I want nothing more than to be an eyelash fallen on your cheek
5 participantes
Página 1 de 1
I want nothing more than to be an eyelash fallen on your cheek
Aos 16 anos de idade, eu andava com uma menina chamada, vamos dizer, Gisele.
Não importa.
A história não é sobre ela, de uma forma ou de outra.
Eu vivia na casa de Gisele. Ela morava bem perto da escola na qual eu estudava e sempre estava disponível para me entreter (de maneiras absolutamente platônicas, antes que alguma mente maldosa venha concluir o que não deve), e o grupo de amigos dela estava dentro do meu padrão de gosto - então nada mais justo do que passar bastante tempo com Gisele.
Gisele tinha um amigo.
Vamos dizer que o nome dele era João.
João era um cara legal, embora eu nunca tenha interagido com ele. Bonito. Charmoso. Maior de idade e disposto a dar caronas para os jovens que andavam com Gisele.
João tinha um melhor amigo. Ralph, o nome dele. O melhor amigo de João não andava com os amigos de Gisele, mas João sempre dizia: "vocês iriam adorar ele! Especialmente o Vinicius!"
Eu nunca acreditei. Empinava o nariz, revirava os olhos - coisa de adolescente que se acha bom demais para gostar de alguém.
Ah, seria tão divertido voltar no tempo para dizer ao meu eu de 16 anos que, sim, você vai adorar o melhor amigo de João; não agora, mas um dia. E um dia específico; eu marcaria no calendário para o meu eu do passado poder olhar e duvidar ainda mais: 30 de Setembro de 2016. Bem, para quem está familiarizado com a trajetória tortuosa que foi a minha vida no ano passado, essa data é MUITO significativa. Foi exatamente uma semana depois de eu tentar suicídio pela terceira vez - e dessa vez deixo você concluir que, sim, não foi o que chamaríamos de um "encontro fortuito".
Aconteceu assim:
Vinicius quer beijar na boca para disfarçar a dor existencial.
Abre o Tinder. Olha aquele cardápio com muito desinteresse.
Vê a foto de um cara bonitinho - careca, cigarro na orelha, sorriso adorável. Abre o perfil: "se a gente não for se pegar, você pelo menos terá alguém com quem conversar".
"Oh, bom", pensa Vinicius, sem muito ânimo, "o que pode acontecer?"
O que pode acontecer, meu caro, é isso ser um match. E vocês começarem a conversar. E vocês imediatamente sentirem alguma forma de conexão. Vocês conversam um pouco pelo aplicativo, e então decidem passar para o Skype porque os dois têm preguiça de digitar e os dois amam falar. São cinco horas dos mais diversos assuntos que você poderia imaginar: a vida, o universo, e tudo o mais - e ainda mais um pouco. Vocês conversam mais um pouco, e então ele o chama para ir à casa dele.
Eu adoraria dizer para o meu eu do passado que ah, você VAI aceitar e nem vai pensar duas vezes sobre isso. O meu jovem-eu estranharia, como eu também estranhei: não é algo que eu faço com frequência. Mas, novamente, não foi um encontro fortuito: sem velas, sem música, sem nada - só sufoco. E então fui e o encontrei e conversamos e, como sempre haveria de ser, bebemos. Ele não tentou me beijar. Ele não tentou encostar em mim. Ele sequer olhava para o meu rosto enquanto conversávamos - mas dois dias depois estávamos lá, novamente e novamente, com a nossa bebida preferida e os diálogos mais absurdos que a mente humana pode conceber. Já nos conhecemos: é o segundo dia e já sei o nome dos tios, a escola na qual estudou quando criança, o melhor amigo, o filme que o fez chorar, o sabor de pizza preferido - e ele o mesmo: a minha alma entregue em mãos. Então já percebemos que não é qualquer pessoa capaz de compreender os níveis de arrogância aos quais nós podemos chegar; também já percebemos que somos muito diferentes, mas nossas semelhanças são tão peculiares que poderíamos fingir um ser o outro.
