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Mensagem por Elena Qui Jul 26, 2012 11:17 pm

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Fazia um tempo que estava longe de casa, mas minha irmã e meu pai me mandavam cartas constantemente. Minha mãe havia morrido quando eu era pequeno e meu pai já estava bem velho, porém ainda era o Marquês. Eu, como filho mais velho, herdaria seus títulos e as propriedades quando meu pai morresse ou decidisse abdicar.

Semanas antes, minha irmã me mandou uma carta dizendo que havia encontrado o homem de sua vida. Ela falava maravilhas dele mesmo só tendo o visto de longe. Ela alegava também que ele a vira e que lhe dirigiu um belo sorriso. No começo eu achei apenas um sonho bobo de uma dama que deseja fervorosamente se casar, mas foi um equivoco. Uma semana depois, recebo uma carta, dessa vez de meu pai, relatando que um homem decidiu cortejar minha irmã. Junto desta, vieram outras de minha irmã, fazendo quase uma biografia amorosa.

Por fim, meu trabalho no exterior se concluiu. E, finalmente, consegui retornar para casa, não sabendo que eu me arrependeria muito depois. Quando cheguei estavam dando uma festa, e me senti um estranho em minha própria casa. A música estava alta, pessoas distribuídas por todo o salão, algumas dançavam outras bebiam, e conversavam. Estava cansado e desnorteado, só queria ir para o meu quarto e descansar. Avistei o mordomo e pedi para que ele pegasse minha bagagem na carruagem e levasse para o meu quarto em seguida subi para os meus aposentos. O corredor estava vazio e silencioso, bom para mim, que só queria paz naquele momento. Olhei aquele corredor, e me veio um sentimento tão nostálgico, fazia tanto tempo que eu estava fora de casa.

Devido à minha distração acabei esbarrando em algo ou em alguém. Desculpei-me rapidamente sem olhar quem era e desviei de seu caminho.

Contudo, o estranho agarrou repentinamente o meu braço, me parando.

— Nunca vi você antes, é novo aqui? – perguntou ele, sua voz profunda arrepiando até os cabelos de minha nuca. Virei-me rapidamente para ver o rosto do estranho e meu coração disparou. A luz iluminava seu cabelo de um jeito que parecia fogo e seus olhos tinham um tom de mel. Voltei a respirar devagar. Não percebi que a tinha prendido.

— A casa é minha. Isso responde sua pergunta? – Bem, a casa não era exatamente minha, era do meu pai, mas seria minha. O estranho arqueou uma sobrancelha ruiva e sorriu. Naquele momento eu senti borboletas no estomago e decidi que eu precisava que sair dali, urgentemente! Mas ele não tinha o mesmo planos que o meu, e num piscar de olhos eu estava sendo pressionado contra a parede. O estranho estava com seu rosto muito próximo ao meu, ele ainda sorria diabólica e sedutoramente, quando passou a mão na minha bochecha.

— Você sim é bem interessante. – disse antes de me beijar calorosamente. Para ser sincero, foi o melhor beijo da minha vida... Acabei me entregando ao momento, não percebi que ele havia me empurrado para um canto escuro do corredor. Mas foi bom ele tem pensado nisso. O beijo foi interrompido abruptamente e eu fiquei novamente desnorteado, foi como se acabasse de beber vários litros de vinho, fiquei muito longe. Mas ouvi quando ele disse: "Uma pena isso ser apenas negócios"... E depois disso o estranho se foi. Confuso, eu praticamente me teletransportei para o meu quarto.

No dia seguinte, topei com meu pai e minha irmã sentado à mesa para o café da manhã, o estranho foi que meu pai não estava sentando na cabeceira da mesa, e sim do lado da minha irmã. No momento em que minha irmã me viu ela pulou da cadeira veio a mim, abraçando-me fortemente. O meu pai apenas acenou a cabeça com um sorriso no rosto.

— Irmão! Que bom que está aqui, quantas saudades de você! – Ela disse se apartando do meu abraço. – Venha, conheça meu noivo! – Puxou o meu abraço me arrastando em direção ao lugar onde meu pai normalmente sentava. No momento em que me aproximei, notei que havia uma pessoa sentada lá, mas na medida em que fui avançado e conseguir visualizar a face do sujeito, o sangue parou de correr nas veias, da mesma maneira meu coração parou de bater por uma fração de segundos.

Em seguida ele começou abater novamente num ritmo acelerado, mas pelo menos soltei a respiração... Não reparei que a prendi. Respirei fundo e decidi não me abalar, francamente, que bobagem isso. Foi apenas um beijo idiota!

