O tempo passa...

À medida que meus curtos dias se passam diante de meus olhos, uma certa coisa me incomoda profundamente: por que assim como os outros eu não consigo ter medo do que está por vir? Por que eu não consigo temer a morte, a perda dos entes queridos ou qualquer outra coisa aleatória? Por que eu não sinto nada quando me ofendem ou dizem coisas que deveriam me magoar?
Eu me sinto entorpecida pelos diversos acontecimentos que se passam ao meu redor, e tudo o que eu consigo sentir é raiva. Raiva de mim mesma por não conseguir ter sentimentos como os das outras pessoas. Raiva por não conseguir demonstrar felicidade, e raiva por não conseguir sentir tristeza. Eu sinto raiva por não ser mais aquela garota sonhadora e cheia de amigos, sinto raiva por ter me tornado uma pessoa tão introvertida que não se abre nem para si mesma. E após a raiva, eu não posso deixar de sentir pena de mim mesma. Pena por ser uma pessoa tão vazia que já nem se reconhece.
E conforme os curtos dias passam diante dos meus olhos, eu observo eu mesma me tornando a sombra do que poderia ter sido algum dia.

A morte é umas das poucas certezas que se tem e ela chega para todos. Não a motivo para teme-la, é até bom que se saiba que ela vai chegar, pois assim se tem um tempo para evita-la... Bom evita-la não, mas adia-la.

A não ser que você consiga sacrificar uns Ishibalianos para fazer uma pedra filosofal... Ninguém liga para Ishibalianos mesmo...

temer a morte para se apegar a uma religião, a dogmas e se privar das coisas daqui acreditando que talvez exista um lugar melhor quando morrer? Não obrigado.

Apesar disso, as vezes é legal olhar a morte pelos olhos de outra cultura, exemplos os mexicanos que festejam a morte. Eu nunca acendi vela para divindade ou santidade nenhuma, mas se fosse ou for fazer algum dia será para La Muerte.

Outra coisa que o saber da morte traz é o aproveitar a vida, fazer oque gosta, do jeito que gosta, e quando quiser, mas claro nada de yolo ou tacar o fodac em tudo... Você tem 16 anos e existe regras para você e para todos.

Esses dias eu escutei um "poeta de bar" falar "As pessoas são como cometas. É bonito quando se aproxima, enquanto passa e quando vai embora..."

Não temer perder alguém querido, seja por morte ou qualquer outra coisa, não quer disser que você não gosta da pessoa e sim que esta preparada emocionalmente para aquilo, não vai te abalar de forma tão dura a partida dela. Isso me parece maturidade, bom não sou a melhor pessoa para falar de maturidade, mas amar e gostar de alguém não significa que você tem que se despedaçar em choro quando ela partir, cada um reage de uma forma e se você é forte suficiente para não temer e isso não te abalar é melhor para você. Afinal, quando se conhece alguém, já se sabe que aquilo vai acabar de alguma forma tbm...

E que bom, realmente parabéns que não se ofende fácil, isso é ótimo. A melhor coisa que se tem é conseguir se manter calmo e racional mesmo quando alguém esta te xingando, se esgoelando a praguejar e aquilo não te afeta. É um tapa mais forte na cara da pessoa você se manter calma e racional do que perder a cabeça e começar a agir como ela é até legal ver quando as pessoa perdem a capacidade de argumentar como elas partem para xingamentos e Ad hominem .

Não vejo nada de ruim em pensar assim, ter esse tipo de pensamento não torna ninguém vazio ou mata garotas(os) sonhadores, na verdade acho que pessoas que não temem morrer ou perder alguém sejam aquelas mais inclinadas a arriscar e a realizar seu sonhos.

Pensamentos desse tipo podem ser consequência de você ter se tornado introvertida, mas não causa.

Mas volta a disser, pensar assim não é ruim ou errado.
Pessoas vazias são aqueles que vomitam asneiras ao abrir a boca.
Pensar assim não quer dizer que ficara sem amigos, mas vai "filtrar" as pessoas que se aproximam de você.
E bom, facilmente vão te chamar de fria ou te confundir com uma pessoa fria, pois essas são características de alguém frio, mas não acho que apenas isso torne alguém algo sem sentimentos.

Mas seria interessante você ler/ouvir uma opinião contraria e decidir oque acha melhor.

Concordo com o Excalibur.
Bom, essa ideia de ser frio é relativa, há coisas que te incomodam mais e coisas que te incomodam menos.
Eu acho ruim me sentir pior quando um relacionamento acaba ou vai mal do que quando um parente meu morre.

Mas acho ótimo não me preocupar com a morte, você vive mais fácil, se arrisca e se permite. Não tem todo aquele pensamento de se eu fizer isso, quando morrer estarei condenada" ou algo do tipo.

Medo não é algo tão bacana de se sentir, mas se você parar para pensar vai perceber que sente medo de pequenas coisas. Há coisas que te deixa mais alegre e coisas que te deixam mais triste. Cada um tem uma forma de demonstrar, depende do tempo e humor.

Ultimamente eu ignoro, tudo que me magoa, sempre fiz isso. Eu deixo passar e as vezes penso, mas nada que muda na minha vida realmente me importa.
Infelizmente descobri em relacionamentos amorosos que com isso não é assim, eu sou meio "boba". Vou muito atrás, mesmo cansada.

Acredito que toda pessoa mais fria tenha seu ponto fraco, aquilo que a desmorona.

Não acho que seja realmente tão relevante pensar tanto sobre essas coisas. Amor? Tristeza? Felicidade? Raiva? Não se pensa nisso, se sente quando chegar a hora. Acredito que quando tiver que demonstrar meu amor, irei fazê-lo, assim como na hora de ficar triste. Até lá, aproveitar o dia de hoje e confiar o mínimo possível no amanhã é o melhor a se fazer. Tenho vivido melhor tendo isso em mente.

É, só que essa falta de emoções tem me entediado muito. Eu não consigo mais rir com um filme de comédia, e quando eu consigo rir, não é como se eu estivesse me divertindo ou algo do tipo.
Eu sinto falta de quando ainda sentia medo, embora a última vez que eu tenha sentido isso foi com meus 4 ou 5 anos. Podia ser uma sensação incômoda, mas eu meio que gostava dela.
Por algum motivo, não consigo me importar se meus relacionamentos interpessoais estão indo para o buraco ou não. Eu tento ser legal com os outros o máximo que eu posso, mas é como se eu não conseguisse me apegar a essas pessoas como deveria. Então quando alguém se afasta, eu simplesmente não sinto nada.
E apesar de não me sentir ofendida, às vezes eu me sinto obrigada a brigar quando alguém ultrapassa os limites. Mesmo que isso não faça nenhuma diferença para mim.
E o meu principal problema não é não saber como demonstrar amor, mas sim ser tão indiferente a ele que eu quase penso que sou incapaz de amar. Eu sei que ele está ali, em um cantinho escuro do meu cérebro, mas não consigo sentí-lo.

Você tem 16 anos, isso deve ser puberdade ou algo do tipo...
Vá correr atras de unicórnios garota...

Tomara que seja isso mesmo.
P.S.: Caramba, esse duende tem um ânimo e tanto pra ficar perseguindo o unicórnio maldito...