Montanhas do Treinamento Pronteriano II

Essas montanhas recheadas de monstros servem de campo de treinamento para os membros da Casa Prontera.

Ainda nos portões da Fortaleza Prontera, Gabriel pôde sentir o visível desconforto de Sir Walter em sua presença. O homem loiro e robusto retorceu o rosto levemente quando teve de cumprimentá-lo. O drow estava acostumado com aquele tipo de reação, pois a vida inteira fora alvo do preconceito das pessoas por conta da má fama de sua raça. Lutero os apresentara brevemente e assim seguiram em silêncio por cerca de nove horas - sem contar uma longa parada para descanso - através das montanhas que cercavam a sede da Casa.

Os primeiros raios de sol da manhã já cruzavam os altos picos quando o exército chegou às Montanhas de Treinamento Pronteriano. Sir Walter começou a dividir seus homens em pequenos grupos e anunciou, quase que em tom de desafio:

- Vocês dois virão comigo. Iremos apenas nós três. - ele encarou os feiticeiros duramente, como se quisesse mostrar soberania perante eles. - Irei mostrá-los como se corta fora a cabeça de um dragão.



Lutero acatou a ordem e o seguiu por uma estrada natural entre as rochas, afastando-se dos demais que também trilhavam seus próprios caminhos.

Depois de uma breve caminhada, nem mesmo as vozes distantes dos outros guerreiros do exército podiam ser ouvidas pelo grupo. Lutero mantinha-se tranqüilo e cantarolava alegremente como se nada daquilo tivesse importância, já Sir Walter demonstrava sutilmente o oposto, Gabriel percebeu que o general olhava para todas as direções o tempo inteiro, sempre em busca do que cedo ou tarde iria aparecer. Ele parecia nervoso e contrariado por estar em meio à feiticeiros, mas era orgulhoso o suficiente para não deixar aquele grupo, de qualquer forma queria mostrar a eles como a lâmina de sua espada era superior às trapaças mágicas que os tais exilados eram capazes de conjurar.

Interrompendo os pensamentos do trio, um urro - que mais parecia um pio - alto como uma corneta, pôde ser ouvido, vindo dos céus junto de uma grande sombra negra. Ao levantar seus olhares para as nuvens, os três puderam ver um selvagem dragonete voando à toda velocidade na direção deles, cortando os céus com suas asas membranosas e afastando uma revoada de pássaros com seu grito de guerra.

Sir Walter tomou posse de sua espada enquanto Lutero apenas aguardava a aproximação da criatura sem nada fazer. Gabriel ainda tinha um breve instante para agir antes de, junto daqueles dois, ser rasgado pelas garras do monstro caçador.

Sir Walter fez uma careta de irritação perante à pergunta de Gabriel. Não havia pensado em estratégia alguma para a batalha, mesmo sendo um general experiente e guerreiro consagrado. Algo dentro de si não aceitava que aquela criatura imunda se comportasse de maneira mais civilizada que ele, que era dono de um título superior aos dos mais nobres cavaleiros. Aquele sutil pedido havia ferido seu ego, pois até então sua única preocupação era demonstrar força e soberania em frente aos homens estranhos que utilizavam de dons demoníacos para vencer batalhas.

- Faça como bem entender. - disse ele rispidamente antes de correr pelas pedras irregulares e saltar na direção do dragonete com sua espada pesada em punhos, cortando as escamas draconianas e fazendo jorrar contra os ventos um jato de sangue escarlate.

A criatura urrou enfurecida enquanto Sir Walter, apoiado em um dos joelhos, caiu ao chão há três metros longe dali.

_(3d6+9)



Lutero fez singelos movimentos com as mãos, como se alçasse uma pipa aos céus, então o ar tremeu e um grande estrondo sônico atingiu o monstro, atirando-o em direção às nuvens.

_(3d8+6)

O membro 'kyokun' realizou a seguinte ação: Lançar dados

#1 'd6' : 4, 3, 1

--------------------------------

#2 'd6' : 5, 1, 4

_{Observação: não sei se isso faz parte da sua estratégia ou não mas, normalmente, não é necessário que você espere até o próximo turno para atirar, se encantou sua flecha nessa rodada, pode atacar ainda essa rodada. Porém, se esperou apenas para completar o objetivo de desviar futuramente a atenção do monstro, então tudo bem.}


O dragonete retornou dos céus distantes - onde fora arremessado pelo estrondo sônico disparado por Lutero - à toda velocidade. O monstro fez uma curva no ar, balançando suas pesadas asas contra os ventos. Mirou a direção dos dois aventureiros que o haviam atacado (seus instintos não foram capazes de detectar o drow escondido entre as rochas) e cuspiu sobre eles uma linha de eletricidade que explodiu como um relâmpago ao chocar-se contra o chão, fazendo a terra tremer e espalhando pelas redondezas um estrondo trovejante. Enquanto mantinha a boca aberta, o raio continuava a ser disparado, acertando, além de Sir Walter e Lutero, toda a vegetação e pequenas criaturas locais, levantando assim uma nuvem de poeira e deixando no solo uma terrível estrada de destruição.

