A Ilha da Infinitude

Distante e longínqua região planar.

Ao cruzar o portal, Shiki despencou a três metros acima do mar. Um minuto depois, quando finalmente conseguiu emergir, percebeu que se encontrava em meio a um amplo amontoado de águas profundas que se estendiam infinitamente ao horizonte. Em algum lugar longínquo, estava uma ilha que tapava parcialmente a luz do sol poente.

Ainda era possível ver o portal flutuando como uma janela suspensa sem parede alguma.

Tentando se orientar pelo som das ondas se chocando a praia da ilha, Shiki começa a nadar sem nem mesmo se lembrar dos companheiros Pronterianos.

Quando Azriel e Hyouka cruzaram o portal, ambos se desequilibraram, sendo entregues à queda livre de três metros entre a passagem e as ondas. Assim que os dois feiticeiros tombaram para o lado - sendo pegos de surpresa pela falta de solidez sob seus pés -, a maca de bambus se virou de cabeça para baixo e o corpo de Millo desapareceu de vista sob as águas.

Hikaru havia mergulhado um pouco antes deles e ficou apreensivo ao ver os seus companheiros pronterianos despencarem da janela planar que pairava pouco acima do oceano.

Adeline saltou logo em seguida, abraçando a si mesma antes de afundar por completo nas águas escuras.

Shiki escutou os pronterianos caírem na água, e com sua percepção da morte, notou que o cadáver de Milo estava a afundar. Infelizmente, estava distante demais para resgatá-lo nadando.

"Acho que não custa nada..."

E gastando 7 P.A. para invocar um dragão esqueleto de tamanho enorme, Shiki mergulha para buscar Milo e auxiliar os Pronterianos.

Spoiler:

Spoiler:

À medida que Shiki submergia cada vez mais para tentar alcançar Millo, percebia que o corpo do mesmo estava sendo arrastado violentamente para as profundezas, como se estivesse sendo sugado por algum tipo de corrente ou redemoinho. Seria possível alcançá-lo, caso o turandoriano se esforçasse para nadar rapidamente em direção à força de sucção, mas Shiki teve dúvidas se seria capaz de conseguir se libertar para alcançar a superfície novamente. Uma distância considerável os separava e ainda havia tempo para desistir.

Hikaru viu os esforços de Shiki para tentar salvar o corpo de Millo, mas percebia que o mesmo demorava para retornar.

- O que será que está acontecendo? Eles já deveriam ter retornado! - Fala olhando preocupado para os companheiros.

Shiki começa a nadar com mais afinco, ordenando à sua conjuração que agarrasse Milo o mais rápido o possível.

"Se ao menos eu pudesse matar a água..." Pensou Shiki, sentindo o cristal em seu olho ressoar levemente.

Lunata despencou e sentiu seu corpo afundar. Imediatamente Luther se embrenhou em seus cabelos e usou a cauda para se manter firme sobre a cabeça de sua ama.

Ela viu os outros pronterianos distantes.

Elfos eram treinados para enfrentar qualquer tipo de dificuldade. Ela sabia nadar, mas com aquele mar aberto e agitado seria difícil. Não queria usar magia para aquele problema.

Forçou-se a nadar. Usaria apenas a força muscular.

Hyouka ao despencar na água, observa tudo e percebe que Shiki corre riscos, então tenta observar mais ou menos onde todos estão e tenta se manter perto.

-Droga, não há nada que possamos fazer?

Quando Azriel vê que o corpo de Millo havia afundado, fica preocupado.
"Essa não, minhas magias não serão úteis, muito menos na água!", pensa ele. E assim como Shiki, também decide mergulhar o mais rápido que podia para tentar alcançar Millo. Não via outra saída.

Azriel e Shiki, à medida que se distanciavam da superfície, podiam ver cada vez mais nitidamente uma espécie de cone curvo e alongado que descia até as profundezas do oceano como se fosse uma serpente de tamanho incalculável. Era um redemoinho inteiramente submerso e aparentemente fixo que podia ser identificado através do movimento das águas ao seu redor. Não era possível enxergar com clareza onde ele terminava, mas os feiticeiros perceberam que logo Millo seria engolido e que qualquer um que se aproximasse teria também o mesmo destino.

Shiki começou a ficar sem ar, em poucos segundos passaria a se afogar se não emergisse, e o corpo do conselheiro se encontrava ainda mais longe do que o feiticeiro da morte se lembrava. Azriel havia acabado de mergulhar e ainda tinha fôlego o suficiente para alcançar seu amado, mas o líder sabia que seria inevitável ser arrastado para o fundo do oceano caso continuasse a descer ainda mais.

O dragão esqueleto foi o primeiro a alcançar o redemoinho. A invocação agarrou Millo pelos ombros e bateu as asas para tentar se livrar da força de sucção, mas a pressão foi tão forte que os ossos de uma delas se partiu, fazendo com que o monstro perdesse grande parte da força para locomoção. Agora ele e Millo giravam lentamente em meio extenso cone aquático da morte (que era tão amplo em circunferência quanto um salão de festas real).

Os ouvidos élficos de Lunata captaram uma triste e melancólica melodia cantada em Aquan, um antigo idioma das criaturas marinhas.

Hyouka que havia somente observado a cena, com o rosto na água, viu a situação e mergulhou. Quando estava com seu corpo imaterial todo dentro da água ele criou uma corrente de ferro, leve e resistente o suficiente para aguentar tal pressão que ocorria na água, e na ponta desta corrente, algo como um cinto, que foi de encontro ao corpo de Azriel, passando-lhe segurança, para poder ir até o corpo.

