Educação Inclusiva para pessoas com deficiência
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Educação Inclusiva para pessoas com deficiência
Antes de qualquer coisa, gostaria de frisar que isso aqui será uma mistura louca de blog com discussão. Se você quiser pular para o ponto mais importante, sinta-se à vontade para ir direto para a parte depois da barra de spoiler.
Então, desde o segundo ano do ensino médio, sou um frequentador assíduo de Simulações de Órgãos Multilaterais e Históricos. ONU, convenções históricas, gabinetes de guerra, eu pude simular. Nesses eventos, você recebe um país e "interpreta" um representante dele em cima de algum tópico a ser discutido em seu comitê, que no caso seria o órgão ou a convenção a qual vc está participando. Isso exige certo tempo de preparação e pesquisa, além de ousadia para defender seu ponto e persuasão para fazer com que outros concordem com você, ou para não discordarem de você. Dependendo do seu desempenho, na maior que acontece aqui em Brasília, você ganha um certificado assinado por N pessoas e pelo embaixador do país que você representou (!). E os melhores são convidados para uma simulação que ocorre anualmente em Havard.
Enfim, minha segunda simulação foi essa maior de Brasília. Em 2015, representei Singapura na UNESCO, órgão de natureza recomendatória, e a discussão da vez se tratava de Educação Inclusiva, tanto para mulheres, quanto para pessoas com deficiência.
Eu, de início, não tinha gostado do meu país, sequer do meu comitê. Era a segunda vez que eu pegava um país meio bosta, e por mais que eu tenha me destacado na primeira vez, eu já sabia a barra de pegar um país que aparentemente tem baixa representatividade. Enfim, fui iniciar minhas pesquisas, e fiquei assustado com o que vi. Enquanto o tema do comitê era Educação Inclusiva para pessoas com deficiência e mulheres, ao mesmo tempo que Singapura tinha um dos maiores índices de igualdade de gênero do mundo, tinha uma política brava de segregação quanto aos deficientes. Lá, a educação para pessoas com deficiência não é obrigatória e, aliás, sequer é recomendada pelo governo. Em nota oficial, o governo que domina o país a mais de 40 anos consecutivos disse que era melhor assim visto que o processo de educação especial "impunha requerimentos pesadíssimos aos pais da criança".
Vale lembrar também que, em contrapartida, Singapura mantém um sistema de educação especial em escolas próprias (não-inclusivas) com o auxílio de ONGs e da iniciativa privada. Também que o modelo de estudo singalês é um dos mais fortes do mundo, sendo reconhecida por diversas instituições internacionais como Global Schoolhouse, tanto em iniciativa pública quanto privada. Em sua constituição e cultura, defende-se a meritocracia em seu sentido mais bruto, ao mesmo tempo que no âmbito da cultura trata-se de um país que preza sobretudo o coletivo e bem-estar geral. Culturalmente, também, lá a falsa ideia de igualdade plena é abominada e vista como regresso, vendo a igualdade mais num respeito de diferenças do que a visão utópica ocidental.
Na grande maioria dos quesitos, eu acabei amando Singapura. E, depois de estudar tanto o modelo de lá, como tudo funciona, tomei gosto por aquela opinião e a tomei como ideal.
Mas aí eu me toquei: eu teria que bancar o advogado do diabo no meu comitê, e eu detestava essa ideia. Era tamanha a minha representação que eu sequer tinha notado o tamanho da merda que eu havia me metido.
