ballet, natal
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Ma
Kiky
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ballet, natal
Existe um concurso de ballet chamado Prix de Lausanne, que é tipo o maior concurso que tem, e que é pra bailarinos/bailarinas até 18 anos de idade. Teve uma menina brasileira que ganhou o de 2011 e quando eu olho pra ela dançando no youtube eu não consigo evitar sentir inveja, raiva, frustração. Eu devia vibrar né porque é orgulho do país e blá-blá-blá mas eu não consigo, eu tenho inveja dela - muita inveja.
Assim um dos meus planos de vida que eu fiz esse ano foi, de alguma forma, um dia ir para o Prix de Lausanne e ganhar. Porque isso ia me abrir várias portas e ia ser difícil minha mãe negar né. Eu falei pra minha professora de ballet, no começo do ano, e ela falou que então eu devia fazer mais aulas. Eu falei com meus pais e a condição foi aquela coisa estúpida de passar com 6 em tudo, e bom, se vocês se lembram, eu não consegui, e ainda peguei física rs. Daí ok eu tentei passar com 6 agora no fim de ano mas não deu nada certo né.
E a verdade é que isso não vai me levar em lugar nenhum. Meu pais não vão me deixar fazer nada que seja visto como ''ameaça'' pros meus estudos e faculdade e essas porras relacionado com ballet. E isso inclui qualquer coisa que eu peça pra fazer. E se a condição for notas boas, eu não acho que seja possível equilibrar tudo isso: distúrbio alimentar, (tentar) dormir mais de 5 horas por dia, ter uma vida social descente, notas, desempenho bom no ballet. E isso me deixa triste, mal, porque é o que eu mais quero e não tem essa de ''se você tentar mais um pouco você consegue'' porque tudo que eu achei que eu fazia direito no ballet alguém me mostrou algum erro.
Não que eu ache que corrigir erros é errado. Muito pelo contrário. Mas eu fiquei com aquele gostinho de ser um desastre, de não fazer nada direito, e eu tive que passar o ano vendo meninas melhores dançarem na minha cara. Na minha apresentação de ballet, eu não vi nenhuma dança do primeiro ato (que era ballet) porque eu ia chorar e não conseguir fazer a minha parte. É ver os outros roubando os seus sonhos. Fazendo o que você jurava que tinha nascido para fazer, mas descobriu que não vale nada. Isso machuca muito.
Sinceramente eu não sei porque eu estou escrevendo isso rs. Quer dizer, já acabou o ballet e agora eu devia me desligar até o ano que vem. Já passou a apresentação. Está perto do Natal e normalmente as pessoas ficam felizes nessa época. Devia ser assim. Mas o Natal só me deixa mais pra baixo. Porque se eu fizesse uma lista (eu fiz) e desse ela pro meu pai das coisas que eu quero de Natal, eu não ia ganhar nenhuma. E uma delas seria fazer ballet no verão, foi a coisa que eu achei que funcionaria, porque não tem notas e afins pra atrapalhar né. Aparentemente, meu pai não deixou. Gritou comigo. E eu queria pedir isso de Natal. Ou alguma coisa da Louis Vuitton. Mas eles nunca iam me dar nada disso.
Um dia eu vou ser uma bailarina, sim. Só não vai ser nessa vida. Eu já estraguei tudo pra mim nessa vida. Em todos os aspectos.
Assim um dos meus planos de vida que eu fiz esse ano foi, de alguma forma, um dia ir para o Prix de Lausanne e ganhar. Porque isso ia me abrir várias portas e ia ser difícil minha mãe negar né. Eu falei pra minha professora de ballet, no começo do ano, e ela falou que então eu devia fazer mais aulas. Eu falei com meus pais e a condição foi aquela coisa estúpida de passar com 6 em tudo, e bom, se vocês se lembram, eu não consegui, e ainda peguei física rs. Daí ok eu tentei passar com 6 agora no fim de ano mas não deu nada certo né.
E a verdade é que isso não vai me levar em lugar nenhum. Meu pais não vão me deixar fazer nada que seja visto como ''ameaça'' pros meus estudos e faculdade e essas porras relacionado com ballet. E isso inclui qualquer coisa que eu peça pra fazer. E se a condição for notas boas, eu não acho que seja possível equilibrar tudo isso: distúrbio alimentar, (tentar) dormir mais de 5 horas por dia, ter uma vida social descente, notas, desempenho bom no ballet. E isso me deixa triste, mal, porque é o que eu mais quero e não tem essa de ''se você tentar mais um pouco você consegue'' porque tudo que eu achei que eu fazia direito no ballet alguém me mostrou algum erro.
Não que eu ache que corrigir erros é errado. Muito pelo contrário. Mas eu fiquei com aquele gostinho de ser um desastre, de não fazer nada direito, e eu tive que passar o ano vendo meninas melhores dançarem na minha cara. Na minha apresentação de ballet, eu não vi nenhuma dança do primeiro ato (que era ballet) porque eu ia chorar e não conseguir fazer a minha parte. É ver os outros roubando os seus sonhos. Fazendo o que você jurava que tinha nascido para fazer, mas descobriu que não vale nada. Isso machuca muito.
Sinceramente eu não sei porque eu estou escrevendo isso rs. Quer dizer, já acabou o ballet e agora eu devia me desligar até o ano que vem. Já passou a apresentação. Está perto do Natal e normalmente as pessoas ficam felizes nessa época. Devia ser assim. Mas o Natal só me deixa mais pra baixo. Porque se eu fizesse uma lista (eu fiz) e desse ela pro meu pai das coisas que eu quero de Natal, eu não ia ganhar nenhuma. E uma delas seria fazer ballet no verão, foi a coisa que eu achei que funcionaria, porque não tem notas e afins pra atrapalhar né. Aparentemente, meu pai não deixou. Gritou comigo. E eu queria pedir isso de Natal. Ou alguma coisa da Louis Vuitton. Mas eles nunca iam me dar nada disso.
Um dia eu vou ser uma bailarina, sim. Só não vai ser nessa vida. Eu já estraguei tudo pra mim nessa vida. Em todos os aspectos.
Kiky- Obsessive Prince
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Re: ballet, natal
Kiky, não pense que não conseguirá. Seus pais tem de entender que você quer ser bailarina. E suas notas cairem nem pode ser resultado de pouco estudo, mas sim por não entender aquela matéria.
Converse com seus pais, diga que você ama balé e como se sente dançando. Sentir inveja não é ruim. Procure ser a melhor do que a ganhadora do Concurso. Treine um poquinho em casa. Esqueça tudo que te aflingi e viva um pouco pra você mesma.
