No seu teto de vidro eu atiro a primeira pedra
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No seu teto de vidro eu atiro a primeira pedra
Sentir raiva de vândalos ao ouvir notícias de pessoas cometendo esses atos, a maioria das pessoas se sente dessa forma ao ver alguém destruindo o patrimônio alheio, até eu me sinto assim. No entanto, ao sentir essa raiva momentânea, logo me lembro de como eu era no passado e fico sem saber como reagir. A mesma raiva que sinto ao ver tais notícias talvez seja a mesma que eu tinha já naquela época, mas que agora é acionada diante de situações diferentes. Sim, eu praticava vandalismo.
Quando mais jovem, eu era uma pessoa com um ódio descontrolado, que se refletia na minha falta de trato para com os outros, falta de amigos, vontade de matar as pessoas e de destruir coisas, principalmente, como a vez em que quebrei todos os vidros de uma fábrica, janelas de casas, orelhões, muros e o que mais fosse possível.
Ainda me lembro da sensação de jogar uma pedra num vidro e vê-lo rachar. Mirar mais uma vez no mesmo local e torcer para vê-lo quebrar. Um vidro que não era da janela da minha casa, mas de uma pessoa que eu não conhecia, que sequer tinha feito algo para mim, me visto ou conversado comigo.
Havia algo de excitante na destruição e -- só hoje reconheço -- de estúpido e inconsequente. Mas o que me movia era uma sensação de extravasão daquilo que eu tinha dentro de mim, como se a cada vidro quebrado ou coisa destruída eu estivesse tentando quebrar o ódio que me consumia. Talvez isso também fosse, inconscientemente, a vontade de querer ser notada. Alguém iria olhar para aquele vidro e pensar em quem o quebrou. Naquele momento, eu existiria. Minha marca ficaria ali. Até que o vidro fosse trocado. Até que ele fosse quebrado novamente. Uma interação indireta e distorcida.
“Não é assim que as coisas funcionam”, queria eu ter dito a mim mesma naquela época. Mas o que dizem sobre maturidade e experiência realmente é verdade. Por mais sábias que sejam as palavras de alguém, se elas forem ditas a quem não está preparado para ouvi-las, de nada adiantarão. Provavelmente eu incorreria nos mesmos erros, necessários, talvez, para um dia eu finalmente aprender que não era assim que eu seria notada, que não era assim que eu colaria as peças dentro de mim que, naquele momento, já estavam se quebrando.
Para muitos, meu nome indo parar na polícia, a perda do meu dinheiro de mesada e o olhar de desaprovação dos parentes foi o preço que paguei pelo que fiz. Mas não. O preço eu pago hoje, ao ver tais notícias na TV e, com a raiva que ainda me resta, pensar que já fui assim.
Quando mais jovem, eu era uma pessoa com um ódio descontrolado, que se refletia na minha falta de trato para com os outros, falta de amigos, vontade de matar as pessoas e de destruir coisas, principalmente, como a vez em que quebrei todos os vidros de uma fábrica, janelas de casas, orelhões, muros e o que mais fosse possível.
Ainda me lembro da sensação de jogar uma pedra num vidro e vê-lo rachar. Mirar mais uma vez no mesmo local e torcer para vê-lo quebrar. Um vidro que não era da janela da minha casa, mas de uma pessoa que eu não conhecia, que sequer tinha feito algo para mim, me visto ou conversado comigo.
Havia algo de excitante na destruição e -- só hoje reconheço -- de estúpido e inconsequente. Mas o que me movia era uma sensação de extravasão daquilo que eu tinha dentro de mim, como se a cada vidro quebrado ou coisa destruída eu estivesse tentando quebrar o ódio que me consumia. Talvez isso também fosse, inconscientemente, a vontade de querer ser notada. Alguém iria olhar para aquele vidro e pensar em quem o quebrou. Naquele momento, eu existiria. Minha marca ficaria ali. Até que o vidro fosse trocado. Até que ele fosse quebrado novamente. Uma interação indireta e distorcida.
