O que gostaríamos (mas não podemos) escrever em redações.
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O que gostaríamos (mas não podemos) escrever em redações.
Deixe-me, primeiro, esclarecer o que eu quero com essa postagem. Hoje eu estava conversando com uma amiga minha, que acabou de passar pela frustração de ter sido reprovada na prova de mestrado, sobre as redações absurdas que os nossos professores de graduação nos passam. O esforço que nós temos que empregar em algumas é digno de ser citado em uma história de Hércules - enquanto algumas outras são tão fáceis quanto comer chocolate.
E nós começamos a lembrar dos vestibulares que fizemos - sem nenhumas saudades, é verdade. Depois de enfrenarmos 120 questões, ainda éramos obrigados a redigir uma dissertação. Mas vocês devem estar pensando: "Mas vocês estão acostumados a escrever seis páginas só pra responder sobre o projeto arquitetônico de brasília! (True story, criançada) Como é que vocês podem reclamar de uma redação de trinta linhas?". Então eu respondo: qualquer pessoas com a capacidade intelectual maior a do que de um pombo morto consegue imaginar o deleite de escrever trinta linhas depois de passar por 120 questões.
Então vamos o que (não) interessa: temas de redação como "tempo, este devorador de coisas", não causa em ninguém uma vontade que vem do além de escrever nem sequer uma frase, que dirá trinta linhas. Mas nós podemos simplificar ainda mais as coisas e sugerir um tema ainda mais corriqueiro. E essa vai para você, aluno azarado, que acorda às seis da manhã de um dia chuvoso, em que o seu único problema é que a vontade de viver se esvaiu de seu coraçãozinho e deu lugar a uma raiva imensurável. Com essa mesma raiva, você, aluno azarado, é obrigado a ir para uma instituição totalitária que costumam chamar de escola, mas tá mais pra hospício ou prisão. E neste lugar maravilhoso, dizem os sábios que mantém o nosso sistema funcionando, você irá aprender não só os assuntos que ELES consideram importantes mas, também, a lei da sobrevivência. E já que todos notaram a minha paixão secreta por tudo que tem a ver com aprendizado coletivo, vamos supor que o seu professor super dedicado decida lhe passar uma redação cujo tema é globalização.
Vejamos como você, e não eu (já que eu não tenho nada a ver com o seu problema de contenção de sentimentos impudicos e inadequados), escreveria em uma situação dessas.
E como boa vontade é o que não falta, eu tive uma ótima ideia e decidi trazer um outro tema para falarmos sobre o que gostaríamos de escrever, mas não podemos. Enfim. Vamos à proposta: "Considerando que os textos das provas objetivas e os apresentados acima têm caráter unicamente motivador, redija uma dissertação, apresentando argumentos que se contraponham à seguinte concepção de tempo expressa pelo poeta clássico Ovídio: o tempo, esse devorador de coisas."
BERENICE SEGURA NÓS VAMOS BATER AI DEUS O QUE EU FAÇO AGORA QUE PORRA É ESSA EU NÃO DEVIA TER ME INSCRITO NESSA PORCARIA NÃO VAI DAR TEMPO DE ESCREVER AI JESUS ACHO QUE VOU PULAR UMAS LINHAS COMO É QUE EU COMEÇO MINHA NOSSA SENHORA DA BICICLETINHA
Depois que tudo isso passa pela sua cabeça, você respira profundamente e começa a escrever.
E nós começamos a lembrar dos vestibulares que fizemos - sem nenhumas saudades, é verdade. Depois de enfrenarmos 120 questões, ainda éramos obrigados a redigir uma dissertação. Mas vocês devem estar pensando: "Mas vocês estão acostumados a escrever seis páginas só pra responder sobre o projeto arquitetônico de brasília! (True story, criançada) Como é que vocês podem reclamar de uma redação de trinta linhas?". Então eu respondo: qualquer pessoas com a capacidade intelectual maior a do que de um pombo morto consegue imaginar o deleite de escrever trinta linhas depois de passar por 120 questões.
Então vamos o que (não) interessa: temas de redação como "tempo, este devorador de coisas", não causa em ninguém uma vontade que vem do além de escrever nem sequer uma frase, que dirá trinta linhas. Mas nós podemos simplificar ainda mais as coisas e sugerir um tema ainda mais corriqueiro. E essa vai para você, aluno azarado, que acorda às seis da manhã de um dia chuvoso, em que o seu único problema é que a vontade de viver se esvaiu de seu coraçãozinho e deu lugar a uma raiva imensurável. Com essa mesma raiva, você, aluno azarado, é obrigado a ir para uma instituição totalitária que costumam chamar de escola, mas tá mais pra hospício ou prisão. E neste lugar maravilhoso, dizem os sábios que mantém o nosso sistema funcionando, você irá aprender não só os assuntos que ELES consideram importantes mas, também, a lei da sobrevivência. E já que todos notaram a minha paixão secreta por tudo que tem a ver com aprendizado coletivo, vamos supor que o seu professor super dedicado decida lhe passar uma redação cujo tema é globalização.