Spoiler:

Shiki estava sem ar, sua conjuração havia sido comprometida e não pareciam haver chances de salvar Milo. Mas ainda assim, ele não conseguiu parar de nadar. Já havia decidido o que fazer caso tudo se provesse inútil, e não havia razão para hesitar.

Shiki entã fecha os olhos e simplesmente adentra a corrente que arrastou Milo e o dragão esqueleto.

- Essa cantiga não é bom presságio - comentou Lunata com ouvidos atentos ao cantigo antigo. - Aquan é mais antigo do que se imaginam - essa parte disse para Luther.

Continuava nadando, mas perdera o senso de direção no turbilhão maritimo. Via seus amigos longe e não poderia ajudar se não se ajudasse primeiro.

- Hora de utilizar a verdadeira força de um elfo. Corremos rápidos na terra. Nada impede de corremos na água.

Ela bateu as mãos na água com força. A água parou e ela levantou-se, sorridente.

- Ainda me conhecem - Abaixou-se e lançou-se em disparada andando sobre a água até onde seus outros amigos estavam. Ela disse que não usaria magia, estava usando a própria natureza.

Azriel continuava mergulhando na direção de Millo quando sentiu a corrente de Hyouka envolver sua cintura. Sentiu-se mais seguro sabendo que o amigo estava ali para ajudá-lo, e continuou seguindo em frente para alcançar o amado, aproximando-se o suficiente para puxá-lo pelos pés, juntamente com o dragão esqueleto que se esforçava para tirar Millo dali.

A pressão do redemoinho exerceu uma força descomunal à corrente de metal que Hyouka segurava. Assim que Azriel atravessou os limites da tempestade submersa, tornara-se árdua para o fantasma a tarefa de continuá-la segurando.

O fôlego de Shiki terminou e o corpo dele foi arremessado para cinco metros abaixo dos pés de Millo, os quais Azriel por pouco conseguira alcançar. O dragão desprendeu-se dos ombros do conselheiro e deixou-se levar pela correnteza esmagadora, afundando nas águas em direção à profundeza escura sem nem ao menos preocupar-se em resistir. Estaria atendo às ordens de seu conjurador, mas com a asa partida seria impossível fazer algo por ele naquela situação.

O líder agora tinha o conselheiro nos braços e alarmou-se ao perceber a quantidade de água que o corpo dele ingeria a cara segundo.

Andando sobre a água, Lunata logo encontrou uma redonda e colossal cratera em meio às ondas. A impressão que teve foi que aquele buraco - que estendia-se indeterminadamente até os confins do oceano - sugaria para dentro de si todos os planos do Multiverso juntos, engolindo-os pouco a pouco junto de seus amigos, que lutavam de todo jeito pelas próprias vidas e pelas dos companheiros.

- Só faltava essa! - Freiou ao ver o grande redemoinho.

Luther enroscou-se mais nela.

- Isso está sugando tudo. Inclusive sugará eles se não ajudar.

Ela agachou-se, segurando-se na água. "O que posso fazer?". Enquanto ela pensava, seus amigos precisavam de ajuda, mas tinha a cratera em seu caminho.

Hikaru percebe o esforço de Hyouka para segurar os companheiros pela corrente e decide ajudá-lo. Então segura as correntes também.

Ela formulara milhões de planos, que incluiam pular, correr, nadar, voar e até pedir ajuda dos seres maritimos, mas todos pareciam incapazes de serem feitos.

Ela tinha uma arma elfa que não seria de grande ajuda em meio aquático. Possuia a habilidade de adquirir magia através de meios externos como natureza. Com uma ideia, que já usara algo parecido antes, poderia conseguir algum resultado por alguns minutos, mas seria suficiente se ela estivesse na terra.

Acabou correndo novamente. Precisaria chegar mais perto, depois pensaria em algo.


Consertando o post @_@

O membro 'Ma' realizou a seguinte ação: Lançar dados

'd8' :

O feitiço de Lunata ricocheteou como um raio ao atingir o vórtex. Como se tivesse, com aquele ato, acionado alguma espécie de alavanca, um evento cataclismático começou a acontecer. Das profundezas do redemoinho ressurgiu a esfera negra que havia aberto o portal até aquele local. Envolta por um relâmpago rosado, a bola de escuridão emergiu bem devagar perante os feiticeiros, estacionando num ponto um pouco acima do turbilhão marítimo.

Uma tempestade de chuva se iniciou. Nesse momento, o cântico em coro das criaturas das profundezas se tornou ainda mais audível para a elfa, que identificou com clareza que, na verdade, todo o som vinha era de dentro da esfera de trevas. Era como se aquela fosse uma prisão que enclausurava diversos seres da água. Em Aquan, eles proferiram juntos as seguintes palavras:

Dito isso, a esfera voltou a mergulhar lentamente no vão escuro.

A consciência de Shiki estava no limite. Seu oxigênio já havia acabado, e seus pulmões doíam com a pressão. Pouco a pouco o frio o consumia.

"Um barco para dez... Com vinte... Numa tempestade..." Pensou ele, lembrando as palavras do Ancião "Ha... E eu nem mesmo consegui salvar um..."

O corpo de Milo estava distante, e mesmo que Shiki o alcançasse, era provável que ambos morreriam a essa altura. Não havia outra escolha.

"É, provavelmente eu não sou forte o suficiente para conseguir..." Continuou ele, removendo o cristal em seu olho "Mas com certeza sou fraco o suficiente para tentar."

E da mesma forma que consumia as almas humanas para alimentar seus feitiços, ele tentou devorar o poder contido ali.

Spoiler:

Continuação.