Prólogo

Os ônibus começam a lotar. Os professores estão contando os alunos e passando a lista de chamada. Todos, com algumas poucas exceções, parecem já ter se esquecido dos terremotos.

Mas Hibari e Aliella ainda escutam um chiado agudo, um zunido crescente a escoar em suas cabeças.

"Contratante..."

Hibari logo começa a suar frio, dominado por um mau presságio.

"Já é hora..."

Aliella sente medo, e para a aluns metros de distância dos portões da escola, ainda na entrada. Seu celular repentinamente toca.

- Ela se foi - Dizia a curta mensagem de seu pai.

E quase que imediatamente, outro terremoto se iniciou. Muito mais violento que os anteriores.

Spoiler:

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Agora enfim pude entender o que o Yuuto queris dizer. Mas como ele conseguiu prever este terremoto? Fiquei procurando respostas para esta minha pergunta mas acabei desistindo.
Estes terremotos já estavam me irritando, peguei na mão de Yuuto e fui com ele até a saída do ônibus. Eu não queria ficar em um lugar que tivesse muitas pessoas desesperadas ao meu redor.

O ônibus começou a balançar, e repentinamente todas as janelas se quebraram de uma vez. Do lado de fora, os alunos conseguiram enxergar a dimensão do caos.

O chão havia se partido, e pilares de luz se erguiam em direção ao céu, se expandindo cada vez mais. Lyubyty mal teve tempo de vislumbrar o cenário quando uma torrente de alunos se levantaram repentinamente das cadeiras e tentaram correr juntos para a saída.

- Cuidado! - Exclamou Yuuto, atirando-a em cima de uma das poltronas vagas.

No exato lugar em que ela estava, um pilar de luz atravessou o piso e disparou em direção ao céu, arrastando Yuuto consigo.

O veículo treme, minha cabeça gira.
A imagem da professora passou pela minha cabeça.
Por algum motivo, eu tinha que encontrá-la
Ignorando os tremores, pulo para fora do ônibus.
O chão partido teria me chocado; Mas por algum motivo não parecia importante.
A voz ainda ecoava na minha cabeça.
O chiado continuava.
E eu tinha que encontrar a professora; apesar de não entender o por que.

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As pessoas estavam começando a se levantar, era muita gente. Eu me sentia esmagada, mal conseguia respirar, aquele desespero me irritava. Yuuto gritou algo, não consegui escutar direito por causa de toda aquela gritaria das outras pessoas. Fui empurrada por ele e algo o levantou. Foi muito rápido, fiquei assustada e nervosa ao mesmo tempo.

- Que merda é essa?! - gritei, mostrando mais nervosismo do que desespero.

Eu mal conhecia Yuuto, mas já gostava bastante dele, isso tinha que acontecer logo com ele?!

Meu nervosismo aumentou um pouco, subi em um banco e pulei pela janela. Tomando cuidade para não me machucar com os cacos de vidro.

Quando saí do ônibus fui para o melhor lugar que eu pudia encontrar, fiquei olhando para tudo quanto era lugar procurando Yuuto.

Assim que Lyubyty saiu pela janela do ônibus, o mesmo foi erguido no céu junto com o pilar de luz que o cruzava. Repentinamente, o pilar desapareceu, levando junto toda a área do ônibus que se encontrava dentro dele e deixando o ônibus cair no chão numa queda de quase cinco metros.

Poucos alunos sobreviveram.

Lyubyty agora se encontrava cercada pelos pilares de luz, e meio a gritos de desespero e o barulho do terremoto.

Enquanto isso, Hibari procurava pelo ônibus em que a professora havia entrado. Tirando o próprio ônibus, só haviam duas opções: O que estava sendo abduzido por um dos pilares e o último, que estava sendo evacuado em desespero.

Repentinamente, o chão se parte de vez. Vários blocos de concreto afundam no chão e deixam o pátio distorcido. Os pilares que surgem e desaparecem ficam cada vez maiores e mais numerosos.

"Falta pouco, Contratante..."

A ânsia de vomito subia pela minha garganta. Aqueles terremotos me deixavam zonza e minha mãe havia morrido. Olhei os caos que acontecia nos ônibus e agradeci imensamente por não ter entrado neles.

Apoiei-me num lugar qualquer tentando fazer com que tudo parasse de rodar. Sequei as lágrimas que ameaçavam cair e engoli a ânsia. Tentei encontrar Lyubyty, Hibari, Yuuto ou qualquer rosto conhecido.

Quando Aliella alcançou os portões da escola, encontrou apenas caos. O cenário era tão absurdo que sua cabeça se recusou a entender o que ocorria. Não era possível.

"Venha, Contratante." Chamou uma voz austera na cabeça de Aliella. "Chegou a hora de cumprir sua parte do acordo."

Repentinamente, um pilar de luz se ergueu exatamente onde ela estava, engolindo-a sem deixar vestígio algum.

E junto a ela, um segundo estudante que saltou para a luz logo antes do pilar desaparecer.

Spoiler:

Corro para o ônibus sendo evacuado em desespero.
Imagino que se ela estava no ônibus que foi "abduzido" não havia muito que eu pudesse fazer.
"Falta pouco, contratante.."
A perturbação que a voz causou na minha mente tornou fácil ignorar o fato de o pátio estar desfigurado.
Pensei ter visto alguns cadáveres, mas não sei dizer se realmente estavam ali ou eram algum tipo de alucinação gerada pelo pânico.
A aparição dos pilares de luz tornava difícil me deslocar.
Ainda assim, fui tão rápido quanto consegui.

Eu estava cansada daquilo, do desespero das pessoas, do chão se abrindo, dos pilares, de basicamente tudo. Me irritava não conseguir entender a situação, me irritava ver as pessoas sumindo, me irritava não saber se o Yuuto estava vivo ou morto, eu não entendia nada.

Caminhei lentamente e me sentei no lugar mais seguro que eu pude encontrar.

Hibari alcançou o ônibus empurrando a cotoveladas os alunos em seu caminho. A ferida em seu obro se abriu novamente e voltou a sangrar violentamente, mas ele não se incomodou.

Dentro do ônibus, havia uma mulher desmaiada com um filete de sangue escorrendo da testa. Durante o terremoto, provavelmente, a professora havia batido com a cabeça e não tentou escapar do ônibus.

"Agora... Venha..." Disse a voz, uma última vez.

Imediatamente, um pilar de luz se ergueu exatamente onde ele se encontrava. Diferente dos outros, este tinha uma tonalidade roxa distinta, e parecia querer englobar somente Hibari.

Sem tempo para outra reação, ele segura a mão da professora e os dois desaparecem juntos.

Enquanto isso, Lyubyty se encontra incapaz de se mover. O terreno estava completamente destruído e comprometido, e uma das rachaduras que ainda se abriram se aproximava cada vez mais dela, trazendo consigo mais um pilar de luz em expensão.

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Quando eu vi aquela luz fiquei com vontade de desviar. Mas apenas fiquei parada, eu estava cansada, seja lá o que for acontecer comigo não será algo tão horrível assim.

E como quem aceita o inevitável, Lyubyty foi engolida pelo pilar de luz e desapareceu.


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Prologo encerrado. RPG vai começar.