Shiki, O Cego Andarilho & O Casal na Neve - Parte 1

"É. Estou perdido." Concluíu Shiki, em meio a uma planície coberta de gelo. "Devia ter imaginado que havia algo de errado assim que vi os primeiros sinais de neve..."

Desprovido de um mapa e de qualquer noção sobre sua localização atual, Shiki optou por continuar vagando. Seu corpo exausto ainda estava debilitado graças a batalha de alguns dias atrás, mas sua alma estava satisfeita. Matar fantasmas... Fazia muito tempo desde que ele havia experimentado pela última vez a sensação. Os gritos e choros inaudíveis se calando na lâmina de sua adaga ainda ecoavam em sua cabeça, como se fossem música.

Eventualmente, ele encontrou um pequeno acampamento em meio a neve, com uma fogueira e alguém sentado de costas.

"Você que se aproxima, diga o seu nome e mostre seu rosto como prova de que não tens más intenções." Alertou uma voz masculina com tom de ameaça.

"Sou Shiki, chamado de O Cego na falta de um sobrenome. Me encontro perdido em minha busca pelos Pântanos Esquecidos, e necessito de ajuda para encontrar meu caminho..." Respondeu ele, deixando claro seu objetivo.

"Sente-se em frente a fogueira." Disse o homem. "Meu nome é Edgar, sou um ferreiro de passagem por estas terras a viajar com minha família. Se procura Os Pântanos Esquecidos, temo lhe informar que seguimos em direções opostas. Mas posso ao menos lhe esboçar um mapa e lhe ensinar o caminho. De onde você veio, Shiki?"

"Bem... Antes de chegar aqui, eu estava na Floresta do Fogo-Fátuo, onde tive que lidar com alguns imprevistos. Mas isso já faz alguns dias..." Respondeu Shiki.

"A Floresta Sombria do Fogo-Fátuo? Jovem tolo, bastaria seguir em direção ao sul a partir de lá para alcançar seu destino! Quão azarado você consegue ser para vir parar nas Planícies Cerbyllianas?" Respondeu Edgar de forma amigável, mas em tom de deboche.

"A principio eu estava seguindo na direção correta, mas fui emboscado. Quando finalmente consegui escapar, já não sabia mais para que lado ficava o sul..."

"Bem, espere um segundo..." Pediu Edgar, apanhando papel e tinta em meio aos pertences guardados na cabana. "Vou lhe desenha um pequeno mapa para que possa seguir na direção correta."

"Agradeço desde já por sua gentileza..." Disse Shiki.

"Não se preocupe com isso. Minha esposa e meu filho devem estar logo chegando, então peço que jante conosco antes de partir. Sua companhia será bem vinda."

Shiki apenas assentiu com a cabeça. Queria partir o mais rápido possível, porém não protestou. Não iria fazer diferença.

Antes de Edgar conseguir dar sinal de que notou a resposta, o som de passos quebrou o silêncio.

"Eles chega... Cálion, onde está nosso filho?" Perguntou ele, voltando ao tom de ameaça.

"Nós nos separamos. Não consegui encontrá-lo sozinha..." Respondeu uma voz feminina, vinda da mesma direção dos passos.

Edgar buscou sua espada, colocou a na cintura e se virou para Shiki.

"Me perdoe, mas vou ter que retirar o convite."

"Sem problemas. Muito obrigado pelo mapa, e boa sorte."

"A você também." Se despediu ele, partindo atrás de sua esposa.

Nossa! O Shiki é muito mau, e imprevisível, quando a gente menos espera a morte já até chegou. Só tem uma coisa que eu não entendi, pra que o homem estava desenhando um mapa se o Shiki anunciou que é cego?

kyokun escreveu:Nossa! O Shiki é muito mau, e imprevisível, quando a gente menos espera a morte já até chegou. Só tem uma coisa que eu não entendi, pra que o homem estava desenhando um mapa se o Shiki anunciou que é cego?

Exatamente! Vou começar o próximo capítulo explicando isso, mas vou deixar um spoilerzinho de nada: Ninguém morre.

uhsauhsauhas agora tudo faz sentido. Não tinha me mancado que iria ter continuação, pensei que o Shiki já tinha passado o rodo do menino e ja estava indo pra próxima matança iusauhsausauhsa

Nah, ele teria matado a mãe também.

Na verdade, ou ele mata "por acidente" ou ele mata "por acaso". O primeiro ocorreu com o Ronan, por exemplo (na primera crônica). Ele simplesmente enjoou da conversa e resolveu matar o tédio. Infelizmente, a pobre criança e o tédio em questão pareceram a mesma coisa aos olhos dele. O segundo ocorreu com Drogo, (na segunda crônica, a criança orc). Na hora de ir embora, ele simplesmente preferiu matar do que deixar viver. Para ele, as duas opções eram a mesma coisa sabe? Tinham o mesmo valor. Foi só coicidência ele ter escolhido matar.

Shiki é muito legal, eu gosto de personagens assim, embora os meus preferidos sejam o posto. ^^

Já terminei O Assassino, a propósito.

Gostei *o*
Adoro o Shiki pelo fato de ser... imprevisivel <3

Medo do Shiki querer matar o Lief assim, do nada. q

A altura que ele se junta a Turandor, ele deixa a parte assassina dele um pouco mais quieta. Principalmente porque passa a interagir muito menos com as pessoas, mas isso é só um detalhe...

BTW, tomara que ele tenha virado uma pessoa super boa D= ahueahuea