Houve, então, uma terceira vez.
Nesse dia ele estava falando de como eu já fiz tantas coisas ruins que ele só poderia se identificar.
"Mas, apesar de todas as merdas que tu já fez, tu ainda consegue ser uma pessoa boa. Eu não", ele disse naquele tom quebrado de quem deseja ser outra pessoa - um tom que eu reconheço porque é meu, também.
Eu olhei para ele - para ele, bonito como melancolia - e senti uma onda estranha de afeto saindo do meu peito e percorrendo minhas vértebras como nitrogênio líquido. Um arrepio profundo e indecente - como um susto, seguido de um eterno calafrio. Pisar em um degrau que não existe. Olhar para o homem atrás da porta e descobrir que é só um cabideiro com um chapéu. Ver a sombra na janela e saber que está sonhando.
"Me dá o seu copo", eu disse. Ele me olhou como se não entendesse; e provavelmente não entendia. Mas ainda me obedeceu. Coloquei os copos em cima da mesa e, sem dizer mais nada, beijei-o.
Ele me beijou, também. Delicadamente, delicadamente. O toque dele no meu rosto me fez cócegas, e lembro de um breve momento em que ele tentou se aproximar mais, mas descobriu que era impossível: já estávamos próximos demais.
Foi apenas uma questão de tempo para que as roupas estivessem caídas no chão - perdi um pé da minha meia preferida essa noite, tão longe fomos em um curto período. E, embora estivéssemos caminhando para o que todos esperam ler, nada aconteceu. Ele me deu um beijo final, eu brinquei com as costas dele e isso foi tudo.
Acordamos nos dias seguintes como se nada houvesse acontecido. Bom, nós somos muito bons em fingir e nenhum dos dois gosta de falar sobre essas coisas intrínsecas. Como diria um texto que escrevi uma vez: está implícito de uma maneira absolutamente nova de estar implícito. Se nós dois não falamos sobre isso, é porque não existe e faz bem em não existir. Mas, ah, existe - e nós sabemos. Ele foi na minha festa de aniversário, na qual só os meus amigos de infância foram. Ele foi na festa do meu melhor amigo, na qual só os meus amigos de infância foram. Ele esteve comigo quando eu chorei, e quando eu ri, e quando eu estive irritado e magoado e com raiva.
Então o ano novo.
Estávamos na cozinha quando aconteceu. Eu, sentado na cadeira, bêbado demais, chapado demais, sem conseguir produzir um pensamento coerente que fosse. Ele, com aquele sorriso bizarro e perfeito - uma combinação perigosa, eu diria. Pode fazer você quebrar em muitos pedaços; em tantos pedaços que, depois que tudo acaba, você mal se reconhece. O ano chegava ao seu fim e ele tentava se despedir. "Você vai embora antes da meia-noite?", eu quis saber. Ele sorriu. Ele sempre o faz, mas nunca genuinamente. "Não. Eu quero te dar uma coisa antes"
Insira aqui todas as piadas com "dar" que você imaginou.
E as que vocês não imaginou também.
Ele só me beijou.
Não foi nada de mais.
Foi um beijo. Mas foi um beijo que queria ser beijo. Isso faz sentido? Na hora fez - e vale lembrar que não foi o momento mais brilhante ou sóbrio da minha vida. Quando nos afastamos, ele sussurrou algo no meu ouvido - assim, bem baixinho; talvez nem ele mesmo quisesse escutar. E então eu perguntei o que ele tinha dito e ele riu e me beijou novamente e novamente e novamente - você é bonito, ele disse depois.
Eu não consegui responder - meu cérebro não conseguiu processar nenhuma das mais recentes informações rápido o suficiente, talvez temendo que tudo fosse dissipar, assim, como memória.
