A Floresta Anciã

- Acho melhor você ir procurar algo para comer.

- Não seria arriscado deixar você aqui sozinho? E se te atacarem e você não puder sair a luz do Sol?

- Tudo bem, eu posso me proteger.

Acho que está tudo bem... De qualquer modo, não posso ir muito longe.
Arrastou-se até uma árvore próxima, onde apoiou-se e conseguiu ficar em pé. Começou a andar vagarosamente em direção a uma árvore frutífera que avistou. Escalou-a com certa dificuldade, mas conseguiu algumas peras maduras.
Precisou jogar as peras que colheu no chão, pois precisava das duas mãos pra descer da árvore.
Voltou para o lado da caixa fechada onde estava Lief.
- Consegui algumas peras - disse, sentando-se enquanto mordiscava uma.

- E eu ainda estou inteiro. - ele riu

- E é bom que continue assim - brincou ela, rindo.

Ele deu um sorriso e se deitou.

- Bem, agora eu vou ter que esperar o sol ir embora...

- Lief, estou preocupada... - murmurou, de costas pra caixa - Já faz alguns dias que estamos na floresta, logo você precisará...
Tomar sangue - pensou, mas não disse.

- Verdade... eu deveria ter matado aquele menino. Mas o pai dele e aquelas pessoas atrapalharam. argh! - Lief tinha ódio em suas palavras, mas não demonstrava isso.

- Sabe que sempre poderá pegar do meu... - murmurou baixo, na esperança que ele não ouvisse enquanto abraçava os joelhos novamente.

- É, estou sabendo... - Lief sempre teve uma boa audição

- Não faça tão pouco caso, idiota - disse, irritada.

- Não estou fazendo pouco caso. E pare de me xingar! - Lief respondeu, sério.

- Não estou te xingando. Pensei que já estivesse acostumado com esse apelido carinhoso - disse, ignorando o mal humor de Lief.

- Apelidos carinhosos? Ah, claro. - Lief estendeu sua mão e ficou olhando para a mesma. - Gosta de ser chamada como?

- Não sei. Nunca tive apelidos carinhosos - e deu um sorriso sarcástico.

- Ah, entendo... Mas não tem nenhum em mente?

- Não - fez uma pausa e completou - Mas tenho a impressão que você tem.

- Irei lhe chamar de Verlie então. - Ele sorriu

- Verlie? Por que? - isso a deixou intrigada.

- Era assim que eu chamava uma menina que eu conheci. - Ele sorriu

- Uma de suas vitimas? - perguntou, ignorando totalmente se estava sendo indelicada.

- Muito pelo contrário.

- Que estranho... - murmurou.

- Eu gostava dela e ela gostava de mim. Só que ela se mudou e quando voltou estava muito diferente. Aí eu comecei a chamar ela assim. Este nome na verdade é uma palavra... tem dois tipos de significados, podemos dizer que eu chamava ela pelo significado ruim e eu te chamo pelo bom. - Ele começou a rir e se sentou.