_{4d6+6 (linha de eletricidade)}

O membro 'kyokun' realizou a seguinte ação: Lançar dados

'd6' : 6, 4, 2, 4

Ao chegar a um local adequado, vejo que Walter e Lutero haviam sido atacados. O dragonete disparava um relâmpago nos dois, os ferindo, fazendo com que eu apressasse minhas ações. Recubro uma de minhas flechas com cristal e disparo na fera. Encanto a flecha para que ela se transforme em 5 flechas de cristal, no decorrer do percurso, antes de atingir o alvo, para para aumentar massivamente o dano causado ao dragão. Nessa hora, talvez por inexperiência, apenas pensei em ferir o dragão, desviando o perigo de meus companheiros, ao mesmo tempo em que me escondia entre as pedras, para confundir o dragão, que não saberia identificar a origem do disparo.

Ação: disparo de flecha encantada. 2d6 (uso do arco) + 5d (pontos de alma) +1 (mira)

O membro 'Gabriel D. Sperb' realizou a seguinte ação: Lançar dados

#1 'd6' : 3, 4

--------------------------------

#2 'd8' : 3, 7, 6, 2, 1

Irei complementar a explicação que dei no tópico das Regras do Jogo. Primeiramente, não irei contar o PA gasto na primeira ação, já que você apenas armou a flechada com +1d de dano, mas não chegou a usá-la, então contarei apenas os 5 PA gastos nesse turno, que foram pra aumentar o dano da flecha. Mas a regra de aumentar o dano da magia é +1d, não +1d8, isso pode não ter ficado claro nas regras do tópico de Limitações Mágicas, mas esse +1d segue o dado da arma, ou seja, se a arma é 2d6, ela daria 7d6 de dano ao ser energizada com 5 PA, não 2d6+5d8. Dessa vez irei contar dessa forma que você jogou mesmo, mas das próximas vezes ou opte por soltar apenas a magia (5d8, caso vá gastar 5 PA), ou a arma com +5d (que seria 7d6). Espero que isso não tenha ficado confuso, qualquer dúvida é só me falar.

Outra coisa que tenho avisar é que, justamente por muitas pessoas terem feito confusão com as regras de magia atuais, elas irão mudar bastante na segunda etapa do jogo. Teremos listas mais específicas de efeitos para impedir que haja esses tipos de confusão, mas não se preocupe, pois isso é normal, ainda mais quando se está lutando pela primeira vez.


Ao ser acertado pelas cinco flechas de cristal, o dragonete instantaneamente virou a cabeça na direção do drow, que se camuflou rapidamente em meio às pedras. O monstro abriu a boca e soltou um agudo ruído, era novamente a espécie de pio que o trio havia escutado um pouco antes quando a criatura se aproximara. Gabriel sentiu aquele som na pele, como se o ar tivesse, por poucos instantes, vibrado levemente, assim como fora quando Lutero disparara o estrondo sônico. Naquele momento, o elfo negro soube que o monstro sabia exatamente onde ele se encontrava, como se, através daquele som, ambos tivessem se conectado, por apenas um segundo...

O dragonete abriu a boca e disparou mais uma linha de eletricidade, atingindo primeiramente ao drow, mas em seguida explodiu-se também contra seus companheiros que, em vão, tentavam desesperadamente se proteger.

_{4d6+6 (linha de eletricidade)}



Lutero saltou em meio à nuvem de fumaça negra que se erguera em torno deles, girando as mãos no ar sucessivas vezes como se arremessasse diversas bolas contra o dragonete. Milésimos de segundos depois, o monstro foi novamente arremessado contra os céus, urrando em meio às explosões vibrantes que o cercaram.

_{6d8+6 (Sonic Blow)}



Sir Walter estava furioso por sua espada ser inútil em meio àquela situação, o inimigo estava a dezenas de metros de distância e não havia menor a menor chance de acertá-lo usando sua espada, não por meios convencionais. Enquanto a nuvem negra erguida pelo relâmpago se desfazia à sua volta, o guerreiro mirava a criatura com os olhos, vendo-a ser isolada através dos ventos celestes.

Precisava fazer alguma coisa, não podia demonstrar fraqueza ou incapacidade perante àqueles trapaceiros mágicos.

O general respirou fundo, girando levemente o cabo da espada bastarda nas mãos, em seguida, reuniu toda a sua força no antebraço e alçou-a aos céus, fazendo-a rodopiar diversas vezes antes de acertar em cheio o pescoço do monstro.

