Os Paraísos Gélidos dos Cristais Cebyrllianos
2 participantes
Página 1 de 1
Os Paraísos Gélidos dos Cristais Cebyrllianos
Cerejeiras, neve, frio intenso e lagos cristalinos formam o que os humanos chamam de Os Paraísos Gélidos dos Cristais Cebyrllianos. O ambiente é quase que completamente desabitado, apesar de sua estupenda beleza. Isso se deve o frio congelante que é trago pelos ventos, o que torna dos paraísos gélidos a área mais perigosa de Cebyrllia.
Dizem que as belas estátuas de gelo que decoram esses campos congelados são na verdade seres que resolveram se aventurarem por lá. Contam também que a região é habitada por criaturas feitas apenas de gelo e cristal, e que elas são controladas por um feiticeiro que possui dois fragmentos, o do Cristal e o do Gelo - não que isso seja possível, claro...
Dizem que as belas estátuas de gelo que decoram esses campos congelados são na verdade seres que resolveram se aventurarem por lá. Contam também que a região é habitada por criaturas feitas apenas de gelo e cristal, e que elas são controladas por um feiticeiro que possui dois fragmentos, o do Cristal e o do Gelo - não que isso seja possível, claro...
Re: Os Paraísos Gélidos dos Cristais Cebyrllianos
Sherazade estava deslizando pela neve no seu mais novo lugar a ser explorado. Quando de repente o céu mudou, ela olhou para cima e viu a chuva de estrelas. E no seu interior ouviu uma voz feminina lhe avisando que Vizzerdrix havia morrido. Seu olhar se perdeu vendo a chuva mágica que caia dos céus. O vento soprou forte, mas ela não sentiu, nem frio nem calor, porem a capa que usava voou atrapalhando sua visão lhe tirando do transe que havia entrando ao se concentrar em observar aquilo. Sentando-se no chão e apoiou os braços em seus joelhos. Deveria se preocupar com aquilo? Fico pensativa. Se Vizzerdrix havia morrido, algo estava acontecendo, e não era qualquer coisa, era algo muito grande.
- Isso é estranho não é? O que será que essa chuva significa? - Uma voz grossa e ao mesmo tempo aguda surgiu atrás de Sherazade, mas ela nem sequer olhou, sabia quem era. Ariosto, um ser mágico que parecia um gato muito grande de aparência estranha, e falava.- Você sabe, Shera?
Sherazade abraçou seus joelhos e focou seu olhar na neves debaixo dos seus pés. - Vizzerdrix está morto. - disse rapidamente, esperando que isso explicasse tudo.
- Oh! Sério? Como? Alguém conseguiu matar Vizzerdrix ? Essa pessoa deve ser muito poderosa. - Disse o gato espantando e ao mesmo tempo admirando, porem um pensamento lhe veio à mente. - Isto pode ser perigoso... E se ele vier atrás dos fragmentos dos deuses mortos? Isso significa que você está em perigo, Shera. - Disse o gato com um tom um pouco preocupado. Ela franziu o cenho levando em conta o pensamento do amigo. Fazendo uma nota mental sobre essa possibilidade.
Sherazade olhou para Ariosto por cima do ombro, mas nada disse. Passaram-se alguns minutos se encarado, como se ambos estivesse se comunicando pelo olhar, até que enfim levantou-se e olhou o horizonte coberto de neve, era um lugar realmente fascinante, com as arvores de cerejeiras. Virou a cabeça para o outro lado e olhou ao lago congelado. As árvores e o lago eram como manchas de tinta em plena tela branca naquele lugar. Ela suspirou por costume, tomando uma decisão.
- Não devo me preocupar com isso agora. Depois pensarei a respeito. Mas não agora. - Por fim disse e se pôs a caminhar. - Por hora, quero descobrir mais sobre esse lugar. - Ela parou e olhou para Ariosto por cima do ombro. O gato acompanha todo os seus movimentos. - Virá comigo, ou ficará aí? - Em seguida começou a caminhar novamente em direção ao norte. Sabendo que o amigo iria lhe acompanhar de qualquer maneira.
Re: Os Paraísos Gélidos dos Cristais Cebyrllianos
À medida que Zaira caminhava pelo gelo, seus pensamentos iam se perdendo junto da vida da paisagem. Não havia nada nem ninguém naqueles paraísos gélidos, e ela por muitas horas se sentiu completamente solitária, a não ser pela companhia de seu velho companheiro Ariosto.
