As Matas Esquecidas Onde Descansa o Samurai

Hyouka que havia caminhado por estas três horas olhando ao vazio e com as mãos na nuca, como um preguiçoso, olhou o toril e fez um gesto de virar a cara para o lado como se não ligasse - Pfum, quem acredita ou que queira garantir que reze por todos nós, eu é que não vou nessa - E Hyouka continua andando com as mãos na nuca com os dedos entrelaçados e os cotovelos apontados para os lados~~

Azriel caminhava, tentando tirar do pensamento o que havia acontecido. Embora estivesse grato por todos estarem a salvo, sentia que havia algo de errado.

Quando pararam em frente ao torii, Azriel ficou a observá-lo, e ouvindo o que Millo dissera, achou melhor fazer o que a crendice popular pregava. O que menos queria era ter má sorte numa situação delicada como aquela em que estavam, então achou melhor garantir.
Juntou as mãos em oração e pediu que todos naquela jornada ficassem bem.

*Hikaru se sentia um pouco cansado também e nem um pouco confortável com a situação atual, mas mantinha-se operante. Quando ouviu o que Millo havia dito achou melhor fazer, não iria custar nada mesmo sendo algo simbólico. Então pediu por segurança.*

Ao cruzar o torii, Hyouka foi atingido por uma flecha bem no meio do peito.

(5d6+20 de dano)

O membro 'kyokun' realizou a seguinte ação: Lançar dados

'd6' : 3, 4, 5, 3, 4

Mathangi, a Celestina Máxima, portava um lendário daikyu, o arco composto possuído apenas pelos membros das altos postos de clãs celestiais.


A arqueira vinha seguida de seu exército de cerca de 30 mulheres, todas de rosto coberto por estranhas máscaras que cobriam não só aos olhos, mas também possuíam adornos na cabeça semelhantes aos de Matangui. Todas elas também portavam arcos, mas era todos curtos, diferente do que a líder segurava.

- O santuário pertence à nos. - constatou ela encarando os exilados.

Continuação de Shiki.



Lavinea e Shiki já haviam caminhado por aproximadamente três horas quando escutaram os sons do exército de Mathangi. A elfa segurou no braço do feiticeiro e fez sinal para que ele se afastasse silenciosamente, assim como ela estava fazendo. Shiki percebeu que Lavinea tinha um certo talento élfico que não a permitia causar ruídos ao andar sobre as folhas caídas ao chão.

A mulher conhecida como Celestina Máxima portou seu lendário arco daikyu e atirou. Um homem, não muito longe de onde eles se encontravam, foi acertado bem no peito. Próximo a esse homem estavam outros três, na verdade um pequeno garoto e dois rapazes, também havia uma outra elfa na companhia deles.

- Feiticeiros... - sibilou Lavinea enquanto observava a cena entre as folhas de bambu.

Shiki pôde escutar a mulher dizer:



- O santuário pertence à nos.

-MASQUE?! -Hyouka exclamou de susto e logo em seguida cuspiu sangue e puxou a flecha para fora de seu peito, e deu uns passos a trás para um pouco antes do toril onde se encontravam seus aliados.

-Droga, isso doi demais -Cospe mais um pouco de sangue e para- Eles já estão aqui, todos são de longa distância, com arcos provavelmente. Não temos magia para combate-las, e provavelmente tem muitas, alguma ideia pessoal? -Hyouka disse puxando suas twin blades, mas sem atacar.

Shiki reconheceu o homem que levara a flechada. Era o fantasma que iria ser atendido pelo Ancião logo que Shiki terminou sua consulta. Não demorou para que ele compreendesse o que havia acontecido lá.

"Lavinea" Chamou Shiki "Quem é aquela arqueira?"

Mathangi e sua armada apontaram os arcos para eles. O daikyu da Celestina Máxima agora estava carregado com cinco flechas, uma para cada feiticeiro. Um brilho espiralante envolveu cada uma delas, refletindo uma claridade ofuscante através do metal em suas pontas que era como uma promessa de morte certa.

- Rendam-se, ou mataremos todos vocês.