As simulações começaram e eu fiquei na minha, sem me posicionar durante as primeiras seis sessões (cerca de um dia e meio de 4 dias de simulação.) Depois de um tempo, a simulação estava maçante, não saía do lugar, era todo mundo hora concordando numa clara demonstração de CCC ("Comitê Come-Cu", onde todos dão e recebem e saem sem melhorar em nada.), hora atacando os países muçulmanos por falta de igualdade dentre mulheres. Aí um amigo meu, ciente da minha posição, falou para eu assumir o papel principal logo daquilo ali porque se não a discussão nunca tomaria rumo. E eu o fiz: numa demonstração eminemística, falei um puta discurso trabalhado durante duas sessões com todas as 10 páginas de estudo que fiz de Singapura. Alguns me olharam extasiados, outros, que já haviam sido alertados que eu ia por fogo naquele asilo, olharam surpresos e ao mesmo tempo satisfeitos. Fui atacado por quase todos os fronts, defendido por opiniões neutras, ao mesmo tempo que esfregava na cara de todos que meu modelo era tão eficiente que meu país dispunha de mais deficientes no mercado de trabalho ativo do que nos outros países; além, de claro, minha educação ser extremamente superior à quase todos presentes. Esnobei até os EUA, que até então era meu aliado mas me meteu a faca nas costas. Recebi um 10 pela posição do meu país, um 9 pela minha argumentação, mas acabei zerando diplomacia e por isso não consegui uma menção honrosa IAOUSHAIOUEHAISUHAIOEHS. Acontece.Segue, na íntegra, o meu discurso de entrada (encontrei-o nos meus documentos do Google, por isso tive a ideia do post asiuhasiohaiosh):
Notas de Introdução
Então, desde o segundo ano do ensino médio, sou um frequentador assíduo de Simulações de Órgãos Multilaterais e Históricos. ONU, convenções históricas, gabinetes de guerra, eu pude simular. Nesses eventos, você recebe um país e "interpreta" um representante dele em cima de algum tópico a ser discutido em seu comitê, que no caso seria o órgão ou a convenção a qual vc está participando. Isso exige certo tempo de preparação e pesquisa, além de ousadia para defender seu ponto e persuasão para fazer com que outros concordem com você, ou para não discordarem de você. Dependendo do seu desempenho, na maior que acontece aqui em Brasília, você ganha um certificado assinado por N pessoas e pelo embaixador do país que você representou (!). E os melhores são convidados para uma simulação que ocorre anualmente em Havard.
Enfim, minha segunda simulação foi essa maior de Brasília. Em 2015, representei Singapura na UNESCO, órgão de natureza recomendatória, e a discussão da vez se tratava de Educação Inclusiva, tanto para mulheres, quanto para pessoas com deficiência.
Um breve relato sobre a minha experiência
Eu, de início, não tinha gostado do meu país, sequer do meu comitê. Era a segunda vez que eu pegava um país meio bosta, e por mais que eu tenha me destacado na primeira vez, eu já sabia a barra de pegar um país que aparentemente tem baixa representatividade. Enfim, fui iniciar minhas pesquisas, e fiquei assustado com o que vi. Enquanto o tema do comitê era Educação Inclusiva para pessoas com deficiência e mulheres, ao mesmo tempo que Singapura tinha um dos maiores índices de igualdade de gênero do mundo, tinha uma política brava de segregação quanto aos deficientes. Lá, a educação para pessoas com deficiência não é obrigatória e, aliás, sequer é recomendada pelo governo. Em nota oficial, o governo que domina o país a mais de 40 anos consecutivos disse que era melhor assim visto que o processo de educação especial "impunha requerimentos pesadíssimos aos pais da criança".
Vale lembrar também que, em contrapartida, Singapura mantém um sistema de educação especial em escolas próprias (não-inclusivas) com o auxílio de ONGs e da iniciativa privada. Também que o modelo de estudo singalês é um dos mais fortes do mundo, sendo reconhecida por diversas instituições internacionais como Global Schoolhouse, tanto em iniciativa pública quanto privada. Em sua constituição e cultura, defende-se a meritocracia em seu sentido mais bruto, ao mesmo tempo que no âmbito da cultura trata-se de um país que preza sobretudo o coletivo e bem-estar geral. Culturalmente, também, lá a falsa ideia de igualdade plena é abominada e vista como regresso, vendo a igualdade mais num respeito de diferenças do que a visão utópica ocidental.
Na grande maioria dos quesitos, eu acabei amando Singapura. E, depois de estudar tanto o modelo de lá, como tudo funciona, tomei gosto por aquela opinião e a tomei como ideal.
Mas aí eu me toquei: eu teria que bancar o advogado do diabo no meu comitê, e eu detestava essa ideia. Era tamanha a minha representação que eu sequer tinha notado o tamanho da merda que eu havia me metido.