Você não estragou. Ainda é jovem e tem muitos anos pela frente. Mude agora o que acha ser necessário. Você tem talento e consegue.
Converse com seus pais, diga que você ama balé e como se sente dançando. Sentir inveja não é ruim. Procure ser a melhor do que a ganhadora do Concurso. Treine um poquinho em casa. Esqueça tudo que te aflingi e viva um pouco pra você mesma.
Você não estragou. Ainda é jovem e tem muitos anos pela frente. Mude agora o que acha ser necessário. Você tem talento e consegue.
Re: ballet, natal
Eu li isso. Me relacionei bastante com tais coisas. Eu não sou bailarino, mas sou músico. E sei da pressão dos outros sobre a gente. Você não é um desastre por que há erros em alguns passos. Todo mundo erra. O que te faz mais capaz é o fato de poder admitir isso e lutar para um dia ter seu sonho realizado.
Não desista do seu sonho, ainda há muito para se viver, você é jovem e nunca se sabe o que pode acontecer amanhã.
"O Sol nasce para todos, só não sabe quem não quer"
E é normal a inveja. Eu tenho uma imensa inveja do Matheus do Glee Project.
Enfim... Não desista ainda, se esse é seu sonho, se sua sapatilha de ponta faz tanto a sua felicidade, treine um pouco mais a sós. Cuide de seu corpo e de sua mente. E qualquer coisa, tem em mim um amigo pra se apoiar =D
Não desista do seu sonho, ainda há muito para se viver, você é jovem e nunca se sabe o que pode acontecer amanhã.
"O Sol nasce para todos, só não sabe quem não quer"
E é normal a inveja. Eu tenho uma imensa inveja do Matheus do Glee Project.
Enfim... Não desista ainda, se esse é seu sonho, se sua sapatilha de ponta faz tanto a sua felicidade, treine um pouco mais a sós. Cuide de seu corpo e de sua mente. E qualquer coisa, tem em mim um amigo pra se apoiar =D
Ryouji- Maniac Coward
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Re: ballet, natal
Kiky, eu vi uma foto sua no ballet. é tudo tão perfeitinho, e tenho certeza que você pode ser uma bailarina de sucesso ♥
Se seus pais entenderem, você não ficará mal na escola, não terá disturbios nem nada. Você ficará feliz e seu desempenho melhorará em tudo. Impressione seus pais. Uma hora ou outra, eles irão concordar. Nem que seja num evento pequeno. Mas mostre seu talento para eles <3 Tenho certeza que eles vão gostar *-*
Se seus pais entenderem, você não ficará mal na escola, não terá disturbios nem nada. Você ficará feliz e seu desempenho melhorará em tudo. Impressione seus pais. Uma hora ou outra, eles irão concordar. Nem que seja num evento pequeno. Mas mostre seu talento para eles <3 Tenho certeza que eles vão gostar *-*
Re: ballet, natal
Ma escreveu:Kiky, não pense que não conseguirá. Seus pais tem de entender que você quer ser bailarina. E suas notas cairem nem pode ser resultado de pouco estudo, mas sim por não entender aquela matéria.
Converse com seus pais, diga que você ama balé e como se sente dançando. Sentir inveja não é ruim. Procure ser a melhor do que a ganhadora do Concurso. Treine um poquinho em casa. Esqueça tudo que te aflingi e viva um pouco pra você mesma.
Você não estragou. Ainda é jovem e tem muitos anos pela frente. Mude agora o que acha ser necessário. Você tem talento e consegue.
Eles nunca vão entender. Porque eles são muito diferentes de mim. Eles tiveram uma infância difícil por causa dessas coisas de dinheiro e a única opção que eles tinham era estudar, se eles quisessem ser alguma coisa na vida. Minhas notas não caíram porque eu não entendi a matérias, elas simplesmente caíram e eu não gosto de falar abertamente sobre isso, haha (:
Eu já conversei uma vez e eu me arrependo até hoje. Outro dia minha mãe me perguntou se eu ainda queria ser bailarina ou se eu já tinha tirado isso da cabeça. Eu falei que não queria, claro, mas eu quero. ''Vamos tentar fazer com que isso não aconteça de novo'', ela me disse. Eu treino em casa. Eu aprendi a fazer fouetté sozinha, e grand jeté também. Não são passos fáceis.
Eu estraguei, sim. Ballet tem prazo de validade, se você quer ser primeira bailarina como eu quero. Eu posso continuar fazendo ballet pra sempre, claro, mas o que eu queria de verdade nunca vai acontecer.
Ryouji escreveu:Eu li isso. Me relacionei bastante com tais coisas. Eu não sou bailarino, mas sou músico. E sei da pressão dos outros sobre a gente. Você não é um desastre por que há erros em alguns passos. Todo mundo erra. O que te faz mais capaz é o fato de poder admitir isso e lutar para um dia ter seu sonho realizado.
Não desista do seu sonho, ainda há muito para se viver, você é jovem e nunca se sabe o que pode acontecer amanhã.
"O Sol nasce para todos, só não sabe quem não quer"
E é normal a inveja. Eu tenho uma imensa inveja do Matheus do Glee Project.
Enfim... Não desista ainda, se esse é seu sonho, se sua sapatilha de ponta faz tanto a sua felicidade, treine um pouco mais a sós. Cuide de seu corpo e de sua mente. E qualquer coisa, tem em mim um amigo pra se apoiar =D
Ah, sim. Tem muita pressão mesmo. Eu fiz canto por uns 2 anos no colégio.
Mas enfim, quando se trata de ballet, eu não erro. Não existe essa palavra pra mim. Nas aulas, sejam nas minhas ou nas que eu faço com as avançadas as vezes, eu não me deixo errar. Eu sou a aluna perfeita no ballet, eu faço tudo certo. Eu fiz aula com o tornozelo torcido, e ninguém descobriu. Quando eu estou com as avançadas eu faço meu melhor e eu não erro também. Eu estava tendo aula de ponta com elas, e me falaram para dar uma pirueta. Eu nunca tinha feito isso na ponta, mas não me parou. Eu fiz a pirueta como se eu fizesse aquilo todos os dias, e parei com a maior graça que eu consegui.
