Os Campos Imaculados III

Quando Nicola abriu a porta, notou que não havia nada através dela, apenas escuridão. Era como se a casa estivesse mergulhando num oceano negro.

- Volte já para cá, garota. Quando irá aceitar que não tem escapatória?

A risada de Sylvanna foi quase histérica nesse momento.

Nicola não se conformou, virou para trás com uma expressão de resistência.

Sylvanna caminhou até Nicola. Lorde Millier e Ophelia permaneciam ocultos em meio à névoa que cobria todo o aposento de onde a vampira acabara de sair.

- Que bom que resolveu aceitar seu destino, docinho. - disse ela acariciando o rosto da feiticeira enquanto segurava a taça de sangue na outra mão. - É uma pena que aqui não haja espelhos, se não eu deixaria você dar uma última olhada nesse seu rostinho lindo, pois é capaz de nunca mais velo... não em seu próprio corpo.

As unhas de Sylavanna começaram a emitir um brilho roxo. Da escuridão por trás da porta aberta começaram a vir ruídos misteriosos.

- Feche essa porta. - ordenou ela.

Nicola chocou seu braço com o de Sylvanna e tentou agarrá-la a fim de possivelmente jogá-la na escuridão do outro lado da porta.
- Você não encostará uma unha em mim! Não se atreva! Gritou Perkasa, tornando-se agressiva.

- Me solte!! Isso é perigoso!! - Sylvanna perdeu o equilíbrio e começou a cair em direção às trevas sussurrantes. - Sua imbecil! Você não faz idéia do tamanho do perigo que nos colocou.

Num movimento ágil, a vampira segurou o braço de Nicola para apoiar-se nele e depositou todo o peso de seu corpo para trás, fazendo com que as duas caíssem em direção ao buraco negro através da porta.

Continuação;

As feiticeiras saíram pelo vão da porta ao terminarem de escalar. Estavam de volta à velha casa no Mundo Material. Sylvanna deu um laço na fita, que voltou ao seu tamanho original, e prendeu-a novamente aos seus cabelos, trancando a porta em seguida. Nicola lembrou-se do poder mágico que sentira ao ver aquela fechadura e, depois de tudo que acontecera naquele estranho lugar, tudo parecia fazer mais sentido. Através do poder daquele pequeno objeto as duas quase foram mortas pelo perigo dos outros mundos...

- Eles estão na sala. Vamos matá-los.

Ela seguiu em frente pelo corredor.

- Matá-los será mesmo necessário? Nicola interpelou.

- De que outra forma você espera escapar deles?



- Do que vocês estão falando? - Lorde Millier apareceu pelo vão da porta ao fim do corredor. - Sylvanna, sobre o que vocês duas estão conversando? Escapar de quem? Está planejando nos trair?

Passos furiosos ecoaram atrás dele.



Ophelia, já sem o capuz que lhe escondia o rosto, gritou cheia de cólera:

- EU JÁ ESTOU CANSADA DE ESPERAR! QUERO LOGO SER RAINHA E QUERO LOGO SER LINDA! QUANDO É QUE PODEREI VOLTAR A SER BONITA??

Ela correu na direção de Nicola e pressionou os dedos contra seu pescoço de pele alva, fazendo marcas vermelhas surgirem sobre ele.

- VOCÊ ESTÁ VENDO COMO EU SOU? ESTÁ VENDO COMO É MEU ROSTO? ESTÁ PREPARADA PARA TER ESSE ROSTO? EU MAL POSSO ESPERAR PARA TER O SEU, MAL POSSO ESPERAR PARA SER VOCÊ!!

A boca da futura rainha era tão grande e tão rasgada que era impossível para ela falar sem cuspir sobre a atriz.

Sylvanna, estupefata, as olhava sem nada dizer.

Lorde Millier sacou a espada e caminhou em direção à ela.

