Shiki, O Cego Andarilho & A Despedida
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Shiki, O Cego Andarilho & A Despedida
"Então é aqui que nos despedimos?" Disse Edgar, parando a carroça.
"Acho que sim..." Respondeu Shiki, saltando para a neve.
"Muito bem. Para chegar até Os Pântanos Esquecidos, basta seguir para o sul até alcançar A Floresta Luminosos dos Cogumelos Venenosos. A partir de lá, siga em direção ao leste. Não há erro." Instruiu Edgar, preocupado.
"Não se preocupe, eu tenho certeza que chegarei em segurança."
"Não se continuar a esfaquear os filhos dos outros."
"Hehehe..."
Hesitante, Edgar da um suspiro e faz uma última pergunta.
"Shiki... Você teria matado meu filho caso não pudesse fazer nada a respeito da maldição não teria?"
Shiki, que já estava a partindo, parou e respondeu sem se virar.
"Talvez. Na verdade Edgar, não faria diferença. Eu não salvei seu filho porque eu podia salvá-lo. Eu o fiz porque eu escolhi fazê-lo. Aos meus olhos, não faz diferença se alguém vive ou se alguém morre. Seu filho foi salvo porque, por sorte ou acaso, eu não escolhi matá-lo."
Edgar assentiu. As coisas eram exatamente como ele havia imaginado.
"Seus olhos... Eles são capazes de enxergar a morte não são? É por isso que você lida com ela como algo tão natural, e é por isso que você não consegue ver valor nas vidas que tira e nas vidas que salva." Disse ele, sem esperar uma resposta, "Tudo é momentâneo e irrelevante para o homem amaldiçoado pelos olhos da percepção da morte. Mas sabe... A vida pode realmente ser momentânea e irrelevante, mas apesar dela se encerrar com a morte, nada pode apagar o que foi vivido. E é nesse fato que reside a eternidade, e nessa eternidade que reside o nosso valor."
Shiki escutou cada palavra até o final. Não era a primeira vez que alguém lhe dizia algo assim, e muito provavelmente não seria a última. Mas não havia nada que ele pudesse fazer para entender aquelas palavras. Como o próprio Edgar havia dito, "Tudo é momentâneo e irrelevante para o homem amaldiçoado pelos olhos da percepção da morte."
"Adeus Edgar. Tenha uma vida feliz com a sua família." Disse Shiki, partindo sem esperar uma resposta.
"Adeus Shiki. E que os deuses tenham piedade da sua alma."
"Acho que sim..." Respondeu Shiki, saltando para a neve.
"Muito bem. Para chegar até Os Pântanos Esquecidos, basta seguir para o sul até alcançar A Floresta Luminosos dos Cogumelos Venenosos. A partir de lá, siga em direção ao leste. Não há erro." Instruiu Edgar, preocupado.
"Não se preocupe, eu tenho certeza que chegarei em segurança."
"Não se continuar a esfaquear os filhos dos outros."
"Hehehe..."
Hesitante, Edgar da um suspiro e faz uma última pergunta.
"Shiki... Você teria matado meu filho caso não pudesse fazer nada a respeito da maldição não teria?"
Shiki, que já estava a partindo, parou e respondeu sem se virar.
"Talvez. Na verdade Edgar, não faria diferença. Eu não salvei seu filho porque eu podia salvá-lo. Eu o fiz porque eu escolhi fazê-lo. Aos meus olhos, não faz diferença se alguém vive ou se alguém morre. Seu filho foi salvo porque, por sorte ou acaso, eu não escolhi matá-lo."
Edgar assentiu. As coisas eram exatamente como ele havia imaginado.
"Seus olhos... Eles são capazes de enxergar a morte não são? É por isso que você lida com ela como algo tão natural, e é por isso que você não consegue ver valor nas vidas que tira e nas vidas que salva." Disse ele, sem esperar uma resposta, "Tudo é momentâneo e irrelevante para o homem amaldiçoado pelos olhos da percepção da morte. Mas sabe... A vida pode realmente ser momentânea e irrelevante, mas apesar dela se encerrar com a morte, nada pode apagar o que foi vivido. E é nesse fato que reside a eternidade, e nessa eternidade que reside o nosso valor."
Shiki escutou cada palavra até o final. Não era a primeira vez que alguém lhe dizia algo assim, e muito provavelmente não seria a última. Mas não havia nada que ele pudesse fazer para entender aquelas palavras. Como o próprio Edgar havia dito, "Tudo é momentâneo e irrelevante para o homem amaldiçoado pelos olhos da percepção da morte."
"Adeus Edgar. Tenha uma vida feliz com a sua família." Disse Shiki, partindo sem esperar uma resposta.
"Adeus Shiki. E que os deuses tenham piedade da sua alma."