Eu odeio sentir inveja, de verdade. Quando eu olho para alguma coisa que eu não tenho, normalmente, em vez de sentir inveja eu penso no que eu vou fazer pra conseguir aquilo. Mas as vezes não dá né, a inveja é inevitável as vezes. E eu treino sim com a minha sapatilha de ponta. Eu me apaixonei quando vi o site dessa marca de ponta, me apaixonei quando comprei e me apaixonei de novo depois da aula com as avançadas em Outubro. Obrigada (:
Akane Kurohana ~ escreveu:Kiky, eu vi uma foto sua no ballet. é tudo tão perfeitinho, e tenho certeza que você pode ser uma bailarina de sucesso ♥
Se seus pais entenderem, você não ficará mal na escola, não terá disturbios nem nada. Você ficará feliz e seu desempenho melhorará em tudo. Impressione seus pais. Uma hora ou outra, eles irão concordar. Nem que seja num evento pequeno. Mas mostre seu talento para eles <3 Tenho certeza que eles vão gostar *-*
Ah, obrigada <3 Eu não acho perfeito, mas obrigada <3
Bom, primeiramente eles não vão entender. Depois que eu não sou a pessoa mais estudiosa do mundo, nossa, nem perto, minhas amigas sempre reclamam que eu não faço porra nenhuma o ano todo e consigo passar na boa. Quase na boa, nas verdade, hehe. E eu já tenho distúrbios, não tem como parar agora, não é algo que eu controle exatamente.
Eles sabem do que eu sou capaz, sabem que eu aprendo mais rápido e sozinha. Mas não é o suficiente sabe, pra eles é só estudo e faculdade e dinheiro que conta, nunca vai dar certo isso. Eles jpa me viram dançar, eu arrastei minha mãe pra assistir o Kirov Ballet comigo, eu já falei que queria competir. Mas pra eles isso é só... nada. É um passatempo, um hobby, uma coisa sem importância.
Kiky- Obsessive Prince
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Re: ballet, natal
Já me senti como você.
A diferença é que minha frustração era a de ser chutada (literalmente) para a 2° voz no coral.
As malditas sopranos sempre tiveram aquele ar de superioridade estúpido, por que conseguiam atingir as notam mais agudas sem esforço e blá, blá.
Eu sou de um tipo de voz raro, sou contralto profundo, e ficava na segunda voz porque (segundo a professora) não haviam muitas músicas com uma contralto fazendo a 1°. O problema é que eu queria destaque, queria que ouvissem minha voz sem que ela fosse coberta pelas vozes agudas saturadas.
Minha voz nunca foi muito alta, e isso me atrapalhou, muito. Até hoje tenho que fazer um certo esforço para conseguir uma altura adequada, mas nem é mais tão difícil manter.
Enquanto eu me esforçava pra conseguir cantar pelo menos UM solo, todas as meninas de lá já tinham conseguido um, eu desabei, senti inveja delas porque elas simplesmente nasceram com facilidade pra cantar, agraciadas com o maldito soprano. Saí do coral, parei de fazer canto e minha voz ficou mais insegura que nunca.
Uma amiga minha me arrastou pro coral da escola, e passei a cantar lá. Demorou para eu recuperar a segurança da minha voz, a minha segurança para cantar, depois disso, consegui um solo em uma apresentação menor.
Nunca fiquei satisfeita só com isso e me sinto quase que na obrigação de provar que uma garota com uma voz que chega quase à extensão dos barítonos não é menos que uma idiota que consegue quebrar vidros numa escala SI.
E essas coisas de escola, sobre as notas e tudo mais também pesam. Sempre te cobram boas notas, nunca acham seu esforço o suficiente e você tem que equilibrar os seus problemas de casa, seus conflitos internos, sua insegurança, escola e infinitas coisas, depois de tudo, você ainda tem que aguentar seus pais te dizendo que música não dá futuro, mas quanto a isso, entendo que eles querem o melhor para mim, mas o melhor na língua deles é 'uma boa faculdade e dinheiro'. Quando você se sente sem apoio, você fica automaticamente frustrada, tenta buscar alívio em todos os caminhos que lhe parecem possíveis, eu afundei, mas me reergui decidida a melhorar e a provar o que eu quero provar a mim mesma, perdi o medo de ouvir a minha própria voz, perdi o medo de cantar e tenho minha carta na manga, posso correr atrás do que eu quero e ter a vida segura que meus pais tanto desejam para mim, não quero decepcionar ninguém e ao mesmo tempo, não quero me decepcionar, pretendo seguir de um jeito que deixe todos satisfeitos.
Primeiro, dance como a música manda, e aos poucos vá seguindo seus próprios passos, adotei isso como lema.
A diferença é que minha frustração era a de ser chutada (literalmente) para a 2° voz no coral.
As malditas sopranos sempre tiveram aquele ar de superioridade estúpido, por que conseguiam atingir as notam mais agudas sem esforço e blá, blá.
Eu sou de um tipo de voz raro, sou contralto profundo, e ficava na segunda voz porque (segundo a professora) não haviam muitas músicas com uma contralto fazendo a 1°. O problema é que eu queria destaque, queria que ouvissem minha voz sem que ela fosse coberta pelas vozes agudas saturadas.
Minha voz nunca foi muito alta, e isso me atrapalhou, muito. Até hoje tenho que fazer um certo esforço para conseguir uma altura adequada, mas nem é mais tão difícil manter.
Enquanto eu me esforçava pra conseguir cantar pelo menos UM solo, todas as meninas de lá já tinham conseguido um, eu desabei, senti inveja delas porque elas simplesmente nasceram com facilidade pra cantar, agraciadas com o maldito soprano. Saí do coral, parei de fazer canto e minha voz ficou mais insegura que nunca.
Uma amiga minha me arrastou pro coral da escola, e passei a cantar lá. Demorou para eu recuperar a segurança da minha voz, a minha segurança para cantar, depois disso, consegui um solo em uma apresentação menor.
Nunca fiquei satisfeita só com isso e me sinto quase que na obrigação de provar que uma garota com uma voz que chega quase à extensão dos barítonos não é menos que uma idiota que consegue quebrar vidros numa escala SI.
E essas coisas de escola, sobre as notas e tudo mais também pesam. Sempre te cobram boas notas, nunca acham seu esforço o suficiente e você tem que equilibrar os seus problemas de casa, seus conflitos internos, sua insegurança, escola e infinitas coisas, depois de tudo, você ainda tem que aguentar seus pais te dizendo que música não dá futuro, mas quanto a isso, entendo que eles querem o melhor para mim, mas o melhor na língua deles é 'uma boa faculdade e dinheiro'. Quando você se sente sem apoio, você fica automaticamente frustrada, tenta buscar alívio em todos os caminhos que lhe parecem possíveis, eu afundei, mas me reergui decidida a melhorar e a provar o que eu quero provar a mim mesma, perdi o medo de ouvir a minha própria voz, perdi o medo de cantar e tenho minha carta na manga, posso correr atrás do que eu quero e ter a vida segura que meus pais tanto desejam para mim, não quero decepcionar ninguém e ao mesmo tempo, não quero me decepcionar, pretendo seguir de um jeito que deixe todos satisfeitos.
