A Floresta Enevoada

Uma escura e fria floresta coberta por uma densa neblina.

Lief havia se entregado à escuridão, sentindo o corpo sendo arrastado em direção ao buraco no fundo do rio da Floresta Valentine. Sentiu uma forte pontada no estômago quando foi sugado pela energia que havia lá embaixo. Não quis abrir os olhos, pois teve medo da realidade que o cercava. Não sabia onde estava e nem nada onde aquele feitiço o havia levado. Mas depois de alguns minutos sentiu que já estava em águas calmas, porém, o ambiente à sua volta era completamente diferente do esperado.

Se viu cercado por pinheiros e por névoa, e seu corpo, da metade para baixo, estava imerso em uma poça que devia ter apenas alguns centímetros de profundidade, coisa que o fez tomar um tremendo susto, desvencilhando-se da água até chegar à terra. Ele nunca havia estado naquele lugar, mas sabia muito bem onde era. A floresta fria dominada pela neblina, a Floresta Enevoada.

Uma criança que passava por aquele local desolado não pareceu assustar-se com o aparecimento do viajante, e perguntou:



- O senhor está bem?

Mas o que diabos...

- Oh, estou sim garotinho. Mas o que você faz aqui? - Perguntou Lief, retirando o excesso de água das suas roupas.

- Eu moro aqui. - disse ele. - Um senhor de cabelo loiro avisou que você vinha. Ele disse que eu teria que te alimentar, mas eu não entendi isso direito...

O garotinho mostro para Lief um saco com comida.

- Aquele senhor de cabelos loiros é muito estranho, ele desapareceu da minha frente e eu não entendi muito bem o que ele queria. Ele só me disse: fique aqui, você irá alimentar o moço que chegará. Eu não tinha comida nenhuma comigo... Então trouxe comida para o moço que chegou.

Ele tirou um pedaço de pão e uma maça de dentro de sua sacola.

- Isso serve, moço? - perguntou Arthur com sua voz inocente e infantil.

Lief sorriu. Não conseguiu atacar o menininho, ele lembrou dele, menor, frágil, sendo maltratado por sua madrasta e meia-irmã. Ele sabia, que se não beber o sangue de alguém logo, ele sofreria novamente.

- Sim, obrigado. - Lief pegou a maça e começou a comé-la. - Me fale mais sobre você e sua família garotinho.

Arthur abriu um sorriso.

- Quer que eu te leve à minha casa? - perguntou ele entusiasmado. - A gente mora numa cabana aqui perto!

Este menininho... não me é confiável.

- Não precisa, muito obrigado. Eu estou bem aqui. - Lief olhava ao seu redor, não sabia como voltar. Talvez teria sido bom ter tomado um pouco do sangue da Hatsuko.

- Tudo bem. - disse o garotinho. - Nos vemos por aí.

À medida que Arthur se afastava, Lief sentia como se um banquete fumegante escapasse por seus dedos. Estava faminto, precisava de sangue e não aguentaria muito tempo.

- Droga... e agora? - Lief começou a caminhar, na margem do rio procurando alguém, uma mulher...

Lief viu que a poça de onde tinha saído não era muito grande, o que fez com que ele a perdesse de vista depois de poucos minutos de caminhada. Para sua sorte, encontrou uma cabana de madeira, em frente à ela estava uma mulher.



Mary estava parada em meio à névoa segurando um lampião quando avistou Lief.

- Está perdido, garoto? - perguntou ela com uma voz doce.

- Estou sim... - disse Lief, com uma voz dócil.
- A senhora poderia me ajudar?

- Claro que sim. - respondeu ela com um sorriso. - O que o senhor deseja?

- O seu sangue... - Lief ataca ela com sua espada.

O membro 'Hornsby' realizou a seguinte ação: Lançar dados

'd6' : 3, 6

_{Nota: gêmea, não se esqueça de sempre adicionar o dano do balanço quando for dar o dano da espada, pra não precisar olhar na ficha.}

- 12 PVs.

Mary 18 PVs.




- AAAAAAAAHHHHHHH!!!! - gritou ela dobrando-se no chão e apertando as mãos contra o ferimento. - SOCORRO!!! SOCORRO!!! ALGUÉM ME AJUDE!!! JOHN!!! ME AJUDE!!!

A mulher agonizava e olhava para Lief com olhos suplicantes.

- Por favor!! Não faça isso!!!

Ela se ajoelhou perante ele, tentando tocá-lo com a mão ensaguentada.

- Não, por favor, não...