Em meio a uma planície de cristais havia um belo pomar de cerejeiras, que por algum motivo misterioso sobreviviam ao frio daquele fascinante e estranho local.
Zaira se sentia tão alucinada que pensou ter ouvido música, bem ao longe, no coração do pomar, onde estava a mais alta árvore de delicadas flores cor-de-rosa. Não sabia que se aquilo que ouvia era real ou imaginário, mas, por algum motivo que não soube compreender, já não se sentia mais tão sozinha em meio àquela desolação cristalina.
Em meio a uma planície de cristais havia um belo pomar de cerejeiras, que por algum motivo misterioso sobreviviam ao frio daquele fascinante e estranho local.
Zaira se sentia tão alucinada que pensou ter ouvido música, bem ao longe, no coração do pomar, onde estava a mais alta árvore de delicadas flores cor-de-rosa. Não sabia que se aquilo que ouvia era real ou imaginário, mas, por algum motivo que não soube compreender, já não se sentia mais tão sozinha em meio àquela desolação cristalina.
Re: Os Paraísos Gélidos dos Cristais Cebyrllianos
O vazio no peito foi pouco a pouco se dissipando enquanto ela se aproximava do pomar. Aquele sentimento era tão estranho, ela pensou que se fosse outra pessoa, se voltaria louca com tanta solidão e desolação. Foi algo que grudou nela, como se ela não tivesse escolha a não ser lidar com aquele sentimento. Era como se essa solidão que sentiu a pouco fosse uma mão lhe puxando para um buraco negro de loucura. Ariosto pareceu ter sentindo sua aflição, com isso ele havia se aproximada mais dela, aos poucos foi se sentindo mais cômoda.
Por fim, havia chegando no pomar e pensou ter ouvido uma música. Poderia ser coisa da sua cabeça, mas ela sabia que não era. Aquele lugar estava tentando lhe deixar confusa. Como se estivesse tentando-lhe afastar de lá. - Ariosto, vá embora. - ordenou ao gato.
- O quê? - lhe perguntou um pouco assombrado. - Não, não pense que vai me afastar, estou tão curioso quanto você. Tem algo estranho nesse lugar. - sorriu maliciosamente, deixando seus rosto um tanto sinistro, algo que faria qualquer pessoa estremecer.
Ela não estava preocupada em relação a Ariosto, mas por algum motivo ela tentou o afastar, mesmo sabendo que ele não iria. Por fim se deu por vencida. Sua mão alcançou a Vorpal Blade, sua fiel e linda faca que repousava dentro do bolso de seu vestido por debaixo da capa. Aproximou-se de uma enorme árvore de cerejeira e a tocou. Sentindo a textura em suas mãos, a arvores estava quente, exalava calor. Olhou para o horizonte branco. Como podia haver algo tão quente e vívido num ambiente tão gelado e morto?
A música que ouvi poucos minutos antes havia voltada, chocando contra o seus ouvidos, e ela voltou a cabeça em direção a melodia. Talvez lá, de onde via essa melodia, era onde podia achar a solução desse mistério. Até então, não havia notado que ela já caminhava em direção a melodia, como se estivesse puxando-a em sua direção. E ela se deixou levar, Ariosto a estava seguindo. E o sentimento de solidão se dissipou totalmente sendo substituído por um calor, ela não se sentia mais sozinha, e esse sentimento aumentou quando ela chegou no local em que a música reinava.
Re: Os Paraísos Gélidos dos Cristais Cebyrllianos
Vizier, um homem pálido vestido com uma roupa toda branca, tocava num grande piano de cristal embaixo da mais alta cerejeira do pomar. Sua música tinha a mais bela e triste melodia que Zaira já havia escutado em vida (e em morte). Aquela visão, de alguma maneira, fez aquecer seu coração.
Era tudo simplesmente belo.
Às vezes tinha a sensação de que até mesmo aquele homem era feito de cristal, mas, ao olhar melhor, notou que na verdade ele era um fantasma como ela: claro, límpido e levemente translúcido sob os reflexos cristalinos.
Ao notar a aproximação da moça, Vizier virou-se para ela e parou de tocar. Mas nada disse. Nesse momento Zaira sentiu o frio e a solidão penetrarem novamente sua alma.
