Plenitude.
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Plenitude.
No terceiro ano do ensino médio eu tive um professor de Biologia que gostava de parar as aulas, de vez em quando, para ficar conversando assuntos extracurriculares. Em uma dessas ocasiões, ele comentou que o amor nascia no cérebro e que, por isso, através de algum exercício mental, é possível evitar se apaixonar, "escapar dessa armadilha", ele disse, com aquele jeito de quem já viu de tudo. Lembro que ele falou que todo mundo é capaz de viver sozinho se alimentar a alma de outras formas.
Você pode fazer sessenta novos amigos e manter contato com todos eles, estando sempre a par de como anda a vida para cada um.
Você pode sair todas as noites. Ir a cafés, bares, lanchonetes, bistrôs, casas noturnas. Pegar um cinema, comer em todos os restaurantes da cidade, visitar cada shopping que tiver por perto.
Você pode sentar e estudar, estudar muito. Ser o melhor da escola, ou o melhor da faculdade. Fazer uma pós-graduação, passar na prova do mestrado. Esforçar-se bastante, até ser reconhecido por isso, até se tornar o melhor nisso, e, dessa forma, garantir muito dinheiro.
Você pode passar em uma livraria e comprar a lista completa dos livros mais vendidos, ou a antologia poética de Vinicius de Moraes, ou tudo o que Markus Zusak já escreveu até hoje. Pode ler a obra completa de Nelson Rodrigues, os seis livros do John Green, ou todos os romances filosóficos de Josteein Gaarder (mas se for escolher só um, que seja "O Dia do Curinga"). Pode conhecer o trabalho da Jane Austen, ou da Meg Cabot, ou tornar-se um pouquinho mais fútil lendo Lauren Weisberg. Nunca é tarde demais para ler Harry Potter, caso você não tenha sido criança ou pré-adolescente na sua vida, e você também poder adormecer tentando ler Tolkien. Você pode familiarizar-se com o humor peculiar de David Levithan, com os finais surpreendentes de Ian McEwen ou com os deliciosos mistérios de Carlos Ruiz Zafón.
Você pode viajar. Conhecer o nordeste brasileiro, visitar os mais belos exemplos de arquitetura moderna em Brasília, o Cristo Redentor do Rio de Janeiro e experimentar o chocolate de Gramado. Pode tirar foto com o Mickey na Disney, ou tomando chá em Londres, ou com a Estátua da Liberdade em Nova York. Você pode conhecer de perto os mistérios da milenar civilização chinesa, pode apreciar a beleza da primavera russa, pode - e deve - visitar o país do sol nascente. Pode ir além. Passar um mês com uma tribo indígena. Visitar os povos da África. Se aventurar nas ilhas do pacífico.
Você pode resolver que vai comer bem. Abandonar o McDonald's e a Coca-cola, passar a beber só suco de laranja e água, e comer alface, alface, alface, alface. Até você virar mesmo uma planta e aprender passo a passo o processo de fotossíntese.
Você pode se dedicar à sua família. Ser um filho melhor, um irmão melhor, um tio melhor. Ser um neto mais presente, ter mais contato com os primos.
Você pode decidir aprender a tocar algum instrumento musical. Começando pelo violão, passando, logo em seguida, para a guitarra e o baixo. Se estiver disposto a se arriscar, você pode tentar o violino, o violoncelo, o contra-baixo acústico. Pode tentar a harpa, o piano, a flauta, o trombone, a bateria, o saxofone, a clarineta.
Você pode aprender a falar em outra língua. Se entregar às simples complexidades da língua inglesa, às exigências do francês, às palavras cantadas do italiano. Pode aprender mandarim, japonês, coreano, russo, hebraico, e traduzir você mesmo a sua própria versão da Bíblia.
Você pode se ocupar em assistir bons filmes e seriados de TV. Alugar toda filmografia de Quentin Tarantino, estudar de perto as obras de Hitchcock, apreciar a tensão nos filmes do Kubrick. Fazer uma maratona de Star Wars, passando, depois, para Senhor dos Anéis e Piratas do Caribe. Você pode baixar The Walking Dead, Breaking Bad, The Game of Thrones, How I Met Your Mother e Modern Family.
