~ The Lost Child ~

Frio... Frio... Por que está tão frio? Eu não tenho certeza de quem eu sou, nem de onde eu vim, mas eu sinto falta daquele calor gostoso que eu sentia. Eu não posso lembrar do que eu quero,minha mente quebrou quase todas as lembranças que eu tinha. Estou agora em um lugar desconhecido e essa neve cai sobre mim... Ao longe eu vejo luzes, elas são tão lindas... Eu me lembro de luzes assim... Não. Eram mais bonitas... Será que é de lá que eu vim? Ou é para onde eu não devo ir? Mas eu não consigo me levantar, estou tão cansado e está tão frio.

- Ei garoto! O que está fazendo aqui deitado em meio a toda essa neve? - Alguém me tocou. Era um homem e ele estava sangrando. Me virei para olhá-lo. - Oh não! É mais um monstro!

O homem parecia assustado... Por que? Eu fiz algo de ruim para ser chamado de monstro? Eu o machuquei?

- Os grandes podem ter conseguido me ferir, mas você é pequeno, agora irei me vingar! - O homem parecia exausto, mas sua face era de puro ódio.

Eu tenho pena dele, não por estar ferido, mas por conter um sentimento tão ruim e pesado. Ele não pode ver, mas eu posso... O seu coração está negro, está tão escuro e envelhecido, queria poder curá-lo... Talvez se eu tocá-lo eu possa passa tirar o ódio do seu peito e passar o que o meu coração possui... amor.

- Não! Afaste-se! - Ele tentou recuar, mas estava fraco e caiu no chão. Continuei a me aproximar. - Não chegue mais perto! NÃAAAAO! - Eu toquei seu coração.

Minha mão foi tomada por um brilho... Sim, era lindo, era tão bonito quanto aqueles que eu já havia visto antes e o seu calor... Já não sentia mais frio.

- Pelos deuses!

Não entendo. Por que as feridas saram e o seu coração continuou doente? Será que está tão mal que não pode ser curado? Ou eu não posso fazer isso?

- Como você fez isso? - Eles se levantou como se nada tivesse acontecido, nunca tivesse sido ferido. - Ei garoto, vocês está perdido não está? O que acha de eu te levar para um lugar quentinho, onde você vai achar comida e bebida, além de segurança? - Ele sorriu para mim, seu rosto parecia o de uma pessoa boa e feliz, mas seu coração continuava negro.
- Esta bem. - Eu falei. Estava faminto, com sede e ainda por cima com medo, seria bom ter tudo o que o homem falou.

Ele pediu que eu o esperasse onde estava, pois logo voltaria e foi o que ele fez. Voltou com uma carruagem, era velha.

- Suba, vou levá-lo para onde eu falei.

Ficamos um bom tempo na estrada, até que chagamos a um lugar estranho. Havia uma muralha enorme, com tendas em grande parte de sua extensão e homem armados e de armadura, logo acima dos portões uma bandeira metade cinza, metade branca e com uma cruz vermelha.

- Chegamos, venha comigo. - O homem percebeu minha hesitação e segurou firme em meu braço.

Ele me levou até os homem de armadura e falou com eles, então um deles entrou e logo voltou acompanhado por um outro homem. Esse era maio e mais forte que os demais, sua armadura era mais bonita, seu rosto era imponente, com uma ferida recente, que ia da sua testa, passava por seu nariz e terminava em seu queixo.

- É ele? - O homem da cicatriz falou, sua voz era forte e potente.
- Sim meu senhor. - O homem que me encontrou falou.
- E como saberei se é verdade o que diz?
- Vamos garoto, mostre ao Lorde Mümn o que você fez comigo. - Então esse era o nome daquele homem. Não sabia o que fazer, eu queria sair dali, os corações daqueles homens eram todos negros, estava com medo, mas percebi que se não fizesse poderia ser muito pior. Então me aproximei do Lord.
- Deixe-o tocar seu rosto meu senhor.
- Não meu senhor! Pode ser uma...
- Calado! - Um dos soldados tentou falar algo, mas o Lord o interrompeu. Ele não tirava os olhos de mim.

Então ele se abaixou até que pude tocar o rosto dele. Minha mãe brilhou novamente, igual como da outra vez e a ferida desapareceu.

- Incrível! - O subordinado do Lord falou.
- Quanto quer pelo garoto? - O Lord perguntou.
- Quanto o sonhos me daria?
- Leve-o até ao salão de tesouros, deixe que ele leve o que conseguir carregar com as próprias mãos. - O Lord falou. E o seu subordinado obedeceu. - Qual seu nome garoto?
- Hikaru.
- Hikaru o que?
- Hikaru Sulegna.
- Sulegna ham... Cabelos prateados e esses olhos que mudam de cor... Um Aggelus. - O Lord me olhava com ainda mais apreço.