(Ele voltou alguns minutos depois. Passamos o resto da noite andando pela casa enroscados como felinos ao sol)
E todas as vezes em que ele, pequeno demais, pôs-se na ponta dos pés para conseguir beijar a minha testa; ou quando ele segurou a minha mão naquele dia em que eu estava bêbado demais para cuidar de mim mesmo; o daquela outra vez em que ele passou a viagem de volta para casa afagando a minha perna, como se isso pudesse espantar qualquer mal que aquele dia havia me feito - e esperando por isso.
Eu adoraria voltar no tempo e dizer isso tudo para o meu jovem eu.
E então, antes de entrar novamente na máquina que me levou até lá, eu sussurraria:
Você vai gostar dele e sabe o que é pior? Você vai amar sentir isso
Não importa.
A história não é sobre ela, de uma forma ou de outra.
Eu vivia na casa de Gisele. Ela morava bem perto da escola na qual eu estudava e sempre estava disponível para me entreter (de maneiras absolutamente platônicas, antes que alguma mente maldosa venha concluir o que não deve), e o grupo de amigos dela estava dentro do meu padrão de gosto - então nada mais justo do que passar bastante tempo com Gisele.
Gisele tinha um amigo.
Vamos dizer que o nome dele era João.
João era um cara legal, embora eu nunca tenha interagido com ele. Bonito. Charmoso. Maior de idade e disposto a dar caronas para os jovens que andavam com Gisele.
João tinha um melhor amigo. Ralph, o nome dele. O melhor amigo de João não andava com os amigos de Gisele, mas João sempre dizia: "vocês iriam adorar ele! Especialmente o Vinicius!"
Eu nunca acreditei. Empinava o nariz, revirava os olhos - coisa de adolescente que se acha bom demais para gostar de alguém.
Ah, seria tão divertido voltar no tempo para dizer ao meu eu de 16 anos que, sim, você vai adorar o melhor amigo de João; não agora, mas um dia. E um dia específico; eu marcaria no calendário para o meu eu do passado poder olhar e duvidar ainda mais: 30 de Setembro de 2016. Bem, para quem está familiarizado com a trajetória tortuosa que foi a minha vida no ano passado, essa data é MUITO significativa. Foi exatamente uma semana depois de eu tentar suicídio pela terceira vez - e dessa vez deixo você concluir que, sim, não foi o que chamaríamos de um "encontro fortuito".
Aconteceu assim:
Vinicius quer beijar na boca para disfarçar a dor existencial.
Abre o Tinder. Olha aquele cardápio com muito desinteresse.
Vê a foto de um cara bonitinho - careca, cigarro na orelha, sorriso adorável. Abre o perfil: "se a gente não for se pegar, você pelo menos terá alguém com quem conversar".
"Oh, bom", pensa Vinicius, sem muito ânimo, "o que pode acontecer?"
O que pode acontecer, meu caro, é isso ser um match. E vocês começarem a conversar. E vocês imediatamente sentirem alguma forma de conexão. Vocês conversam um pouco pelo aplicativo, e então decidem passar para o Skype porque os dois têm preguiça de digitar e os dois amam falar. São cinco horas dos mais diversos assuntos que você poderia imaginar: a vida, o universo, e tudo o mais - e ainda mais um pouco. Vocês conversam mais um pouco, e então ele o chama para ir à casa dele.
Eu adoraria dizer para o meu eu do passado que ah, você VAI aceitar e nem vai pensar duas vezes sobre isso. O meu jovem-eu estranharia, como eu também estranhei: não é algo que eu faço com frequência. Mas, novamente, não foi um encontro fortuito: sem velas, sem música, sem nada - só sufoco. E então fui e o encontrei e conversamos e, como sempre haveria de ser, bebemos. Ele não tentou me beijar. Ele não tentou encostar em mim. Ele sequer olhava para o meu rosto enquanto conversávamos - mas dois dias depois estávamos lá, novamente e novamente, com a nossa bebida preferida e os diálogos mais absurdos que a mente humana pode conceber. Já nos conhecemos: é o segundo dia e já sei o nome dos tios, a escola na qual estudou quando criança, o melhor amigo, o filme que o fez chorar, o sabor de pizza preferido - e ele o mesmo: a minha alma entregue em mãos. Então já percebemos que não é qualquer pessoa capaz de compreender os níveis de arrogância aos quais nós podemos chegar; também já percebemos que somos muito diferentes, mas nossas semelhanças são tão peculiares que poderíamos fingir um ser o outro.