- Se eu não te matar quem vai morrer sou eu. E eu não quero morrer por você.

Lief ataca ela novamente, com sua espada.

2 d6 + 3

O membro 'Hornsby' realizou a seguinte ação: Lançar dados

'd6' : 1, 6

- 10 PVs.

Mary 8 PVs.




Mary leva outro golpe e cai ao chão.

- Fique longe de mim!!!! Longe de mim!!! - ela cuspia sangue pela boca, agarrando a grama com força. - Longe... de...

A mulher começou a tossir sangue.



Arthur, não muito longe dali, observava a cena horrorizado.

- Mama...

Lief viu lágrimas escorrendo de seus olhos.

- MAMAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!!!!!!

A criança correu até a mãe caída e sangrando.

- MAMA!!! MAMA!!!



- Corra, meu filho... corra do monstro feiticeiro... - falava a mulher com a voz arrastada. - Corra para o Lago Morto...

Lief se lembrou de quando sua mãe morreu, e quando seu pai morreu. Ele se lembrou de sua dor, de tudo que ele havia passado por causa da sua perda.

Lief pegou um pedaço de pano, que carregava em seu bolso e vendou os olhos do garotinho.
- Fique quietinho... por favor... se você ficar quietinho, posso tentar poupar a vida de sua mãe.

Lief se aproximou de Mary.

- Eu preciso de sangue. Preciso do seu sangue ou do sangue de outra pessoa. Se não, irei morrer. - Lief sorriu e se aproximou de Mary, dando mais um golpe com sua espada.

2 d6 + 3

O membro 'Hornsby' realizou a seguinte ação: Lançar dados

'd6' : 4, 3

- 10 PVs.

Mary 0 PVs.

Status: inconsciente.




- ARTHUR!! - foi a última palavra que a mulher disse em vida.



- NÃAAAAAAAAAAAAOOOOOOOOOOOOOOOO!!!! - Arthur arrancou a venda dos olhos - NÃAAAAAAAAAAAAAAAAAO!!!!!! NÃAAOOOOOOOO!!!!

Seus olhos transbordavam lágrimas de ódio.

- NÃAAAAAAAO, MAMA!!!! VOLTE, POR FAVOR!!!

O garoto agarrou-se à ela com toda a sua força.

- POR FAVOR, NÃO MORRA!!!! EU TE AMO, MAMA!!! EU TE AMOO!!!

Ele tinha o rosto muito, muito vermelho, e olhou para Lief com incredulidade.

- Pare, por favor, pare... Deixe que ela viva, por favor...

Lief sorriu. - Se você me falar como eu faço para voltar à floresta Valentine, eu prometo que deixo a sua mãe viver. Mas, isso depende de você.

- Eu não sei, eu não sei. - ele enxugou os olhos com as mãos.

Enquanto isso, Lief era tomado por uma sede de sangue insaciável. Não poderia mais segurar, mais uma hora sem sangue e entraria em estado de frenesi. Precisava se alimentar e aquela mulher sangrava no chão. Precisava do sangue dela...

- Então eu só posso lamentar por sua perda.

Lief foi até a mulher e bebeu seu sangue, até matá-la. E levou consigo também, sua alma.

Lief +25 PA




- NÃAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAOOOOOOOOOO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

O garoto se debatia horrorizado, sem acreditar no que estava acontecendo.

- NÃAAAAAAAAAAO!!!!!!! MONSTRO!!!!! - ele encarou Lief com um ódio que o vampiro jamais havia presenciado em vida e em morte, seus olhos e seu rosto molhado de lágrimas estavam muito vermelhos. - MONSTROO!!!!!!!!! DEVOLVA A MINHA MÃE PARA MIM!!!!!!!!!!

O garoto parecia estar entrando em colapso, seu corpo se contorcia, mas ele se pôs de pé.

Enquanto isso, Lief matava sua sede, deliciando-se com o sangue e com a alma de sua mais nova vítima. Até que viu um clarão sobre si. Ao olhar para cima, notou que os olhos do garoto ardiam em chamas.

- EU VOU MATAR VOCÊ, MONSTRO DO INFERNO!!!!! - gritava a criança possuída por uma fúria inumana - EU VOU MATAR VOCÊ!!!!

Duas grandes chamas agora brilhavam nos olhos dele, e naquele momento tudo se queimou. Lief sentiu nele um Fragmento do Exílio, que ardeu em sua alma de dentro para fora, fazendo um tornado de fogo incinerar toda a redondeza.