- As chaves do santuário... - sussurrou Millo para seus companheiros. - Ninguém pode encontrar o Supremo Santuário de Todas as Almas se não possuir a chave...

Ele olhou para Azriel, encarando-o pela primeira vez em horas.

- O espírito do Líder é a chave que essas mulheres procuram, só Azriel pode admitir ou proibir a entrada de qualquer pessoa ao nosso lugar sagrado. Sua língua tem poder, mestre, se você assim desejar, elas nunca conseguirão entrar. Aquele local possui a barreira mágica mais poderosa de toda a existência, tudo graças ao fragmento do Deus Máximo da Magia que lá reside. No momento temos o domínio, então apenas pronterianos podem enxergá-la, a não ser que você permita e entrada de um intruso... dizendo "seja bem vindo à Casa Prontera".



Lavinea observava atentamente à cena.

- Aquela é uma espécie de sumo-sacerdotisa do Povo Celestino. Dizem que ela e suas seguidoras são as servas mais devotas do Rei Celestial, e que elas foram agraciadas com a visão do rosto dele, por isso seus olhos foram arrancados... Elas são guerreiras poderosas e também magas. Conseguem se coordenar através daquelas máscaras enfeitiçadas que elas vestem. Seus arcos possuem a capacidade de sempre acertar o inimigo que desejam, como se fossem teleguiadas. Essas flechas podem acertar até mesmo um homem do outro lado deste mundo... ou de outros mundos... Aquele arco portado pela Arqueira Mestra é chamado de daikyu e é uma das maiores preciosidades dessa existência...

Shiki escuta Lavinea com atenção e depois de refletir, responde:

"Eu quero matá-la. Quero salvar aqueles feiticeiros. Infelizmente, aquele arco me dá medo, e eu não posso usar de minha feitiçaria no momento."

Shiki então desvia os olhos de Mathangi e se vira para Lavinea sorrindo.

"Para quem você ora, Lavinea?"

Azriel estava tenso diante daquela situação, e se sentia sem saída. Olhava para Hyouka que sangrava com a flechada. Aquele arco era realmente poderoso, e com as cinco flechas apontadas para cada um dos feiticeiros, Azriel sabia que a Celestina Máxima poderia matá-los sem muitos problemas, ainda mais na condição em que se encontravam.

Ao ouvir as palavras de Millo, o Líder ficou pensativo. Se decidissem lutar, provavelmente morreriam. Render-se era a única maneira de continuarem vivos.

- Tudo bem, então. Vamos até o Santuário, mas não faça mal aos meus amigos.

- Eu não oro, pois deuses não existem.

Ela arrancou duas folhas de bambu e amarrou uma a outra, dizendo:

- Eu acredito apenas naquilo que sou capaz de fazer, sou minha própria deusa. Com um sopro, sou capaz de dar vida à qualquer coisa, pois nós elfos somos os donos da natureza e de tudo aquilo que nasce.

Ela assoprou as folhas e elas voaram na direção de Shiki como um inseto, posando sobre seu rosto.

- Absorva a mágica contida nessa borboleta, pois ela lhe dará poder.

As duas folhas de bambu se ergueram, como se a tal borboleta falsa estivesse de asas bem abertas. Shiki pôde ver que havia misteriosos símbolos dourados e brilhantes sobre o verde tecido vegetal.

- Um fragmento das minhas antigas memórias estão contidas nesse feitiço que realizei. Eu estou viva há 400 anos e existem muitas coisas das quais não é mais necessário que eu me lembre, mas já deixo como aviso de que não poderei fazer isso sempre, ou então ficarei completamente dominada pela ignorância e isso é tudo o que eu menos quero. Porém, creio que seja digno dar-lhe esta dádiva dessa vez, mesmo que você ore para aquele que é patrono das coisas mortas.

O inseto místico tornou a voar em torno de Shiki, despejando sobre ele - em forma de poeira brilhante e reluzente como raios de sol - todo o poder de anos de memória de uma sábia e antiga dama élfica.

(+25 PA)



Mathangi abaixou o arco, assim como suas seguidoras. Todas elas caminharam até eles, dispostas a seguirem-nos até o santuário.



