Sobre se casar, começar uma família e talz #3

Na outra parte, eu contei pra vocês sobre o quase-relacionamento que eu tive com uma menina.
Por que aquela história foi importante? Porque aquela menina tinha uma amiga, e essa amiga dela foi uma das personagens principais da minha vida.

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Por causa de círculos de amigos em comum eu já a ''conhecia'' [no sentido de saber quem era e ter uma noção geral da pessoa], mas meu ''conhecimento'' dela parava aí. Nunca tínhamos sequer trocado um oi... Quiça um aceno de cabeça daqueles que voce faz quando quando não dá para ignorar a presença da pessoa, mas também não quer engajar contato direto [vocês são tão socially awkward quanto eu, vocês sabem do que eu to falando]
Então imaginem meu choque quando, mais ou menos na época que a ''minha'' menina sumiu, esta amiga me surge com um
- Oi. Tudo bem com voce?
Em retrospectiva, eu devo ter parecido muito idiota com a cara de chocado sem saber bem como prosseguir.
Ela não pareceu se abalar por isso.
Isso foi o começo de uma das melhores amizades que eu já tive. Naquele dia, nós conversamos por horas.
Aparentemente, a amiga dela não tinha sumido só de mim; Ela se mudou e cortou contato com todo mundo.
E isso deixou minha mais nova amiga sem sua confidente; Daí ela vir falar comigo... Aparentemente, havia-se criado o rumor de que eu sou um bom ouvinte, [que é verdade] e que eu era confiável [na época, não era verdade]. Ainda assim, ela começou a me contar, primeiro aos poucos e depois com mis profundidade, sobre suas desilusões amorosas. Sobre garotos e garotas de quem ela gostava e que gostavam dela, e cada uma das muitas complicações em cada caso.
Eu me apaixonei por ela tão rápido que fiquei até zonzo.
Não porque eu era um nerd anti-social que se apaixonava por qualquer menina bonita que me desse atenção, isso nunca fez meu tipo. Mas porque ela nem ligava para minha aparência, pro meu jeito de me vestir, pro meu sarcasmo caustico. Eu me sentia como se ela olhasse direto pra dentro da minha alma, e gostasse do que via.
Ela ainda não tinha se apaixonado por mim, e eu não achava que isso fosse acontecer... Até que as coisas começaram a mudar.
Numa noite, que parecia ser uma noite como outra qualquer, nós estávamos ouvindo música e falando de música. Ela cantava [talvez ainda cante] e ela me deixou ouvir uma versão dela de uma música. Eu adorava ouvi-la cantar, mas também adorava fazer piadas; ela ficava com vergonha, a gente dava risada, era ótimo. Então eu fiz uma piada maliciosa qualquer, quanto ao jeito que ela cantava, ou sobre a letra [não me lembro bem agora] mas alguma coisa naquela piada saiu diferente. Alguma coisa naquele comentário sarcástico não era só sarcasmo, algo naquela piada era sério. E quando ela respondeu, foi a mesma coisa... O tom daquela conversa, e de todas as outras que viriam depois, mudou. Nosso relacionamento ficou íntimo [obviamente não vou entrar em detalhes sobre isso] e em algum momento depois disso nós começamos a falar sobre sentimentos. Sim, nós só começamos a falar sobre sentimentos depois. Eles já estavam lá, de ambos os lados agora, mas nós levamos um tempo pra começar a falar sobre eles.
E então veio o ''Eu te amo''.
Não me lembro quem falou primeiro, mas foi respondido imediatamente.
E aqui esse ''amor'' não era alguma interpretação imatura do sentimento ou um exagero numa paixão.
Aquilo era amor, em todas as formas que cada poeta e músico da história já escreveu. Mesmo hoje, olhando para trás , me parece bem claro, ela foi a primeira mulher que eu amei de verdade. Amei ela até o fim.. Mas teve um fim.
Vou contar sobre isso na próxima parte.
Um pequeno aviso, na próxima parte vocês vão parar de gostar de mim.