No fim da aula, alguém perguntou ao professor qual era o seu estado civil. Ele riu, balançou a cabeça e, apesar de tudo o que ele disse, afirmou que era casado. Ninguém tem uma vida tão plena ao ponto de dispensar o companheirismo do amor.
Você pode fazer sessenta novos amigos e manter contato com todos eles, estando sempre a par de como anda a vida para cada um.
Você pode sair todas as noites. Ir a cafés, bares, lanchonetes, bistrôs, casas noturnas. Pegar um cinema, comer em todos os restaurantes da cidade, visitar cada shopping que tiver por perto.
Você pode sentar e estudar, estudar muito. Ser o melhor da escola, ou o melhor da faculdade. Fazer uma pós-graduação, passar na prova do mestrado. Esforçar-se bastante, até ser reconhecido por isso, até se tornar o melhor nisso, e, dessa forma, garantir muito dinheiro.
Você pode passar em uma livraria e comprar a lista completa dos livros mais vendidos, ou a antologia poética de Vinicius de Moraes, ou tudo o que Markus Zusak já escreveu até hoje. Pode ler a obra completa de Nelson Rodrigues, os seis livros do John Green, ou todos os romances filosóficos de Josteein Gaarder (mas se for escolher só um, que seja "O Dia do Curinga"). Pode conhecer o trabalho da Jane Austen, ou da Meg Cabot, ou tornar-se um pouquinho mais fútil lendo Lauren Weisberg. Nunca é tarde demais para ler Harry Potter, caso você não tenha sido criança ou pré-adolescente na sua vida, e você também poder adormecer tentando ler Tolkien. Você pode familiarizar-se com o humor peculiar de David Levithan, com os finais surpreendentes de Ian McEwen ou com os deliciosos mistérios de Carlos Ruiz Zafón.
Você pode viajar. Conhecer o nordeste brasileiro, visitar os mais belos exemplos de arquitetura moderna em Brasília, o Cristo Redentor do Rio de Janeiro e experimentar o chocolate de Gramado. Pode tirar foto com o Mickey na Disney, ou tomando chá em Londres, ou com a Estátua da Liberdade em Nova York. Você pode conhecer de perto os mistérios da milenar civilização chinesa, pode apreciar a beleza da primavera russa, pode - e deve - visitar o país do sol nascente. Pode ir além. Passar um mês com uma tribo indígena. Visitar os povos da África. Se aventurar nas ilhas do pacífico.
Você pode resolver que vai comer bem. Abandonar o McDonald's e a Coca-cola, passar a beber só suco de laranja e água, e comer alface, alface, alface, alface. Até você virar mesmo uma planta e aprender passo a passo o processo de fotossíntese.
Você pode se dedicar à sua família. Ser um filho melhor, um irmão melhor, um tio melhor. Ser um neto mais presente, ter mais contato com os primos.
Você pode decidir aprender a tocar algum instrumento musical. Começando pelo violão, passando, logo em seguida, para a guitarra e o baixo. Se estiver disposto a se arriscar, você pode tentar o violino, o violoncelo, o contra-baixo acústico. Pode tentar a harpa, o piano, a flauta, o trombone, a bateria, o saxofone, a clarineta.
Você pode aprender a falar em outra língua. Se entregar às simples complexidades da língua inglesa, às exigências do francês, às palavras cantadas do italiano. Pode aprender mandarim, japonês, coreano, russo, hebraico, e traduzir você mesmo a sua própria versão da Bíblia.
Você pode se ocupar em assistir bons filmes e seriados de TV. Alugar toda filmografia de Quentin Tarantino, estudar de perto as obras de Hitchcock, apreciar a tensão nos filmes do Kubrick. Fazer uma maratona de Star Wars, passando, depois, para Senhor dos Anéis e Piratas do Caribe. Você pode baixar The Walking Dead, Breaking Bad, The Game of Thrones, How I Met Your Mother e Modern Family.