Primeiro, dance como a música manda, e aos poucos vá seguindo seus próprios passos, adotei isso como lema.
Darky_Cherry- Suicidal Singer
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Re: ballet, natal
Poxa Kiky, se você soubesse o ódio que eu tenho dos seus pais por eles fazerem e falarem essas coisas pra você... É um ódio enorme, sério.
Primeiro, a pior coisa que os pais podem fazer pros seus filhos é tentar impedir que eles realizem seus sonhos. Ainda mais se o sonho for algo tão bonito quanto o ballet. É horrível tentar realizar um sonho sendo que seus pais jogam na sua cara que não acreditam em você e não querem que você o faça. Sério, tem tantas pessoas que não têm dinheiro e nem oportunidades de tentar realizar sonhos como esses, e você que tem, tem os próprios pais como empecilho. É revoltante.
Segundo, saiba que eu não aceitei essa história de você ter um distúrbio alimentar. Eu parei de falar sobre isso porque achei que estava te incomodando à toa, mas... Nossa, é péssimo ver você falando disso como se fosse uma coisa normal. Não é. Você pode não aceitar, mas está se mutilando aos poucos. Os problemas pra dormir só pioram, porque seu corpo enfraquece tanto pela falta de comida quanto pela falta de descanso. Aliás, não só seu corpo... Sua mente também. Meu Deus, será possível que não existe ninguém que possa te ajudar? Alguém que possa tentar fazer algo por você, sei lá, mesmo que fosse só um apoio, uma terapia simples ou algo assim. Não acho possível que todos tenham virado as costas pra você ou não se importem o suficiente pra perceber que algo vai mal e que você precisa de ajuda.
Terceiro, eu acredito que os problemas com as suas notas só pioram com os outros problemas citados. Seu corpo e sua mente ficam fracos pelo distúrbio alimentar e pela insônia, e seu emocional fica destruído por causa da relação com seus pais. Como é possível um aluno conseguir se concentrar e tirar notas boas assim? Não é, eu pelo menos acredito que não. Na minha opinião, bons pais parariam pra ouvir os problemas do filho e tentariam ajudar antes de sequer QUERER exigir alguma coisa. É isso que me revolta: Tantos pais acham ruim que os filhos escondam as coisas deles, mas quando eles querem contar, só recebem respostas duras como essas aí.
Olha, eu acho que você tem sim talento pra ser uma ótima bailarina, e é esforçada também. Só precisa superar esses seus problemas aos poucos. Por favor, não acredite que não há solução, porque há sim, e procure ajuda. Há algum psicólogo ou alguém com quem você possa se abrir na sua escola? Alguém que tenha maturidade pra falar sem se basear nas emoções, mas sim no bom senso e na compreensão? Se houver, tente falar com ela. Acredite, mesmo quando nos abrimos com pessoas mais distantes ou que não conhecemos, podemos nos sentir bem melhor. E falo por experiência própria, porque já desabafei com professores e outras pessoas assim. Não conheço os adultos que te rodeiam pra falar, mas acredito que uma tentativa dessas vale muito mais à pena do que guardar tudo pra você e deixar que essas coisas te destruam. Mesmo as pessoas com mais força de vontade tem dificuldades quando estão sozinhas ou se sentem assim, então tente não se isolar e nem esconder os seus problemas. Se alguém te perguntar, não minta dizendo que está bem e essas coisas. Porque, como creio já ter dito antes, vai que elas acreditam mesmo que você está bem ou que seus problemas não são nada de mais...
Desculpe qualquer coisa, só não gosto de te ver tão mal assim e quero ajudar =/
Primeiro, a pior coisa que os pais podem fazer pros seus filhos é tentar impedir que eles realizem seus sonhos. Ainda mais se o sonho for algo tão bonito quanto o ballet. É horrível tentar realizar um sonho sendo que seus pais jogam na sua cara que não acreditam em você e não querem que você o faça. Sério, tem tantas pessoas que não têm dinheiro e nem oportunidades de tentar realizar sonhos como esses, e você que tem, tem os próprios pais como empecilho. É revoltante.
Segundo, saiba que eu não aceitei essa história de você ter um distúrbio alimentar. Eu parei de falar sobre isso porque achei que estava te incomodando à toa, mas... Nossa, é péssimo ver você falando disso como se fosse uma coisa normal. Não é. Você pode não aceitar, mas está se mutilando aos poucos. Os problemas pra dormir só pioram, porque seu corpo enfraquece tanto pela falta de comida quanto pela falta de descanso. Aliás, não só seu corpo... Sua mente também. Meu Deus, será possível que não existe ninguém que possa te ajudar? Alguém que possa tentar fazer algo por você, sei lá, mesmo que fosse só um apoio, uma terapia simples ou algo assim. Não acho possível que todos tenham virado as costas pra você ou não se importem o suficiente pra perceber que algo vai mal e que você precisa de ajuda.
Terceiro, eu acredito que os problemas com as suas notas só pioram com os outros problemas citados. Seu corpo e sua mente ficam fracos pelo distúrbio alimentar e pela insônia, e seu emocional fica destruído por causa da relação com seus pais. Como é possível um aluno conseguir se concentrar e tirar notas boas assim? Não é, eu pelo menos acredito que não. Na minha opinião, bons pais parariam pra ouvir os problemas do filho e tentariam ajudar antes de sequer QUERER exigir alguma coisa. É isso que me revolta: Tantos pais acham ruim que os filhos escondam as coisas deles, mas quando eles querem contar, só recebem respostas duras como essas aí.
Olha, eu acho que você tem sim talento pra ser uma ótima bailarina, e é esforçada também. Só precisa superar esses seus problemas aos poucos. Por favor, não acredite que não há solução, porque há sim, e procure ajuda. Há algum psicólogo ou alguém com quem você possa se abrir na sua escola? Alguém que tenha maturidade pra falar sem se basear nas emoções, mas sim no bom senso e na compreensão? Se houver, tente falar com ela. Acredite, mesmo quando nos abrimos com pessoas mais distantes ou que não conhecemos, podemos nos sentir bem melhor. E falo por experiência própria, porque já desabafei com professores e outras pessoas assim. Não conheço os adultos que te rodeiam pra falar, mas acredito que uma tentativa dessas vale muito mais à pena do que guardar tudo pra você e deixar que essas coisas te destruam. Mesmo as pessoas com mais força de vontade tem dificuldades quando estão sozinhas ou se sentem assim, então tente não se isolar e nem esconder os seus problemas. Se alguém te perguntar, não minta dizendo que está bem e essas coisas. Porque, como creio já ter dito antes, vai que elas acreditam mesmo que você está bem ou que seus problemas não são nada de mais...