Re: Os Paraísos Gélidos dos Cristais Cebyrllianos
Aquele sentimento novamente, no entanto dessa vez ele não foi como um balde de água fria. Ela já estava preparada e não ia se deixar sucumbir. Ela fixou seu olhar no rapaz sentando olhando-a, olhou seus olhos, suas roupas, suas mãos e seus dedos. Dedos talentosos, pensou. A melodia era tão linda e a hipnotizou, tão triste e melancólica, bem do jeito que ela gostava. Ainda podia ouvi-la em sua mente, na verdade, estava gravada na sua mente, ela poderia assobiá-la por horas mais tarde.
O importante agora era o presente, esse rapaz, poderia ser um inimigo, e ele era um fantasma, assim como ela. Talvez ele não tenha percebido ainda que ela era um fantasma, pois estava quase completamente com a capa. Se ele soubesse que ela era um fantasma, e ele fosse seu inimigo, ele definitivamente iria usar magia...
Nesse momento uma folha da arvore caiu diante sua vista, ela imediatamente captou a folha e a seguiu com o olhar. Então lembrou que estava cercada de arvores de cerejeiras. Cerejeiras tão vívidas em um lugar tão morto e inóspito. - Pergunte algo a ele. - disse Ariosto, que até então ela havia esquecido da sua presença. - Esse silêncio está mais que insuportável, peça para ele tocar novamente! - insistiu Ariosto. Zaira desviou o olhar de Ariostoe se focou no rapaz.
- A música que estava tocando a pouco, era muito bonita... - tentou elogiar, e olhou para Ariosto, para que ele a guiasse. O gato deu um olhar significativo incitando-a a continuar. Ela se voltou para o rapaz e continuou. - Ela é tão bonita que afasta a solidão. - E então ela notou, sim, a música afastava mesmo a solidão.
Re: Os Paraísos Gélidos dos Cristais Cebyrllianos
Vizier ficou em silêncio observando-a. E aquele pareceu o momento mais silencioso que Zaira já havia presenciado em sua existência... Parecia não haver mais nada nem ninguém além deles no mundo inteiro. As cerejeiras tinham suas flores rosadas arrancadas pelo vento - que eles dois não sentiam - e aquela parecia ser a única fonte de barulho até o fantasma enterrar o dedo em uma das teclas de cristal, emitindo um som alto, constante e muito grave.
Aquele intensa e repentina perturbação parecia ser capaz de acordar até mesmo os deuses mortos, e Zaira sentiu isso em seu peito - onde ficava o fragmento, no fundo de sua alma -, sentiu que aquele som havia acordado um grande poder. E logo ela pode ver.
Um imenso tigre de cristal caminhava em direção a eles, acordado pelo barulho feito pelo piano do homem que, ao ver que sua criatura despertara, logo tirou o dedo do instrumento musical.
Re: Os Paraísos Gélidos dos Cristais Cebyrllianos
No momento que Zaira viu o tigre ficou em guarda. Dando alguns passos para trás, não por medo, mas poder ter uma visão melhor do tigre, pois ele era imenso. Por debaixo da capa que usava suas mãos alcançou a Varpal Blade, e a tirou do bolso, em seguida deixando seu braço com a arma deslizar impercebido para o lado do corpo por debaixo da capa. E aguardou estudando o espaço em que estava.
Re: Os Paraísos Gélidos dos Cristais Cebyrllianos
Vizier se levantou, caminhando em direção à moça sem dizer uma palavra, mais alguns passos e ele estaria perto o suficiente para poder tocá-la.
Ao observar o tigre de cristal, Zaira percebeu que era uma linda criatura. Quando ele rugiu para os céus, ela pôde notar seu hálito congelante se espalhando pelo ar.
Vizier lhe estendeu a mão.
- Não tenha medo. - disse ele. - Que tal darmos um passeiro em minha nobre montaria? Você é a garota mais bonita que eu já conheci.
Re: Os Paraísos Gélidos dos Cristais Cebyrllianos
Zaira sentiu as bochechas arderam diante do elogio do rapaz. Ela não estava com medo do tigre, apenas estava se preparando para uma luta. No entanto após o elogio, ela ficou sem jeito, e achou que seria ignorante da sua parte manter a guarda tão ativa. Sigilosamente, devolveu a faca ao bolso do seu vestido. Endireitou os ombros e alinhou a coluna.