Houve, então, uma terceira vez.
Nesse dia ele estava falando de como eu já fiz tantas coisas ruins que ele só poderia se identificar.
"Mas, apesar de todas as merdas que tu já fez, tu ainda consegue ser uma pessoa boa. Eu não", ele disse naquele tom quebrado de quem deseja ser outra pessoa - um tom que eu reconheço porque é meu, também.
Eu olhei para ele - para ele, bonito como melancolia - e senti uma onda estranha de afeto saindo do meu peito e percorrendo minhas vértebras como nitrogênio líquido. Um arrepio profundo e indecente - como um susto, seguido de um eterno calafrio. Pisar em um degrau que não existe. Olhar para o homem atrás da porta e descobrir que é só um cabideiro com um chapéu. Ver a sombra na janela e saber que está sonhando.
"Me dá o seu copo", eu disse. Ele me olhou como se não entendesse; e provavelmente não entendia. Mas ainda me obedeceu. Coloquei os copos em cima da mesa e, sem dizer mais nada, beijei-o.
Ele me beijou, também. Delicadamente, delicadamente. O toque dele no meu rosto me fez cócegas, e lembro de um breve momento em que ele tentou se aproximar mais, mas descobriu que era impossível: já estávamos próximos demais.
Foi apenas uma questão de tempo para que as roupas estivessem caídas no chão - perdi um pé da minha meia preferida essa noite, tão longe fomos em um curto período. E, embora estivéssemos caminhando para o que todos esperam ler, nada aconteceu. Ele me deu um beijo final, eu brinquei com as costas dele e isso foi tudo.
Acordamos nos dias seguintes como se nada houvesse acontecido. Bom, nós somos muito bons em fingir e nenhum dos dois gosta de falar sobre essas coisas intrínsecas. Como diria um texto que escrevi uma vez: está implícito de uma maneira absolutamente nova de estar implícito. Se nós dois não falamos sobre isso, é porque não existe e faz bem em não existir. Mas, ah, existe - e nós sabemos. Ele foi na minha festa de aniversário, na qual só os meus amigos de infância foram. Ele foi na festa do meu melhor amigo, na qual só os meus amigos de infância foram. Ele esteve comigo quando eu chorei, e quando eu ri, e quando eu estive irritado e magoado e com raiva.
Então o ano novo.
Estávamos na cozinha quando aconteceu. Eu, sentado na cadeira, bêbado demais, chapado demais, sem conseguir produzir um pensamento coerente que fosse. Ele, com aquele sorriso bizarro e perfeito - uma combinação perigosa, eu diria. Pode fazer você quebrar em muitos pedaços; em tantos pedaços que, depois que tudo acaba, você mal se reconhece. O ano chegava ao seu fim e ele tentava se despedir. "Você vai embora antes da meia-noite?", eu quis saber. Ele sorriu. Ele sempre o faz, mas nunca genuinamente. "Não. Eu quero te dar uma coisa antes"
Insira aqui todas as piadas com "dar" que você imaginou.
E as que vocês não imaginou também.
Ele só me beijou.
Não foi nada de mais.
Foi um beijo. Mas foi um beijo que queria ser beijo. Isso faz sentido? Na hora fez - e vale lembrar que não foi o momento mais brilhante ou sóbrio da minha vida. Quando nos afastamos, ele sussurrou algo no meu ouvido - assim, bem baixinho; talvez nem ele mesmo quisesse escutar. E então eu perguntei o que ele tinha dito e ele riu e me beijou novamente e novamente e novamente - você é bonito, ele disse depois.