Millo trocou um olhar com seu mestre, como se dissesse a ele que estava ao seu lado, apesar de tudo.

Shiki agradece a benção da elfa, e reflete sobre suas palavras.

"Eu faço parte do fragmento da morte que um dia foi apenas uma. Mas mesmo sendo apenas uma sombra do que esta fora, este fragmento e eu somos completos." Disse Shiki, desconfundindo a si mesmo de forma confusa.

"Muito bem. Eu perdi meu propósito novamente com isso." Continuou ele, rindo como falasse de uma desgraça alheia. "Mas essas promessas, visões e dragões mortos... O mundo parece insistir em continuar seus circos. Porque não acompanhá-lo por mais algum tempo..."

Shiki então silencia seu diálogo consigo mesmo e volta sua atenção a Mathangi, seu exército e os feiticeiros.

Azriel, apesar do semblante sério, estava tenso ao mesmo tempo. Trocou um olhar com Millo.

Em seguida, aproximou-se de Hyouka para ajudá-lo a caminhar, já que a flechada havia sido violenta.

Azriel sabia que não iria demorar muito para que chegassem ao santuário, mas Mathangi e suas seguidoras não faziam idéia disso. O Líder da Casa Prontera tinha plena consciência de que dentro de algumas horas eles iriam chegar à estrada secreta que levava à Escada de Mil Degraus, que subia até o Supremo Santuário de Todas as Almas.

As mulheres caminhavam silenciosas e pareciam sempre atentas aos movimentos dos feiticeiros.



Lavinea as seguia junto de Shiki a uma certa distância.

- Pelo conhecimento que tenho, creio que não demoraremos muito para chegar ao santuário. Eles irão mesmo entregá-lo à Mathangi? - sussurrou ela preocupada.

Hyouka aceita a ajuda de Azriel e começa a caminhar auxilliado enquanto cochichou

"Obrigado, não estamos numa situação legal Haha" - Hyouka disse sorrindo um pouco, enquanto ainda havia um pouco de sangue na lateral de sua boca.

*Hikaru não sabia o que fazer, muito menos o que dizer, apenas seguia seus companheiros para onde fossem. Ele queria poder fazer algo por Hyouka, mas estava sem magia e não tinha como curá-lo.*

A noite começava a cair lentamente. O céu amarelado do fim de tarde tornou-se lilás e pequenas estrelas brancas já podiam ser vistas pelos pronterianos. Azriel sabia que a hora estava chegando e que o momento inevitável ficava cada vez mais próximo.

As minutos se passavam como dias e a viagem parecia nunca ter fim. Até que a estrada se repartiu. Perante a encruzilhada havia uma grande estrutura de pedra formada por dois postes verticais que sustentavam em seu topo um arco também de pedra. A estrutura era decorada em baixo relevo por símbolos e escrituras em homenagem à Yullë, o Deus Máximo da Magia.

Azriel sabia que nenhum daqueles dois caminhos levava ao santuário, e sim aquele portal sagrado. Para as Celestinas, ele não passava de um portão aparentemente sem significado entre as duas estradas, mas os pronterianos sabiam que, se as mulheres fossem aceitas na Casa Prontera, uma escada de mil degraus surgiria do outro lado, abrindo o caminho para o Supremo Santuário de Todas as Almas.

- Qual das estradas devemos seguir? - perguntou Mathangi.

Azriel continuava caminhando e dando auxílio a Hyouka, enquanto via a noite caindo. Ao se depararem com a encruzilhada e o portal entre as duas estradas, Azriel parou, e ao ouvir a pergunta de Mathangi, disse à Celestina:

- Meu companheiro está debilitado devido à flecha que o atingiu, e como ainda é preciso uma caminhada relativamente longa até chegar ao Santuário, temo que não poderemos seguir adiante com vocês, pois ele precisa de cuidados. Siga pela estrada à direita, e depois de um tempo, vocês encontrarão a entrada para o Santuário, que surgirá diante de vocês.

Disse Azriel, colocando Hyouka no chão e agachando-se ao lado dele, enquanto verificava seu ferimento.