Vejamos como você, e não eu (já que eu não tenho nada a ver com o seu problema de contenção de sentimentos impudicos e inadequados), escreveria em uma situação dessas.
Mas é claro que o medo do "respaldo institucional", mais conhecido como "nota", não permite que os senhores se comportem de tal maneira.Globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização.Globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização.Já deu trinta linhas? Pra tu ver, né.Globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização globalização.
E como boa vontade é o que não falta, eu tive uma ótima ideia e decidi trazer um outro tema para falarmos sobre o que gostaríamos de escrever, mas não podemos. Enfim. Vamos à proposta: "Considerando que os textos das provas objetivas e os apresentados acima têm caráter unicamente motivador, redija uma dissertação, apresentando argumentos que se contraponham à seguinte concepção de tempo expressa pelo poeta clássico Ovídio: o tempo, esse devorador de coisas."
BERENICE SEGURA NÓS VAMOS BATER AI DEUS O QUE EU FAÇO AGORA QUE PORRA É ESSA EU NÃO DEVIA TER ME INSCRITO NESSA PORCARIA NÃO VAI DAR TEMPO DE ESCREVER AI JESUS ACHO QUE VOU PULAR UMAS LINHAS COMO É QUE EU COMEÇO MINHA NOSSA SENHORA DA BICICLETINHA
Depois que tudo isso passa pela sua cabeça, você respira profundamente e começa a escrever.
Para o começo de minha dissertação, eu gostaria de elucidar alguns dados bastante satisfatórios a respeito do tema proposto. Como o propósito dessa redação é contrapor a sábia afirmação de Ovídio, devo deixar claro, em primeiro lugar, que isso é impossível. Pois, veja bem, a verdade pura e simples, absoluta e inflexível, que se está estabelecida debaixo de nosso Sol - o que abrange o nosso planeta Terra e todos os cosmos - é que o tempo passa e deixa um rastro de destruição. E não me venha com essas larapias da Física Moderna: o tempo NÃO é uma variável. Ele, o Senhor Tempo, não brinca de variar no espaço... Ou seja lá o que for. Que absurdo! Isso é tapeação de físico sofista!
Se isso for verdade, então vamos todos entrar em um foguete e ficar décadas jogando adedonha e bisca, e voltamos quando toda a nossa geração tiver morrido. Se funcionar, nós poderemos nos ajoelhas e agradecer aos céus por alguém ter descoberto uma das mais úteis maravilhas da natureza.
E sem mais delongas, para o desfecho do meu texto, quero dar ênfase a um segundo fato: você, caro examinador, que está corrigindo a minha redação e provavelmente vai me reprovar; você TAMBÉM vai morrer! Oh! E tudo isso porque o Tempo, este devorador de coisas, decidiu que ia passear de Harley Davidson - devo dizer que quando ele passou por você, ele sorriu e mostrou o dedo do meio - e destruir a sua vida.
Mostre-me um argumento que contraponha isso!
Neoshadow- Furious Witch
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Re: O que gostaríamos (mas não podemos) escrever em redações.
É como você descreve ali, é dificultoso o processo de redação após encarar uma porrada de questões, até porque nosso sistema de pensamento criativo e de síntese não é extremamente ágil (pelo menos não o meu), na minha opinião envolve muito o pensamento reflexivo daquilo que você tem como tema e de todos os seus exemplos e outras referências mentais.
Em redações em geral (Ensino Médio, ENEM, Vestibular) eu nunca me dei bem, só na faculdade tive que encarar de frente e pensar nas possibilidades da dissertação em si (por mais trabalhoso que fosse), por isso fico meio em dúvida sobre pós e mestrado (exigem bastante nesse quesito - eu imagino), apesar de futuramente querer fazer.
Isolar a redação em vestibulares e outros concursos e etceteras seria a resolução adequada? Talvez deixar facultativo temas/assuntos? Contrapor a quantidade de questões com tempo de redação? Acho que a discussão pode ir beeem longe hehehehe
Em redações em geral (Ensino Médio, ENEM, Vestibular) eu nunca me dei bem, só na faculdade tive que encarar de frente e pensar nas possibilidades da dissertação em si (por mais trabalhoso que fosse), por isso fico meio em dúvida sobre pós e mestrado (exigem bastante nesse quesito - eu imagino), apesar de futuramente querer fazer.
Isolar a redação em vestibulares e outros concursos e etceteras seria a resolução adequada? Talvez deixar facultativo temas/assuntos? Contrapor a quantidade de questões com tempo de redação? Acho que a discussão pode ir beeem longe hehehehe
Re: O que gostaríamos (mas não podemos) escrever em redações.
Sempre falam "faz o rascunho da redação, responde as questões e depois passa a redação a limpo". Eu faço os dois ao mesmo tempo. Eu não consigo prestar 100% de atenção em alguma questão. Enquanto eu vo lendo ela, eu acabo me distraindo e pensando na redação, então sempre penso em algo bom pra colocar nela durante a prova.
Ynys Wydryn- Obsessive Prince
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