--- xxx ---

Após a minha chegada à fortaleza, fiquei trancado em um quarto, embora aprisionado recebia tratamento de um visitante. Boa comida, água fresca, cama macia e cobertores quentinhos. O Lord Mümn sempre vinha ao meu quarto e me examinava. Vivi desse maneira por meses, até que um dia o Lord veio e me levou para um lugar dentro da fortaleza, onde havia um balcão com armas e armaduras penduradas.

- Bom garoto, perece que você está em uma ótima forma física, agora é hora de pagar pelo tratamento que recebeu, você vai aprender a lutar e vai fazer tudo o que eu mandar, irá obedecer as minhas ordens e deverá ser fiel a mim a menos que queira morrer no mesmo instante que pensar em me trair.

Todos os dias depois daquele fui levado para esse lugar e o Lord tentou me ensinar a usar uma espada, mas eu não conseguia me sair bem usando uma. O Lord estava perdendo a paciência, até que um dia ele me fez usar um arco e percebeu que nada escapava da minha mira. Então ele me treinou como um arqueiro, além de me ensinar a usar uma adaga. Por durante anos eu fiquei treinando com o Lord, e a cada ano que passava nenhum dos outros arqueiros dele conseguia ser melhor que eu, até que me igualei as habilidades com arco do Lord. Mas ele não me ensinou apenas a lutar, me explicou sobre o fragmento, sobre ele ser uma pequena parte da deusa Yuma e me fez aprimorar as habilidades de cura a ponto de conseguir ressuscitar os seus soldados.

Quando fiz quinze anos ele me pôs como o Líder do esquadrão médico. Então passei a ir junto com as tropas para o campo de batalha, ajudava o Lord a enfrentar os outros feiticeiros e a capturá-los.

- Senhor! Um dos homens perdeu o braço direito. - Um dos médicos falava aos prantos vindo em minha direção.
- Traga-o para mim. - Eu falei. Em casos como esse, apenas eu poderia fazer algo.
- Hikaru, venha até aqui, preciso que dê um jeito nisso! - Era o Lord, que entrou na tenda com um corte enorme no peito.
- O que houve senhor?
- Um maldito feiticeiro controlador de relâmpagos, usando Fragmento do Deus Trohvannus conjurou uma tempestade de raios e quando eu estava distraído evitando os ataques um outro me acertou de surpresa.

Uma grande explosão foi ouvida vinda de fora.

- O que foi isso! - Falei
- São os malditos Pronteranos, eles são fortes, estão fazendo um grande estrago com as tropas.
- Eu irei lá.
- Não! Você é mais necessário aqui, se for morto não sei quando conseguirei encontrar outro tão cedo.

Um raio atingiu a tenda dos médicos e fez tudo voar pelos ares ardendo em chamas. Pela primeira vez fiz contato visual com os guerreiros de Prontera. Eles eram verdadeiramente fortes. O criador do relâmpago que nos atingiu tinha cabelo branco e traços muito semelhantes ao meu, mas não era só ele, havia outro que parecia ter um Fragmento da Deusa Myscellis, de Cores e Brilho, que também tinha os mesmos traços.

Um fantasma ao me ver lançou várias espadas metálicas na minha direção, mas criei uma barreira angelical e contive as laminas. Peguei minha aljava e meu arco e comecei a disparar saraivada de flechas, mas do outro lado do campo de batalha alguém estava lançando outras em minha direção, era uma mulher com características elficas.

Eu estava sem quase sem saída. Foi que um usuário de Fragmento da Deusa Skilia, levitação. Apareceu atrás de mim, me prendeu em amarras e me deixou inconsciente. Quando voltei a despertar estava em uma especie de masmorra. Novamente aprisionado.

--- xxx ---

O tempo passou e a cada dia ao ouvir as conversas vindas de cima eu comecei a perceber o quão comuns a mim eles eram. Aos poucos fui pegando intimidade com eles, quando um vinha me trazer alimento e sempre me faziam perguntas sobre a fortaleza e o Lord Mümn. Começamos a traçar relações e depois de um tempo, mesmo sento prisioneiro, finalmente experimentei a sensação de "estar em casa".

Me tornei um membro da casa posteriormente, fiz amizades e passei a lutar contra o meu antigo mestre. Tento a mim e a Lunata, que também tem um fragmento de Yuma, nós conseguimos grandes vitórias e com as forças de Gyokusho, Arthur, Arya, Karlsefni e Hyouka, meus companheiros, liderados por Azriel, líder da Casa, conseguimos sobrepujar as demais casas e nos tonar membros da Casa Soberana Prontera.