[Claymore + Exiled] O Senhor das Cinzas - Parte 2
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[Claymore + Exiled] O Senhor das Cinzas - Parte 2
Quando regressou à cidade, saindo dos bueiros com a mesma elegância que entrou - não havia nenhuma gota de sangue ou sujeira sobre sua reluzente armadura - todos o olharam espantados, temendo que o Claymore não tivesse cumprido sua missão como prometera.
- Um homem vestido de preto virá buscar o dinheiro. - disse Flareon.
Todos ficaram calados por um momento, acompanhado os passos dele com os olhos, até que o mesmo homem de antes resolveu falar:
- Você pegou o ladrão?
Flareon o encarou com desprezo.
- Isso é trabalho de vocês. - e virou-se.
- Espere, senhor! - chamou o homem segurando em sua capa. Flareon fez uma careta e arrancou o tecido da mão do homem, puxando-o.
- Não toque em mim. - disse limpando-se. - Mas se é tão importante para você saber, digo-lhe que não precisa se preocupar. O ladrão está morto, foi devorado pelo monstro, ele e seus cristais idiotas.
A multidão em volta deles ficou perplexa.
- Agora me deixe ir embora.
Flareon caminhou pela cidade, perguntando a si mesmo porque havia feito aquilo.
Estou amolecendo, pensou. Mas não havia mesmo nenhum motivo para entregar o ladrão, aquilo era trabalho dos cavaleiros do reino, não dos Claymores. Pelo menos tudo o que fora roubado agora enferrujava no fundo daquela vala imunda.
Espero que ele aprenda...
O guerreiro pensou que nunca mais veria aquele pobre ladino, mas pensava nele todos os dias. Durante seu treinamento constante em Claymore Graves era só nele que conseguia pensar, sem nem entender o porquê. Por que o havia ajudado? Por que se importava tanto com a vida dele? Sentiu medo que os cavaleiros reais encontrassem o jovem perdido no subsolo e o executassem por ter perdido os cristais sagrados. Mas por que isso devia importar? Ele não passava de um ladrãozinho inconseqüente.
Flareon notou que o que sentia não era exatamente culpa, pois não se sentia culpado de ter jogado fora as coisas roubadas que o ladrão colecionou - Ele bem que mereceu -, notou que o que sentia era uma espécie de comoção. Sentia que havia deixado seus sentimentos o dominarem como quando era um humano completo. Desde que se tornara Claymore apenas se importou com o seu trabalho, gostava de cumprir tudo da maneira mais rápida e mais prática possível, mas dessa vez fora diferente, tentou mostrar o erro de um criminoso, dando uma lição a ele, se importando com ele.
Se importando com ele.
Por que é que eu ainda me importo com alguém?
Esses pensamentos não o deixavam em paz, pois ele sabia que a ruína de todo Claymore começava com pensamentos como esse; começava com o domínio dos sentimentos e do lado humano que cada um ainda tinha dentro de si. Ele não iria ceder. Não poderia ceder.
Um ano se passou.
E ele se esqueceu.
Se esqueceu até o dia em que o ladino retornou.
- Flareon. Um homem está procurando por você. - disse Garra de Águia, um de seus companheiros de treinamento.
- Que piada. Não há ninguém que eu conheça. - respondeu ele, que sequer pensou naquela situação.
- É um humano, e está em Claymore Graves há três dias. Um Claymore o avistou ontem e o avisou que esses boques são proibidos para a gente da Planície Imaculada, mas o garoto chamou o tempo inteiro pelo seu nome.
Nesse momento, Flareon sentiu o coração arder.
Ele.
Levantou-se.
- Onde vocês o colocaram?
- Está sob os cuidados dos outros guerreiros no Cemitério das Espadas.
Flareon sentiu o coração bater forte, uma antiga sensação da qual não tinha nenhuma saudade. Detestava os sentimentos humanos que ainda o assolavam.
Sem responder nada, foi em direção ao local indicado. E lá estava ele, sozinho, encostado em uma das espadas das Claymores mortas.
- O que você quer aqui, garoto?
O ladino olhou para ele, e seus olhos se encheram de brilho. Correu e abraçou-o.
- O que está fazendo??!! - gritou Flareon empurrando-o ao chão. - Não toque em mim!!
- Finalmente te encontrei... - disse o garoto aos prantos ajoelhado perante a magnificência do guerreiro à sua frente. Segurou em sua capa e falou: - O procurei por muito tempo, Flareon.
- Largue-me. - ordenou o Claymore, puxando a capa das mãos dele. - E vá embora daqui, pivete, eu nem sei o seu nome.
- Meu nome é Alabaster, senhor.
- Pouco me importa. - retrucou o Coração Ardente, e ao ver que seu desprezo não afetou ao garoto tanto quanto queria, continuou: - Só acho uma pena que um ladrãozinho qualquer tenha um nome digno de cavaleiro real.
- Não sou mais ladrão. - disse Alabaster olhando o guerreiro nos olhos. - Graças a você, senhor.
Flareon sentiu o coração gelar.
- O que quer dizer, seu idiota? O que eu tenho a ver com sua vida? Não me interessa o que você faz ou o que deixa de fazer.
- Eu sei o que você fez por mim e serei eternamente grato, não importa o que o senhor me diga.
- Eu não fiz nada por você. - mentiu Flareon. - Vá embora daqui. - e virou-se, não queria que o garoto percebesse o quanto aquele assunto mexia com seus sentimentos.