— Prazer, meu nome é Henry Denver. – Estendi minha mão para ele. - Fico honrado em conhecer o homem que mexeu com o coração da minha irmãzinha. – E com o meu também. Pensei, mas logo joguei isso de lado. Sorri tentando disfarçar e parecer sério, como eu normalmente era. Em retribuição o homem olhou-me intensamente, para logo depois a luz dos seus olhos apagou-se e eles ficaram nublados.

Ele levantou-se majestosamente da cadeira e apertou a minha mão, nesse momento senti um calafrio percorrer meu ventre, mas tentei disfarçar o sobressalto que essa sensação me proporcionou. O estranho sorriu ao perceber aquilo.

— Prazer, Lord Denver. – Ele inclinou a cabeça em um gesto amistoso e apertou com firmeza minha mão enquanto sorria. — Sou Kenrick Marshall. – Apresentou-se. – Sua irmã é adorável, na verdade foi ela que balançou meu coração. – Disse amavelmente, mas para mim, aquilo pareceu bastante falso. – Sente-se e coma conosco, não quero fazê-lo se sentir desconfortável em sua própria casa. – Ele falou educadamente, mas eu senti zombaria em seu tom e me irritei. Sentei-me na mesa, logo todos retornaram aos seus lugares, o café da manhã foi servido e nos comemos.

Minha irmã começou uma conversa animada com seu noivo, e eu nada disse, apenas continuei a comer. Por algum motivo eu não gostava nem um pouco do jeito que minha irmã o tratava, com tanta intimidade. Uma risadinha, um toque no braço, um flerte levemente disfaçardo. Francamente, ele estava fazendo-a sair de sua postura normal. Irritado, levantei da mesa e me desculpei com todos. Sai do salão e fui em direção a biblioteca.

A biblioteca era a mesma de sempre e, como eu prevera, haviam algumas bebidas em uma das estantes. Era uma biblioteca de um homem afinal, era lógico ter bebidas. Fui em direção ao armário e peguei uma garrafa de whisky, e não apenas isso, afinal não era necessário um copo. Joguei-me em uma das poltronas e esvaziei a garrafa em questão de minutos. Por algum motivo, eu estava frustrado e com vontade de me embebedar para esquecer tudo. Sinistro isso, mas assim eu fiz. Depois de bêbado, senti-me sonolento e dormi ali mesmo, na poltrona.

E o pior mesmo foi o sonho que eu tive em seguida. Claro, com o ruivo alto de olhos castanhos. No sonho ele havia me beijado novamente, mas dessa vez ele me beijou mais de uma vez, e ainda no Havaí, desabotoado minha camisa, beijado meu pescoço, mandíbula e peito.

— Você é uma gracinha gemendo. – Ouvi sua voz risonha dizer, enquanto seus lábios se apossavam dos meus num beijo quente e devastador, não queria que aquele sonho acabasse tão logo e me entreguei às sensações até que minha mente nublasse e tudo escurecer.

Acordei, no começo eu estava confuso e desorientado com o tempo e o espaço, mas aos poucos eu fui lembrando-me das coisas, e uma forte dor de cabeça me arrebatou. E olhei para minhas roupas, elas estavam um tanto amassadas, mas não me importei com isso. Levantei-me da cada e sai da biblioteca, e cambaleei até o meu quarto. Sentia-me muito estranho, eu estava mais cansado do que antes, mas sentia-me mais leve, menos frustrado. Tudo o que eu queria era ir para cama, e assim eu fiz. Passei em frente ao espelho, mas algo me parou. Minha visão periférica tinha capturado algo errado. Voltei-me para o espelho e me espantei. Minha roupa não estava um pouco amassada, estava muito amassada. Estava completamente desabotoada, colete, camisa, e até mesmo minhas calças! Vi algo vermelho em meu pescoço e cheguei mais perto para ver melhor... E aquilo era nada mais nada menos que uma marca de beijo! Ou melhor, um chupão!

De onde é que veio aquilo? Não conseguia entender, minha cabeça estava estourando, e eu me esforcei para lembrar até que... Não. Não, não, não, não. Não era possível! Foi apenas um sonho! Será que... ? Não. Aquilo não podia ter sido real. Caí na cama, desfalecido, e comecei a chorar. Eu... Trai minha irmã! Como foi que eu pude fazer isso? Sou um bastardo! Como irmão mais velho, eu deveria ter cuidado da minha irmã, mas não! A traí! Tudo por culpa daquele maldito noivo dela!