“Não é assim que as coisas funcionam”, queria eu ter dito a mim mesma naquela época. Mas o que dizem sobre maturidade e experiência realmente é verdade. Por mais sábias que sejam as palavras de alguém, se elas forem ditas a quem não está preparado para ouvi-las, de nada adiantarão. Provavelmente eu incorreria nos mesmos erros, necessários, talvez, para um dia eu finalmente aprender que não era assim que eu seria notada, que não era assim que eu colaria as peças dentro de mim que, naquele momento, já estavam se quebrando.
Para muitos, meu nome indo parar na polícia, a perda do meu dinheiro de mesada e o olhar de desaprovação dos parentes foi o preço que paguei pelo que fiz. Mas não. O preço eu pago hoje, ao ver tais notícias na TV e, com a raiva que ainda me resta, pensar que já fui assim.
Re: No seu teto de vidro eu atiro a primeira pedra
Tinosa dos black blocs aieuhaeuhae
Adorei a analogia que tu fez em quebrar as coisas, ser notada e aliviar a raiva ficou muito bom! Às vezes eu tenho vontade disso também, deve ser muito confortante, mas não teria coragem de fazer isso com a propriedade de outra pessoa. ahahah
Eu acredito que às vezes é preciso sempre ter uma fase assim pra depois tu olhar e falar "porque diabos eu era assim? se eu encontrasse o meu eu de anos atrás eu daria uma surra pra aprender" ahahha
Adorei a analogia que tu fez em quebrar as coisas, ser notada e aliviar a raiva ficou muito bom! Às vezes eu tenho vontade disso também, deve ser muito confortante, mas não teria coragem de fazer isso com a propriedade de outra pessoa. ahahah
Eu acredito que às vezes é preciso sempre ter uma fase assim pra depois tu olhar e falar "porque diabos eu era assim? se eu encontrasse o meu eu de anos atrás eu daria uma surra pra aprender" ahahha
Ynys Wydryn- Obsessive Prince
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Re: No seu teto de vidro eu atiro a primeira pedra
Eu e meu passado obscuro, ashuashu.
Pois é, se eu encontrasse a TiNoSa de anos atrás, eu ia quebrar a cara dela, ashusahu. Depois que amadureci, passei a pensar "por que eu fazia isso? Não tem lógica!", aí parei pra pensar um pouco e lembrei que eu era uma pessoa meio problemática, sempre me sentia muito sozinha e tinha esse ódio intenso. Naquela época eu nem fazia idéia, mas hoje eu entendo um pouco melhor, e desaprovo isso que eu fazia. São coisas que eu (eu de agora) não faria nunca, mas é foda pensar que já fiz isso. Vontade de apagar o passado ^^
Pois é, se eu encontrasse a TiNoSa de anos atrás, eu ia quebrar a cara dela, ashusahu. Depois que amadureci, passei a pensar "por que eu fazia isso? Não tem lógica!", aí parei pra pensar um pouco e lembrei que eu era uma pessoa meio problemática, sempre me sentia muito sozinha e tinha esse ódio intenso. Naquela época eu nem fazia idéia, mas hoje eu entendo um pouco melhor, e desaprovo isso que eu fazia. São coisas que eu (eu de agora) não faria nunca, mas é foda pensar que já fiz isso. Vontade de apagar o passado ^^
Re: No seu teto de vidro eu atiro a primeira pedra
Acho que todo mundo já passou por uma fase dessas,embora os níveis mudem de pessoa pra pessoa.