Azriel lamentou-se da própria situação:
- Rendidos, debilitados e sem magia... E por causa disso, em breve nosso Santuário será ocupado por vocês. Espero que poupem pelo menos nossas vidas como agradecimento, pois meus companheiros são tudo o que me resta.

Mathangi ficou em completo silêncio por alguns instantes perante ao que Azriel dissera, as arqueiras apenas aguardaram. Um clima tenso caiu sobre os feiticeiros, pois por um intervalo de um minuto - que fora tão longo quanto uma vida inteira -, nenhuma delas disse ou fez absolutamente nada. Era como se as mulheres estivessem se aproveitando daquela calmaria esmagadora para sufocá-los.

Por fim, a Celestina Máxima, parecendo levemente irritada, disse:

- Vocês virão conosco.

Ela armou o arco com uma única flecha e apontou para Hyouka.

- Se o problema é a saúde dele, eu resolverei isso imediatamente.

Mathangi mirou e atirou, acertando a flecha bem no olho esquerdo de Hyouka.

_(5d6+20)

O membro 'kyokun' realizou a seguinte ação: Lançar dados

'd6' : 2, 2, 3, 1, 3

Hyouka sentiu uma terrível dor no canto esquerdo do cérebro, algo havia perfurado sua cabeça com toda a força, matando-o imediatamente. Ele sabia que estava morto, mas ainda conseguia manter os olhos bem abertos, arregalados de pavor, sentimento que logo passou quando ele notou que, apesar de não respirar mais, continuava vendo as terríveis Celestinas bem à sua frente. Estava deitado no chão e Azriel se encontrava agachado próximo ao seu corpo morto. Ele conhecia essa sensação... caso se levantasse, deixaria seu toda a carne e osso para trás, mas continuaria seguindo adiante... à partir daquele momento Hyouka tornou-se novamente aquilo que, para ele mesmo, nunca havia deixado de ser... um fantasma. Porém, ninguém havia percebido isso ainda...



- Vamos em frente. - disse ela friamente seguindo o rumo apontado por Azriel.

Hyouka após um momento paralisado pelo susto voltou a sí e enquanto continuava parado pensou " Droga! Isso doeu demais! Mas pelo menos voltei a ser um fantasma -Sorriu de um jeito doentio- Ficarei invisivel por um tempo para tentar fazer algo e salvar meus companheiros" Neste instante Hyouka ficou invisivel e se levantou, desprendendo-se de seu corpo físico morto. Mesmo sabendo que daria um choque a seu grupo, precisaria deixa-los por um tempo, mas antes disso Hyouka foi aos ouvidos de Azriel e sussurou "Voltei a o que era, tenta fazer um drama e um funeral a mim, tentarei voltar logo"

E Nisto Hyouka passou pelo portal e começou a subir os mil degraus rapidamente em direção ao santuário.

Azriel ficou sem reação ao ver Hyouka levando uma flechada, bem diante de seus olhos. Ao ver o companheiro ser morto pela Celestina, sentiu um grande desespero:

- Nãããoooooo...! - Gritou ele, enquanto segurava o corpo de Hyouka no chão.

Ficou cabisbaixo, com os olhos cerrados com força. Estava a ponto de começar a chorar quando ouviu Hyouka sussurrando em seu ouvido. Continuou como estava, cabisbaixo, mas já se sentindo mais aliviado. Olhou para a Celestina, com raiva:

- Veja o que você fez! - E continuou com o amigo nos braços. - Ele não merecia isso...

Ficou parado por um tempo, em seguida levou uma das mãos aos olhos, como se estivesse limpando uma lágrima prestes a escorrer. Olhou para os seus amigos, e em seguida disse a eles:

- Cuidem do funeral do nosso companheiro. Não podemos deixar seu corpo à mercê dos corvos. Por favor, concedam-lhe as honras fúnebres no meu lugar, e enterrem-no próximo a esse local. Irei levar as Celestinas ao Santuário. - Em seguida, Azriel fitou Mathangi, com um olhar ao mesmo tempo frio e desolado.

Começou a caminhar pelo rumo apontado antes, e com a cabeça baixa, murmurou:

- Vamos.