Desculpe qualquer coisa, só não gosto de te ver tão mal assim e quero ajudar =/
Mizuki- Hysterical Twins
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Re: ballet, natal
Darky_Cherry escreveu:Já me senti como você.
A diferença é que minha frustração era a de ser chutada (literalmente) para a 2° voz no coral.
As malditas sopranos sempre tiveram aquele ar de superioridade estúpido, por que conseguiam atingir as notam mais agudas sem esforço e blá, blá.
Eu sou de um tipo de voz raro, sou contralto profundo, e ficava na segunda voz porque (segundo a professora) não haviam muitas músicas com uma contralto fazendo a 1°. O problema é que eu queria destaque, queria que ouvissem minha voz sem que ela fosse coberta pelas vozes agudas saturadas.
Minha voz nunca foi muito alta, e isso me atrapalhou, muito. Até hoje tenho que fazer um certo esforço para conseguir uma altura adequada, mas nem é mais tão difícil manter.
Enquanto eu me esforçava pra conseguir cantar pelo menos UM solo, todas as meninas de lá já tinham conseguido um, eu desabei, senti inveja delas porque elas simplesmente nasceram com facilidade pra cantar, agraciadas com o maldito soprano. Saí do coral, parei de fazer canto e minha voz ficou mais insegura que nunca.
Uma amiga minha me arrastou pro coral da escola, e passei a cantar lá. Demorou para eu recuperar a segurança da minha voz, a minha segurança para cantar, depois disso, consegui um solo em uma apresentação menor.
Nunca fiquei satisfeita só com isso e me sinto quase que na obrigação de provar que uma garota com uma voz que chega quase à extensão dos barítonos não é menos que uma idiota que consegue quebrar vidros numa escala SI.
E essas coisas de escola, sobre as notas e tudo mais também pesam. Sempre te cobram boas notas, nunca acham seu esforço o suficiente e você tem que equilibrar os seus problemas de casa, seus conflitos internos, sua insegurança, escola e infinitas coisas, depois de tudo, você ainda tem que aguentar seus pais te dizendo que música não dá futuro, mas quanto a isso, entendo que eles querem o melhor para mim, mas o melhor na língua deles é 'uma boa faculdade e dinheiro'. Quando você se sente sem apoio, você fica automaticamente frustrada, tenta buscar alívio em todos os caminhos que lhe parecem possíveis, eu afundei, mas me reergui decidida a melhorar e a provar o que eu quero provar a mim mesma, perdi o medo de ouvir a minha própria voz, perdi o medo de cantar e tenho minha carta na manga, posso correr atrás do que eu quero e ter a vida segura que meus pais tanto desejam para mim, não quero decepcionar ninguém e ao mesmo tempo, não quero me decepcionar, pretendo seguir de um jeito que deixe todos satisfeitos.
Primeiro, dance como a música manda, e aos poucos vá seguindo seus próprios passos, adotei isso como lema.
É, exato. Eu tive esperanças de participar do corpo de baile, tinham me dito que talvez eu fosse chamada. Eu passei dias e dias com o coração batendo rápido e com a ansiedade e eu sabia que eu não devia criar expectativas. Porque no final eu me machuquei com isso, minha confiança ficou totalmente abalada. Seus pais devem ser iguais aos meus, porque é exatamente isso que meus pais querem: faculdade, dinheiro. Mas sabe eu não tô nem aí se eu decepcionar eles. Eu quero fazer o que eu quero, não o que eles querem.
Obrigada, esse lema parece interessante.
Mizuki escreveu:Poxa Kiky, se você soubesse o ódio que eu tenho dos seus pais por eles fazerem e falarem essas coisas pra você... É um ódio enorme, sério.
Primeiro, a pior coisa que os pais podem fazer pros seus filhos é tentar impedir que eles realizem seus sonhos. Ainda mais se o sonho for algo tão bonito quanto o ballet. É horrível tentar realizar um sonho sendo que seus pais jogam na sua cara que não acreditam em você e não querem que você o faça. Sério, tem tantas pessoas que não têm dinheiro e nem oportunidades de tentar realizar sonhos como esses, e você que tem, tem os próprios pais como empecilho. É revoltante.
Segundo, saiba que eu não aceitei essa história de você ter um distúrbio alimentar. Eu parei de falar sobre isso porque achei que estava te incomodando à toa, mas... Nossa, é péssimo ver você falando disso como se fosse uma coisa normal. Não é. Você pode não aceitar, mas está se mutilando aos poucos. Os problemas pra dormir só pioram, porque seu corpo enfraquece tanto pela falta de comida quanto pela falta de descanso. Aliás, não só seu corpo... Sua mente também. Meu Deus, será possível que não existe ninguém que possa te ajudar? Alguém que possa tentar fazer algo por você, sei lá, mesmo que fosse só um apoio, uma terapia simples ou algo assim. Não acho possível que todos tenham virado as costas pra você ou não se importem o suficiente pra perceber que algo vai mal e que você precisa de ajuda.
Terceiro, eu acredito que os problemas com as suas notas só pioram com os outros problemas citados. Seu corpo e sua mente ficam fracos pelo distúrbio alimentar e pela insônia, e seu emocional fica destruído por causa da relação com seus pais. Como é possível um aluno conseguir se concentrar e tirar notas boas assim? Não é, eu pelo menos acredito que não. Na minha opinião, bons pais parariam pra ouvir os problemas do filho e tentariam ajudar antes de sequer QUERER exigir alguma coisa. É isso que me revolta: Tantos pais acham ruim que os filhos escondam as coisas deles, mas quando eles querem contar, só recebem respostas duras como essas aí.