Nicola se assustou com tal figura. Mas ao se sentir ameaçada, tomou nojo e franziu a testa:
- Ugh... Largue-me seu... cof... monstro!
Tentando livrar-se de Ophelia, chutou-a buscando atingir o ponto mais alto do oponente.
_(Balanço+3)

O membro 'Saraiva-kun' realizou a seguinte ação: Lançar dados

'd4' : 1, 2

Ophelia se chocou contra a parede oposta ao ser acertada pelo chute de Nicola. A monstruosidade de seu rosto ardia em fúria, babando levemente nos cantos da boca rasgada.

- Do que foi que você me chamou, sua imunda? - ela rosnava, ofegando e deixando saliva escorrer. - EU SOU UMA RAINHA! EU GOVERNAREI OS CÉUS E AS TERRAS DESSE REINO! EU SOU SUA SOBERANA E POSSUO ETERNA BELEZA! JAMAIS ADMITIREI SER TRATADA DESSA MANEIRA POR UMA MULHER SEM VALOR QUE GANHA SUA VIDA NA NOITE SEDUZINDO OS HOMENS! VOCÊ ACHA QUE ELES TE PAGAM PELO QUE? SE ACHA TALENTOSA?

Ophelia começou a pronunciar um som estranho e distorcido, Nicola suspeitou que se tratava de uma risada.

- ELES SÓ GOSTAM PORQUE VOCÊ É BONITA! QUERO VER ONDE ESTARÁ SEU TALENTO QUANDO VOCÊ TIVER ESSE ROSTO QUE EU TENHO!



Lorde Millier pressionou levemente a espada contra o pescoço da atriz.

- Vamos começar com isso logo, Sylvanna, já chega de perder tempo.



- TIRE ESSA ESPADA DO PESCOÇO DELA, SEU IMBECIL! - vociferou Ophelia, e ele obedeceu. - EU QUERO SER PERFEITA QUANDO FOR TRANSMUTADA, QUERO QUE MEU CORPO SEJA IMPECÁVEL, ENTÃO CUIDE DESSA GAROTA COMO CUIDA DE SUA VIDA!

Ophelia correu até Sylvanna e segurou-a pelos dois braços, apertando suas unhas quebradas e mau cuidadas sobre eles.

- VOCÊ CONTOU À GAROTA O QUE ACONTECERIA A ELA SE VOCÊ ME TRAÍSSE, NÃO CONTOU? - em meio aos cuspes, a mulher pronunciou novamente o estranho som de riso. - OU VOCÊ QUERIA QUE ELA SIMPLESMENTE CONCORDASSE MESMO QUE NÃO SOUBESSE? VOCÊ NÃO CONTOU A ELA A FUNÇÃO DA MAÇÃ DE OURO, CONTOU?

Ophelia se virou para encarar Nicola, debochando dela com seu sorriso feio.

- "Seduzindo homens"?! Tsc. Que intragável. Desculpe-me lhe confessar isso, "raínha", - pronunciou com um tom sarcástico - mas você não está mais em uma posição favorável.

- Não por enquanto... - disse ela em meio a outra gargalhada sinistra. - O objeto que fizemos que te entregassem... Bem, estávamos de olho em seu corpo fazia um tempo e queríamos, os três, ter certeza de que o plano seria completamente infalível, já que acabamos descobrindo que você era uma feiticeira e que você poderia escapar usando seus poderes. Então Sylvanna tratou de arrumar a fechadura perfeita para a ocasião, uma fechadura que não permitisse que você escapasse de maneira alguma. Mas nós sabemos como os feiticeiros são, sabemos como são esguios, por isso foi necessário que fizéssemos alguém lhe entregar a Maçã Devoradora.



- Basta. - cortou Sylvanna. - Nós não iremos mais seguir o plano da troca de corpos, senhora. Tivemos uma visão de que uma guerra está acontecendo no reino e é possível que não haja um casamento nunca, pois creio que em breve o rei será morto.



- Calada, traidora!! - cuspiu a futura rainha - Você sabe o que acontecerá à garota se nosso objetivo não for cumprido, não é mesmo? Depois que ela tomou posse do objeto maldito, seu único destino passou a ser a morte e nada além.