Eu mesmo quando mais novo(velhinho feelings) era um vândalo,embora eu nunca procurava quebrar coisas,no meu caso eu era um pichador >_>
quase todo lugar que você passava tava lá minha tag,era triste(mentira na época era divertido pra caralho) mas enfim,acho que é tudo motivado pela questão do reconhecimento da sua existência mesmo(meu amigo é foda ficar refletindo nas suas ações passadas lol).Mas é como se fala na Teenage angst do Placebo "Since I was born I started to decay.Now nothing ever, ever goes my way" esse é um típico mindset de adolescente,não importa o quê aconteça você nunca está satisfeito,e fora isso ainda tem aquela(que por vezes infundada)raiva/ódio interno,pelos outros ou por si mesmo,que acaba se refletindo no seu comportamento,no meu caso acho que me ajudou a virar o junkie que eu era (sério o tanto de porcaria que eu usei não foi normal).Fora isso eu me envolvia bastante em brigas,e ainda abandonei o colégio por um ano e pouco,isso tudo resultou em tretas com a policia e acabei sendo expulso do colégio.
putz véi,não gosto nem de lembrar,eu era muito imaturo >_>
A sorte foi que eu tinha uma namorada e ela tentava me botar um pouco de juízo embora eu passei um bom tempo pra dar ouvidos a ela (agora entendo porquê o pai dela não gostava de mim @_@)
Mas enfim,acho que isso é uma fase da vida mesmo,com o tempo você amadurece e começa a ver as coisas por ângulos diferentes e refletir nas ações que você toma,e começa a pensar tipo "why in the fucking hell i was doing that shit?",bem pelo menos no meu caso foi assim,e se alguém me perguntar,eu não me arrependo,é obvio que eu fiz coisas que podem ser consideradas erradas e tal,mas assim como as outras coisas isso me ajudou a construir a pessoa que sou hoje.Afinal "We learn from failure,not from success!"
Eu mesmo quando mais novo(velhinho feelings) era um vândalo,embora eu nunca procurava quebrar coisas,no meu caso eu era um pichador >_>
quase todo lugar que você passava tava lá minha tag,era triste(mentira na época era divertido pra caralho) mas enfim,acho que é tudo motivado pela questão do reconhecimento da sua existência mesmo(meu amigo é foda ficar refletindo nas suas ações passadas lol).Mas é como se fala na Teenage angst do Placebo "Since I was born I started to decay.Now nothing ever, ever goes my way" esse é um típico mindset de adolescente,não importa o quê aconteça você nunca está satisfeito,e fora isso ainda tem aquela(que por vezes infundada)raiva/ódio interno,pelos outros ou por si mesmo,que acaba se refletindo no seu comportamento,no meu caso acho que me ajudou a virar o junkie que eu era (sério o tanto de porcaria que eu usei não foi normal).Fora isso eu me envolvia bastante em brigas,e ainda abandonei o colégio por um ano e pouco,isso tudo resultou em tretas com a policia e acabei sendo expulso do colégio.
putz véi,não gosto nem de lembrar,eu era muito imaturo >_>
A sorte foi que eu tinha uma namorada e ela tentava me botar um pouco de juízo embora eu passei um bom tempo pra dar ouvidos a ela (agora entendo porquê o pai dela não gostava de mim @_@)
Mas enfim,acho que isso é uma fase da vida mesmo,com o tempo você amadurece e começa a ver as coisas por ângulos diferentes e refletir nas ações que você toma,e começa a pensar tipo "why in the fucking hell i was doing that shit?",bem pelo menos no meu caso foi assim,e se alguém me perguntar,eu não me arrependo,é obvio que eu fiz coisas que podem ser consideradas erradas e tal,mas assim como as outras coisas isso me ajudou a construir a pessoa que sou hoje.Afinal "We learn from failure,not from success!"