Aquele desgraçado! Tudo o que eu queria fazer nesse exato momento era atirar nele! Bem, e foi nessa intenção que eu arrumei minha roupa, peguei a arma e fui em direção ao quarto de hospedes como um possesso. Nem sequer bati, chutei aquela maldita porta, e lá estava ele, de costas, tirando o casaco. O puxei pelo ombro, virando-o e então soquei sua face, ele caiu contra parede.

— Desgraçado! – Gritei. – Ela não merecia isso! Seu maldito! – Soquei-o novamente, e mais uma vez, e mais uma vez. Ofegante eu cai ao seu lado, e comecei a chorar, minha respiração estava acelerada tal como meu coração, e levei as mãos aos ouvidos, tentando parar aquele zumbido. Senti que ia enlouquecer, estava quase caindo num abismo. Então algo quente me envolveu, e percebi que ele estava me abraçando. Será que eu não tinha lhe socado suficiente?

— Pobre criança. – Ele disse me apertando e afagando meus cabelos. – Você está pensando em sua irmã ou em você? – A pergunta dele me fez prender a respiração. – Admita. Você está completamente apaixonado por mim. – Kenrick me encostou contra a parede e obrigando-me a fitá-lo, e arregalei os olhos, assombrado. Seu rosto estava ferido, tinha sangue escorrendo pelo canto de sua boca, da sobrancelha e um pouco do nariz. Nesse momento eu olhei as minhas mãos por cima do ombro dele e as vi cheias de sangue.

— Eu fiz... – Não consegui terminar a frase.

— Não se preocupe com isso, você está frustrado. – Ele disse, sorrindo maliciosamente, e então me beijou na bochecha. – Se fosse outra pessoa, eu me vingaria, mas prefiro fazer outras coisas... – Seu olhar era diabólico. Fiquei tentado, mas eu não podia. Empurrei-o para longe de mim e me levantei.

— Fique longe de mim! – Gritei, eu estava histérico, estava fora de mim, eram tantos sentimentos desconhecidos que eu sentia que iria explodir. Sentia que não era eu mesmo naqueles dois últimos dias. Eu tinha que ir embora dali urgentemente! Sai correndo do quarto de Kenrick e fui para o meu. Arrumei minhas coisas e, em menos de uma hora, estava tudo pronto. Era noite, e ninguém me viu saindo. Bem, ninguém, a não ser Kenrick, eu sabia que ele estava acordado. Eu estava fugindo, como um ratinho assustado, de minha própria casa, mas era a verdade. Eu estava frustrado, com medo e... Apaixonado pelo noivo da minha irmãzinha... Transformei-me em um ser desprezível.



***



O cheiro de terra fresca era maravilhoso, me tranquilizava, era melhor que qualquer chá ou bebida. Aconcheguei-me entre as almofadas da cadeira de balanço da varanda, enquanto observava a chuva bombardear contra a terra e a lagoa a poucos metros. Aspirei aquele cheiro entorpecente e foquei no espetáculo à minha frente. A tempestade no exterior nublava a que existia em meu interior.

Passou-se dois meses desde o dia que parti da mansão, acabei vindo para propriedade mais distante que meu pai tinha. Não sei o que se passou na cabeça do meu pai e de minha irmã depois de minha partida. Porém, o que sei é: o casamento foi há 4 dias Estou bastante deprimido quanto a isso, infelizmente não foi algo passageiro, eu me apaixonei mesmo por aquele maldito. E agora sofro sabendo que ele está nos braços da minha irmã, contundo, este é o certo. Ele é dela, não meu.

Senti uma vontade arrebatadora de participar daquele espetáculo, talvez na esperança de que a água lavasse minhas desilusões. Levantei-me da cadeira e segui em direção aquela maravilha. Do lado de fora da varanda, a força da água açoitou meu rosto. Sorri, rodei, ergui o rosto e as mãos ao céu, apreciando aquela sensação. A mistura do cheiro de terra molhada e a sensação da chuva proporcionaram-me um bem estar imenso.

- Você vai ficar resfriado se continuar com essa loucura. – Uma voz profunda retumbou detrás de mim. Uma bem familiar. Abri os olhos, atônito. Só podia ser algum tipo de brincadeira. Voltei-me em sua direção, e lá estava. Ele! Ele estava aqui! Todo ensopado, seu cabelo ruivo grudado ao pescoço e rosto. O mundo girou e escureceu naquele momento.



***



Acordei atordoado, eu não estava na chuva, e sim em frente à fogueira, envolto em peles, mas tinha algo a mais. Olhei para cima, encontando olhos cor de mel fitando-me intensamente. Kenrick! Notei que ele estava sem camisa, e seus cabelos ainda estavam molhados, assim como seu torso. Entretanto, seus ombros estavam com cobertos com peles. E eu estava deitado em seu colo. Tentei me afastar, mas ele não deixou.