As simulações começaram e eu fiquei na minha, sem me posicionar durante as primeiras seis sessões (cerca de um dia e meio de 4 dias de simulação.) Depois de um tempo, a simulação estava maçante, não saía do lugar, era todo mundo hora concordando numa clara demonstração de CCC ("Comitê Come-Cu", onde todos dão e recebem e saem sem melhorar em nada.), hora atacando os países muçulmanos por falta de igualdade dentre mulheres. Aí um amigo meu, ciente da minha posição, falou para eu assumir o papel principal logo daquilo ali porque se não a discussão nunca tomaria rumo. E eu o fiz: numa demonstração eminemística, falei um puta discurso trabalhado durante duas sessões com todas as 10 páginas de estudo que fiz de Singapura. Alguns me olharam extasiados, outros, que já haviam sido alertados que eu ia por fogo naquele asilo, olharam surpresos e ao mesmo tempo satisfeitos. Fui atacado por quase todos os fronts, defendido por opiniões neutras, ao mesmo tempo que esfregava na cara de todos que meu modelo era tão eficiente que meu país dispunha de mais deficientes no mercado de trabalho ativo do que nos outros países; além, de claro, minha educação ser extremamente superior à quase todos presentes. Esnobei até os EUA, que até então era meu aliado mas me meteu a faca nas costas. Recebi um 10 pela posição do meu país, um 9 pela minha argumentação, mas acabei zerando diplomacia e por isso não consegui uma menção honrosa IAOUSHAIOUEHAISUHAIOEHS. Acontece.
- Spoiler:
Senhoras e senhores delegados, não venho aqui para entregar-lhes flores de uma falsa utopia de igualdade. Não venho aqui, porém, para desmerecer qualquer pessoa, independentemente de sua etnia, seu sexo, sua nacionalidade ou suas deficiências. Em meu país, damos os tratamentos merecidos para cada aluno; temos uma das mais poderosas educações do mundo, e já fomos agraciados por diversos intelectuais do mundo como “Global Schoolhouse”, ou seja, uma referência em educação primária e secundária mundial. Tendo forte incentivo público e privado, num casamento perfeito dentre as duas esferas, cuidamos de cada um dos nossos pequenos, ensinando-os o verdadeiro conceito do mérito na prática e fazendo-os batalhar, cada dia mais, pelos seus objetivos.
Contudo, muito somos criticados pelo fato da falta de obrigatoriedade escolar para alunos com deficiências, sejam elas quais for. A oposição e diversos falsos moralistas, estes que veemente defendem a igualdade plena, dizem que tal posicionamento é preconceituoso. Mas, deixo claro, não obrigamos os deficientes para estudar por pensarmos que eles não tem a mesma capacidade de qualquer um de nós, mas sim porque compreendemos suas dificuldades; e por isso temos escolas próprias para aqueles cujos pais insistem no seu estudo. Por que não ajudá-los? Helen Keller já provou que, com muito esforço, eles podem ir além! E, não é disso que a meritocracia é feita?
O ensino inclusivo é obviamente uma tentativa falha de dizer que, em nossos estados “naturais”, somos todos iguais. Podemos, com esforço, alcançar a igualdade, mas cada um no seu ritmo. Tentar contrabalancear o ensino de dotados com deficiência para com aqueles não a possuem é sim atrasar um dos lados. Não há porque, tendo duas realidades diferentes, aplicar a mesma medida! Senhoras e senhores delegados, isso não se trata de segregação, e sim de igualdade de oportunidades! O ensino inclusivo é, sobretudo, uma das mais trágicas formas de prejudicar o coletivo! Em Singapura, nós apenas visamos isso. Como alcançar o bem coletivo? Como melhorar a sociedade? Como será que está minha vizinhança, a minha escola, o meu trabalho, o meu país? Como posso fazer para ser, de fato, útil para todos? E é com esse ideal, excelentíssimos delegados, que proponho a igualdade de fato. Abaixo ao ensino inclusivo! Vamos melhorar a forma de tratar cada um de nós, deficiente ou não, tratar com respeito e dignidade, ensinar com respeito às diferenças e cuidar para que, diante dessa violenta selva a qual chamamos de vida, possamos estar sempre sendo úteis para todos.
Por fim, o tema.
