Enquanto o fogo voa as estrelas caem (5º parte)
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Enquanto o fogo voa as estrelas caem (5º parte)
União
Afogávamo-nos em beijos enquanto o calor dela me aquecia, ela acariciava meu tórax e eu podia sentir meu coração dançando entre seus dedos. Ela tinha uma força descomunal que não era apenas física.
Eu estava fraco e dolorido demais para esboçar qualquer reação, porém, como mágica, eu sentia minhas costelas voltando ao lugar mesmo com a pressão do peso da garota sobre o meu corpo.
Quando ela parou para tomar fôlego tentei falar:
- Deixe-me pelo menos saber seu nome! - Baforei eu com uma voz ofegante.
Ela sorria enquanto acariciava meu rosto com ambas as mãos.
- Chamo-me Stjerne, Rodwulf, meu amor.
Rodwulf Rustningson, meu nome, e ela sabia.
- Mas como é que sabe meu nome?! - Perguntei, mas não tão assustado por causa de todo o resto.
- Sei tudo sobre você. Como disse, a aurora me contou. Nós lobos gigantes nascemos guiados pela luz e pela sabedoria da aurora, e desde que eu era filhote fui predestinada a você por ela! A música da aurora tocava seu nome nas melodias dos meus ouvidos. A alma de lobo aprisionada num corpo de homem.
Eu já tinha ouvido isso de alguns contadores de histórias, porém para mim tudo não passava de lendas... Mas, aparentemente, era verdade.
- Esperei por quatro séculos até que, finalmente, você apareceu. Como meu herói, meu amante, a melodia que faltava na música da minha aurora.
Aquilo tudo era poético, eu pensava, mas ainda tinha perguntas.
- E como foi que chegamos aqui?
- Quando você foi atingido e caiu, corri ao seu encontro e tomei algumas gotas de sangue de um dos seus ferimentos. Naquele momento começamos a nos unir, porém também ganhei forças para tomar minha verdadeira forma... E matei todos eles! E vou matar qualquer um que venha a lhe ameaçar!
Ela disse aquilo com paixão e ódio na voz. Tinha um olhar lupino que me dragava.
- Então você tomou do meu sangue?
- Sim! E é por isso que consegue se recuperar tão rápido com o toque do meu corpo ao seu. Veja!
Ela apontou a janela e eu vi a aurora brilhando com uma luz intensa no céu noturno. Tão intensa que parecia que o céu havia se incendiado com chamas verdes.
- A aurora quer que realizemos nossa união sob a melodia dela! - Disse, Stjerne, pegando um pouco de trigo que levava numa pequenina bolsa presa a uma fina gargantilha de ouro e colocando os grãos na palma da mão. Ela me estendeu a mão com o cereal, fixou os olhos nos meus e a sombra projetada na parede pela luz da lareira no corpo dela era de mulher. Enquanto a sombra projetada no chão pela luz da aurora era de um lobo.
-Você aceita? - Disse ela com lágrimas nos olhos, percebendo que este poderia ser o momento de maior dor da sua alma caso a resposta fosse negativa.
Segurei a mão que tinha o trigo na palma e a fechei, levando-a de encontro ao meu coração, beijando-a em seguida. Eu podia sentir as lágrimas que escorriam do rosto dela para o meu.
- Você deve comer o trigo - Disse ela, oferecendo-o a mim.
Abri a boca e tomei os grãos com os lábios. Surpreendi-me com a temperatura deles e fiz cara de espanto. Stjerne riu daquilo.
- Eu vivo nestes grãos, por isso são tão quentes! Agora mastigue-os.
Comecei a mastigá-los enquanto Stjerne, agora minha noiva, tirava a bandagem do meu ombro esquerdo, revelando um ferimento ainda não cicatrizado e que doia tanto que eu mal podia levantar o braço.
Ela aproximou o rosto dele e o mordeu, fazendo verter meu sangue. Ela o tomou, cada gota. Gemia baixo.
- Agora engula, disse Stjerne, com dificuldades para falar por não ter engolido meu sangue ainda. Engoli o trigo ao mesmo tempo em que ela engolia meu sangue. O fogo da lareira avivava-se enquanto o rosto dela enrusbecia-se. Pude ver a luz da lua e das estrelas nos olhos dela.
Não dissemos mais nenhuma palavra.
Stjerne ajeitou o quadril e eu pude sentir o mel que vertia do calor do seu corpo enquanto ela rompia-se sobre mim. Senti minha alma sendo acorrentada à dela naquele mesmo instante. Cada ferida do meu espírito havia sido, instantaneamente, curada.
Algum tempo depois meu fogo foi completo e jorrei dentro dela tudo o que me fazia homem.
Ela caiu inerte e ofegante sobre o meu corpo com os olhos cerrados e um sorriso inocente nos lábios. Segurávamos as mãos um do outro.
E então, sob a luz e a melodia da aurora, éramos marido e mulher.
Fim da quinta parte.
Afogávamo-nos em beijos enquanto o calor dela me aquecia, ela acariciava meu tórax e eu podia sentir meu coração dançando entre seus dedos. Ela tinha uma força descomunal que não era apenas física.
