Como Hatsuko encontrou o Castelo Valentine - Part 1
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Como Hatsuko encontrou o Castelo Valentine - Part 1
Então, gente, essa é uma série. Eu queria fazer em 3 partes, mas a primeira tava ficando MUITOOO grande (a segunda e a primeira são a mesma, oh god) por isso dividi e acabou ficando 4 partes. Não é necessário, mas recomendo que leia "Os Pesadelos de Hatsuko" pois alguns acontecidos de lá são citados nessa série. E essa, diferente da outra, é narrado com primeira pessoa.
Lá vai -q
-
- Bastarda! – gritou Ryan.
Ryan era um garoto que morava na mesma aldeia que eu. Ele era filho de um rico comerciante, possuía muitos brinquedos e uma boa família. Bem diferente de mim.
Eu sou Hatsuko. Uma garota pobre que vive de roubar, já que minha mãe não tem condições de trabalhar e eu não tenho pai... Quer dizer, ter eu tenho, mas isso é complicado. Esse é um dos motivos de Ryan me repudiar.
Naquela época, tinha só 12 anos, mas já tinha descoberto a verdade sobre mim aos 5 e começado a roubar com 7.
- Filha de rameira! – gritou Ryan novamente – Pessoas como você não deveriam existir – e me empurrou.
Todos começaram a rir, mas eu tive que morder meus lábios até sangrar pra não chorar. Cai justamente numa poça de lama, resultado da chuva na noite anterior, e sujei toda a roupa que minha mãe havia feito para mim com todo o seu esforço. Costurar havia tornado-se uma terapia contra as crises que ela tinha e, isso favorecia tanto a mim quanto a ela.
Levantei da poça, sequei as mãos raladas na calça imunda. Percebi que tinha torcido o tornozelo esquerdo, pois quando o apoiei no chão, uma dor latejante subiu pela minha perna e quase cai novamente.
Praticamente arrastei-me até minha casa, quebrada tanto por dentro quanto por fora. Entrei e fui procurar minha mãe, que atualmente estava com uma tosse crônica, às vezes até cuspia sangue. Suspeitava que fosse tuberculose, mas não tínhamos dinheiro para irmos a um curandeiro.
Encontrei-a deitada, dormindo. Coloquei a mão sobre sua testa e vi que ela estava queimando de febre. Fui até a cozinha e peguei um pano com água para colocar em sua testa.
Tirei aquelas roupas sujas, lavei-me e peguei uma bandagem para envolver o tornozelo. Sabia que amanhã já teria sarado. Afinal, os sulfures contavam com seu lado demônio para se regenerarem um pouco mais rápido que humanos comuns.
Percebi que estava quase na hora do jantar, era hora de agir. Vesti minha roupa preta que continha capuz e sai.
Foi nesse momento que cometi meu primeiro erro. A raiva que tinha de Ryan falou mais alto, por isso, escolhi a venda do pai dele para roubar. Não seria a primeira vez que isso acontecia, mas eu sempre estive 100% para fazê-la.
Mesmo com a dor no meu tornozelo, escalei a venda e fiquei escondida, esperando a cobertura da noite para me proteger.
Usei a janela do segundo andar para entrar. Desci as escadas na ponta dos pés, sem fazer o mínimo de barulho, já que sempre tive os pés leves.
Quando cheguei ao primeiro andar, cometi meu segundo erro. Confiante que já havia cumprido a missão, esqueci que o pai de Ryan tinha, na semana passada, mudado as coisas de lugar. A estante de pães agora era de garrafas, mas só percebi isso da pior maneira, que foi quando me encostei a ela de forma mais brusca, desequilibrando uma das garrafas, que caiu, levando junto varias outras.
Pai e filho, assustados com o barulho, chegaram correndo. O pai com um pedaço grosso de madeira de carvalho e Ryan com uma pequena faca de cozinha que ele pegou de uma estante.
Passei correndo por eles, deixando o pai confuso demais para me seguir, porém Ryan conseguiu. Corri o mais rápido que pude, mas ele era mais rápido, maior e mais velho. Já beirando os 15 anos e com o condicionamento físico de um garoto que sempre teve comida na mesa, diferente de mim, uma magricela morta de fome.
Encurralou-me num beco sem saída e avançou sobre mim com a faca em punho.
- Vai pagar, bastarda – e riu, uma gargalhada insana e psicótica.
Pensei que morreria ali. Minha metade demônio não poderia me ajuda, pois meus poderes eram descontrolados e sempre resultavam em algum tipo de destruição. O que disse em seguida foi meu terceiro erro:
- Não pode me matar, sou uma bruxa.
