrar-se da dor.
Mesmo que isso custasse o meu coração.
E então, aqui estou eu. Talvez seja a maior loucura que já fiz em minha vida. Sou Tachibana Sora, tenho 16 anos e estudo em um colégio particular com fama de ser assombrado. Não tenho muitos amigos e muitas vezes zombam de mim por causa do meu nome e minha aparência. Tenho cabelos loiros e olhos azuis e isso faz com que eu pareça uma garota.
Interessei-me pelo sobrenatural faz uns dois anos, quando ouvi que um prédio perto da minha casa era assombrado. Resolvi investigar e descobri que era só um mendigo bêbado que toda noite ia lá e começava a gritar com seus pesadelos alucinados. Desde então, desmascaro casos com supostos seres sobrenaturais. E esse é um deles.
Dizem que um aluno do terceiro ano cometeu suicídio, jogando-se da sacada do prédio da escola. O mais estranho, era que ele não tinha nenhum motivo aparente pra isso, já que era ótimo aluno, bonito e grande esportista. Ninguém se lembra mais do nome dele, mas parecem guardar o ritual pra trazer seu espírito de volta por gerações.
Bem, aqui estão: um espaço cercado de velas vermelhas, com sal formando um círculo onde o suposto fantasma deve aparecer. Só preciso dizer as palavras certas.
- Venit, spiritus non requiem – proclamei, em alto e bom tom.
Esperei. E esperei. Mas nada aconteceu. Suspirei e anotei no meu caderno de casos solucionados: “Falso! Nem sequer barulhos aconteceram ou coisas do gênero, como diziam as estórias”. Já estava levantando e indo embora, quando avistei uma espécie de vulto. Virei-me em direção a ele, mas já não estava lá. Voltei à cabeça na direção do circulo do ritual e levei um susto.
Um garoto. Na verdade, parecia mais velho do que eu. Talvez alguém do terceiro ano. Seus cabelos eram negros, tão escuros que a própria noite teria inveja. Os olhos eram acinzentados como metal e tão duros quanto. Era bem alto e tinha uma expressão irritada no rosto. Ele deu um passo à frente e chutou o círculo de sal.
- O que diabos esta fazendo aqui? – perguntou, me encarando – Gosta de atrapalhar o descanso dos outros?
- Não... Desculpe-me... – murmurei, enquanto meu coração palpitava.
- Está invocando o diabo? Não tem cara de satanista – ele deu um meio sorriso.
Meu coração acelerou ao ver aquele sorriso – Não... Não... – gaguejei – Estou apenas investigando estórias...
- O fantasma da escola? – dessa vez, ele gargalhou – Que curioso... Nunca tinha visto um investigador paranormal antes. E mais curioso ainda, ele parecer-se como uma garota.
Ai está. Chegamos ao ponto que todos chegam. Só mais um pra poder me encher assim... Mas, esse era diferente. Realmente me incomodou.
- Não gosto que falem isso de mim – disse, cerrando os dentes.
- Ah é? – ele veio em minha direção, sorrindo – Olha como to me importando – e segurou meu rosto com a mão direita, olhando-me nos olhos – É tão feminino que podia sofrer estupro por engano.
Afastei-me bruscamente do toque de sua mão. Era quente e suave. Ocorreu-me se o resto do corpo dele não era assim. Balancei a cabeça, tentando acordar deste estranho devaneio.
- Sei me defender! – disse, mais alto do que deveria e comecei a andar pra trás, tomando distancia.
Ele sorriu, aproximando-se – Gostei de você – e prensou-me contra a parede – Como se chama?
- Tachibana Sora... – murmurei, evitando olhá-lo no olho.
Isso pareceu diverti-lo. Então, ele fez algo que me surpreendeu. Levantou meu rosto e desceu o dele em minha direção, fazendo seus lábios tocarem o meu levemente. O cara misterioso estava me beijando! E pior, eu nunca tinha beijado antes na minha vida!
Quando ele afastou-se, perdi o equilíbrio e ia cair, mas os seus braços firmes me seguraram. Ao perceber que eu não cairia mais, ele virou-se de costas e saiu andando. Parou a alguns metros e disse:
- Você é engraçado! – e gargalhou – A propósito, sou Nagano Seiki – acenou e sumiu pelos corredores.
No outro dia, decidi procurar Seiki. Ele me provocara e precisaria escutar umas boas. Andei por todas as salas de terceiro ano, mas não o encontrei em nenhuma. Foi quando decidi perguntar pra uma professora.
- Com licença, onde é a sala de Nagano Seiki?
Ela olhou-me de cima a baixo, como se estivesse louco – Nagano Seiki? Não há nenhum aluno com esse nome aqui – e saiu andando, incrédula.
Mas, não podia. Eu conhecera um Nagano Seiki... Ou seria apenas um delírio?
Corri para a sala onde ocorrera o encontro. Mas ele também não estava lá. Sentei-me encostado numa parede, com a cabeça entre os joelhos. Teria ficado louco? Foi quando notei uma presença e levantei a cabeça rapidamente. Ele estava lá, sorrindo.
- Procurando por mim? – perguntou, mas não me esperou responder – Não vai me achar tão fácil assim. Eu preciso querer que me ache.
- Você... – e então, eu sabia – É o fantasma...
Isso fez com que ele ficasse sério.
- Sou – deu um meio sorriso – Um suicida maldito. Estou preso a esse mundo agora.
- Por que... Fez isso? – perguntei incrédulo.
- Porque eu sou gay – estava sério novamente – E minha família era homofóbica.
Não pensei duas vezes. Eu o beijei. Aquele triste fantasma, preso ao mundo pela ignorância alheia. Eu o amava... Foi quando decidi que ajudaria ele a livrar-se da dor.
Mesmo que isso custasse o meu coração.
Elena- Dead Flower
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Re: Tristes Memórias de um Fantasma
Que lindo isso de se apaixonar por um fantasma e querer ajudá-lo.
Gostei do fato de não ter entregado o jogo logo de cara, de que o menino que apareceu lá era o fantasma.
Achei engraçado o fantasma todo nervoso, chutando o círculo de sal, quase praticando bullying contra o outro. É um fantasma diferente das histórias com as quais estamos acostumados. Ele não é nem assustador, nem bonzinho, mas ele é troll, isso sim (como o menino vai explicar para os outros que perdeu o BV com um fantasma? Hehe). E no final, uma realidade trágica, mas com esperança mesmo após a morte. Muito bonito.
O suicídio do menino me lembrou uma das subtramas do mangá Takumi-kun Series, que é yaoi também ^^
Gostei do fato de não ter entregado o jogo logo de cara, de que o menino que apareceu lá era o fantasma.
Achei engraçado o fantasma todo nervoso, chutando o círculo de sal, quase praticando bullying contra o outro. É um fantasma diferente das histórias com as quais estamos acostumados. Ele não é nem assustador, nem bonzinho, mas ele é troll, isso sim (como o menino vai explicar para os outros que perdeu o BV com um fantasma? Hehe). E no final, uma realidade trágica, mas com esperança mesmo após a morte. Muito bonito.
O suicídio do menino me lembrou uma das subtramas do mangá Takumi-kun Series, que é yaoi também ^^
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