Última edição por Caladon Aerdor em Sáb Jun 23, 2012 9:57 pm, editado 1 vez(es)
Re: Shiki, O Cego Andarilho & A Despedida
Coisa mais linda <3
Nossa, ainda não tenho certeza dos interesses do Shiki, ele é bem... misterioso o// I like o//
Nossa, ainda não tenho certeza dos interesses do Shiki, ele é bem... misterioso o// I like o//
Re: Shiki, O Cego Andarilho & A Despedida
O Shiki não tem interesse algum. Por isso ele é imprevisível e instável, ele não tem a capacidade de ser movido pelos outros, pois todos são como formigas para ele.
Nossa... Eu pensei estar narrando um Kumagawa, mas a visão dele parece mais com a da Anshin-san...
Nossa... Eu pensei estar narrando um Kumagawa, mas a visão dele parece mais com a da Anshin-san...
Re: Shiki, O Cego Andarilho & A Despedida
Que foda. Realmente os deuses precisam ter piedade da alma dele, porque por mais que o Shiki não seja uma pessoa necessariamente maligna, ele ignora a importância dos sentimentos dos humanos (afinal, foi por um acaso que ele decidiu salvar o filho do homem). Acho que ele simplesmente se acostumou a estar no controle (vendo a linha da morte de cada pessoa, podendo cortá-las), então não valoriza o peso que a morte tem na vida de uma pessoa comum, podendo destruir tudo o que é importante para ela apenas por "acaso".
Re: Shiki, O Cego Andarilho & A Despedida
Queria discutir isso com você kyo! Afinal, os deuses estão mortos mesmo ou a consciência deles reside nos fragmentos?
Porque o Shiki pensa o segundo. Por ele ver a morte, por ele ver o fim de tudo, ele entende que nada tem valor. Não é que ele não vê o valor, ele SABE que esse valor não existe, é só uma ilusão da qual os seres viventes dependem para continuar vivendo. Afinal, quando ele mata alguém, em uma questão de meses as pessoas já estão superando essa perda. Em dez anos, poucas pessoas vão se lembrar de que alguém morreu. Em mil anos, não vai haver sinal de que aquela pessoa existiu. Não importa o tamanho da matança que ele faça, a eternidade vai ignorar. O tempo vai apagar. Não tem valor nenhum. Logo, nada tem sentido, nada tem propósito. E ele é o único homem são em uma terra de loucos
Mas ele também sabe que isso tem de estar errado. Ele também é um ser vivo, não importa quanto essa "verdade" esteja impregnada nele, ele sabe que ela TEM de estar errada. Mas o que estaria errado nesse fato? Será que existe algo realmente eterno além da própria eternidade? Quando ele procurou a resposta para essa pergunta, ele chegou a conclusão de que os deuses devem estar vivos. Eles PRECISAM estar vivos. Mesmo quebrados, eles ainda não perderam a eternidade deles. Ele até pensa que talvez seja porque os deuses estão ausentes que as vidas das pessoas estão impregnadas com a morte, e perderam o sentido.
Mas não há nada que ele possa fazer a respeito, então ele mata. Ele mata como um protesto, esperado que talvez a eternidade não se esqueça do fato de que aquela pessoa existiu. E é por isso que ele salva. Ele salva esperando que a talvez essa pessoa alcance a eternidade de alguma forma que ele não consegue imaginar.
Fora isso, ele vive. Vive seguindo os instintos que o fragmento de Nühr entregou a ele. Vive esperando que haja algum propósito por trás dos seus poderes. Vive seguindo a medida do possível seus desejos humanos, tentando encontrar algo que ele sabe que não existe.
Ele é o mais dedicado altruísta, dedicando a vida à procura de um significado para os seres vivos condenados ao esquecimento.
Porque o Shiki pensa o segundo. Por ele ver a morte, por ele ver o fim de tudo, ele entende que nada tem valor. Não é que ele não vê o valor, ele SABE que esse valor não existe, é só uma ilusão da qual os seres viventes dependem para continuar vivendo. Afinal, quando ele mata alguém, em uma questão de meses as pessoas já estão superando essa perda. Em dez anos, poucas pessoas vão se lembrar de que alguém morreu. Em mil anos, não vai haver sinal de que aquela pessoa existiu. Não importa o tamanho da matança que ele faça, a eternidade vai ignorar. O tempo vai apagar. Não tem valor nenhum. Logo, nada tem sentido, nada tem propósito. E ele é o único homem são em uma terra de loucos
Mas ele também sabe que isso tem de estar errado. Ele também é um ser vivo, não importa quanto essa "verdade" esteja impregnada nele, ele sabe que ela TEM de estar errada. Mas o que estaria errado nesse fato? Será que existe algo realmente eterno além da própria eternidade? Quando ele procurou a resposta para essa pergunta, ele chegou a conclusão de que os deuses devem estar vivos. Eles PRECISAM estar vivos. Mesmo quebrados, eles ainda não perderam a eternidade deles. Ele até pensa que talvez seja porque os deuses estão ausentes que as vidas das pessoas estão impregnadas com a morte, e perderam o sentido.