- Então vamos andar logo com isso. Sylvanna, você trabalhou ao lado do rei em troca de não ser perseguida por nossas tropas durante muitos anos, nunca interferimos em seus negócios e sempre estivemos secretamente de acordo com suas artes proibidas, não acha que nos deve, no mínimo, gratidão?



- É só isso que lhes devo sim, gratidão. - disse ela secamente enquanto caminhava até Nicola. - Se vocês querem que eu diga a ela seu destino, então eu direi. - a vampira olhou nos olhos da feiticeira com uma expressão séria. - Você vai morrer esta noite. Aquilo que uma garota que atendia pelo nome de Lena lhe entregou, é chamado de Maçã Devoradora, pois guarda dentro de sua casca metálica um monstro chamado O Devorador da Lua Cheia. Essa criatura devorará aquele que o tiver sob seus cuidados, aquele que aceitar ser seu dono por livre e espontânea vontade, assim como você aceitou naquele dia. Esse processo se repete todas as noites de lua cheia, por isso escolhemos uma noite como essa para realizar o ritual, pois deixaríamos bem claro que, se você tentasse usar seus feitiços para escapar, iria morrer tendo seu corpo devorado pelo monstro de qualquer forma. Ele está ligado à sua alma e a maçã dourada irá persegui-la até que seja entregue à outra pessoa que a aceite por livre e espontânea vontade, mas não há ninguém há quilômetros daqui, muito menos atrás dos mundos que se originam pela força da fechadura mágica que tranca esta porta. Então não haveria escapatória. Nosso plano era trocar seu corpo pelo de Ophelia antes que os raios prateados da luz lunar atravessassem as neblinas e penetrassem os campos, então o monstro comeria o corpo de Ophelia, que passaria a ser o seu, e Ophelia passaria a ser Nicola. Eu entregaria a Maçã Devoradora à outra pessoa e tudo iria ter um fim. Bom, essas são as opções que lhe daríamos, morrer em prol do casamento do rei ou morrer sendo devorada por um monstro terrível.

Ela riu.

- Mas, como deve ter compreendido, de qualquer forma você seria devorada por ele, mesmo que seus corpos fossem trocados.



- Nicola, aceite seu destino e entregue seu corpo a nós. Não teremos muito tempo antes do sair da lua cheia.



Sylvanna encarou a feiticeira com um olhar misterioso, como se quisesse lhe dizer alguma coisa através dele. Nicola teve a impressão de que, por trás de tudo que a vampira falara, havia algum tipo de verdade não dita que nem mesmo seus inimigos tinham conhecimento.

Nicola soava tremendamente enquanto fitava a rainha, e sua boca mantinha-se medianamente aberta. Até que Sylvanna cruzou seus olhos misteriosamente, fazendo-a querer se agarrar a qualquer possibilidade de salvação.
Perkasa engoliu seco, franziu a testa e pronunciou deliberada:

- E por que eu deveria fornecer meu auxílio a um monstro o qual teve participação nesse plano estúpido. Voltou-se novamente a Ophelia. Se eu vou morrer de qualquer forma, é mais que óbvio que irei ferrar com a vida de quem me colocou nesta situação estúpida. Eu vou para o inferno? Pff. Pois vocês irão da mesma forma! Completou com um sorriso forçado e preparando-se para batalhar.

- Bom, aí que está a chave de tudo... o "morrer de qualquer forma". - Sylvanna deu um discreto sorriso diabólico. - Eu sei como posso mante-la viva e seria através disso que eu iria persuadi-la a participar do ritual por espontânea vontade. Você teria a opção de continuar vivendo, no corpo de Ophelia, claro, se resolvesse colaborar, pois eu tenho aqui dentro desta casa um lacaio a quem você poderia dar a maçã e ele morreria em seu lugar. Na verdade... ela morreria...