Olha, eu acho que você tem sim talento pra ser uma ótima bailarina, e é esforçada também. Só precisa superar esses seus problemas aos poucos. Por favor, não acredite que não há solução, porque há sim, e procure ajuda. Há algum psicólogo ou alguém com quem você possa se abrir na sua escola? Alguém que tenha maturidade pra falar sem se basear nas emoções, mas sim no bom senso e na compreensão? Se houver, tente falar com ela. Acredite, mesmo quando nos abrimos com pessoas mais distantes ou que não conhecemos, podemos nos sentir bem melhor. E falo por experiência própria, porque já desabafei com professores e outras pessoas assim. Não conheço os adultos que te rodeiam pra falar, mas acredito que uma tentativa dessas vale muito mais à pena do que guardar tudo pra você e deixar que essas coisas te destruam. Mesmo as pessoas com mais força de vontade tem dificuldades quando estão sozinhas ou se sentem assim, então tente não se isolar e nem esconder os seus problemas. Se alguém te perguntar, não minta dizendo que está bem e essas coisas. Porque, como creio já ter dito antes, vai que elas acreditam mesmo que você está bem ou que seus problemas não são nada de mais...
Desculpe qualquer coisa, só não gosto de te ver tão mal assim e quero ajudar =/
Eu conheci uma menina que fez aula onde eu faço ano passado que ela tipo era da favela e o que ela mais queria era ser bailarina. Daí uma mulher proporcionou isso pra ela alok lá e ela ganhou bolsa pra fazer ballet e acho que ela entrou em uma companhia esse ano. Eu lembro que as poucas vezes que a gente fez aula juntas eu ficava com tanta raiva dela ser melhor que me impulsionava ao máximo pra chegar no nível dela. E eu falei pra minha mãe ''eu queria ser que nem ela'' e quando ela me contou a história dela, perguntou se eu preferia a minha vida ou a dela. Eu não falei alto, mas eu preferia mil vezes a daquela menina.
Ah, sabe, eu não acho meu distúrbio alimentar grave. É horrível se matar de fome e querer vomitar tudo que você coloca na boca porque a culpa está te matando e quando você olha no espelho não sabe direito se é você, mas é bom em alguns sentidos, eu realmente não me importo com os efeitos ruins que tem, eu nunca achei que eu fosse viver muito na verdade, o meu estilo de vida sempre foi meio tenso. E distúrbios alimentares só provam que eu sobreviveria em situações tensas que outras pessoas fossem desistir como ficar sem comida por alguns dias. E não é que as pessoas não ligam, é que realmente não tem o que fazer com isso. Não tem como ajudar. Sabe, eu não quero psicólogo e essas coisas porque não tem sentido pra mim conversar sobre o que eu sinto com alguém que se baseia tudo em livros, sem experiência de verdade. É um fato isso, você só entende um distúrbio alimentar quando tem um, assim como outras coisas.
Na cabeça da minha mãe, eu ''relaxei'' com as notas. Ela acha que eu fiquei no computador demais, que eu não estudei quando devia, que eu não me importei o suficiente. Ela é o tipo de pessoa que não está disposto a ouvir uma coisa diferente do que ela acredita, eu não acho que conversar resolva. Antes eu tinha muito ciúmes da minha irmã. Sempre que eu falava pra ela, ela ignorava. Uma vez eu acusei ela de ser que nem uma mulher de um programa e aí e mudou um pouco por um tempinho e depois voltou ao normal. Ela nunca vai me ouvir.
Me abrir pra pessoas mais velhas, principalmente do colégio, seria um problema. Porque as coisas que eu penso e sinto não são normais, eu sei disso, e isso só ia me levar a um médico, ou vários, e eu não quero nem ver o que eles iriam diagnosticar. Os adultos sempre tem aquelas coisas de ''ah eu vou falar com sua mãe pra te ajudar ok nem adianta tentar me convencer do contrário'' e na escola eu sou conhecida por ser aquela pessoa feliz nas aulas que tá sempre bagunçando e fazendo coisas assim. Acho que ninguém ia me levar a sério. Eu escondo minhas emoções principalmente pra não ouvir sermões sem sentido que não vão ser arquivados na minha memória por mais de 2 segundos. Quando eu choro no ballet eu tenho que fingir que eu estou bem, do contrário meu pai fica puto e fala que vai me tirar do ballet. E sim, eu sou uma pessoa esforçada, mas acho que meu esforço não basta.
Obrigada por tudo Mizukin <3
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Re: ballet, natal
É... Agora eu tenho certeza: Só o que importa pra sua mãe é a condição social. Só sendo mesmo muito superficial e mesquinha pra conseguir agir assim.Kiky escreveu:Eu conheci uma menina que fez aula onde eu faço ano passado que ela tipo era da favela e o que ela mais queria era ser bailarina. Daí uma mulher proporcionou isso pra ela alok lá e ela ganhou bolsa pra fazer ballet e acho que ela entrou em uma companhia esse ano. Eu lembro que as poucas vezes que a gente fez aula juntas eu ficava com tanta raiva dela ser melhor que me impulsionava ao máximo pra chegar no nível dela. E eu falei pra minha mãe ''eu queria ser que nem ela'' e quando ela me contou a história dela, perguntou se eu preferia a minha vida ou a dela. Eu não falei alto, mas eu preferia mil vezes a daquela menina.
Ah, sabe, eu não acho meu distúrbio alimentar grave. É horrível se matar de fome e querer vomitar tudo que você coloca na boca porque a culpa está te matando e quando você olha no espelho não sabe direito se é você, mas é bom em alguns sentidos, eu realmente não me importo com os efeitos ruins que tem, eu nunca achei que eu fosse viver muito na verdade, o meu estilo de vida sempre foi meio tenso. E distúrbios alimentares só provam que eu sobreviveria em situações tensas que outras pessoas fossem desistir como ficar sem comida por alguns dias. E não é que as pessoas não ligam, é que realmente não tem o que fazer com isso. Não tem como ajudar. Sabe, eu não quero psicólogo e essas coisas porque não tem sentido pra mim conversar sobre o que eu sinto com alguém que se baseia tudo em livros, sem experiência de verdade. É um fato isso, você só entende um distúrbio alimentar quando tem um, assim como outras coisas.
Na cabeça da minha mãe, eu ''relaxei'' com as notas. Ela acha que eu fiquei no computador demais, que eu não estudei quando devia, que eu não me importei o suficiente. Ela é o tipo de pessoa que não está disposto a ouvir uma coisa diferente do que ela acredita, eu não acho que conversar resolva. Antes eu tinha muito ciúmes da minha irmã. Sempre que eu falava pra ela, ela ignorava. Uma vez eu acusei ela de ser que nem uma mulher de um programa e aí e mudou um pouco por um tempinho e depois voltou ao normal. Ela nunca vai me ouvir.