- Er, bem...- ela começou sem saber o que dizer. Olhou o rapaz à sua frente e depois ao triste. - Eu aceito o seu sorriso. - Engoliu em seco, céus, pela primeira vez na sua vida se sentiu nervosa. - O-..Obrigada pelo elogio. - Suas bochechas arderam mais ainda. Ninguém havia elogiado-a antes, bem, não um elogio desse tipo. Ninguém nunca disse que ela era bonita, ainda mais a "mais bonita que já conheceu". Agora sentiu todo seu rosto arder de vergonha.
- Hum, arranjou um namoradinho, hein? - Debochou Ariosto,provocando-a com um sorriso perverso no rosto, no entanto o deboche não durou por muito tempo e sua face voltou a assumir uma expressão séria. - Tome cuidado, Zaira. - disse num tom duro e preocupado.
Sherazade ignorou o primeiro comentário de Ariosto, mas levou em conta o segundo. Ela sabia que tinha que tomar cuidado. Levando as mãos à cabeça, abaixou o capuz, e seguiu andando até estar frente ao enorme tigre de cristal. Ela estendeu a mão e o tocou. Ele era gelado, sentiu, e tão lindo, que lhe fez sorrir. - Ele é muito lindo. - ela voltou-se sorrindo para encarar o garoto.
Re: Os Paraísos Gélidos dos Cristais Cebyrllianos
O garoto quase esboçou um sorriso ao vê-la contente por acariciar o tigre, mas manteve sua expressão séria. Através desse simples gesto, Zaira pôde sentir o quão gelado era o coração do dono daquela criatura cristalina, talvez fosse mais frio que todo aquele paraíso gélido.
- Pode subir. - disse se aproximando dela. - AL.
Ao pronunciar essa palavra, o tigre se balançou todo, fazendo flocos de neve se espalharem pelo ar. E logo o imenso monstro abaixou-se para que Zaira e Vizier pudessem escalá-lo.
- Você primeiro. - disse à Zaira indicando os cristais que ela deveria segurar para subir. - Não tenha medo de cair, estarei aqui embaixo à espreita.
Re: Os Paraísos Gélidos dos Cristais Cebyrllianos
Zaira franziu o cenho diante do comentário do garoto. Será que ele ainda não tinha percebido que ela era um fantasma? Tudo bem que ela se passava direitinho por uma humana, não se deixando ficar translúcida. Antigamente requeria muito esforço se passar por humana, se obrigar a ficar opaca era realmente desgastante. Mas agora, era tão fácil e automático quanto piscar os olhos. Respirar já era natural, quando ela era viva, era uma meio-vampira por isso era necessário respirar, já que era metade humana e graças a isso ela não precisava beber sangue frequentemente para viver.
Ela subiu no cristais indicados, poderia simplesmente pular no lombo do animal, mas isso seria pouco feminino. Oh céus, por ela estava se importando se era ou não feminina? Jogando esses pensamentos de lado montou no lombo do tigre e olhou o horizonte de arvores. Ela se voltou para o rapaz, e estendeu a mão para ajudá-lo a subir.
Re: Os Paraísos Gélidos dos Cristais Cebyrllianos
E Vizier, pela primeira vez, tocou a mão de Zaira, compartilhando seu frio congelante com o dela. Aquilo, para os que já morreram, era uma sensação boa, reconfortante, algo que lhes diziam que tinham um ao outro, para toda a eternidade. Era como se aquele toque houvesse criado um laço, deixando claro para os dois: Vocês pertencem ao mesmo mundo, pois já se foram da Terra do Exílio, mas não se encontram no Mundo dos Mortos.
- Mãos frias, coração quente. - sussurrou ele mais para si do que para ela. Montou no tigre de cristal e disse: - Al, vamos subir para O Castelo da Neblina. Encontramos a nova rainha de Cebyrllia.
E o tigre de cristal obedeceu à ordem.
Re: Os Paraísos Gélidos dos Cristais Cebyrllianos
Zaira estava se sentindo atordoada com tudo o que acabou de acontecer nessa fração de segundos. O toque, a sensação de ter criado um lado, ele dizer que havia encontrado uma nova rainha para o Cebyrllia, sobre ela ter mãos frias e um coração quente...Peraí? O quê? Rainha, como assim?