Eu não consegui responder - meu cérebro não conseguiu processar nenhuma das mais recentes informações rápido o suficiente, talvez temendo que tudo fosse dissipar, assim, como memória.
(Ele voltou alguns minutos depois. Passamos o resto da noite andando pela casa enroscados como felinos ao sol)
E todas as vezes em que ele, pequeno demais, pôs-se na ponta dos pés para conseguir beijar a minha testa; ou quando ele segurou a minha mão naquele dia em que eu estava bêbado demais para cuidar de mim mesmo; o daquela outra vez em que ele passou a viagem de volta para casa afagando a minha perna, como se isso pudesse espantar qualquer mal que aquele dia havia me feito - e esperando por isso.
Eu adoraria voltar no tempo e dizer isso tudo para o meu jovem eu.
E então, antes de entrar novamente na máquina que me levou até lá, eu sussurraria:
Você vai gostar dele e sabe o que é pior? Você vai amar sentir isso
Última edição por Neoshadow em Qua Fev 08, 2017 3:05 am, editado 1 vez(es)
Neoshadow- Furious Witch
-
Título de Nobreza : Duque de Turandor
Mensagens : 8462
Ka$h : 139003
Likes : 179
Data de inscrição : 05/07/2012
Idade : 31
Localização : A place made for leaving
Re: I want nothing more than to be an eyelash fallen on your cheek
Fiquei sem palavras. Que relato lindo!
Acho que pelas coisas que você já contou, eu sempre te imaginei se apaixonando com bastante pessimismo. Mas senti algo bem diferente lendo esse blog aqui. Que lindo <3
Re: I want nothing more than to be an eyelash fallen on your cheek
nossa, deu uma inveja até, que bom que encontrou algo bom na vida XD.
espero que sua felicidade continue por muito tempo .
espero que sua felicidade continue por muito tempo .
Re: I want nothing more than to be an eyelash fallen on your cheek
Que lindo, a leitura me fez sentir bem, poderia dizer, mais feliz. Fui contagiado. <3
Re: I want nothing more than to be an eyelash fallen on your cheek
~se debulhando em lágrimas~
Ai carai, seu fdp ingrato
~abano o rosto~
Faz essas coisas comigo não
~fungo~
Porra que merda linda
~agarro você~
Quero mais detalhes, que porra muito fofa, desgraça
To morrendo, quase chorando no meu trabalho
Socorro, isso foi muito lindo
~assoa o nariz~
Ai
Ai carai, seu fdp ingrato
~abano o rosto~
Faz essas coisas comigo não
~fungo~
Porra que merda linda
~agarro você~
Quero mais detalhes, que porra muito fofa, desgraça
To morrendo, quase chorando no meu trabalho
Socorro, isso foi muito lindo
~assoa o nariz~
Ai
Página 1 de 1
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos
Sáb maio 04, 2024 6:30 pm por Subba-kun
» O que você está fazendo agora?
Dom Ago 20, 2023 10:49 pm por OtomeSanKawaii
» Então né... quase 10 anos
Dom Ago 20, 2023 10:45 pm por OtomeSanKawaii
» Hazukashii Serifu Kinshi!
Seg Abr 24, 2023 7:43 pm por Sora Nimus
» O que te satisfaz?
Qui Dez 08, 2022 11:04 pm por Sora Nimus
» Hey guys!
Ter Nov 08, 2022 9:33 pm por TiNoSa
» Como estão lidando com esse período pandêmico, de quase isolamento?
Ter Nov 08, 2022 9:20 pm por TiNoSa
» A Movimentação no Fórum
Ter Nov 08, 2022 9:13 pm por TiNoSa
» Que música você está ouvindo agora?
Ter Nov 08, 2022 8:45 am por Fuza