Me abrir pra pessoas mais velhas, principalmente do colégio, seria um problema. Porque as coisas que eu penso e sinto não são normais, eu sei disso, e isso só ia me levar a um médico, ou vários, e eu não quero nem ver o que eles iriam diagnosticar. Os adultos sempre tem aquelas coisas de ''ah eu vou falar com sua mãe pra te ajudar ok nem adianta tentar me convencer do contrário'' e na escola eu sou conhecida por ser aquela pessoa feliz nas aulas que tá sempre bagunçando e fazendo coisas assim. Acho que ninguém ia me levar a sério. Eu escondo minhas emoções principalmente pra não ouvir sermões sem sentido que não vão ser arquivados na minha memória por mais de 2 segundos. Quando eu choro no ballet eu tenho que fingir que eu estou bem, do contrário meu pai fica puto e fala que vai me tirar do ballet. E sim, eu sou uma pessoa esforçada, mas acho que meu esforço não basta.
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Mesmo que o seu distúrbio alimentar não esteja grave por enquanto, é certeza de que ele pode piorar. E me diga: Como assim não se importa com os efeitos ruins? Mesmo que você emagreça com isso, você não está perdendo gordura, está perdendo líquidos e músculos. E seria horrível você ficar com os músculos prejudicados e com isso não conseguir dançar, não é mesmo? Eu entendo que você se sinta mal com a sua própria aparência... Mas se isso te dominar, as coisas podem acabar muito, muito mal. Aliás, como assim nunca achou que fosse viver muito? Em plenos 15 anos de idade, você fala como se estivesse fadada a morrer de qualquer forma. Diga-me, como o seu estilo de vida pode ser tão tenso a ponto de você correr o risco de morrer jovem? =/
Sobre psicólogos, é como eu disse da outra vez: Não é preciso ter um distúrbio alimentar pra saber que é uma coisa ruim e que necessita de um tratamento adequado. E mesmo que o psicólogo ou psicóloga nunca tenha passado por isso, ele/ela com certeza já sofreu com outras coisas e entende pelo menos parte do que seus pacientes relatam. Digo isso porque, obviamente, sofrimento é algo que sempre acometerá as pessoas, não importando o que elas sejam ou façam. Você falando desse jeito, até parece que psicólogos são robôs que não entendem absolutamente nada sobre a vida... E eu recomendei essa opção porque eu já te recomendei que falasse com alguma amiga e não deu muito certo.
Sua mãe é um caso perdido. Você tem é que tentar depender dela o mínimo possível, até chegar uma hora em que você não dependa dela pra mais nada. Só assim pra você conseguir se livrar da influência dela. Você vai poder ignorar as opiniões dela numa boa quando isso acontecer, pelo menos é o que eu acho.
Kiky, eu estou começando a ficar assustada, sério. Se você não pode contar com seus pais, com seus amigos, com psicólogos ou qualquer outro adulto, como é que você esteve vivendo até agora? Mesmo quem costuma reclamar de solidão tem alguém com quem pode contar, mas no seu caso é mesmo difícil. No caso, mesmo que a intenção deles seja boa, eles teriam que saber que ao contar pra sua mãe as coisas piorariam. Apesar de eu achar facinho eles ignorarem isso, se for tudo como você diz.
Mas qual é o sentido de estar sempre bagunçando e brincando se você na verdade se sente tão mal? Você consegue ser espontânea nessas horas ou está só escondendo sua tristeza com isso? Porque, sei lá... Se você está mal, tem que demonstrar isso. As pessoas não podem passar a vida acreditando que você é feliz o tempo todo, e só quando algo ruim acontecer (seja pelo distúrbio ou por outra coisa) eles descobrirem que você não estava tão feliz assim...
Outra coisa que eu não entendo é isso: Seu pai se irrita um bocado, não? Qual é o problema de chorar, não se sentir bem com alguma coisa? Desde quando isso é desculpa pra querer te tirar do ballet? Parece que ele tá arranjando qualquer desculpa pra te tirar de lá, isso sim.
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Re: ballet, natal
Mizuki escreveu:É... Agora eu tenho certeza: Só o que importa pra sua mãe é a condição social. Só sendo mesmo muito superficial e mesquinha pra conseguir agir assim.Kiky escreveu:Eu conheci uma menina que fez aula onde eu faço ano passado que ela tipo era da favela e o que ela mais queria era ser bailarina. Daí uma mulher proporcionou isso pra ela alok lá e ela ganhou bolsa pra fazer ballet e acho que ela entrou em uma companhia esse ano. Eu lembro que as poucas vezes que a gente fez aula juntas eu ficava com tanta raiva dela ser melhor que me impulsionava ao máximo pra chegar no nível dela. E eu falei pra minha mãe ''eu queria ser que nem ela'' e quando ela me contou a história dela, perguntou se eu preferia a minha vida ou a dela. Eu não falei alto, mas eu preferia mil vezes a daquela menina.
Ah, sabe, eu não acho meu distúrbio alimentar grave. É horrível se matar de fome e querer vomitar tudo que você coloca na boca porque a culpa está te matando e quando você olha no espelho não sabe direito se é você, mas é bom em alguns sentidos, eu realmente não me importo com os efeitos ruins que tem, eu nunca achei que eu fosse viver muito na verdade, o meu estilo de vida sempre foi meio tenso. E distúrbios alimentares só provam que eu sobreviveria em situações tensas que outras pessoas fossem desistir como ficar sem comida por alguns dias. E não é que as pessoas não ligam, é que realmente não tem o que fazer com isso. Não tem como ajudar. Sabe, eu não quero psicólogo e essas coisas porque não tem sentido pra mim conversar sobre o que eu sinto com alguém que se baseia tudo em livros, sem experiência de verdade. É um fato isso, você só entende um distúrbio alimentar quando tem um, assim como outras coisas.
Na cabeça da minha mãe, eu ''relaxei'' com as notas. Ela acha que eu fiquei no computador demais, que eu não estudei quando devia, que eu não me importei o suficiente. Ela é o tipo de pessoa que não está disposto a ouvir uma coisa diferente do que ela acredita, eu não acho que conversar resolva. Antes eu tinha muito ciúmes da minha irmã. Sempre que eu falava pra ela, ela ignorava. Uma vez eu acusei ela de ser que nem uma mulher de um programa e aí e mudou um pouco por um tempinho e depois voltou ao normal. Ela nunca vai me ouvir.