- Você falou Rainha? - Perguntou um tanto chocada. - Quer que eu seja a rainha de Cebyrllia? - Quando mais pronunciava a palavra rainha, mas estranho e bizarro soava. Ela olhou rapidamente para direção de Ariosto, mas ele não estava mais lá. Provavelmente havia voltado para o mundo espiritual, ela não sabia o que fazer, pela primeira vez na vida. Não podia se tornar rainha, podia?
Re: Os Paraísos Gélidos dos Cristais Cebyrllianos
- Você não tem escolha. - disse ele friamente, mas ela sentia que ele estava sendo gentil. Sabia que aquela era apenas a maneira dele se comportar, era naquilo que o mundo gelado o havia transformado. De cima do tigre de muitos metros de altura, Zaira pôde ver a imensidão gélida com seus muitos cristais e cerejeiras. Era tudo impecavelmente belo, mas o frio trago por aqueles ventos eram capazes de congelar muito mais que a carne e o sangue. Vizier já estava morto e parecia completamente gélido por dentro, e de certa maneira ela se identificava com ele, conseguia ver à si mesma dentro da nevasca que era a alma daquele homem.
Um fantasma como ela, vivendo num mundo sem o tão invejável calor humano, cercado por celo e cristal, e agora por ela.
- Você é predestinada. Está escrito em seu destino que a coroa de Cebyrllia lhe pertence. Você entenderá quando chegarmos ao topo da montanha. Mas isso só acontecerá ao amanhecer.
Zaira estranhou aquelas palavras, pois desde que havia chegado àquele lugar não vira a noite uma vez sequer. O céu sempre parecia claro e límpido. Nesse momento ela ficou perdida, sem saber há quanto tempo já estava ali, talvez dias poderiam ter se passado sem que ela percebesse o cair da noite.
Re: Os Paraísos Gélidos dos Cristais Cebyrllianos
Naquele momento Zaira decidiu que já bastava de tanta confusão, já havia se cansado daquilo. A decisão foi tomada, então, se aviso nenhum, ela pouco de cima do enorme tigre. Por fim quando seus pés tocaram a neve ela se pôs a caminhar e quando estava numa distância razoável, ela virou e olhou para o rapaz e o tigre.
- O que você quer dizer com predestinada? E com me explicar tudo ao amanhecer? - Perguntou com o cenho franzindo. - Aqui nem sequer anoitece. Quanto tempo será que eu estou aqui? - Ela olhou em volta, mas nenhuma pista. Não havia sol ali, nem lua, mas o céu era claro. - A proposito. Meu nome é Zaira Sherazade. - disse ela, pois nem sabia o nome do garoto e ele muito menos sabia o dela.
- Eu gostaria que me explicasse isso agora, e eu te direi se posso ou não ir com você. - Ela disse firmemente. - Tenho responsabilidades, ainda mais agora que Vizzerdrix está morto. - Ela explicou a ele sem saber o motivo. Afinal ela era líder da casa Turandor, mesmo sendo do jeito que era, tinha responsabilidades com os membros. Ela havia dito que se preocuparia mais tarde, mas quanto tempo se passara enquanto ela estava aqui? Horas? Dias? Semanas?
Re: Os Paraísos Gélidos dos Cristais Cebyrllianos
Vizier encarou-a tranquilamente, mantendo suas feições serenas diante da exaltação de Zaira. Ficou observando-a enquanto ela falava e, ao vê-la terminar, saltou também do tigre, que se balançou todo espalhando cristais de gelo pelo ar.
Vizier caminhou até ela, parando a certa distância. Fez um gesto com as duas mãos e um piano de gelo emergiu do solo. Ele sentou-se no banco e começou a tocar uma música para ela. Enquanto fazia isso, Zaira percebia que em torno de si mesma estava crescendo um fabuloso jardim de rosas da cor turquesa.
Quando já estava completamente cercada por aquela sela de maravilhas, ele disse:
- Escolha a mais bela flor que encontrar. Ela será sua. É meu presente em troca de sua confiança.
Re: Os Paraísos Gélidos dos Cristais Cebyrllianos
Zaira olhou o homem com desconfiança. Nunca em toda sua vida (e morte) ficou apanhada em tantos sentimentos que nessas ultimas horas havia ficado. Vivendo e aprendendo pensou. Respirou fundo e se centrou em escolher uma rosa. Ela estava divida, não sabia o que fazer. Não era alguém que depositava sua confiança assim, tudo bem, ela lhe daria sua confiança, mas se ele a quebrasse... Definitivamente, ia sofrer sua fúria! E como ia! pensou decidida.