Agora, quais vossas opiniões sobre a educação inclusiva para pessoas com deficiência? É um fato, temos pouquíssimos profissionais voltados à essa área. Outro fato, em boa parte dos países dos antigos "Segundo e Terceiro mundo", tem uma opinião pública preconceituosa quanto à deficientes no geral. Outros, se portam como moralistas defensores da igualdade, falando que uma criança com Síndrome de Down tem a mesma capacidade que uma criança sem a Síndrome. O homeschooling, modelo adotado por muitos países da Europa, ajuda bastante no desenvolvimento pedagógico da criança, mas e o desenvolvimento social? Será que é mesmo possível lutar com tais diferenças?
Como vocês se posicionam diante disso tudo?
Como vocês se posicionam diante disso tudo?
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Re: Educação Inclusiva para pessoas com deficiência
Uma amiga se formou em pedagogia e fez educação inclusiva junto com a mediadora da escola em que trabalho, acho muito bom, mas ainda precisa de muito mais. Aqui onde moro quase fecharam a APAE, há vários alunos não laudados, o que dificulta na atribuição de aulas para formados em educação inclusiva. Os alunos com necessidades especiais não laudados não terão aulas adicionais com esses professores mais preparados para instruí-los e a maioria dos outros professores não tem tanto tato nem paciência com alunos mais agitados.
Esse ano a escola receberá muitos alunos autistas, DA e DI (Deficiência Auditiva, geralmente leve somada à deficiência visual, e Deficiência Intelectual), uma média de 50: 4 tem laudo. Não conheço um professor que saiba libras. As vezes os pais não aceitam que seus filhos não são iguais aos outros e os alunos perdem muitas oportunidades. As vezes o próprio aluno com leve deficiência sente vergonha, uma menina quase repetiu por ter vergonha de sentar na frente e usar óculos, não comparecia as aulas especiais e perdeu a vaga na turma de itinerância (educação inclusiva). A estruturação está defasada, as pessoas negam, mas o preconceito acaba barrando muita coisa, inclusive os beneficiados.
É bom ter uma instituição voltada especialmente para deficientes? Com certeza é, mas essas crianças e adolescentes precisam interagir com o resto da sociedade. A receptividade dos outros alunos é enorme e é notável a melhoria no modo de ser e de conviver com as outras pessoas, só falta uma estrutura mais adequada.
Esse ano a escola receberá muitos alunos autistas, DA e DI (Deficiência Auditiva, geralmente leve somada à deficiência visual, e Deficiência Intelectual), uma média de 50: 4 tem laudo. Não conheço um professor que saiba libras. As vezes os pais não aceitam que seus filhos não são iguais aos outros e os alunos perdem muitas oportunidades. As vezes o próprio aluno com leve deficiência sente vergonha, uma menina quase repetiu por ter vergonha de sentar na frente e usar óculos, não comparecia as aulas especiais e perdeu a vaga na turma de itinerância (educação inclusiva). A estruturação está defasada, as pessoas negam, mas o preconceito acaba barrando muita coisa, inclusive os beneficiados.
É bom ter uma instituição voltada especialmente para deficientes? Com certeza é, mas essas crianças e adolescentes precisam interagir com o resto da sociedade. A receptividade dos outros alunos é enorme e é notável a melhoria no modo de ser e de conviver com as outras pessoas, só falta uma estrutura mais adequada.
Re: Educação Inclusiva para pessoas com deficiência
Eu passei o EM inteiro com um garoto surdo na minha sala, sem um interprete e sem nenhum professor que soubesse LIBRAS. Acabou que, nas férias de julho no primeiro ano, nós, os alunos, fizemos um cursão coletivo de libras pra tentar ajudar ele.
PurpleFox94- Autist Bastard
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Re: Educação Inclusiva para pessoas com deficiência
Não conheço uma escola pública que tenha professor realmente qualificado pra deficientes de um modo geral.
Re: Educação Inclusiva para pessoas com deficiência
Não conheço nem escola particular que tenha esse preparoSforza escreveu:Não conheço uma escola pública que tenha professor realmente qualificado pra deficientes de um modo geral.
PurpleFox94- Autist Bastard
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Re: Educação Inclusiva para pessoas com deficiência
Sei que tem umas que tem, mas geralmente as crianças vão pra escolas especializadas.
Re: Educação Inclusiva para pessoas com deficiência
E essas escolas especializadas costumam custar fortunas.
PurpleFox94- Autist Bastard
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