Mas não há nada que ele possa fazer a respeito, então ele mata. Ele mata como um protesto, esperado que talvez a eternidade não se esqueça do fato de que aquela pessoa existiu. E é por isso que ele salva. Ele salva esperando que a talvez essa pessoa alcance a eternidade de alguma forma que ele não consegue imaginar.
Fora isso, ele vive. Vive seguindo os instintos que o fragmento de Nühr entregou a ele. Vive esperando que haja algum propósito por trás dos seus poderes. Vive seguindo a medida do possível seus desejos humanos, tentando encontrar algo que ele sabe que não existe.
Ele é o mais dedicado altruísta, dedicando a vida à procura de um significado para os seres vivos condenados ao esquecimento.
Re: Shiki, O Cego Andarilho & A Despedida
Caladon Aerdor escreveu:Queria discutir isso com você kyo! Afinal, os deuses estão mortos mesmo ou a consciência deles reside nos fragmentos?
Porque o Shiki pensa o segundo. Por ele ver a morte, por ele ver o fim de tudo, ele entende que nada tem valor. Não é que ele não vê o valor, ele SABE que esse valor não existe, é só uma ilusão da qual os seres viventes dependem para continuar vivendo. Afinal, quando ele mata alguém, em uma questão de meses as pessoas já estão superando essa perda. Em dez anos, poucas pessoas vão se lembrar de que alguém morreu. Em mil anos, não vai haver sinal de que aquela pessoa existiu. Não importa o tamanho da matança que ele faça, a eternidade vai ignorar. O tempo vai apagar. Não tem valor nenhum. Logo, nada tem sentido, nada tem propósito. E ele é o único homem são em uma terra de loucos
Mas ele também sabe que isso tem de estar errado. Ele também é um ser vivo, não importa quanto essa "verdade" esteja impregnada nele, ele sabe que ela TEM de estar errada. Mas o que estaria errado nesse fato? Será que existe algo realmente eterno além da própria eternidade? Quando ele procurou a resposta para essa pergunta, ele chegou a conclusão de que os deuses devem estar vivos. Eles PRECISAM estar vivos. Mesmo quebrados, eles ainda não perderam a eternidade deles. Ele até pensa que talvez seja porque os deuses estão ausentes que as vidas das pessoas estão impregnadas com a morte, e perderam o sentido.
Mas não há nada que ele possa fazer a respeito, então ele mata. Ele mata como um protesto, esperado que talvez a eternidade não se esqueça do fato de que aquela pessoa existiu. E é por isso que ele salva. Ele salva esperando que a talvez essa pessoa alcance a eternidade de alguma forma que ele não consegue imaginar.
Fora isso, ele vive. Vive seguindo os instintos que o fragmento de Nühr entregou a ele. Vive esperando que haja algum propósito por trás dos seus poderes. Vive seguindo a medida do possível seus desejos humanos, tentando encontrar algo que ele sabe que não existe.
Ele é o mais dedicado altruísta, dedicando a vida à procura de um significado para os seres vivos condenados ao esquecimento.
Nossa!! Isso é completamente insano e psicopata uhsauhsauhsa pode até fazer sentido se não for aplicado na nossa própria vida, afinal "pimenta nos olhos dos outros é refresco". Não há ninguém com quem o Shiki se importe, então pra ele a morte não é nada, se ele tivesse alguém que ele amasse as coisas poderiam ser diferentes na cabeça dele.
Ele "ajuda" os outros porque pra ele que se dane, ele não tem nada a perder, então pra ele a morte não significa nada. SE ele tivesse algo no mundo com o que se importar ele veria que as coisas vão muito além de "eternidade" e "esquecimento", porque de que interessa a eternidade? De que interessa o reconhecimento das pessoas? Ele gostaria que nossa existência fosse importante pro mundo? Pra que? Pra todos nos conhecerem e se orgulharem de nossos feitos?
Ninguém precisa ser importante, apenas quer ser feliz, todas as pessoas querem a felicidade e a morte definitivamente não é a solução pra isso, pois pra que estaríamos aqui se nosso objetivo fosse simplesmente morrer? Afinal, ninguém sabe o que nos aguarda depois, assim como pode ser nada, pode ser algo pior.
Sobre os deuses, eles são um mistério, ninguém sabe se eles ainda olham pelos humanos mesmo estando "mortos". Os exilados sentem o poder deles vivo dentro da alma deles, alguns até se sentem os próprios deuses, procurando pelo trono que lhes foi tomado, mas não há nenhuma certeza, nenhuma fé cega e verdadeira quando se trata deles.
Re: Shiki, O Cego Andarilho & A Despedida
Essa é a questão Kyo! Falta nele esse pequeno egoísmo, esse amor a si mesmo, que o faria amar aos outros independente da eternidade da coisa! Mas qual a razão disso?
Simples! te mando por PM para não fazer spoiler para os outros.
Simples! te mando por PM para não fazer spoiler para os outros.
Re: Shiki, O Cego Andarilho & A Despedida
Omg, Shiki cada vez mais surpreendente *-*
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