A expressão inicial dele demonstrava medo, depois incredibilidade e por fim, certeza de que eu estava mentindo.
- Claro, e eu sou um poderoso Claymore! – e riu.
Fechei os olhos, rezando para todos os deuses que pudessem me salvar.
Lá vai -q
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- Bastarda! – gritou Ryan.
Ryan era um garoto que morava na mesma aldeia que eu. Ele era filho de um rico comerciante, possuía muitos brinquedos e uma boa família. Bem diferente de mim.
Eu sou Hatsuko. Uma garota pobre que vive de roubar, já que minha mãe não tem condições de trabalhar e eu não tenho pai... Quer dizer, ter eu tenho, mas isso é complicado. Esse é um dos motivos de Ryan me repudiar.
Naquela época, tinha só 12 anos, mas já tinha descoberto a verdade sobre mim aos 5 e começado a roubar com 7.
- Filha de rameira! – gritou Ryan novamente – Pessoas como você não deveriam existir – e me empurrou.
Todos começaram a rir, mas eu tive que morder meus lábios até sangrar pra não chorar. Cai justamente numa poça de lama, resultado da chuva na noite anterior, e sujei toda a roupa que minha mãe havia feito para mim com todo o seu esforço. Costurar havia tornado-se uma terapia contra as crises que ela tinha e, isso favorecia tanto a mim quanto a ela.
Levantei da poça, sequei as mãos raladas na calça imunda. Percebi que tinha torcido o tornozelo esquerdo, pois quando o apoiei no chão, uma dor latejante subiu pela minha perna e quase cai novamente.
Praticamente arrastei-me até minha casa, quebrada tanto por dentro quanto por fora. Entrei e fui procurar minha mãe, que atualmente estava com uma tosse crônica, às vezes até cuspia sangue. Suspeitava que fosse tuberculose, mas não tínhamos dinheiro para irmos a um curandeiro.
Encontrei-a deitada, dormindo. Coloquei a mão sobre sua testa e vi que ela estava queimando de febre. Fui até a cozinha e peguei um pano com água para colocar em sua testa.
Tirei aquelas roupas sujas, lavei-me e peguei uma bandagem para envolver o tornozelo. Sabia que amanhã já teria sarado. Afinal, os sulfures contavam com seu lado demônio para se regenerarem um pouco mais rápido que humanos comuns.
Percebi que estava quase na hora do jantar, era hora de agir. Vesti minha roupa preta que continha capuz e sai.
Foi nesse momento que cometi meu primeiro erro. A raiva que tinha de Ryan falou mais alto, por isso, escolhi a venda do pai dele para roubar. Não seria a primeira vez que isso acontecia, mas eu sempre estive 100% para fazê-la.
Mesmo com a dor no meu tornozelo, escalei a venda e fiquei escondida, esperando a cobertura da noite para me proteger.
Usei a janela do segundo andar para entrar. Desci as escadas na ponta dos pés, sem fazer o mínimo de barulho, já que sempre tive os pés leves.
Quando cheguei ao primeiro andar, cometi meu segundo erro. Confiante que já havia cumprido a missão, esqueci que o pai de Ryan tinha, na semana passada, mudado as coisas de lugar. A estante de pães agora era de garrafas, mas só percebi isso da pior maneira, que foi quando me encostei a ela de forma mais brusca, desequilibrando uma das garrafas, que caiu, levando junto varias outras.
Pai e filho, assustados com o barulho, chegaram correndo. O pai com um pedaço grosso de madeira de carvalho e Ryan com uma pequena faca de cozinha que ele pegou de uma estante.
Passei correndo por eles, deixando o pai confuso demais para me seguir, porém Ryan conseguiu. Corri o mais rápido que pude, mas ele era mais rápido, maior e mais velho. Já beirando os 15 anos e com o condicionamento físico de um garoto que sempre teve comida na mesa, diferente de mim, uma magricela morta de fome.
Encurralou-me num beco sem saída e avançou sobre mim com a faca em punho.
- Vai pagar, bastarda – e riu, uma gargalhada insana e psicótica.
Pensei que morreria ali. Minha metade demônio não poderia me ajuda, pois meus poderes eram descontrolados e sempre resultavam em algum tipo de destruição. O que disse em seguida foi meu terceiro erro:
- Não pode me matar, sou uma bruxa.
A expressão inicial dele demonstrava medo, depois incredibilidade e por fim, certeza de que eu estava mentindo.
- Claro, e eu sou um poderoso Claymore! – e riu.
Fechei os olhos, rezando para todos os deuses que pudessem me salvar.
Nutty- Neurotic Killer
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