A vampira caminhou até a porta no fundo do corredor, deixando todos alarmados. Então destrancou a fechadura e abriu a passagem para o Plano da Energia Negativa. Mas não era o plano. Tudo que havia por trás da porta era uma bela garota de cabelos loiros que aos poucos se tornava visível ao sair da escuridão do aposento mal cuidado que havia do outro lado.

- Minha querida... - Sylanna acariciou com as unhas a bochecha dela. - Há quanto tempo está aí trancada, não?



- Mestra... - Floree sorriu com doçura e suas bochechas coraram. - Quando chegará minha hora de ser útil?



- AGORA MESMO!! - esbravejou Ophelia com impaciência.



Sylvanna encarou a todos por um momento e, com gentileza, disse:

- Eu não tenho mais a intenção de ajudar vocês, pois realmente acho que não faz sentido me dispor à fazer um ritual tão complexo para favorecer uma mulher que jamais se tornará rainha, seja bela como Nicola ou feia como é agora.

Ophelia rangeu os dentes, babando enfurecida. A vampira continuou:

- Porém, também creio que seria um grande aborrecimento batalhar com vocês e ter a inimizade do rei durante a guerra sendo que posso simplesmente seguir em frente com os planos para esta noite. Tudo já está preparado e a única peça que estava faltando agora se juntou à nós. - ela observou Perkasa. - Nicola, querida, eu gostaria de saber porque eu deveria ficar ao seu lado. Você não foi gentil comigo... Eu poderia muito bem trair a todos eles, mas... por que eu faria isso?



Floree abraçou sua mestra, apoiando a cabeça num de seus seios.

- Não foi gentil... - repetiu ela com um sussurro lunático.

- Tsc! Nicola mordeu o lábio inferior por um momento, fechou os olhos, e então deu um grande suspiro.

Perkasa permaneceu em silêncio enquanto engolia seco por um tempo. E pronunciou deliberada:

- Eu só tenho uma coisa a dizer: eu não colaborarei.

- Então você irá morrer. - disse ela secamente. - Acorde, bebê...

Nicola sentiu a maçã dourada pulsar como um coração muito acelerado em seu bolso.

Nicola teve sua face tomada por uma expressão de susto ao sentir a maçã palpitar em seu bolso. Num impulso, ela tentou jogar a maçã longe, mesmo sabendo que isso não adiantará. Sentindo de repente desespero e assimilando sua condição com outras experiências de vida dolorosas, Perkasa deu uma pausa curta e voltou atrás dizendo:

- Quais as consequências da troca de corpos?

Sylvanna deu uma risada e estalou os dedos, fazendo com a maçã parasse imediatamente de palpitar.

- Mudou de idéia quanto a colaborar?



Lorde Millier puxou Nicola pelo braço, marcando a pele clara da feiticeira com manchas vermelhas sob o local onde seus dedos fortes a apertavam.

- Garota, não temos tempo para caprichos! Se dá algum valor à sua própria vida, tome logo a decisão que tem que tomar!



- Eu já disse para não machucá-la, seu imbecil!!



- CALE A BOCA!! - esbravejou ele, surpreendendo-a. - Já estou cansado de todos vocês e quero sair logo dessa casa. Uma missão me foi dada e meu dever é fazer com que ela seja cumprida. Vamos, Nicola!!

O lorde começou a arrastá-la pelo corredor, levando-a para a porta encantada ao fim do mesmo.



Sylvanna, levemente alarma, seguiu-o.

- Sala dos ritos! - ordenou a vampira para fechadura, abrindo-a magicamente à distância, e todos puderam ver um aposento novo e misterioso se formando por trás do vão onde antes só havia trevas e escuridão.

Nicola resistiu e insistiu em voz alta:
- Respondam-me!! Quais as consequências!!?