_{3d6 (espada bastarda - à distância)}

O membro 'kyokun' realizou a seguinte ação: Lançar dados

#1 'd6' : 5, 6, 5, 3

--------------------------------

#2 'd8' : 5, 3, 7, 3, 1, 8

--------------------------------

#3 'd6' : 2, 1, 3

Desculpe pela confusão kyo. Sinceramente não tinha entendido de primeira mesmo, foi confusão de primeira viagem mesmo, deve ser a raiz loira mas agora ficou tudo bem claro. Obrigado pela compreensão.

O dragonete foi puxado impetuosamente de encontro ao solo, emitindo um alto zumbido ao ser arrastado contra os ventos. Trago por correntes mágicas de cristal, o monstro tombou entre o espaço que havia entre Sir Walter e Lutero, levantando terra junto de si e também enormes pedaços de pedra que se partiram no momento do choque. O barulho se assemelhava ao de uma muralha desabando.



Uma imensa nuvem de poeira se ergueu em torno do local da queda, mas foi desfeita rapidamente pela magia disparada por Lutero. O feiticeiro ágil e esquivo saltou para trás antes que o parente de dragão o acertasse, aproveitando a oportunidade para lançar contra ele um raio sônico. Acertado pelo feitiço, a criatura foi arremessada através do solo, dando duas cambalhotas laterais na direção de Sir Walter.

_{4d8+6 (Raio Sônico)}



Sir Walter sabia que aquela era uma oportunidade única. Era a hora de mostrar para aqueles trapaceiros de que serviam anos de treinamento duro.

O dragonete cambalhotou na sua direção, então o general saltou, rodopiando na altura do pescoço do monstro e, num movimento ágil, retirando a espada cravada em sua garganta. Quando a criatura se chocou contra o solo, Sir Walter ainda estava no ar, brandindo sua lâmina bastarda ensanguentada e, em seguida, caiu sobre o inimigo com ela em punhos, estraçalhando sua cabeça.

_{3d6+9 (espada bastarda)}

O membro 'kyokun' realizou a seguinte ação: Lançar dados

#1 'd10' : 4, 1, 6, 5, 2

--------------------------------

#2 'd8' : 6, 3, 7, 7

--------------------------------

#3 'd6' : 5, 3, 3

Sir Walter esboçou um riso de deboche que logo se desfez, devolvendo à sua dura face a expressão séria que lhe era de costume.

- Nós ainda não começamos a treinar. - disse ele secamente. - Essa criatura não é um dragão de verdade.

O guerreiro se virou de costas para o elfo negro, continuando seu caminho pela estrada entre as pedras.



Quando o general tomou distância considerável, Lutero se aproximou de Gabriel e falou:

- Ele nunca irá se perdoar por ter conseguido dar o golpe final graças à sua ajuda. - então abriu um sorrisinho. - Você não parece do tipo que se incomoda com esse tipo de bobagem, mas acho que não custa pedir que realmente não se importe. Sir Walter é o mais orgulhoso dos humanos.

O feiticeiro tocou o ombro de seu companheiro.

- Foi uma bela luta e você cumpriu muito bem o seu papel, ainda mais para um iniciante nas caçadas. Ainda enfrentaremos feras muito maiores do que essa, pode acreditar, mas creio que conseguiremos vencer tendo no grupo um membro com sua sagacidade. Foi muito inteligente sua estratégia com aquelas correntes.

Lutero sorriu uma outra vez antes de seguir seu rumo pela estrada.

- Bem... acho que isso não será possível nas circunstâncias que nos aguardam. - Lutero disse calmamente enquanto continuava a caminhar pela estrada que se tornava cada vez mais íngreme. - Eu já percorri essa rota antes, estamos descendo direto à um pântano. Subiremos outras montanhas mais à frente mas, caso encontremos algo de perigoso enquanto cruzamos a região inundada, pense em algo que possa nos ajudar nesse tipo de situação.

O céu permaneceu azul e límpido até cerca de três horas da tarde, quando nuvens acinzentadas começaram a se formar. Às cinco, o céu já havia se tornado completamente nublado e uma garoa gélida começou a soprar junto do vento frio. Lutero abraçava a si mesmo para aquecer-se, mas Sir Walter fingia que absolutamente nada o incomodava.

O trio chegou aos pântanos pouco tempo depois. Havia espaços de terra plana cobertos por uma baixa vegetação verde, exceto por algumas poucas árvores altas que se erguiam sobre o solo. Grandes e largas poças, que pareciam pequenos lagos de água parada e espelhada, davam ao local uma fria impressão de vazio ao refletir perfeitamente as nuvens cinzas no céu. Cruzá-las era inevitável.

Gabriel podia ouvir claramente o canto de grilos e coaxar de sapos.



Sir Walter afundou o pé na região inundada, que batia em seu joelho. Os feiticeiros puderam vê-lo tremer levemente antes de se acostumar com o frio que vinha de baixo para cima. O general avançou, seguindo firme pela água para poder chegar até a próxima área emersa (há cerca de cinquenta metros de onde se encontravam), que era coberta por grama, árvores e uma fina camada de neblina.