Re: No seu teto de vidro eu atiro a primeira pedra
Que coisa, mano, então você também tem uma parte do passado que pensa "por que eu fazia essas merdas?" HASAUSH, é foda, né, ficar pensando nisso e tudo mais. Sei lá, hoje em dia sinto até vergonha. Pensei umas quatro vezes antes de postar esse texto aqui, mas depois cheguei à conclusão de que seria bom caso alguém estivesse se sentindo assim também, ou já tivesse passado por isso, uma forma de alertar que esse tipo de coisa não é legal. Valeu por compartilhar sua história.Lateralus escreveu:Acho que todo mundo já passou por uma fase dessas,embora os níveis mudem de pessoa pra pessoa.
Eu mesmo quando mais novo(velhinho feelings) era um vândalo,embora eu nunca procurava quebrar coisas,no meu caso eu era um pichador >_>
quase todo lugar que você passava tava lá minha tag,era triste(mentira na época era divertido pra caralho) mas enfim,acho que é tudo motivado pela questão do reconhecimento da sua existência mesmo(meu amigo é foda ficar refletindo nas suas ações passadas lol).Mas é como se fala na Teenage angst do Placebo "Since I was born I started to decay.Now nothing ever, ever goes my way" esse é um típico mindset de adolescente,não importa o quê aconteça você nunca está satisfeito,e fora isso ainda tem aquela(que por vezes infundada)raiva/ódio interno,pelos outros ou por si mesmo,que acaba se refletindo no seu comportamento,no meu caso acho que me ajudou a virar o junkie que eu era (sério o tanto de porcaria que eu usei não foi normal).Fora isso eu me envolvia bastante em brigas,e ainda abandonei o colégio por um ano e pouco,isso tudo resultou em tretas com a policia e acabei sendo expulso do colégio.
putz véi,não gosto nem de lembrar,eu era muito imaturo >_>
A sorte foi que eu tinha uma namorada e ela tentava me botar um pouco de juízo embora eu passei um bom tempo pra dar ouvidos a ela (agora entendo porquê o pai dela não gostava de mim @_@)
Mas enfim,acho que isso é uma fase da vida mesmo,com o tempo você amadurece e começa a ver as coisas por ângulos diferentes e refletir nas ações que você toma,e começa a pensar tipo "why in the fucking hell i was doing that shit?",bem pelo menos no meu caso foi assim,e se alguém me perguntar,eu não me arrependo,é obvio que eu fiz coisas que podem ser consideradas erradas e tal,mas assim como as outras coisas isso me ajudou a construir a pessoa que sou hoje.Afinal "We learn from failure,not from success!"
Pode crer, de certa forma esses erros levam a gente aprender algo. Se eu pudesse voltar no passado, não teria feito o que eu fazia, mas já que não posso, pelo menos tiro como lição.
Re: No seu teto de vidro eu atiro a primeira pedra
kkkkkkk Eu lembro dessas historias de vandalismo na sua infância. Juro que quando li pela primeira vez eu não acreditei que essa Tinoca que eu vejo aqui é a mesma Tinoca black block.
Eu nunca tive esse impeto revoltado na infância, tvz fosse pelo fato de extravasar essas coisas através das brincadeiras nas ruas, onde eu podia expressar toda a minha raiva socando um inimigo imaginário.
Eu nunca tive esse impeto revoltado na infância, tvz fosse pelo fato de extravasar essas coisas através das brincadeiras nas ruas, onde eu podia expressar toda a minha raiva socando um inimigo imaginário.
Re: No seu teto de vidro eu atiro a primeira pedra
Caraio, tu era meio vândala revolts? Sei lá, te acho tão pacata, nós e nossos passados podres u_u eu era muito ruim, matava pintinhos de frio ou afogados, minha única preocupação era minha mãe descobrir que eles não caiam na água... Me arrependo amargamente e acho que sou capaz de matar quem ferir qualquer animal. Já fui inconsequente com minha irmã também, ela deu com a cabeça no chão com a péssima brincadeira que fiz, queria tanta atenção e acabei com medo de tê-la ferido gravemente, demorou pra eu aceitar que não era única na casa... Enfim, gostei muito, principalmente da boa escrita <3
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