Eu estava fraco e dolorido demais para esboçar qualquer reação, porém, como mágica, eu sentia minhas costelas voltando ao lugar mesmo com a pressão do peso da garota sobre o meu corpo.
Quando ela parou para tomar fôlego tentei falar:
- Deixe-me pelo menos saber seu nome! - Baforei eu com uma voz ofegante.
Ela sorria enquanto acariciava meu rosto com ambas as mãos.
- Chamo-me Stjerne, Rodwulf, meu amor.
Rodwulf Rustningson, meu nome, e ela sabia.
- Mas como é que sabe meu nome?! - Perguntei, mas não tão assustado por causa de todo o resto.
- Sei tudo sobre você. Como disse, a aurora me contou. Nós lobos gigantes nascemos guiados pela luz e pela sabedoria da aurora, e desde que eu era filhote fui predestinada a você por ela! A música da aurora tocava seu nome nas melodias dos meus ouvidos. A alma de lobo aprisionada num corpo de homem.
Eu já tinha ouvido isso de alguns contadores de histórias, porém para mim tudo não passava de lendas... Mas, aparentemente, era verdade.
- Esperei por quatro séculos até que, finalmente, você apareceu. Como meu herói, meu amante, a melodia que faltava na música da minha aurora.
Aquilo tudo era poético, eu pensava, mas ainda tinha perguntas.
- E como foi que chegamos aqui?
- Quando você foi atingido e caiu, corri ao seu encontro e tomei algumas gotas de sangue de um dos seus ferimentos. Naquele momento começamos a nos unir, porém também ganhei forças para tomar minha verdadeira forma... E matei todos eles! E vou matar qualquer um que venha a lhe ameaçar!
Ela disse aquilo com paixão e ódio na voz. Tinha um olhar lupino que me dragava.
- Então você tomou do meu sangue?
- Sim! E é por isso que consegue se recuperar tão rápido com o toque do meu corpo ao seu. Veja!
Ela apontou a janela e eu vi a aurora brilhando com uma luz intensa no céu noturno. Tão intensa que parecia que o céu havia se incendiado com chamas verdes.
- A aurora quer que realizemos nossa união sob a melodia dela! - Disse, Stjerne, pegando um pouco de trigo que levava numa pequenina bolsa presa a uma fina gargantilha de ouro e colocando os grãos na palma da mão. Ela me estendeu a mão com o cereal, fixou os olhos nos meus e a sombra projetada na parede pela luz da lareira no corpo dela era de mulher. Enquanto a sombra projetada no chão pela luz da aurora era de um lobo.
-Você aceita? - Disse ela com lágrimas nos olhos, percebendo que este poderia ser o momento de maior dor da sua alma caso a resposta fosse negativa.
Segurei a mão que tinha o trigo na palma e a fechei, levando-a de encontro ao meu coração, beijando-a em seguida. Eu podia sentir as lágrimas que escorriam do rosto dela para o meu.
- Você deve comer o trigo - Disse ela, oferecendo-o a mim.
Abri a boca e tomei os grãos com os lábios. Surpreendi-me com a temperatura deles e fiz cara de espanto. Stjerne riu daquilo.
- Eu vivo nestes grãos, por isso são tão quentes! Agora mastigue-os.
Comecei a mastigá-los enquanto Stjerne, agora minha noiva, tirava a bandagem do meu ombro esquerdo, revelando um ferimento ainda não cicatrizado e que doia tanto que eu mal podia levantar o braço.
Ela aproximou o rosto dele e o mordeu, fazendo verter meu sangue. Ela o tomou, cada gota. Gemia baixo.
- Agora engula, disse Stjerne, com dificuldades para falar por não ter engolido meu sangue ainda. Engoli o trigo ao mesmo tempo em que ela engolia meu sangue. O fogo da lareira avivava-se enquanto o rosto dela enrusbecia-se. Pude ver a luz da lua e das estrelas nos olhos dela.
Não dissemos mais nenhuma palavra.
Stjerne ajeitou o quadril e eu pude sentir o mel que vertia do calor do seu corpo enquanto ela rompia-se sobre mim. Senti minha alma sendo acorrentada à dela naquele mesmo instante. Cada ferida do meu espírito havia sido, instantaneamente, curada.
Algum tempo depois meu fogo foi completo e jorrei dentro dela tudo o que me fazia homem.
Ela caiu inerte e ofegante sobre o meu corpo com os olhos cerrados e um sorriso inocente nos lábios. Segurávamos as mãos um do outro.
E então, sob a luz e a melodia da aurora, éramos marido e mulher.
Fim da quinta parte.
Última edição por Sir Panzer em Sáb maio 26, 2012 11:59 pm, editado 1 vez(es)
Re: Enquanto o fogo voa as estrelas caem (5º parte)
*AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA*
Capítulo lindo e perfeito. Quero mais pra agora. Amei essa união dele.
Capítulo lindo e perfeito. Quero mais pra agora. Amei essa união dele.
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