No fim da aula, alguém perguntou ao professor qual era o seu estado civil. Ele riu, balançou a cabeça e, apesar de tudo o que ele disse, afirmou que era casado. Ninguém tem uma vida tão plena ao ponto de dispensar o companheirismo do amor.
Neoshadow- Furious Witch
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Re: Plenitude.
UAHSAHUHASU, me identifiquei com esse post nas partes de alimentar a alma de maneiras diferentes, mas vamos ver até quando, auhsahuhasu.
Eu também sinto que a paixonite pode ser algo controlável, mas concordo que os seres humanos têm uma carência de afeto. Isso fica bem evidente pra mim quando penso nos presos que, apesar de héteros, acabam se relacionando sexualmente (e muitas vezes afetivamente) com outros do mesmo sexo. É comum dois caras ou duas mulheres que cumprem uma pena longa na cadeia se apaixonarem na prisão, mesmo sendo heterossexuais. É bem interessante isso.
Há até casos de presos que são feitos de passivos e que se apaixonam pelo ativo que se pá até chegou a estuprá-lo inicialmente e um dia acabam desenvolvendo sentimentos um pelo outro. Pra gente ver até onde pode chegar essa carência de afeto.
Eu também sinto que a paixonite pode ser algo controlável, mas concordo que os seres humanos têm uma carência de afeto. Isso fica bem evidente pra mim quando penso nos presos que, apesar de héteros, acabam se relacionando sexualmente (e muitas vezes afetivamente) com outros do mesmo sexo. É comum dois caras ou duas mulheres que cumprem uma pena longa na cadeia se apaixonarem na prisão, mesmo sendo heterossexuais. É bem interessante isso.
Há até casos de presos que são feitos de passivos e que se apaixonam pelo ativo que se pá até chegou a estuprá-lo inicialmente e um dia acabam desenvolvendo sentimentos um pelo outro. Pra gente ver até onde pode chegar essa carência de afeto.
Re: Plenitude.
Se tem uma coisa que eu concordo nisso tudo é a carência do ser humano, apesar de a vida que seu professor falou nao seria ideal pra mim, UHAUSHAUSH nem de longe :s
Afinal vamos todos morrer, pra que renegar aos prazeres primórdios da vida? Pra mim, não existe razão nenhuma para deixar de viver do jeito mais feliz se isso incluir outra pessoa, que mal faz?
Afinal vamos todos morrer, pra que renegar aos prazeres primórdios da vida? Pra mim, não existe razão nenhuma para deixar de viver do jeito mais feliz se isso incluir outra pessoa, que mal faz?
Re: Plenitude.
Evitar se apaixonar é tão difícil, prefiro dormir, porque é só dormir que passa. Se não passar... bem... deixa assim e vê o que acontece e se não prestar, chuta que é macumba e pronto. Bem mais simples que fazer esse tanto de coisa =3
Enfim, posso até não recusar essa coisa que chamam de amor, mas quanto ao casamento - não quero estragar esse amor com ele :3
Enfim, posso até não recusar essa coisa que chamam de amor, mas quanto ao casamento - não quero estragar esse amor com ele :3
Tyler- Somnambulist Butcher
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Re: Plenitude.
"Tipo" uma sub-síndrome de Estocolmo QQQTiNoSa escreveu:Há até casos de presos que são feitos de passivos e que se apaixonam pelo ativo que se pá até chegou a estuprá-lo inicialmente e um dia acabam desenvolvendo sentimentos um pelo outro. Pra gente ver até onde pode chegar essa carência de afeto.
Eu gosto de ficar só, mas depois de um tempo descobri que nem sempre me sinto 100% bem com isso, deve haver certo nível de solidão com a qual muitas pessoas se acostumam, porque gostar todos os dias, duvido muito, acho que é mais reflexo do temer dar errado, temer a dor, o sofrer.
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