— O que faz aqui, Kenrick? – Protestei a fim de conseguir me soltar. – E como me achou aqui? Não deveria estar em lua de mel? – Interroguei-o, mas um pensamento abateu minha mente. – Você! Você não a abandonou não é? Não a deixou plantada no altar não é mesmo? Fale-me, seu desgraçado!

Ele me encarou por um tempo, antes de jogar a cabeça para trás e gargalhar por um bom tempo. – Me desculpe. – Disse, por fim, limpando as lágrimas nos cantos dos olhos. – Mas é realmente surpreendente, e até mesmo engraçado, o quanto você mexe comigo. – Ele falou aquilo como se não fosse nada, enquanto senti meu corpo tremer e corei violentamente. – Tenho algumas coisas a lhe explicar... – Comentou ele, enquanto me erguia e descansar seu queixo em meu ombro. – Primeiramente, não larguei sua irmã no altar. Ela está muito bem casada. – Ele parecia verdadeiro, mas como eu poderia acreditar se ele estava bem aqui? Todavia, senti-me aliviado. Mas ele interrompeu meus pensamentos. – Ela está bem casada com meu irmão. – O revelou suspirando cansadamente. Eu fiquei totalmente confuso, não compreendendo nada. – Vou te explicar. Quem se casou com sua irmã foi o meu irmão gêmeo. Eu servi apenas como uma garantia. – Sorriu, e ao ver-me franzir o cenho, ele suspirou.

— Meu irmão viu sua irmã e se apaixonou. Mas, por ter nascido primeiro, as responsabilidades da família caíram sobre seus ombros. Ele estava com uma viagem marcada, mas queria conquistar a dama e garantir que ela fosse sua. Por isso, ele me pediu para fingir que era ele a cortejá-la. Somos gêmeos idênticos, as diferenças são imperceptíveis. Nem nossos pais conseguem nos diferenciar direito. – Ele torceu o nariz, brincalhão. – Foi um saco fazer isso, mas queria ver meu irmão feliz, e ele parecia convicto disto. Por esse motivo, esforcei-me ao máximo. Mas ao ver você... – Ele parou por alguns segundos. – Senti que meu coração foi arrebatado naquele momento, e eu tinha que fazê-lo meu! – disse por fim. Agarrou meu queixou e fez-me encará-lo. – Encontrar você foi a coisa mais fácil. Até por que eu estava disposto a ir fim do mundo atrás de você. – Ele sorriu e meu coração tremeu. – Sou egoísta, e quando quero algo, não desisto até conseguir. – O olhar que me foi lançado foi destruidor e, então, me deu o beijo mais avassalador de toda minha vida.



***



Estávamos abraçados na cama. Minha cabeça estava pousada em seu peito, sorrindo boba e felizmente.

— Eu não sei o seu nome real. – comentei surpreso, sabia o nome do irmão dele, mas agora percebi que não sabia o seu.

— Kendrick. – disse ele acariciando meus cabelos. – Irônico, não?

— Bastante. – Sorri diante daquilo. – Doravante, te chamarei de Kendy.

— Não me importo do que você me chame, contanto tenha em mente a mim, e apenas a mim, e tenha consciência de que me pertence.

— Tão possessivo. – Rolei os olhos, mas ele nada disse. Aconcheguei-me mais a ele. – Eu te amo, Kendy. – Confessei, antes de adormecer em seus braços.

Kendrick havia dito que ele e seu irmão eram idênticos, mas, quando por fim os vi juntos, não vi semelhança alguma. Para mim, Kendy era único e sempre seria.
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Mensagem por TiNoSa Qua Ago 01, 2012 1:57 am

Desde o começo da fic eu imaginei a decoração dos locais, as roupas e aparência das pessoas como mostradas no filme The Picture of Dorian Gray. Sua fic me passou a mesma impressão séria.
E eu nunca imaginaria um plot twist desses. Ficou muito bom, e gostei da justificativa. Conseguiu fazer o final ficar feliz para todos, e isso foi legal também. Só depois da revelação é que entendi melhor o título. Acho que ficou bem escolhido por isso =)
Talvez o yaoi que eu conheça que mais se aproxime da fic (no caso, por causa da identificação de gêmeos) seja o capítulo Reflections in the Water, do mangá Like as the Time Will Come When it Will Rain. Mas foi uma história bem original, na minha opinião, não consigo pensar em nenhum que se assemelhe muito a ela.
Ah, e eu já ia me esquecendo de comentar: fazia tanto tempo que eu não ouvia a expressão “borboletas no estômago” que foi bom relembrá-la x)
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