- Eu não sei o seu nome. - Disse ela de costas para ele. Bem, na verdade ela não sabia nada sobre ele. No entanto ela deduziu que ele fosse um feiticeiro assim como ela, mas não sabia se seu fragmento era de gelo ou de cristal... Nessa hora, um instalo surgiu em sua mente! Poderia ser?! Não! Impossível! Sua mão paralisou no ar... Ela escolheu os paraísos gélidos para explorar, mas antes havia pesquisado sobre o lugar... E haviam boatos que diziam que o lugar e as criaturas de lá eram controladas por um feiticeiro que possui dois fragmentos... Claro que ela descartou a ideia, afinal, boatos eram boatos, coisas que as pessoas de dignidade duvidosa inventavam. Mas agora, na sua frente. Recapitulou todo o acontecido... Poderia ser?
Essa mistura de curiosidade, mais a decisão que foi tomada antes disso, fortificou ainda mais sua vontade de querer ver o que aconteceria. Claro que isso haveria consequências, mas ela estava dispostas a se arriscar. Convicta de sua decisão, ergueu a cabeça novamente para olhar o jardim e não muito longe, nem muito perto, viu uma rosa diferente das outras que eram mais puxadas para o azul turquesa. Essa rosa era de um verde turquesa brilhante salpicadas de bolinhas azul turquesa. Aos seus olhos a flor era bem mais vívida e brilhante que as outras. Quando encanto visual se quebrou, ela percebeu que suas mãos estava a milímetros de distância da rosa. Não havia notado que andara para alcançá-la.
Erguendo-se voltou-se para olhar para o rapaz que estava sentado no piano. - Eu quero está. - Assinalou a rosa que havia lhe encantado.
Re: Os Paraísos Gélidos dos Cristais Cebyrllianos
- Meu nome é Vizier. - falou ele. - O rei de Cebyrllia.
À medida que andava até ela, as rosas se tornavam quebradiças e se partiam como gelo.
- Pegue sua flor. É a única de cristal em meio à todas as outras. É mais resistente que o gelo, mas também é frágil e delicada. Cuide dela e ela cuidará de você.
Sem que Zaira percebesse, já estava segurando a rosa, e Vizier estava ao seu lado.
- Sherazade. - disse ele. - Um nome digno de rainha.
Vizier apontou para o horizonte, onde Zaira, ao apertar os olhos, pôde enxergar uma cordilheira de montanhas.
- É o Vale dos Perdidos. No topo de um dos mais altos picos está o castelo onde governaremos Cebyrllia durante toda a eternidade.
Suas palavras eram poderosas como o vento, que soprou com força em reação a elas, iniciando uma tempestade de neve. Os dois fantasmas não eram capazes de senti-la, mas sabiam que tinham um ao outro em meio a ela.
Al, o tigre de cristal, se aproximou deles, abaixando-se novamente para servir de montaria.
Re: Os Paraísos Gélidos dos Cristais Cebyrllianos
Vizier, era um nome muito bonito. Bem, sobre ser rei, ela já desconfiava. Guardou na memória o que ele havia falado da flor. Com todo cuidado ela colocou a flor no outro bolso do vestido. Suas bochechas arderam quando ele elogiou seu nome.
- Vamos passar por ali? - Perguntou assinalando o Vale. Ignorando a parte de governar Cebyrllia por toda a eternidade. Mesmo ela sentindo a força que suas palavras mostraram. Montou novamente no tigre, já familiarizada com ele. Inclinou-se e acariciou o canto de sua enorme orelha gelada.
Re: Os Paraísos Gélidos dos Cristais Cebyrllianos
A criatura correspondeu à carícia de Zaira, ronronando estrondosamente.
Vizier esboçou um meio sorriso.
- Parece que Al gosta de você.
Vizier o escalou, se posicionando bem atrás de Zaira.
- Segure-se e aprecie a paisagem, ao amanhecer estaremos no topo da montanha. E, quanto à sua dúvida, respondo que já se passaram 2 dias desde quando nos vimos.
Aquela informação deixou Zaira desnorteada. Pensava que poucas horas tinham se passado desde o encontro com Vizier, mas pelo visto aqueles cristais guardavam muito mais mistérios que aparentavam.