Me abrir pra pessoas mais velhas, principalmente do colégio, seria um problema. Porque as coisas que eu penso e sinto não são normais, eu sei disso, e isso só ia me levar a um médico, ou vários, e eu não quero nem ver o que eles iriam diagnosticar. Os adultos sempre tem aquelas coisas de ''ah eu vou falar com sua mãe pra te ajudar ok nem adianta tentar me convencer do contrário'' e na escola eu sou conhecida por ser aquela pessoa feliz nas aulas que tá sempre bagunçando e fazendo coisas assim. Acho que ninguém ia me levar a sério. Eu escondo minhas emoções principalmente pra não ouvir sermões sem sentido que não vão ser arquivados na minha memória por mais de 2 segundos. Quando eu choro no ballet eu tenho que fingir que eu estou bem, do contrário meu pai fica puto e fala que vai me tirar do ballet. E sim, eu sou uma pessoa esforçada, mas acho que meu esforço não basta.
Obrigada por tudo Mizukin <3
Mesmo que o seu distúrbio alimentar não esteja grave por enquanto, é certeza de que ele pode piorar. E me diga: Como assim não se importa com os efeitos ruins? Mesmo que você emagreça com isso, você não está perdendo gordura, está perdendo líquidos e músculos. E seria horrível você ficar com os músculos prejudicados e com isso não conseguir dançar, não é mesmo? Eu entendo que você se sinta mal com a sua própria aparência... Mas se isso te dominar, as coisas podem acabar muito, muito mal. Aliás, como assim nunca achou que fosse viver muito? Em plenos 15 anos de idade, você fala como se estivesse fadada a morrer de qualquer forma. Diga-me, como o seu estilo de vida pode ser tão tenso a ponto de você correr o risco de morrer jovem? =/
Sobre psicólogos, é como eu disse da outra vez: Não é preciso ter um distúrbio alimentar pra saber que é uma coisa ruim e que necessita de um tratamento adequado. E mesmo que o psicólogo ou psicóloga nunca tenha passado por isso, ele/ela com certeza já sofreu com outras coisas e entende pelo menos parte do que seus pacientes relatam. Digo isso porque, obviamente, sofrimento é algo que sempre acometerá as pessoas, não importando o que elas sejam ou façam. Você falando desse jeito, até parece que psicólogos são robôs que não entendem absolutamente nada sobre a vida... E eu recomendei essa opção porque eu já te recomendei que falasse com alguma amiga e não deu muito certo.
Sua mãe é um caso perdido. Você tem é que tentar depender dela o mínimo possível, até chegar uma hora em que você não dependa dela pra mais nada. Só assim pra você conseguir se livrar da influência dela. Você vai poder ignorar as opiniões dela numa boa quando isso acontecer, pelo menos é o que eu acho.
Kiky, eu estou começando a ficar assustada, sério. Se você não pode contar com seus pais, com seus amigos, com psicólogos ou qualquer outro adulto, como é que você esteve vivendo até agora? Mesmo quem costuma reclamar de solidão tem alguém com quem pode contar, mas no seu caso é mesmo difícil. No caso, mesmo que a intenção deles seja boa, eles teriam que saber que ao contar pra sua mãe as coisas piorariam. Apesar de eu achar facinho eles ignorarem isso, se for tudo como você diz.
Mas qual é o sentido de estar sempre bagunçando e brincando se você na verdade se sente tão mal? Você consegue ser espontânea nessas horas ou está só escondendo sua tristeza com isso? Porque, sei lá... Se você está mal, tem que demonstrar isso. As pessoas não podem passar a vida acreditando que você é feliz o tempo todo, e só quando algo ruim acontecer (seja pelo distúrbio ou por outra coisa) eles descobrirem que você não estava tão feliz assim...
Outra coisa que eu não entendo é isso: Seu pai se irrita um bocado, não? Qual é o problema de chorar, não se sentir bem com alguma coisa? Desde quando isso é desculpa pra querer te tirar do ballet? Parece que ele tá arranjando qualquer desculpa pra te tirar de lá, isso sim.
Mas eu só vou perder músculo e líquido depois que eu perder gordura, e funciona pro meu metabolismo. Muita gente fala que quando você fica com um distúrbio alimentar, tem chance de você não emagrecer e ficar mais frustrada com isso. Eu nunca tive hábitos alimentares descentes, como eu já comentei antes, eu tenho certeza que o risco de eu ter doenças como osteoporose são bem altas porque desde os 6 anos eu não tomo uma gota de leite, por exemplo. Eu nunca fui de dormir e as coisas que eu faço, bom, eu nem quero viver muito, porque se eu viver muito eu vou morrer feia e velha. O que eu acho é que se eu morrer disso, o que não vai acontecer, pelo menos eu morro linda e minha mãe toma no cú.
O problema de falar disso com qualquer pessoa é que elas não gostam de ouvir e não entendem. Não são coisas que exatamente atraem as pessoas e deixam elas felizes de ouvir. E não vale a pena falar com professores porque assim: eu tenho uma amiga que se cortou uma vez, se cortou muito eu acho. E uma amiga dela resolveu ajudar ela e falou pra mãe dela e foi tudo dar na coordenadora do colégio e pelo que ela me disse era tudo um inferno. Eu não quero isso.
Minha mãe é realmente um caso perdido. Como ela não teve muitos brinquedos e essas coisas na infância dela, como ela era da roça, ela acha que porque eu tenho essas coisas eu tenho que ser automaticamente feliz. Eu não dependo dela, antes eu tinha que estudar com ela e essas coisas mas agora não, eu nem converso muito mais com ela porque antes ela falava todos os dias de faculdade e estudar e eu não aguentei. Eu não tenho um pingo de confiança nela.
Ah, é que eu rio muito fácil. As vezes acontece alguma coisa ruim e eu vou pra escola triste mas quando eu chego lá o ambiente é tão bom e as pessoas brincam tanto comigo que eu acabo rindo e deixando de lado aquilo. Não tem aquele ditado ou sei lá que diz que as pessoas com os maiores sorrisos derramam as maiores lágrimas ou alguma coisa assim? Eu me encaixo nisso. E eu gosto da escola por isso: lá eu não tenho praticamente nada pra me preocupar porque eu estou cercada de pessoas descentes, diferente de casa.
Ele acha que se eu não estou feliz ele tem que me tirar de vez do ballet porque isso devia me fazer bem e blá blá blá. Ele só não percebe que é tudo culpa dele e da minha mãe. Eles não tão nem aí pra ballet lá no fundo, no Natal minha família tava aí e eles me fizeram por a ponta e essas coisas e pediram pra eu dar minha pirueta. A primeira coisa que minha mãe falou foi ''não não, olha, não vai quebrar nada'' referindo-se a objetos, obvio, não a mim.
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