O lorde empurrou Nicola para a sala dos ritos, fazendo com que a garota vacilasse e quase caísse. A feiticeira se viu cercada por inúmeras prateleiras de livros muito bem cuidados, todos iluminados por velas presas à luxuosos castiçais próximos aos mesmos. No centro exato do aposento circular havia uma espécie de piscina coberta por uma água cristalina e espelhada que revelava um fundo de azulejos coloridos por cores aquáticas. Havia mesas com muitos cadernos de feitiços e anotações, assim como frascos e garrafas de diversos tipos e tamanhos.

Lorde Millier fechou a porta atrás de si quando todos adentraram.



- O que você quer saber exatamente, garota? - sem muito se importar com os sentimentos transbordantes de Nicola, Sylvanna começou a despejar o conteúdo de um frasco na piscina, adicionando em seguida alguns ingredientes variados (uma aranha, uma ferradura dourada e envelhecida, garras de dragão e um olho de bruxa verde) que guardava em potes de vidro. - Por favor, entre na água despida. Floree, ajude-a.



- Sim, senhora. - respondeu a lacaia com um sorriso enquanto caminhava na direção de Nicola na intenção de ajudá-la a tirar as roupas.

- Vocês estão se precipitando demais! bradou Nicola, afastando-se de Floree.

- Não temos mais tempo à perder, nem motivos para isso. Você nunca me deu razão alguma para agir de maneira diferente com você, Nicola, e oportunidades não lhe faltaram. Você me parecia uma boa garota, pois seu sangue tem cheiro doce, mas cada vez mais demonstra ser amarga como veneno, pois é teimosa e não possui humildade. Você agora me parece nada mais que uma armadilha escondida sob uma pele rosada, o que a torna bem mais perigosa que uma casa envelhecida no meio do nada, pois a casa, a minha casa, pelo menos dá a qualquer um uma boa idéia do que poderão encontrar dentro dela. - a vampira sorriu. - É tarde demais para todos nós.

Nicola percebeu que Sylvanna manipulava um objeto mágico esférico, brilhante e cristalino. Segurando-o entre as duas mãos, ela anunciou:

- A lua cheia já saiu por entre as brumas.



A porta se escancarou para dar passagem a uma revoada de vinte morcegos que começaram a voar para todos os lados, aterrorizando Ophelia e Lorde Millier, que recuaram para se proteger. Entre os animais estava mulher desconhecida.

- Boa noite, senhores. Desculpe interromper, mas vim buscar a pessoa que me foi prometida. Sou Aslog, também conhecida como o Devorador da Lua Cheia. - virando-se para Nicola, a dama continuou - É você, não é?

Aslog caminhou até a feiticeira até conseguir tocá-la no rosto, os morcegos voavam freneticamente ao seu redor.

- Posso reconhecer o calor da sua pele... Venha comigo, estou ansiosa para devorá-la.

Ela segurou a mão de Nicola e esperou que a mesma a acompanhasse até a porta.



- O QUE???!!

Ophelia, furiosa, começou a rosnar novamente.

- É TUDO CULPA SUA, SYLVANNA!! CULPA SUA POR TER DEMORADO DEMAIS!!!



- Cale-se.

Sylvanna disparou um raio negro contra Ophelia, arremessando-a contra a parede enquanto Lorde Millier tentava se livrar dos morcegos para reagir de alguma forma.

- Tsc! Situação terrível. - Nicola recusou a mão de Aslog em um comportamento incivil e recuou a fim de ver a situação desenrolar-se.

Enquanto os inimigos combatiam entre si, Aslog ordenou:

- Peguem-na.

Os morcegos cercaram Nicola e arrastaram-na até a porta, que agora já não mostrava o corredor e sim a planície de onde a feiticeira havia vindo. A luz do luar cobria todo o campo e Nicola foi despejada repentinamente ao chão. Às suas costas, ouviu o barulho da porta se fechar. Agora estavam apenas ela e Aslog do lado de fora.

- À partir de agora você pertence à mim.

O Devorador da Lua Cheia se aproximou e ajoelhou-se ao lado da exilada caída.

- Como você se chama?

Com um dedo, o ser demoníaco levantou o rosto de Nicola em sua direção.

Nicola teve a visão.