Da rosa em seu bolso podia escutar música, o som da triste e melancólica melodia de piano que escutara o fantasma tocando sob a alta cerejeira. Sentia-se segura portando aquele objeto, como se nada mais pudesse lhe fazer mal. E dali de cima da enorme criatura, ela já podia se ver como uma rainha, uma rainha do gelo no topo do mundo. Havia centenas de cristais e cerejeiras e ela já se imaginava sendo dona de tudo.
Enquanto estava perdida em pensamentos, Vizier a surpreendeu, tocando sua mão. Dessa vez ela não pareceu gélida, e sim morna e acolhedora, como a mão de um protetor para toda a vida (e toda a morte). Sentiu-se segura sob aquele toque, mas não sabia o porque, já que sua personalidade era forte e independente. Algo naquele homem exalada muito poder, mas não era exatamente nisso que ela pensara quando fora tocada por ele.
Re: Os Paraísos Gélidos dos Cristais Cebyrllianos
Ela havia sorrido quando o animal correspondeu a sua carícia. Estranhamente ela estava se sentindo bem, começava a aceitar a ideia de se tornar rainha. E por algum motivo, Vizier a fazia se sentir bem, do mesmo jeito que ela se sentia quando estava no mundo espiritual ao no Turandor. Inconscientemente, ela correspondeu ao toque dele, entrelaçando sua mão na dele e puxando-a para visualizar as duas mãos juntas. A dele era muito clara e translucida, a dela opaca e de tom branco humano.
A música que a flor em seu bolso aumentou, e ela olhou fixamente suas mãos, não percebeu que estava sorrindo levemente e seu coração batia acelerado no peito. Com a mão livre ela alcançou a bolsa que levava nas costas, uma bolsa grande onde dentro havia sua outra arma. Ela a tirou e a colocou no seu colo, segurando-a lá. Deixando suas costas livres. Ela já havia aceitado Vizier, era estranho a sensação que tinha, mas era boa de alguma forma, não se sentia mais sozinha, sentia como se pudesse sempre contar com ele. Ela ficou envergonhada com tudo isso e resolveu jogar esses pensamentos de lado. O tigre andava tranquilamente e ela resolveu se centrar no que não havia se importado antes.
Vizzerdrix estava morto, isso significava perigo. Lembrou-se das palavras de Ariosto, para matar um ser como Vizzerdrix, essa pessoa ou ser, deveria ser muito poderoso. E se, como disse Ariosto, ele viesse atrás dos fragmentos dos deuses mortos? Ou se mesmo tentasse fazer alguma outra coisa. Todos estavam em perigo, como líder de umas das famosas casas proibidas, ela tinha responsabilidades. Nesses horas, seria bom obter todos os aliados possíveis. Mentalmente ela lembrou-se do mapa das terras do exílio, algo que ela frequentemente usava para escolher os lugares de sua exploração. A Casa mais próxima da Turandor, era a Valentine. Mas todas as rotas que iam até o Castelo Valentine eram trabalhosas. Suspirou desanimada, porem não ia desistir tão fácil.
- Vizier...Você já ouviu falar das Casas Proibidas da Terra do Exílio? - Perguntou a ele. Primeira ela ouviria o que ele sabia delas e sua possível opinião delas, antes de lhe dizer que ela era a líder de uma dessas famosas casas.
Página 1 de 1
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos
Sáb maio 04, 2024 6:30 pm por Subba-kun
» O que você está fazendo agora?
Dom Ago 20, 2023 10:49 pm por OtomeSanKawaii
» Então né... quase 10 anos
Dom Ago 20, 2023 10:45 pm por OtomeSanKawaii
» Hazukashii Serifu Kinshi!
Seg Abr 24, 2023 7:43 pm por Sora Nimus
» O que te satisfaz?
Qui Dez 08, 2022 11:04 pm por Sora Nimus
» Hey guys!
Ter Nov 08, 2022 9:33 pm por TiNoSa
» Como estão lidando com esse período pandêmico, de quase isolamento?
Ter Nov 08, 2022 9:20 pm por TiNoSa
» A Movimentação no Fórum
Ter Nov 08, 2022 9:13 pm por TiNoSa
» Que música você está ouvindo agora?
Ter Nov 08, 2022 8:45 am por Fuza