- Eu sei que você mentiu para aqueles homens para me salvar, e ainda assim me ensinou uma lição. - Alabaster segurou novamente o pano da capa de Flareon, que não se moveu. - Quando o senhor jogou todas as minhas coisas na água eu pensei que você fosse pior até mesmo que aquele monstro. Admito que até tentei pegá-las de volta, procurei por vários dias naquela água imunda, pois sabia que os cavaleiros viriam me buscar e me matar. Mas ninguém nunca veio. Nunca. Eu vivi ali embaixo por muito tempo me alimentando de ratos, esperando pelo dia de minha morte, e esse dia nunca chegou. Então eu percebi. Eu percebi o que o senhor tinha feito por mim. Você mudou a minha vida, senhor Flareon. Eu nunca mais quis roubar nada. Vivi na miséria durante todo esse tempo, mas foi bom. Eu cresci e evoluí. Tudo graças ao senhor.
- E o que veio fazer aqui? - perguntou Flareon tentando ser duro. - Acha que vai ganhar algum prêmio por bom comportamento? Acha que me importo com o que aconteceu com você? Se te salvei da guilhotina foi porque fiquei com medo de colocarem a culpa em mim pelo desaparecimento dos cristais, e só por isso menti. Não foi por você e nem pelo seu bem.
- Eu sei que você está mentindo... - respondeu Alabaster sorrindo. - Você é fabuloso.
- O que está dizendo? Não vê o quanto isso é constrangedor para mim na posição em que estou?
- É disso mesmo que estou falando. Você ainda possui sentimentos humanos e eu sou a prova viva deles. Prova viva por sua causa, pois sem você eu teria morrido.
- Cale-se, imbecil! - Flareon, com ódio, chutou o garoto direto no rosto, fazendo com que este, sangrando, se chocasse contra o solo da floresta. - Vá embora daqui imediatamente.
Alabaster olhou para ele e sorriu, mostrando os dentes sujos de sangue.
- O senhor será muito recompensado por isso quando chegar ao paraíso, pois é uma boa alma, senhor Flareon.
- Você está louco ou o que? Quer que eu faça ainda pior com você? Quer se enterrado junto das antigas Claymores nessa esplendorosa floresta? Esse que é seu glorioso objetivo?
- Não. Vim mancando até aqui apenas para lhe agradecer, pois por baixo dessas calças minha perna ainda não está completamente recuperada.
Flareon gelou, havia se esquecido completamente do ferimento que o monstro deixou na perna do garoto.
- Quer que eu sinta pena de você? - perguntou ele, sorrindo - Olha só o que eu faço com a sua perna.
E chutou-a com toda a força. Alabaster gritou tão alto que todos os pássaros das redondezas voaram para longe.
Em seguida riu.
- Mais uma vez eu tenho que te agradecer. Eu sei que você sabe que essa é a perna errada.
E Flareon sabia mesmo.
Desistindo, largou sua espada no chão e deixou as lágrimas escorrerem.
Re: [Claymore + Exiled] O Senhor das Cinzas - Parte 2
Nao sei se rio ou choro com esse capítulo. É Flareon tentando não ter coração e Alabaster rindo como psicopata, mesmo sentindo dor.
Agora as coisas ficam interessantes. Seguindo pro próximo...
Agora as coisas ficam interessantes. Seguindo pro próximo...
Re: [Claymore + Exiled] O Senhor das Cinzas - Parte 2
Ma escreveu:Nao sei se rio ou choro com esse capítulo. É Flareon tentando não ter coração e Alabaster rindo como psicopata, mesmo sentindo dor.
Agora as coisas ficam interessantes. Seguindo pro próximo...
uhsauhsausauhasuh alabaster é mulher de malandro <3 obrigado ma~
Re: [Claymore + Exiled] O Senhor das Cinzas - Parte 2
Legal, pelo visto o coração dele não é tão negro, acho as atenções do Hikaru devem ser voltadas para o Shiki mesmo. saushauh
Re: [Claymore + Exiled] O Senhor das Cinzas - Parte 2
» Hikaru « escreveu:Legal, pelo visto o coração dele não é tão negro, acho as atenções do Hikaru devem ser voltadas para o Shiki mesmo. saushauh
Cara... Perdão, mais isso soou tão Yaoi+Afro fetish...
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Pode crer, cabeças vão rolar se deixarem o Shiki fazer o que quiser.
Re: [Claymore + Exiled] O Senhor das Cinzas - Parte 2
uhsauhsauhsauhsauhsa eu te avisei, hikaru uhsauhsauhsauhsa
Re: [Claymore + Exiled] O Senhor das Cinzas - Parte 2
kkkkkkkkkkkkkkk
Yaoi... Morri.
O Hikaru ainda vai achar uma forma de curar os sentimento... Aguardem.
Eu só vi o que você falou lá depois que já tinha comentado. kkk
Yaoi... Morri.
O Hikaru ainda vai achar uma forma de curar os sentimento... Aguardem.
Eu só vi o que você falou lá depois que já tinha comentado. kkk
Re: [Claymore + Exiled] O Senhor das Cinzas - Parte 2
Apenas algumas coisas a falar
TSUNDEROOOOOOOO )OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO)
Adorei *o* // Não imaginava isso no final, bom, pelo menos agora 8D
TSUNDEROOOOOOOO )OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO)
Adorei *o* // Não imaginava isso no final, bom, pelo menos agora 8D
Re: [Claymore + Exiled] O Senhor das Cinzas - Parte 2
uysuhsauhsauhsauhsauh tsundere demais né? Tenho que admitir isso uhsausauhsa mas foi sem querer que ele saiu assim ~e não é tão estereotipado quanto os tsunderes normais ç.ç~
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